Skip to main content

Colunas

Arquivos

Ele disse, ela disse: Copiando e andando.

| Desfavor | | 12 comentários em Ele disse, ela disse: Copiando e andando.

Imagem forçosamente relacionada.Muito embora as coisas estejam mudando nos últimos anos, o anonimato ainda faz parte integrante do que é a internet em si. Num ambiente como esse, surge uma grande dificuldade de relacionar obra e criador.

Dificuldade essa que gera reações diferentes em Sally e em Somir. Ela faz questão de ter a autoria dos textos que escreve reconhecida, ele diz que não faz a menor questão.

Tema de hoje: Vale a pena correr atrás da autoria dos seus textos?

SOMIR

Não. A não ser que deles dependa seu sustento.

E esse passa LONGE de ser o caso aqui. Tanto eu quanto Sally fazemos concessões para escrevermos tanto, consistentemente, (ok, só ela consistentemente) nesses quase dois anos no ar. De forma simples: Pagamos para estar aqui. Está na cara que existe uma compensação intrínseca na postagem dos textos aqui no blog.

Mas nessa compensação que eu e minha CARA temos algumas diferenças importantes. Ela valoriza muito mais o “confete” e a troca. Claro, ambos concordamos com uma espécie de auto-proclamado embargo oficial nas relações com outros blogs, mas ela se faz bem mais acessível.

Não que eu não goste de uma boa massagem no ego ou de travar uma discussão construtiva aqui e acolá, mas tudo isso se apequena diante da noção que eu consigo aqui expor idéias muito mais complexas do que faria numa discussão casual da vida real.

Os textos adquirem uma densidade irreprodutível numa conversa frequentemente interrompida pela incrível carência média humana. Todo mundo parece tão desesperado para falar da própria vida a ponto de tornar uma simples troca de idéias uma tarefa extenuante. A sensação recorrente de “coito interrompido” na comunicação pode ser realmente irritante para uma pessoa como… digamos… eu.

Longe de mim dizer que a vida inteira deve se basear em longas e rebuscadas discussões sobre os mistérios do universo, seria um pé-no-saco. O ponto aqui é que textos como os do desfavor, mesmo não alcançando um nível de excelência universal (eufemismo para textos sobre subcelebridades, cus e furries…) são raras expressões completas de uma ou mais idéias relacionadas num mar de pensamentos com 140 caracteres ou menos.

Ainda pretendo escrever um texto (chato, do jeito que eu gosto) sobre a forma como a internet atual foi MOLDADA a partir do estouro da bolha das pontocom para recuperar investimentos financeiros. O que importa aqui é que é bem mais lucrativo que as pessoas se controlem por pressão social e não se aprofundem em idéias controversas na internet de hoje. Não é uma “agenda” de malignos líderes mundiais, é uma estratégia de marketing que rende muito bem para a economia baseada na rede.

O que parece mais um dos meus textos que simplesmente não toca o assunto previsto vai chegar finalmente ao seu ponto: Eu até prefiro que o que eu escrevo seja divulgado sem “fonte”. Por isso que eu sou o Somir.

Uma idéia sem autor vale muito mais do que um autor sem idéias. Essa frase de boléia de caminhão expressa a importância que eu enxergo no texto em si, independentemente de autoria. Sinceridade e publicidade não andam de mãos juntas. Além do fato óbvio de estar inspirado para frases bregas hoje, isso também quer dizer que quanto mais uma idéia pode ser relacionada com uma pessoa, maior a tendência dela para a esterilidade. Pouquíssima gente gosta de ser ligada a uma noção difícil de interpretar. Pessoas adoram julgar sem conhecer o caso, faz parte da humanidade desde… sempre.

Tenho a nítida impressão que muita gente nesse mundo (arrisco até dizer a maioria) é simplesmente incapaz de entender a noção de contexto. O desfavor já me provou várias vezes que tem gente que simplesmente lê cada frase como uma idéia completa, apaga tudo da mente e recomeça todo o processo a partir do próximo ponto. Essa completa falta de recursos para o entendimento de um conceito geral força a pessoa a se basear no seu porto seguro: Pessoas. (“Grandes mentes discutem idéias, mentes pequenas discutem pessoas.”)

Fulano não entendeu bulhufas, mas baseado na sua opinião sobre o autor, tira uma conclusão qualquer do que leu. Fácil assim. Se livra do problema e tem uma “opinião formada” (outra asneira da qual eu pretendo falar no futuro…).

Em nota relacionada: Eu odeio quem faz pose para citar frases de pessoas famosas. Só eu acho vergonhoso “pegar emprestada” a autoridade de uma pessoa notória para proteger sua argumentação furada? Gente que cita muito tem dificuldades claras para se expressar de forma coerente: “Foda-se o que eu quero dizer, tá aqui um rosto famoso para te distrair da minha clara inépcia argumentativa…” Dica de trollagem: Quando algum babaca “citar” para fazer pose, faça-se de burro(a) e pergunte o SIGNIFICADO da citação. Diversão garantida.

Como eu acho esse comportamento extremamente danoso, faço o possível para não incentivá-lo. Não quero reduzir uma idéia que expressei num texto a simples visão caricatural de uma personagem. É uma espécie de radicalismo que não permite que NADA subjugue uma idéia, mas é o radicalismo no qual eu acredito. Meu sonho é ver o mundo compartilhando dessa visão, nada mais natural que eu aja de acordo.

Se o preço é ver alguém levando o crédito por isso, que seja. Se eu não permitir nem a OPORTUNIDADE de que outra pessoa compartilhe desse idealismo (exigindo “direitos de autoria”), não passaria de discurso jogado ao vento.

Sem contar, é claro… que eu não estou ganhando dinheiro com isso. Se estivesse, seria defesa do meio de vida. O cidadão arca com os custos para outro receber os lucros…

Mas, exigir reconhecimento por reconhecimento… Passo. Eu não me levo a sério, eu levo idéias a sério. Faz diferença.

(E cá entre nós, eu nem saberia se tivessem copiado. Não ligo para outros blogs nacionais e não tenho pobralhada que manda e-mail “corrente” na minha lista de contatos…)

Para dizer que não entendeu porra nenhuma, para apontar o fato óbvio que só os textos da Sally tem chance de sucesso, ou mesmo para dizer que eu devo ser muito feio para não querer ser reconhecido: somir@desfavor.com

SALLY

Vale a pena correr atrás da autoria dos seus textos? Essa é uma questão que vem gerando discussão desde o início do blog. A MADAME aqui de cima acha que é besteira se importar com isso, pois quando você joga uma coisa na internet, perde o controle sobre ela, mas eu discordo. Não tenho a ilusão de receber direitos autorais pelos meus textos, nem de decidir quem pode divulgá-lo e quando, mas porra, que ao menos citem que o texto é meu! Não quero ter controle, apenas créditos.

Meu primeiro texto significativamente plagiado foi o texto “Bastidores” (postagem de o2/01/2008). Além de outros blogs divulgarem sem dar a devida autoria, outros divulgaram com autoria falsa, geralmente atribuindo-a ao dono do blog. Além disso o texto até hoje circula por e-mail, algumas vezes com autoria desconhecida, outras como se fosse de autoria da Fernanda Young (xinga mas não ofende, porra! naonde que meu estilo de escrita parece com o dela?) ou outras subcelebridades. Isso não me tira o sono, não me deixa mal, mas podendo, faço questão de desmentir.

Não se trata de querer fama. Vocês sabem que desde sempre a gente foge da fama. Fama é uma coisa brega, cafona, quem faz as coisas por fama não faz por amor e sim por vaidade. Se trata de justiça. Tanto é que a autoria que eu quero ver reconhecida é “Sally Somir”, e não meu nome verdadeiro. É muita cara de pau cortar e colar um texto e depois assinar seu nome abaixo. É pelo desaforo, pela babaquice e não porque eu quero fama com os meus textos. Me recuso a recompensar tanta cara de pau e deixar passar uma atitude tão “malandra”como essa, odeio esse tipo de “espertos” e acho que uma bela desmentida em público faz um estrago maior do que qualquer processo, porque além da vergonha, mina a credibilidade do plagiador.

Não acho que deva processar alguém que plagia meu texto, nem mesmo dar muita importância a isso, a ponto de viver em função de obter reconhecimento. Não preciso chegar a esse extremo para dizer que vale a pena correr atrás da autoria dos meus textos. Basta fazer como já fiz diversas vezes: passar no blog que copiou meu texto e dizer que o texto é meu. Foda-se se a pessoa vai ou não retratar a autoria, eu deixei a informação ali, para quem quiser ver. Ir além é neurose e histeria, seria entrar em uma batalha para perder. Por isso, quando falo em correr atrás da autoria dos meus textos, falo apenas em INFORMAR que o texto é meu. Quem quiser acredita, quem não quiser, bem, foda-se. No geral, as pessoas ficam bem chateadas e acabam ofendendo o plagiador. É bem legal quando acaba em barraco.

Mesmo que MADAME diga que não se importa com eventuais plágios, é mentira. Cada um sabe onde aperta o sapato. Qual é a prioridade na vida da MADAME? Dinheiro. Quero ver se alguém começar a ganhar dinheiro com os textos dele se rapidinho MADAME não tem um surto de correr atras da autoria! Basta mexer onde dói. Eu odeio que me tirem de otária, por isso acho um desaforo postarem um texto meu com outro nome. Somir odeia perder dinheiro Cada qual movido por seus traços de personalidade específicos se importa de formas diferentes com plágio, dependendo das consequencias práticas do plágio. Mas é chique se fazer de indiferente, não é mesmo? Dá uma aura de inabalável que MADAME adora, afinal, ele tem que manter sua fama de mau…

Quem de vocês não ficaria incomodado se alguém tomasse o crédito por algo que vocês fizeram? Acontece e nem sempre a gente pode correr atras da autoria, mas quando isso é possível, garanto que a maior parte das pessoas o faz. Se bastasse um clique e poucos segundos quem de vocês não retomaria a autoria roubada? Por sinal, vários dos nossos leitores vieram até o Desfavor assim: eu ia no blog plagiador e dizia com educação (cof! cof!) nos comentários que o texto era meu e que quem gostou do estilo poderia encontrar mais em www.desfavor.com. As pessoas não são burras, basta ler meia dúzia de textos aqui para reconhecer que o estilo de escrita é o mesmo. E acabam ficando por aqui mesmo. Não preciso “provar”que o texto é meu, isso se prova sozinho.

Correr atras da autoria dos meus textos não é sinônimo de brigar, de me estressar nem de viver em função disso. Apenas significa que, quando chegar até mim (porque eu NÃO VOU procurar) que tem alguém atribuindo uma falsa autoria a meu texto, vou até lá dar publicidade de que este texto na verdade é meu. Indolor e gratuito, não me toma mais de dez segundos. Não vejo problema. Atentem que correr atrás não significa ter que provar ao mundo que o texto é seu nem punir quem te plagiou, apenas INFORMAR que o texto é meu. Eu acho que basta dar publicidade à verdadeira autoria basta para que seja feita justiça.

Além disso, quando você dá publicidade à verdadeira autoria do texto, coíbe que o mesmo babaca tente roubar outro texto pela segunda vez. Quando as pessoas percebem que você está atento, pensam duas vezes antes de tentar se passar por espertos. Ao menos é isso que pude constatar na prática, com blogs que inicialmente não davam a autoria dos meus textos, ou a davam equivocada e depois de uma visitinha minha passaram a tomar mais cuidado. Me recuso a deixar que essas pessoas “espertas” continuem achando que são espertas e que estão se dando bem.

Se apropriar do trabalho alheio, seja ele intelectual ou não, é injusto e escroto e não me faz maluca nem histérica querer desmentir publicamente quem tenta uma babaquice dessas. Se eu perdesse tempo e dinheiro com processos e outras atitudes radicais até aceitaria críticas, mas a forma de correr atrás dos meus textos é rápida e gratuita. E acho o cúmulo da passividade ver alguém se apropriando do que é seu e assistir calado.

Para dizer que depois do que leu vai dar prioridade a copiar textos do Somir, para dizer que eu deveria dar graças a Deus por alguém querer copiar meus textos de merda ou ainda para dizer que acha que eu estou certa em tese mas na prática você nunca tem saco de correr atrás do que é seu: sally@desfavor.com

Comentários (12)

Deixe um comentário para Ellàhn Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.