Ele disse, ela disse: Desfavor até o fim.
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A morte é parte integrante da vida… os costumes e rituais relacionada a ela também. Sally e Somir concordam que a maioria deles são chatos e/ou bregas, mas na hora de escolher o que incomoda mais a discussão ganha vida. Os impopulares ajudam a matar essa dúvida.
Tema de hoje: O que é pior, enterro ou velório?
SOMIR
Tenho a impressão que vou remar contra a maré aqui. Consigo entender por que muita gente vai escolher velório, mas há uma série de motivos que me fazem crer que enterro é bem pior. Por mim as pessoas morreriam que nem inimigo em videogame: pisca uma vez, faz um barulhinho e some. Acharia até bacana se caíssem dinheiro e experiência, mas isso incentivaria demais os assassinatos.
Voltando à realidade: Escolhi enterro porque ele é um ritual muito menos lógico do que o velório. Quando a alternativa era deixar o corpo apodrecendo por aí e virando comida de predadores, vá lá. Mas hoje em dia é basicamente um desperdício de terra e recursos. Somos mais de 7 bilhões… está na hora de adaptar-se à nova realidade da espécie.
Mesmo alguém morto por dentro como eu entende o significado emocional do velório. Não gosto, acho mórbido e depressivo; mas entendo que para muita gente é um momento de homenagem à vida de quem está lá exposto sem vida num caixão. Reúnem-se as pessoas mais próximas ao falecido, discutindo e lembrando da pessoa, suas realizações e marcas deixadas em vida. A coisa de olhar defunto com algodão no nariz nunca me fez sentido, mas a reunião das pessoas sim.
Eu sempre digo que não me sinto bem vendo a pessoa morta quando tenho que ir a um velório, e normalmente ninguém me enche o saco. Na verdade não me faz diferença, mas… honestamente: justamente por isso que eu não costumo chegar perto. Não preciso fingir comoção vendo o corpo (o que acho muito desrespeitoso) e posso muito bem me solidarizar com quem ainda tem emoções. Em enterro não dá para escolher muito o seu grau de participação. É sol na cabeça e passeio por cemitério querendo ou não.
E como alguém que acredita que somos estruturas de átomos que se reorganizam com o passar do tempo, não tenho nenhum argumento sobre o lado “sobrenatural” da coisa. A pessoa se foi, o que está no velório é só um corpo. Defendo o velório sobre o enterro pela sua função: Fazer uma homenagem ao morto com quem ficou para contar sua história. O mais próximo de imortalidade que podemos conseguir. Em algumas culturas nem é algo necessariamente triste… reúne-se as pessoas para comer, beber e socializar. O velório é sobre a vida que segue.
O enterro é sobre o corpo que se decompõe. O enterro não tem em si subjetividade que redima o ritual sem sentido: Coloca-se um corpo debaixo da terra. Tem hora marcada e roteiro definido. Você pode passar num velório para dar um abraço em alguém, você não pode passar num enterro… chegou, tem que cumprir todo o ritual. Enterro é uma coisa egoísta, uma imposição final ao mundo dos vivos. E nem estou culpando os mortos, todas essas decisões são tomadas pelos vivos.
O enterro moderno é como se fosse uma tentativa de imortalidade na marra. Uma marca duradoura no planeta praticamente independente de mérito. Quantos babacas endinheirados estão apodrecendo em mausoléus gigantes, mármore e ouro substituindo boas memórias e histórias? Vive uma vida inteira e deixa o quê como marca? Entulho. Muitos mortos são enterrados com belas roupas e durante nossa história até mesmo com seus pertences mais valiosos! Enterro é a cultura do “ter”, velório vem da do “ser”. Ainda acho que não gostaria que ninguém querido me visse morto (embora deixe de ser escolha minha a partir do momento que morri), mas no velório até se entende ficar bem vestido. Alguém vai ver! Vestir terno para minhocas e baratas que me parece uma insanidade.
Enterro é o ser humano não entendendo a morte. E cada vez mais um desperdício. Gasta um monte de recursos cada vez mais escassos e ocupa espaços cada vez mais valorizados. Como nasce cada vez mais gente, morre cada vez mais gente, matemática simples. Cemitérios famosos já estão lotados há décadas, boa parte dos túmulos abandonados. Enterro é tão ilógico que o próprio tempo deve dar conta de reduzir sua prevalência na nossa sociedade, por pura questão de custo e espaço. Vai virar coisa de rico brega, que nem condomínio fechado.
E até mesmo no gasto o enterro é mais escroto: Caixão, cova, taxas, aluguéis… Gastos supérfluos que muita gente pobre nesse mundo acha absolutamente necessários. Morrer custa caro. Enterro é sacanagem com quem fica se a família tem pouco dinheiro. Velório se faz até em casa se quiser, os meninos trazem refrigerante, as meninas os salgados… e pronto. Foi-se o tempo de encontrar um canto no terreno e começar a cavar, enterro é negócio e dos lucrativos. A indústria do enterro é basicamente um golpe… vender conforto para morto.
E é claro, tem o componente religioso. Passado o tempo da necessidade prática de enterrar os mortos, entrou a superstição para manter o costume. Velório é basicamente reconhecer a vida do (agora) morto, enterro é a crença de que vai fazer alguma diferença para quem foi e/ou para quem fica o ritual escolhido. Como se a “alma” do morto fosse ficar melhor com um endereço fixo para seu corpo…
Por isso mesmo, eu já disse e vou continuar dizendo para as pessoas mais próximas que eu abdico de qualquer poder decisão sobre velório (afinal, não é sobre o meu corpo, é sobre quem estiver vivo e interessado nisso), mas peço encarecidamente para que não me enterrem. Se não der para ajudar a ciência, que pelo menos meu corpo vire cinzas e saia de cena sem encher muito o saco de quem ficou.
Bônus fanfarrão: Velório por engano é bem melhor que enterro por engano. Os catalépticos me entendem.
Bônus insensível: Não fazem velório de animal de estimação…
Para dizer que a opção da morte de videogame também te atrai, para dizer que prefere enterro porque é mais fácil sair do trabalho, ou mesmo para admitir que não gosta mesmo é quando morrem na sexta-feira: somir@desfavor.com
SALLY
Ambos são péssimos, mas eu ainda acho que o velório é pior.
Acho chocante, de péssimo gosto e desnecessário para elaborar uma perda ter que ficar olhando para o corpo de um ente querido morto, cheio de algodão no nariz. Acho sádico. Aquele corpo sem vida, com uma coloração estranha, aquele cheiro a flores que vai ficar impregnado na memória afetiva como indicativo de sofrimento, enfim, todo o conjunto da obra do velório é horroroso. Há psicólogos que dizem que ser necessário, mas, francamente, quando eu morrer não faço questão alguma ter meu corpo exposto. Prefiro que lembrem de mim em vida, nos bons momentos.
Velório já teve uma justificativa bem plausível: em tempos de medicina rudimentar, muitas pessoas dadas como mortas na verdade não estavam mortas e acabavam “acordando”. Por isso se dava um tempo antes de enterrar, para não correr o risco de enterrar uma pessoa viva. Mas hoje é perfeitamente possível aferir se uma pessoa está morta ou não. Via de regra, não é mais necessário esse ritual “preventivo”.
Porém velórios são uma indústria que movimenta muito dinheiro e morte continua sendo tabu, então, ninguém parece ter a coragem de dizer “Ei, não tem necessidade disso”. Vão pensar que a pessoa não gostava do morto ou coisa pior. Esse ritual desconfortável continua sendo perpetrado. Repito: psicólogos acham ele essencial para elaborar o luto, então, na dúvida, escute quem é profissional. Eu não quero para mim, eu não vou no de entes queridos.
Olhar para um corpo sem vida é algo desagradável. Sempre. Ninguém gostar de se deparar com um morto, nem mesmo com um animal morto. Pior ainda quando o morto era uma pessoa próxima, querida. Reunir um grupo de pessoas em torno desse morto me parece um espetáculo que beira ao ridículo, se não fosse tão triste. Não consigo encarar como homenagem, pois não vejo qualquer produtividade em fazer isso quando o homenageado não terá ciência.
Homenagem é manter a pessoa viva na sua lembrança e manter vivo também o que ela fez de bom, não ficar rodeando um corpo frio e recheado de formol. E para quem não sabe, um velório pode custar muito caro, ou seja, além de desagradável, come um dinheiro que poderia ser usado para confortar a família do falecido de forma mais produtiva. Garanto que o falecido preferia que esse dinheiro fosse usado para o bem estar de sua família.
Quero ressaltar que estou sendo otimista, talvez até romântica, em meus argumentos. Isto porque tem muita gente que vai a velório não para honrar e homenagear o falecido e sim por obrigação social, interesse ou qualquer outro motivo menos nobre. Não raro vejo pessoas batendo papo, fazendo contatos, trocando cartões e fofocando em velório sem esboçar a menor tristeza.
Por favor, se é para isso, fique em casa. Se for a um velório, que seja para confortar de alguma forma aqueles que estão sofrendo com a perda do ente querido, caso contrário mais atrapalha do que ajuda. E em vez de caras coroas de flores, depositem o dinheiro na conta da família que ajuda muito mais. Falta praticidade nas pessoas. Falta coragem para olhar e questionar “Isso é mesmo necessário?” ou “O que isso traz de bom?”. Não. Nem pensar. Todo mundo sempre fez, todo mundo faz, a pessoa faz e ponto final.
Enterro também não é nada agradável, mas ao menos visualmente parece menos torturante. Você não está olhando para a cara do seu ente querido sem vida, há algum grau de abstração naquele caixão fechado. Além disso, enterro é um ritual que bem ou mal é necessário, afinal, é preciso dar alguma destinação a aquele corpo (só para constar, eu quero ser cremada, fica aqui o registro).
Ao contrário do velório, enterro não é dinheiro jogado no lixo, apesar de também ser um ritual sofrido. No enterro Há uma contraprestação que, por mais dolorosa que seja, é necessária: acomodar o corpo do falecido. Eu posso respeitar isso, apesar de achar apavorante a ideia de colocar o corpo de uma pessoa querida debaixo da terra. Ao menos há alguma utilidade.
Aqui é lugar seguro para ser sincero: ir a velório é um saco. A gente vai, porque né, quer dar apoio a quem perdeu uma pessoa querida, mas é um saco! Ninguém acorda e diz “que legal, tenho um velório para ir hoje!. É uma obrigação chata. É assim que você quer se despedir deste mundo? Dando uma última pentelhada nos seus amigos? Será que não tem como se despedir de uma forma melhor? Leitores psicólogos, por favor, me ajudem.
A pessoa vai ao velório, porque pega mal não ir, mas passa o velório mandando e-mail, checando o celular, enviando relatório, fazendo contatos e todas as demais funções que deveria fazer no tempo que o velório lhe consumiu. Pra que? Vai ter gente alegando que é para dar o último adeus. Porra, não pode fazer isso internamente não? Precisa de toda aquela alegoria com algodão no nariz? E mesmo quando o morto está desfigurado e fazem velório com caixão fechado, as pessoas vão! PRA QUE? Para se despedir de um paletó de madeira?
Jamais me sentiria bem colocando amigos em uma situação de irem a um evento que eu sei que além de atrapalhar suas vidas, vai ser desagradável para eles. Está mais do que na hora de abolir esse ritual macabro que só faz cultuar o sofrimento. É indispensável para elaborar o luto? Beleza, vamos criar um novo ritual que seja um pouco menos pior então?
Morte é uma certeza, algo natural, tratemos com mais naturalidade e talvez ela seja menos sofrida. Está mais do que na hora do Ocidente evoluir e passar a ver a morte com outros olhos, como algo natural, sem cerimônias e honrarias para sofrer. Acho que é hora de pensar em uma forma nova e menos macabra de se despedir…
Velório é pior, no enterro todo mundo (em geral) tem a decência de calar a boca. No velório ficam de fofoca e se bobear falando mal do morto.
Posso contar histórias de velório??
1.Pessoas perguntando a família detalhes da morte de um amigo que cometeu suicido.
2. Velório de um vizinho meu, homenagem ao mesmo: sessão de piadas pq o velhinho adorava piadas.
3. Velório do meu avô contam que apareceram duas amantes aos prantos e minha avó se retirou do lugar, quase cena de novela.
Apesar de tudo velórios rendem algumas histórias.
Sissy, vou ser muito sincera… se no velório de um marido meu aparecesse uma amante, isso me ajudaria bastante a elaborar o luto, porque eu iria da dor ao “bem feito que morreu, filho da puta!” em um segundo.
Eu tbm Sally, mas até onde me contam o casamento só existia ainda por causa dos filhos. Coisa das antigas.
Mas que eu não deixava as outras dando chilique pelo ´meu marido´ eu não deixava msm.
Uma pessoa que se presta a esse papel de estragar um velório para os filhos e a família do morto merece ser conduzida para fora pelos cabelos…
http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2013/fevereiro/vida-apos-a-morte-urna-biodegradavel-transforma?tag=vida-e-saude
SE ALGUM FILHO DA PUTA FIZER DA MINHA MORTE UM ATO ECOLÓGICO, EU DOU MEU JEITO DE VOLTAR E FODER DE CABO A RABO COM A VIDA DESSA PESSOA, ESTÃO ME OUVINDO?
HAHAHAHAHAHA
Prefiro ir para um LIXÃO do que ter um fim ecológico politicamente correto, estão me ouvindo?
O que eu diria? Com a palavra, o compadre Washington.
Considero ambos um enorme desfavor, principalmente se a família do morto for daquelas bregalodramáticas como é o caso da minha. Tinha horror a velório da minha família pq rolava uns gritos, desmaios, coisas bizarras demais. Mas horror mesmo foi decidir a roupa que vestiria a minha avó… e eu tinha 12 anos! E nos enterros não consigo deixar de pensar no que os gatos fazem com seus dejetos.
VOCÊ teve que decidir a roupa com qual sua avó seria enterrada???
Sim… o povo tava ensandecido no hospital, chega meu pai e “pega uma roupa pra enterrar a sua Vó”.
Pense como foi medonho pra uma criança de 12 anos!
Eu peguei o vestido novo que seria usado no natal (ela morreu dia 23 de dezembro, mega desfavor!!), calcinha nova, meias sapatos e por alguns instantes fiquei pensado na inutilidade daquilo tudo. Poderiam enterrar nua já que o corpo tava coberto de flores! E o velório foi em casa!
Lela, que coisa horrível! Imagino como isso tenha sido para uma criança de 12 anos! Seu pai te deve pagamento de terapia para o resto da vida!
Bom, há 3 anos eu tive que escolher a roupa com ele (meu pai) seria enterrado. Serve?
Acho que a morte é uma coisa bem simples; o povo é que complica com esses rituais medonhos. E cremação deveria ser obrigatório pq campo santo em pleno centro da cidade não dá mais.
Nossa, não consigo nem imaginar como isso deve ser difícil…
http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2014/03/criador-da-web-divulga-apoio-ao-marco-civil-da-internet-no-brasil.html
Sabe de nada inocente!
Será que ele estudou o assunto?
Ou deram acesso a metade do projeto ou traduziram errado. Ou os dois.
Bom saber que o Compadre tá virando meme… HAHAHA!
A sensibilidade dos povos asiáticos, sempre comovente.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/03/em-sms-familiares-aerea-avisou-que-nao-ha-sobreviventes-do-mh370.html
Avisaram por SMS. Isso não se faz…
Só acredito que realmente caiu esse avião quando apresentarem mais provas. Até o momento esses estudos parecem pouco conclusivos ou insuficientes pra podermos ter plena certeza sobre a queda. Me pareceu muito mais um cala a boca podem lamentar suas perdas do que certeza da queda no mar.
Também achei estranha uma confirmação com base em achismo
A empresa (estatal?) querer que sejam logo presumidas essas mortes também é uma estratégia de dar maior celeridade ao pagamento imediato de indenizações, limitada a cerca de 110 mil euros por pessoa de acordo com convenções internacionais, a fim de tentar se livrar dos familiares o mais rápido possível.
O mundo é um lugar horrível
Como a maioria dos mortos eram chineses e, por tabela, praticamente filhos únicos, quem quer que dependa deles (pais, cônjuges e filhos) não poderia se dar ao luxo de esperar por uma indenização polpuda nos tribunais, ainda mais que a Malásia está longe de ser uma democracia. Vão pegar a grana e entubar, coitados. E o pior é que a empresa nem sofrerá tanto prejuízo assim, pois parte dessa indenizaçăo, se não toda, é coberta por seguro.
Por essas e outras, melhor fazer um seguro de vida, em seu financiamento imobiliário pagar o seguro que quite o imóvel ou uma apólice que garanta a faculdade dos filhos no caso de bater as botas etc., etc. Tudo isso é bem mais eficiente do que romanticamente colocar 200 reais todo mês numa poupança para sua princesinha Tauane ou seu ursinho Uóshiton comprar seu carrinho popular ou fazer um intercâmbio na Flórida aos dezoito anos..
Certamente. Mas dificilmente alguém tem esse senso prático.
Que bosta
Dizem para nos lembrarmos de apenas momentos bons. Porem certamente em ambos os casos terão apenas momentos ruins. Não vai vir nada mais do corpo dentro das vestes.
É quase uma experiência “espiritual” compreender a morte como algo natural. As coisas nascem, crescem e morrem, devolvendo a matéria que elas utilizaram para fauna e flora.
Infelizmente somos criados em uma cultura que lida muito mal com a morte e isso entra de um jeito que depois não conseguimos mudar.
http://oglobo.globo.com/cultura/ilustrador-brasileiro-vence-nobel-da-literatura-infantil-11968055
Olha ai… Um pequeno favor
Sim, um dos raros favores que aparecem de vez em quando…
É sempre assim: começo lendo o texto do Somir, concordando totalmente com sua argumentação. Mas, quando leio o da Sally, minha opiniao muda completamente. É impressionante como ela consegue me convencer, mesmo sem ter tal intencao! Achava o enterro pior por que ver seu pai(isto aconteceu a dois meses comigo) dentro de uma caixa de madeira, indo pra debaixo da terra, pra nunca mais voltar, isto é indescritívelmente terrível! Mas…pensando bem: o velório é mesmo contraproducente, não vejo mais necessidade. Quanto ao destino que espero que se dê ao meu corpo, quero ser EMPALHADO.
Meus sentimentos, Ivo. Deve ser uma perda terrível e um mau momento do caralho ter que passar por isso.
Pergunta: você quer ser empalhado e colocado ONDE depois de empalhado?
Obrigado, Sally. Pode ser em minha casa mesmo, na sala de visitas. A idéia é boa?
Não se você tiver filhos pequenos…
kkkkkk…É verdade. Será um eterno velório!
Ainda mais bizarro
Empalhado não… Enterrado também não. Se fosse por mim, talvez optasse por virar pó de pirilimpimpim. Acho que a danação ai seria menor, né?
Meio gay, né?
Eu já tenho um combinado com o Somir: quando eu morrer vão me cremar e depois ele vai me fumar
Larguei o cigarro a quase 60 dias. Mas se quando isto acontecer, eu estiver vivo ( pois as mulheres vivem mais) vou pedir um trago ao Somir, só pra inspirar um pouco de sua notável sabedoria.
Faz isso não. Deseje mais, sabedoria não paga as contas…
Não sei se você notou, mas foi uma forma de fazer piada com a parada.
Acho enterro algo desnecessário. Aquele barulho de terra caindo em cima do caixão, ver aquela coisa enorme sendo carregada… Até consigo entender o velório, mas não concordo com o velório normal (que é de um dia pro outro, tem gente que fica acordado lá não sei fazendo o quê). Pior é quando o velório é numa cidade longe da tua casa. Tu sente fome e come o quê? Biscoitinho de maizena e toma café preto com adoçante! Podia ter algo melhorzinho pra comer, né..
Por isso acho tolerável um mini-velório, onde o corpo fica exposto por uma horinha, quem quer ver vê, quem não quer não vê, e depois segue pra cremação.
Acho mais digno
Quanto alguém vem me dar a noticia de que alguém morreu, eu já logo solto.
Antes ele do que eu.
Escola Siago Tomir de sensibilidade
#TamoJunto!
Perai só uma duvida sobre o assunto, eu tenho seguro já quitado para ter o meu velório e claro em seguida o meu enterro. Mais tem uma clausula no contrato que diz o seguinte, se minha família não tiver um jazido, a seguradora ira pagar para eu ficar enterrado por três anos em um jazido pago por ela.
Então eu estarei ali enterrado apenas por três anos e a seguradora pagando aluguel para min.
Ótimo, tudo muito bem.
Mais quem me garante que o poder publico que vende as jazidas para a população que não tem seguro e que ficam pagando todo ano uma taxa de alguns reais, deixam os restos mortais de algum presunto ali?
Eu acho que tem gente visitando covas por ai e que lá não tem nem sequer um traço de pó de giz do seu ante querido.
Já li em algum lugar que no final o que sobra da gente é apenas um traço de um pó de giz
Olha, devem ser necessários muitos anos para sobrar um pó de giz, porque cinco ou dez anos depois o esqueletinho está ali, inteiro
Não consigo ir a velórios, e não importa se é de parente. Minha família me chama de insensível, mas me poupe. Não quero me lembrar do ente querido dentro de um caixão e ninguém me obriga a ter que assistir isso.
E quanto ao tratamento do meu corpo depois de morta, já avisei que assim que o médico anunciar o óbito é pra enviar pra cremação. Se fizerem velório e vier aquele povo falso rodear meu corpo, sou capaz de levantar pra esganar todo mundo.
Justamente, eu não quero ficar com aquela lembrança do corpo morto na memória, me faz mal.
Concorco plenamente com a Nany. Não quero velório, quero ser cremada. Não quero ser rodeada de gente falsa achando bom eu ter morrido e eles continuarem vivos. Já falei lá em casa: não avisem nenhum parente quando eu morrer!
Mari, existe um procedimento prévio necessário para cremação. Você tem que declarar essa vontade em um cartório. Procura se informar, para não correr o risco de não ter seu último desejo atendido.
Acredito,,,que não e preciso ,,declaração em cartório.Minha mãe faleceu ,,e foi cremada.Eu e minha irmã,,,assim decidimos…detesto enterros ,,,velórios…missa de 7 dia..Mas referente a minha Tia ,,sem filhos ,,,não conseguimos a cremação.Com toda certeza do mundo serei cremada,,,imagine uma lagartixa ,,passeando no meu esqueleto..nunca nem morta .Segundo os espiritas ficamos ao lado do corpo ,e após a missa de sétimo dia ,,,subimos .Se assim,for ,eu com certeza não estarei no meu.Vou aguardar o setimo dia ,,,em algum banco de jardim..Bjs.
Precisa sim. É lei.
kkkkk…Comentando o comentário( com o perdão da redundância) de minha colega impopular, Sandra: “…Imagine uma lagartixa passeando no meu corpo…nem morta!” kkkkk…mas ela só vai passear no seu corpo se vc estiver morta! foi proposital mesmo? vc queria fazer humor? ou foi sem querer… eu nao consigo parar de rir. kkkkkk…
Falando em coisas de matar, olha só o toque de merdas da mula da Maria. Câncer de fígado é uma maravilha, né? 3:)
Em tempo, se teve gente que não entendeu, vejam ESSA e ESSA.
Acho bacana ela admitir e reconhecer o erro. Melhor do que Gracyanne, que parece o Robocop e nega usar bomba
Os anabolizantes, apelidados carinhosamente de “bomba”, são hormônios (naturais ou sintéticos) que promovem um aumento do crescimento e divisão celular, tendo como uma das conseqüências o aumento de massa muscular.
Nessa parte está bem clara a tendência de aumentar o risco do desenvolvimento de câncer nas pessoas que tem susceptibilidade a desenvolver a doença. E considerando que uma parte que pode ficar bem prejudicada é justamente o fígado, não causou lá tanta estranheza isso.
E só de confirmação:
“Sem contar que pode ser um baita estopim para causar um câncer (aumento no crescimento e na divisão celular, lembra?).”
Vale o NÃO DISSE, Sally?
Sim, anos atrás eu avisei que essas bombadas todas acabariam com câncer por causa dos excessos.
Nunca fui nem irei a nenhum dos dois. É triste e sem lógica. Não tem mais nada naquele corpo. Até de pessoas que eu gosto não fui. Quero me lembrar deles vivos não no caixão ou sendo velados.
Concordo plenamente com você
Velório é pior. Sobretudo quando a morte foi violenta, tal qual quando enterramos parentes suicidas. Nessas horas, melhor mandar cremar logo e dispensar o velório, até porque quase sempre terá alguma missa de sétimo dia ou de sete semanas que será marcada mesmo contra a vontade do defunto. Assim, você passa pela hipocrisia e pela curiosidade de abutres uma única vez.
Ainda tem isso… gente mórbida, sádica, cheia de curiosidade sobre a morte, pedindo detalhes!
Enterro é pior, no velório não precisa ficar perto do morto, eu mesmo não fico perto do morto, mas no velório passam várias pessoas, que acabam conversando com a família e dando apoio, relembrando de coisas…
O enterro de um ente querido é, para mim uma coisa brutal, não sei explicar mas para mim é um sentimento muito ruim, sempre que posso pulo a parte do enterro.
E no enterro precisa ficar perto do morto?
Não, mas fica todo mundo em volta da cova apesar do caixão estar fechado, vc sabe que o corpo da pessoa ta lá, e você vê o caixão baixando, a terra sendo jogada… o silencio cortado pelo choro de algumas pessoas e o barulho da terra sendo jogada em cima do caixão… Isso nos cemitérios mais “novos”, nos mais antigos, que tem aqueles túmulos enormes, é pior ainda, o ar é estranho, carregado, e tem muita barata…
Só de lembrar já me dá angustia…
Sim, é horrível
Concordo com o Somir, o velório é menos pior. Velório é pros vivos, enterro é pra se livrar do corpo.
As pessoas precisam do velório, de aparecer e dizer “caraca, eu encontrei com ele ontem e ele tava bem” ou “ele parece em paz” ou mesmo apenas dar um abraço na viúva/viúvo/filhos/etc. Em outras sociedades, o velório nem tem a presença do cadáver, como disse o Somir (se não me engano, nos EUA as pessoas se reúnem depois de enterrar o presunto).
Eu concordo que é desagradável estar ali com o morto na sua frente, mas o velório pelo menos tem uma função, a extensão da sua participação depende da sua relação com o morto, você pode pegar uma hora mais calma, com menos desespero. Enfim, é mais flexível…
Qual seria a função do velório?
Deixar que as pessoas se despeçam do falecido. Não necessariamente DO FALECIDO, mas dentro de si mesmas, sabe? Comecem a arranjar os desfechos que precisam para o que ficou aberto.
Eu concordo que não é agradável ver o morto ali, mas as pessoas precisam de um evento assim pra organizar seus pensamentos e iniciar o processo de seguir em frente.
Precisam?
É como eu disse, dispensaria ambos. Mas dos dois talvez o pior seja o velório. Tem tanta falsidade rolando, gente que sempre odiou o morto falando de como ele era bom, gente que está ali por obrigação. ..Até quem está ali de forma sincera não merece passar por isso, ver aquela pessoa amada inerte, parecendo um boneco de cera. Não, eu também prefiro que fiquem com as boas lembranças. Se é pra enterrar, que enterre logo, sem essa exposição.
Talvez seja ignorância minha (no sentido de desconhecimento mesmo), mas não entendo porque todo mundo diz que esse ritual é necessário
Costume religioso surgido em outra época e contexto mas que apesar de tudo ainda resiste ao tempo, talvez?
Não, não. Psicólogos dizem ser necessário, ou ao menos facilitar o luto
Dificulta a negação e diminui risco de luto patológico. Para elaborar a perda é preciso senti-la mesmo, essa coisa de varrer a morte para debaixo do tapete não faz bem no médio e longo prazos e pode levar a uma depressão em um momento posterior.
Mas não querer olhar para o ente querido azul, com algodão no nariz e cheiro de formol é negar a morte da pessoa?
Não É negar, mas facilita a negação. Enfim, se você tiver se despedido do moribundo (ainda vivo, portanto sem algodão no nariz), também cumpre esse papel de favorecer o enlutamento.
Bom saber
Concordo com cada palavra, GCFF. Exceto que eu prefiro ser cremado e que minhas cinzas sejam espalhadas em algum lugar bonito e/ou significativo pra mim e minha família…
Meu pai disse que quer ser jogado (as cinzas) no shopping. Ele disse que assim será visitado pelo menos uma vez por semana.
HAHAHAHAHAHAHAHA
Uma vez vi um programa sobre enterros bizarros. Mostrou uma funerária que fazia caixões com estampa de onça, e o carro funerário também tinha estampa de onça. Mostrou também um estúdio de tatuagem que misturava as cinzas do morto à tinta usada pra tatuar. A idéia é que a pessoa tatuada sempre estaria com a pessoa que morreu. Já vi também usarem as cinzas pra fazer diamantes (ou algo assim), e montavam uma jóia para ser usada com esses diamantes. Tipo, você poderia usar um pingente do ente querido que se foi.
Eu também gostaria de não ter que ser velada e enterrada. Nem iria querer que um familiar ficasse com uma urna minha, acho isso meio mórbido, vc meio que fazendo parte da mobília como uma peça de decoração macabra. Mais cedo ou mais tarde vc vai parar no sótão ou porão, e depois que for a vez daquela pessoa que guardou suas cinzas? Vc vai ser passada adiante pra outra pessoa? Não, eu prefiro que minhas cinzas sejam jogadas em algum lugar legal, como um bonito jardim. Quem sabe assim não tenho ainda uma última utilidade, como servir de adubo? Mas essa é minha humilde opinião.
E o que você acha pior, velório ou enterro?
Pois é, também queria virar diamante, só que é caro! Pelo menos ia ter uma utilidade depois. Por enquanto acho que a melhor opção é ser cremada mesmo, é limpinho, o que eu vi parecia pó que fica depois de queimar incenso. Entretanto, o destino das cinzas é uma preocupação. Depois de sentir o cheiro que sai da tal “gaveta” do cemitério eu que não quero ir para lá.
“Aqui é lugar para falar o impensável, aquilo que só se conta para analista ou só se fala trancado no banheiro, no escuro.”
Ok, já posso falar então que velório tem lá suas partes legais pq sempre tem aquela rosquinha caramelada surpreendente, café, chá e o diabo a 4? rs
Bom, nesse quesito… concordo com o Somir, enterro é mais chato e sem graça!
Nunca fui a um velório com comida… não é estranho comer do lado de um defunto?
Rola comida na salinha ao lado. Se você não oferecer um pedaço da comida pro defunto, não é estranho.
Nos velórios onde eu fui não havia “sala ao lado”, era em um local no próprio cemitério… já vi que sou inexperiente em velório.
Velório pra mim é pior. Sou do tipo de pessoa que evito a todo custo qualquer um dos dois. E acho que ambos são relativos dependendo da ligação afetiva que se tem com o ente. As vezes que fui, achei importante ter estado presente nos dois. Acredito que é um rito de passagem importante, a ligação afetiva faz vc olhar o presunto com outro significado, que não sei dar nome no momento. Para quem não tem tanta ligação emocional, realmente, o velorio é massante, penoso. E por isso acredito que faça ser a parte pior. A parte do enterro fica a opção de não ir nesses casos, o que não torna algo tão ruim assim.
Macabro mesmo e desnecessário eu acho o dia de finados e ficar indo levar flor em túmulo de quem #partiu. Fala sério!! Enterrou, pronto acabou, nada de ficar fazendo visitinhas.
Você acha necessário, para elaborar o luto da perda de um ente querido, fazer um velório?
Como te explicar… Sem cair numa generalização? Nem tudo funciona pra todo mundo, a priori.
Eu percebo que quando se tem um envolvimento emocional o velório e o enterro tem e passa uma comunicação não verbal que ajuda a pessoa a absorver o luto. Nem tudo é racionalizado nessas horas, Sally. Muitas vezes só comunicar que fulano morreu não é efetivo para elaborar um luto.
Existem vários estudos que apontam que mães que perderam seus filhos logo apos o parto elaboram o luto com maior facilidade quando é permitido a elas que elas fiquem um tempo com o bebê morto, são instruidas a conversar, arrumar, se despedir do baby. Essas mães sao previnidas de desenvolverem transtornos emocionais mais tarde.
Prevenidas*
É o que todo mundo me diz: facilita o luto. Não consigo entender
Ser humano funciona de uma forma muito doida mesmo. Nem tudo é absorvido no nível racional pq cedo ou tarde o emocional grita pedindo socorro. Muitas vezes precisa sentir por outros meios, mesmo que esse meio seja um tanto quanto estranho.
É quase como uma terapia. Rs…
Quase como uma terapia, no sentido de que não é com papo técnico e racional, exclusivamente, que se chega no ponto de ajudar efetivamente alguém.
Eu acho que no caso a parte de velar o corpo seja como uma despedida, últimos momentos perto daquele que você queria sempre ter perto.. o enterro, por sua vez, representa um “nunca mais”, de que você não vai mais ter aquele ente querido por perto.
Sim… com certeza. É a linguagem não verbal desse rito que ajuda numa compreensão que muitas vezes não tem saliva ou tempo que compense o significado disso pra uma pessoa. Gostei da sua definição.
É mesmo necessário olhar para o corpo morto do ente querido?
Sally eu não to entendendo especificamente sua pergunta. Mas vou tentar te explicar um pouco:
1- necessidade do rito, como te falei, pode depender da pessoa. Nem tudo funciona para todo mundo e acredito que o vinculo emocional que é o termômetro nisso;
2- ficar olhando pro morto não é uma coisa tipo encarar o morto… Ninguém precisa ficar por horas encarando um morto.
Mas eu não gosto nem de ver. A pergunta é: seria possível elaborar um luto de forma saudável sem nunca ver o morto?
Ah entendi! Por que ai entraríamos naquele pensamento reducionista. Com certeza é possível, por isso falei de cada um ter a sua necessidade específica. Por exemplo, meu avô, sei que foi necessário pra mim, eu era muito ligada nele e não estava acreditando. Eu estava em uma estadio totalmente anestesiado, foi um baque. E hj sei que foi necessario. Em outras situações não foi tão assim, apesar do carinho enorme que sempre tive.
Ah… E a imagem que eu tenho na minha memoria do meu avô é a que sempre tive.
Não sei até que ponto seria necessário para mim. Talvez por ser muito doloroso eu esteja me convencendo de que não é necessário.
Isso só vc quem sente e decide mesmo.
Sou da teoria de que nem tudo funciona pra todo mundo, até meditação.
Nessa eu to com o Somir, eu acho o enterro muito pior!
O velório é cansativo, mas não é obrigatório ficar o tempo todo dentro da capela. É aceitável ficar na rua e socializar com as pessoas que a gente só encontra nestas situações. Já dei muita risada em velórios.
Já o enterro é massante, pra mim a pior parte é o momento de fechar o caixão, quando normalmente é uma gritaria um desespero. E depois para arrastar os familiares que ficam do lado da sepultura e não querem ir embora?
Dependendo da proximidade que tenho com os familiares do morto eu prefiro sempre ir no velório, dar uma passadinha e ir embora.
Sally, sobre o que você disse sobre ficar de conversa e nao confortar as pessoas. Acho que tirar uma pessoa de dentro da capela, levar para fora e fazer ela se distrair por alguns momentos é uma maneira de confortar.
Nunca fui a um velório dentro de uma capela, mas nos que eu fui, as pessoas saiam umas com as outras para fofocar enquanto os entes queridos do morto continuavam ao lado do caixão.
Meu velório e enterro vai ser um Gurufim… quero é muito samba, alegria,diversão e comida bagarai…Sally, se você fosse a um velório no interior, mudaria de opinião…Muita fofocada, comida, bebida, reencontros, um ambiente interessantíssimo para avaliar quão surpreendente é o ser humano. O morto é o que menos importa, muitos estão ali para socializar, tirar suas diferenças e otras cositas más(sic).
Mas a presença daquele corpo morto cheio de algodão no nariz me faz mal…
Então o teu problema é nojinho de cadáver, não problema com o velório em si.
De jeito nenhum. Quando fiz a matéria Medicina Legal na faculdade fui ao IML e fiz autópsia em cadáver DE BOA, enquanto comia um sanduíche. Cadáver não me incomoda, desde que seja desconhecido ou de uma pessoa que eu odeio. Cadáver da pessoa amada é o que me incomoda.
Já vi tudo… É Sally, a sentimental.
Você acha que uma pessoa que sente desconforto vendo o cadável de uma pessoa amada é sentimental? Eu chamo de “normal” e acho psicopatia se sentir confortável perto de um ente querido morto…