
Sensação artística.
| Desfavor | Ele disse, Ela disse | 80 comentários em Sensação artística.
Cada forma de arte tem suas peculiaridades. Sally e Somir discutem sobre o impacto dos sentidos ao internalizar os significados de uma obra. Os impopulares analisam cuidadosamente o enunciado; e julgando-se dignos de acrescentar algo à discussão, assumem os riscos de fazê-lo.
Tema de hoje: A multisensorialidade limita a experiência artística?
SOMIR
Evidentemente. Estivéssemos discutindo sobre expressão artística eu até estaria mais inclinado a concordar, mas nosso foco é a experiência. Se somos todos prisioneiros de uma realidade fabricada pelos nossos sentidos, a comunicação não deixa de ser um processo essencialmente isolado, o paralelismo apenas como uma ilusão desejável.
Toda experiência é internalizada. Através de receptores instalados em diversas partes de nosso corpo, o cérebro humano produz – ao seu próprio modo – formas de arte multisensorial! Nada mais mundano que nossos esforços diários de compreensão do espaço que nos cerca. Se o que os sentidos produzem é ilusão na qual embutimos significados, a arte nada mais é do que realidade qualificada.
Um pedaço de nosso universo particular que por qualquer motivo atrai a atenção e estimula análise aprofundada. Arte como comunicação tem um caráter mais enigmático: os processos de internalização de significados são assíncronos. A mensagem do artista – independentemente de sua intencionalidade – impacta o público através de um terceiro elemento: a obra.
A obra que se configura de tantas formas! Sete artes, sete meios. E estamos apenas considerando as clássicas. Cada mensagem codificada numa obra torna-se parte de um universo alheio à medida que é desvendada. Você vê uma pintura… mas você a enxerga? Artes cujo foco seja apenas um de nossos sentidos apresentam desafios intrínsecos à internalização de seus significados.
Ou, em termos mais simples: permite que a obra seja completada pela sua mensagem ao invés de sua percepção. A multisensorialidade limita a comunicação quando tira do apreciador um ou mais sentidos virtuais em prol dos físicos. Se há limites claros em nossa percepção sensorial de carne e osso, o mesmo não pode ser dito de sua representação no campo das ideias.
Uma foto é capaz de te trazer um cheiro há muito esquecido. Uma música pode te fazer lembrar de uma pessoa querida. Mas não como mero conjunto de fótons capturados… quando você a vê sem reforço da visão física, é seu conceito “etéreo” que preenche a lacuna. A imagem do sentido virtual sorri com o calor de uma boa recordação, numa combinação sinestésica impossível para a maioria de nós.
Tenho muito apreço pelo cinema, não estou aqui tentando diminuir o valor da última convidada ao clube. Estou apenas defendendo a ideia de que não é uma arte de experiência, e sim de expressão. O impacto sobre mais sentidos coloca-nos muito mais presos ao papel de espectador. E se de tempos em tempos não há nada de errado em se deixar levar pela visão artística alheia, não podemos ignorar suas limitações.
Não se compara tão negativamente o filme ao seu livro original à toa. Os sentidos virtuais tão excitados pela literatura tornam qualquer representação física pálida em comparação. Não se reduz o número de dimensões de um signo sem perdas consideráveis de profundidade. Paradoxalmente, a multisensorialidade achata o conteúdo no campo de nossas limitações física, tornando-o menos abrangente.
A multisensorialidade limita sim a experiência artística. Não há como ser diferente diante do funcionamento do cérebro humano. Quanto mais informações físicas entrando em seu universo pessoal, menor a possibilidade de gerar conclusões independentes. Arte não se percebe com significados enlatados de guia de museu, e sim com o encontro (por mais breve que seja) de duas realidades únicas.
Não há experiência artística genérica. Quanto mais se percebe sobre uma obra, maior a experiência. E quanto maior a experiência, maior o número de variáveis possíveis para torná-la única. Não deixa de ser uma questão matemática: quanto mais sentidos virtuais na experiência, menos limitada ela é.
A não ser que você dependa de inputs sensoriais alheios para perceber a realidade (ou a ilusão dela), não vejo como discordar do ponto apresentado aqui. Francamente, espera-se que qualquer adulto minimamente bem educado já tenha ao menos considerado a relação entre percepção física e virtual, mesmo que com outros nomes.
Aguardo ansiosamente seu comentário.
Para usar o truque de achar tudo “sério demais”, para usar o truque de “concordar com os dois”, ou mesmo para usar o truque de “fingir que se posicionou”: somir@desfavor.com>/h3>
SALLY
Conforme avisado, acabou o amor: quem se adaptar e acrescentar com comentários inteligentes fica, quem não se adaptar, adeus.
A multisensorialidade limita a experiência artística? Não, a engrandece.
Os sentidos humanos se complementam, estando alguns interdependentes entre si. Isto quer dizer que, todos presentes, potencializam experiências sensoriais que ficariam empobrecidas com a supressão de um ou de vários deles. Logo, sua coexistência, a percepção do mundo usando o máximo de recursos possíveis, sempre será mais rica e mais bem aproveitada. Não é a toa que se chama de “deficiente” a pessoa que lhe falta a visão ou a audição. PNE – Portador de Necessidades Especiais, esse eufemismo para “deficiente”, não tem lugar aqui no Desfavor.
Em um experimento científico voluntários foram chamados para provar três pratos de comida e classifica-los conforme o sabor. Provaram o mesmo prato de olhos vendados, depois de olhos descobertos e, por fim, de olhos descobertos e com alimentos tingidos de azul. Eles não sabiam, mas os três pratos eram exatamente iguais no sabor, retirados da mesma panela.
Todos acharam mais saboroso o prato com olhos descobertos de coloração normal e mais desagradável o prato com olhos descobertos de cor azul, uma cor que na mãe natureza significa “não me coma, sou venenoso”. O prato de olhos vendados teve um resultado oscilante entre o mais ou menos e o ruim. Ou seja, ao experimentar a sensorialidade plena, o sabor ficou mais agradável, o que havia de bom foi potencializado. A expressão “comer com os olhos” não vem do nada, é uma realidade.
Isso mostra como a combinação sensorial pode tornar uma experiência mais prazerosa (ou, muito pelo contrário), ou seja, potencializa um efeito que existiria se apenas um dos sentidos fossem acionado. E não estamos falando só de gastronomia, o mesmo vale para as artes. Quanto mais estímulo sensorial, mais rica será a experiência e mais ela conseguirá “tocar” quem a vivencia.
Um exemplo típico do meu ponto de vista: veja um filme de terror sem som. Não provoca o mesmo medo, muitas vezes fica até risível. Isso mostra que a multisensorialidade promove uma experiência plena, mais completa e mais intensa. Uma música isolada, uma cena silenciosa isolada ou uma imagem isolada dificilmente promoverão o mesmo impacto do que se forem apresentadas, em harmonia, todas juntas.
Se a mãe natureza quisesse que nossos sentidos funcionassem de forma separada, um suprimiria o outro: quando ouvíssemos um som perderíamos o olfato (o que seria uma mão na roda em se tratando de peidos, mas não vem ao caso), por exemplo. Mas não, eles atuam em conjunto e um complementa o outro. Experimente realizar atividades rotineiras suprimindo alguns deles de cada vez e perceba como o conjunto fica prejudicado.
Nesse ponto o cinema, chamado de sétima arte, é imbatível: ele estimula vários sentidos de uma única vez, reunindo várias formas de arte (música, imagens, dança, etc) em uma única obra. Oficialmente, as artes são classificadas em sete categorias: 1) música; 2) dança ; 3) Pintura ; 4) Escultura/Arquitetura ; 5)teatro ; 6) literatura e 7) cinema. (até existem outras, mas podem ser inseridas nestas).
Pense em uma música que te comove. Agora pense em um filme que te comove e me diga qual dos dois acrescentou mais à sua vida. O cinema pode reunir todas as outras artes em uma só. Você pode até tentar defender o teatro, mas em matéria de escultura e arquitetura, o cinema pode te levar onde ele quiser: museu do Louvre, Coliseu, Estátua da Liberdade… Ele te permite “conhecer” qualquer uma das outras seis artes e de quebra te apresenta uma sétima forma de nutrir a alma.
Claro que nada impede que se aprecie cada uma destas formas de arte em separado. Eu tiro momentos do meu dia para cada uma delas. O fato de admitir que a multisensorialidade NÃO LIMITA e sim engrandece a experiência artística não quer dizer que não se goste ou se possa apreciar cada modalidade em separado. Cuidado, premissa errada leva a conclusão errada. A multisesorialidade não limita a expressão artística, a complementa, a engrandece. Mas as artes isoladas também tem o seu valor. Não estamos discutindo gosto, não me venha com “eu gosto de…” nos comentários. Não queremos saber o seu gosto, vá contar seu gosto no seu facebook. Queremos saber se você acha que a multisensorialidade limita a experiência artística.
Repetindo a resposta: a multisensorialidade não limita a experiência artística. A menos, é claro, que estejamos falando de mentes limitadas. Mas eu não escrevo para mentes limitadas, não mais. Gente que não consegue ver um filme legendado porque não consegue prestar atenção no que acontece e ler a legenda ao mesmo tempo, sabe? Pois bem, para gente assim, realmente, melhor fazer uma coisa de cada vez: escuta música, depois olha uma fotografia ou uma pintura, depois vê uma apresentação de dança. Porque se fizer tudo ao mesmo tempo o imbecilóide não vai apreender nada.
Mas não é o caso. Aqui sobrou a nata, a elite da elite da faxina que eu tenho feito no último mês. Se você clicar no botão “comentar” e seu comentário for enviado (estará aguardando moderação, mas será enviado) é porque você TEM CAPACIDADE de compreender o que estamos dizendo. Eu confio muito na minha capacidade de ser intolerante, o banimento cantou de tal forma que se você ainda está aqui, pode ter certeza que não é um idiota que não consegue apreciar mais de uma arte por vez. E também não é um idiota ao quadrado que concorda com os dois, porque estamos antagonizando aqui, concordar com os dois é impossível. Fica a dica.
A multisensorialidade é fruto da evolução. No começo, nas cavernas, o pequeno macaco pelado com cérebro do tamanho de uma noz só conseguia desenhar nas paredes. O tempo foi passando, o macaco pelado evoluiu e foi aprimorando a experiência artística, até chegar ao auge, a aquela capaz de te fornecer o máximo de experiência sensoriais juntas: o cinema. Você pode até, por questões pessoais, ter outra forma de arte como favorita, mas não por esse argumento, não porque a multisensorialidade limite nada, mas sim por gosto pessoal.
Entre todas as artes, a mais apreciada no mundo todo é o cinema (hoje também na forma de televisão). Porque será? Mesmo em países desenvolvidos, é através de filmes, seriados e cia que as pessoas mais se comovem, mais se prendem, mais se interessam. Se a multisensorialidade atrapalhasse, cinema e cianão fariam tanto sucesso. Não é por nada que esta arte fascina tanto o ser humano.
Não se esqueça, ninguém quer saber o que você gosta, qual arte prefere ou o que você acha do Somir ou de mim. A pergunta é curta, a pergunta é clara. O que está sendo perguntado é: A multisensorialidade limita a experiência artística? Para evitar o pior, sugiro que cortem esta frase e a colem no começo da resposta, de modo a evitar devaneios e irritação:
Eu acho que a multisensorialidade________________ (limita ou não limita) a experiência artística porque __________________ (justificativa)
Já vimos que devanear esquecendo do que foi perguntado não dá certo, né? Para bom entendedor…
Cheguei meio tarde mas vou dar minha opinião sintetizada.
Eu acho que a multisensorialidade LIMITA a experiência artística porque não se consegue prestar atenção devida a vários sentidos de uma vez. A capacidade humana de percepção neste sentido é limitada e por isso qualquer experiência artistica também é afetada.
Usando um exemplo citado bem oportuno, no cinema 4d acontece um monte de coisas e vc não consegue ter extrema qualidade em nenhuma delas. A cadeira se move bruscamente e com certo exagero, e não se presta a sutileza do filme; o filme em si não tem atuações, é apenas ação, pois vc não conseguiria sentir cheiro, balançar numa cadeira e ainda ser emocional ou artisticamente tocado por belas atuações. O cheiro não é a combinação exata e sutil que algo artistico requereria. É exagerado e se limita a umas poucas ‘fragâcias’. Não é arte definitivamente, apenas multisensorialidade para entreter.
A arte é similar. Tu pode perfeitamente ser ‘tocado’ por algo ao ouvir e ver ao mesmo tempo. Ou sentir cheiros e ver ou ouvir. Mas tudo isso combinado, anula o outro sentido ou o empobrece.
Em suma, multisensorialidade limita e empobrece a experiência artística.
Ps.: Em tempo, falaram da experiência de ver o filme e ler o livro…Eu acho que engrandece a experiência de uma obra. Os casso em que tive este prazer foram: Laranja Mecânica, Cemitério Maldito, Senhor dos Aneis, Red Roses, Ensaio sobre a cegueira, Café da manhã dos campeões, e isso é o que lembro. Todos foram ótimos complementos ao filme e vice-versa.
Ewww… o filme ensaio sobre a cegueira cagaram com a obra do Saramago. Tem partes nítidas lá que a adaptação ficou toda errada!
Eu e o Saramago gostamos. rs
Eu acho que complementou muito bem. Da pra enxergar (ótimo usar essa palavra pra falar desse filme) os personagens que leu no livro. E o livro tem muitas passagens que não foram mostradas no filme.
Além de ter sido ótimo ver minha cidade vazia!
Sim, a multisensorialidade limita a experiência artística.
Quanto menor o estímulo, maiores as possibilidades de nossa imaginação se aprofundar e mais livres seremos para vivenciarmos a experiência artística de forma única e individual.
O exemplo clássico que comprova isso: até os jovens leitores do Harry Potter sabem que, por mais interessantes que sejam os filmes, nada se compara com os livros.
A interpretação de quem lê é muito mais profunda do que a de quem apenas vê imagens prontas. O esforço para compreender é maior, mas a liberdade de imaginar é infinita. E é por isso que ler é um dos maiores prazeres que existem.
Amando ainda mais isso aqui. Indicação de livros…isso é formidável! Quero ler este também.
Bem, a respeito do tema, é óbvio que não limita a experiencia; pelo contrário, expande-a. Alguém falou de games. E que tal unir games e publicidade? É o caso do Advergames, nova tecnologia que envolve a multisensorialidade. O Somir poderia falar melhor sobre este recurso publicitário. Achei genial!
Eu acho que a multisensorialidade limita a experiência artística no sentido de diminuir a liberdade catártica do receptor. Por outro lado, a junção de elementos sensoriais cria novas camadas de interpretação e experiência. Mas tem uma coisa melancólica subjacente a esse debate, que é a morte da imaginação na sociedade moderna. Hoje é muito comum receber tudo pronto, e há pouco espaço para a criação de universos imaginários próprios, únicos, individuais. Eu mesmo sinto isso nas minhas aulas, é absolutamente ridículo ver que a maioria dos jovens realmente acredita que as coisas que ensinamos existem de fato, e não que são produto da imaginação de pessoas talentosas.
Não me xinguem, mas tô sentindo cheiro de Adorno no blog.
Adorno?
Theodor Adorno, sociólogo da escola de Frankfurt. Depois de famoso, ele escreveu uns textos super rebuscados e non sense, só pra ver o que as pessoas iam dizer. E todo mundo achou o máximo, claro, antes de ele dizer que era de sacanagem.
ACHO que a gente já fez isso aqui, mas juro que não tenho certeza. Somando o fator Minha Idade com o fator Tempo de Blog eu definitivamente começo a não lembrar mais sobre o que escrevi.
Sinto isso muito com crianças. Todos os livros infantis tem desenhos, não permite à criança exercitar a imaginação e criar o personagem na sua cabeça.
É por isso que conto histórias pra minhas filhas sem livro. Elas tem que imaginar as paradas, senão não tem graça. E em uma faculdade de química a gente tem que explicar que os átomos não são bolinhas pequenas.
Tem que explicar isso em uma faculdade de química? Puta que me pariu…
A esperança é o caralho? Isso aqui já foi quase una família, agora virou porradaria nos comentários. Wtf deu errado? O blog é moderado, então quando rolar tosqueiras de atacar outro é só bloquear e pronto.
Saiu no lugar errado. Era sobre o texto da esperança mas no cel cliquei errado.
Eu vou me meter em briga de leitores? Nem a pau, não sou mãe de ninguém aqui.
Não limita. Ao contrário, oferece um cenário com mais possibilidades que podem provocar nossa mente. Isso tende a gerar uma intensidade maior de emoções, o que, no final das contas, é o objetivo da experiência artística.
É como assistir a um concerto de uma sinfônica: você pode fechar os olhos e se concentrar apenas nas sensações provocadas pelo som. Ou pode observar todo o cenário que compõe o espetáculo: os movimentos espetaculares do regente e dos músicos, a iluminação, o figurino, etc. Tudo reunido potencializa a emoção que você sente. E são muitos estímulos visuais onde o foco teoricamente seria… a audição!
Curioso o texto de hoje. Estava pensando neste assunto ontem, quando assisti a um concerto e observei um senhor na fila da frente com os olhos fechados. Pela postura parecia estar se concentrando no som, e não cansado ou com sono. Fiquei pensando se ele estaria aproveitando melhor o momento, mas logo percebi que a minha imersão naquele cenário como um todo me dava mais condições de explorar a experiência em questão.
Assim como eu, muitas pessoas tem uma experiência mais rica se ouvirem aquele trecho mais sublime da composição acompanhado de uma mudança de luz, e da visão de um gesto quase enlouquecido do maestro! Carrega o momento com muito mais intensidade.
Sobre o argumento de não aproveitar suficientemente bem todos os estímulos, acredito que seja questão de hábito e continuidade. Quanto mais usar diferentes percepções associadas, mais as desenvolverá e se aproximará da totalidade de estímulos que poderá aproveitar. Mas daí a dizer que estarão limitados, não vejo como sendo o caso.
Olha, eu acredito que não limita não. Afinal, indo pelo lado do “objeto” artístico propriamente dito: se ele é capaz de provocar diferentes sensações, se ele pode ser sentido, apreciado de diferentes maneiras, por que então limitar-se ele à experimentação dele apenas por um viés? Óbvio que aqui estou meio que no campo da generalização, e não dá pra aplicar tal regra a todos os objetos; mas a maioria deles é possível sim experimentá-lo por diferentes meios, e ao mesmo tempo. Tão logo, a multisensorialidade acrescenta e não limita!
Eu também já estive em um, mas no exterior. É realmente fascinante a experiência!
Eu acho que a multisensorialidade limita (limita ou não limita) a experiência artística porque quanto mais aflorados forem seus sentidos maior é o seu senso crítico. (justificativa)
HAHAHAHAHAHA
Por que esse cara do aquário posta sempre a mesma coisa? Parece até meu sobrinho quando aprende uma palavra nova fica repetindo o dia todo.
É evidente que a multisensorialidade engrandece a experiência artística! Quanto mais despertar nossos sentidos, mais completa é a obra. É assim em tudo na vida.
Porque quer atenção, por carência e principalmente por problemas psiquiátricos
Tens varal em casa?
Tem mas não sabe usar
Comecei concordando com o Somir quando ele citou o exemplo do livro x filme. Realmente é muito frustante, na esmagadora maioria das vezes, ver o filme gerado por um livro, mas quando li o texto da Sally acabei concordando com ela.
Claro que o livro é mil vezes mais rico em detalhes, nuances e reviravoltas da história que está sendo contada do que o filme. Até por que não há tempo o bastante para retratar isso numa tela de cinema. Mas, o conjunto de imagens, sons, o timing perfeito pode dar uma emoção capaz de abalar qualquer. A prova disso é que um filme mal dirigido é uma merda não importa quão grandiosa é a história e cenários.
E discordo que filme é coisa de gente preguiçosa. A não ser quando se fala de gente que se recusa ler o livro para ver o filme nos cinemas.
Não limita, complementa. A lembrança de um acontecimento remoto fica muito mais clara para mim quando é acionada por um cheiro ou uma música. O exemplo do cinema 4D é muito bom, já estive em um e parece que você está vivendo aquilo de verdade.
Não creio que a multisensorialidade limite a experiência artística, embora talvez seja interessante notar que o fato de pessoas serem visuais, auditivas ou cinestésicas( li um estudo a respeito a alguns anos atrás) possa alterar a percepção que cada pessoa tem da multisensorialidade.
Pra mim não limita, e acrescenta demais. E quanto mais sensações juntas, maior o interesse pela experiência. Quanto mais sensações mais neurônios ativados, mais sinapses, mais estímulo pro cérebro. Não é a toa que crianças estimuladas em todos os sentidos se saem melhor que outras menos afortunadas. E olhem as coisas pra crianças: tudo muito colorido, com barulho, cheiro, texturas… E quanto mais informações, mais atrai!
Eu sou uma pessoa muito míope, desde pequena… Poderia até conseguir atestado de deficiente, se eu quisesse. Cresci num mundinho interno, de muita leitura e imaginação, já que por muito tempo nao enxerguei o mundo real. Hoje em dia, quanto mais sensações envolvidas em algo, mais eu vou me interessar e me lembrar desse algo. Um evento que só me estimule a visão é desinteressante… E não consigo isolar os sentidos pois tudo tem uma associação (uma imagem lembra um toque, um toque lembra um som, um cheiro, um som lembra um gosto… Tantas possibilidades!). Alguns estímulos me desencadeiam um conjunto tão completo e vívido de sensações, uma experiência tão incrivel, que não consigo entender como o Somir pode pensar dessa forma!
Eu acho que limita.
No caso do filme de terror, da loja da Melissa e em grande parte do conteúdo de marketing de um produto, o autor não quer que você interprete de maneira diversa da que ele propõe. Isso, ao meu ver, limita sua experiência àquela que o autor quer que você tenha, limita o exercício intelectual de buscar suas próprias percepções e respostas. Não há espaço para “ressignificar” a arte. Ela “é” e pronto.
E isso interfere até na forma com que o observador se relaciona com a obra. De forma geral as experiências mais marcantes são aquelas nas quais o observador consegue atribuir um significado pessoal. E acho que essa apropriação da obra é mais difícil quando o autor já mastigou e entregou todo o conteúdo e forma.
Por isso livros costumam ser percebidos como “melhores” que seus respectivos filmes, e filmes que rendem discussões e paixões costumam ser aqueles que não entregam tudo (o famoso 2 e 2). Há espaço para a imaginação, para atribuição de experiências pessoais, para um significado que talvez o autor nem tenha imaginado.
Achei o argumento do Somir muito bom ao falar do quão frustrante pode ser ler um livro e assistir ao filme inspirado por esse mesmo livro. Mas achei que esse argumento ficou poluído quando olhei pela perspectiva do excesso de expectativa que uma pessoa pode criar com relação ao filme. Expectativa prejudica a percepção de tudo, vai desde filme (baseado em livro ou aquele que alguém comentou ser super engraçado) ao simplesmente conhecer uma pessoa que você mesma a colocou em um pedestal de expectativas de perfeição. Não tem como a experiência não ficar limitada ou frustrada. Acho que precisa discernir aqui idealização de experiência artística.
Portanto, discernindo esse aspecto, penso que a multisensorialidade não limita a experiência artística, acrescenta, desde que utilizada na dose certae no momento certo. Tudo que é informação demais, de maneira desarmônica prejudica a percepção, e eu também acredito que o limite disso é muito pessoal. Há pessoas que detestam assistir filme 3D/4D, outras já acham o máximo.
Penso que não limita a experiencia. A maior prova disso é que lojas que tem som ambiente, cheiro, espaço físico agradáveis vende muito mais que uma loja que só tenha, por exemplo, um espaço físico lindo e apenas isso.
Melissa vende horrores e cada vez que jogam um spray no ambiente com cheiro de Melissa aumentam as vendas do dia
Acredito que ela limita e muito. A primeira vista, tendo a concordar e muito com a Sally (e a maioria dos impopulares) quando ela dá o exemplo da sétima arte, o cinema. Porem, gostaria de lembrar aos impopulares que não vivemos no mundo ideal das artes, e que apesar de o cinema estimular mais de um sentido nosso e com isso parecer que a multisensorialidade é engrandecida, não podemos esquecer que tem barulho de gente comendo de boca aberta ao seu lado, rindo em horas indevidas, conversa alta, cutucando vc, a pipoca pode está ruim ou ate mesmo pedirem para passar e atrapalhar sua visão da tela e todos os desfavores que todos nós ja enfrentamos, de modo que a nossa experiencia acaba sendo limitada (e prejudicada) justamente por precisarmos de mais de um sentido para aprecia-la e esse sentido acabar por sofrer ruídos de terceiros.
Quem aqui está falando de barulho? Barulho não é multisensorialidade, é cerceamento sensorial (por estímulo, por ruído)
Entra no campo hipotético aí, amigo. Vê o filme em casa sozinho.
Tens aquário em casa?
Olha o Mark aí, gente! Hora impropria pra voltar. ..
Mas o barulho seria um fator externo atrapalhando a multisensorialidade comprometendo a apreciação da arte e não a apreciação da arte sendo atrapalhado pela exigência de multisensorialidade. Por mais que se ache que ela atrapalhe a apreciação no exemplo citado a culpa não é dela.
Acredito que a multissensorialidade não limite a experiência artística, acredito assim como a Sally que ela a complementa. Quantas vezes não ligamos músicas a momentos importantes ou pessoas importantes?
Quem aqui não teve um professor que ensinou uma música pra decorar aquele assunto da matéria que ele ensina?
Entendo os pontos que o Somir descreveu mas acredito que uma obra que estimule vários sentidos seja bem mais marcante para observador do que uma que se limite a apenas um.
Você vai concordar com a Sally… citando um exemplo do Somir?
Desculpe perguntar, mas tens aquário em casa?
A multisensorialidade não limita a experiência artística e sim a acrescenta. É claro que em outras outras artes basta um único sentido para apreciar-la de boa forma, mas a arte quando completa, pode atingir vários sentidos provocando um misto de sensações incríveis e deixando-a melhor do que inicialmente.
Não acho que a experiência ou sensação artística fique limitada ou prejudica pela multisensorialidade, é um complemento bem vindo desde que aplicado da forma correta e quando couber. Por exemplo comprar livro em audio eu acho que prejudica a experiência e que é coisa de preguiçoso. Já um livro em forma de monólogo numa peça teatral pode ser muito interessante, pois foi aplicado um complemento que agregou valor artístico.
Generalizando tudo, eu acho que a arte foi evoluindo e componentes foram sendo acrescentados, mas os novos componentes não tiraram a riqueza dos antigos que não necessitavam deles. Alguém parou de gostar de pinturas renascentistas porque elas não transmitem 100% da realidade como uma foto faz? Alguém parou de achar foto legal porque elas não transmitem som? Alguém deixou de gostar de teatro porque filme você pode pausar pra ir ao banheiro e depois retomar do exato ponto sem perder nenhum detalhe?
Bom argumento
“Quanto mais informações físicas entrando em seu universo pessoal, menor a possibilidade de gerar conclusões independentes.” Concordo com esta frase do Somir, porém, não acredito que a “conclusão independente” seja uma regra necessária.
Por que não fazermos uso de mais sentidos? Quanto mais sentidos usamos, mais o nosso cérebro é capaz de compreender. Por isso que crianças pequenas colocam tudo na boca. Visão e tato não são suficientes para elas, sendo assim, paladar é o próximo a ser utilizado. O nosso “horizonte” se expande. E não é isso o que queremos? Sermos capazes de compreender o máximo de coisas possíveis?
Creio que a função da arte seja a de expressar (de outra forma) aquilo que não conseguimos colocar em palavras. E para isso vale qualquer meio para compreendê-la melhor.
Concordo plenamente
Bom… eu não sei se sou inteligente, mas.. No caso de comida limita sim, porque eu não conseguiria comer uma pizza 4 queijos que eu amo se estivesse pintada de azul e nem um prato sem graça bem arrumado num prato lindo. Por outro lado no caso de arte, acho que engrandece. Já aconteceu de eu ir ver um filme chato, mas a trilha sonora ou a beleza dos atores valeram o ingresso. No geral, se souber usar mais amplia do que limita.
“Por um lado sim, por outro não. No geral, depende”.
E em casa, tens aquário?
Se multisensorialidade limita a experiência artística? Acho que não. Apesar de entender o ponto do Somir (de que uma obra que estimula um único sentido sensorial pode estimular mais profundamente o que ele chama de sentidos virtuais) e até achar que ele vai conseguir achar muitos exemplos concretos disso, eu não acho que múltiplos sentidos sensoriais limitem a experiência artística. Não conceitualmente, pelo menos.
O que eu acho é que nós ainda estamos descobrindo como funciona esse negócio de “multisensorialidade” no meio artístico. Enquanto nós temos esculturas de mais de 20 mil anos, o citado cinema tem só 120 anos – o que significa que enquanto nossas primeiras maneiras de expressão (e experiência) artística foram as esculturas, pinturas, danças e músicas; nós estamos ainda descobrindo como misturar isso tudo. Isso sem contar as diferenças mais óbvias de forma dessas artes: enquanto o grupo mais antigo é de percepção, o cinema é mais de narrativa e essas duas formas diferentes usam os sentidos sensoriais de formas diferentes – enquanto o primeiro grupo é um golpe sensorial, o segundo é um rio de sensações que passa pelo publico (e cujo valor pode acabar residindo na rede que a audiência usa para “pescar”, se é para manter a analogia).
Dito isto, eu defendo meu ponto dizendo que uma arte que pode, em sua forma, estimular vários sentidos sensoriais e ainda assim colocar o seu público em um estado ativa durante a sua apreciação provaria que a multisensorialidade não só não limita a experiência artística, como ainda a engrandece. Essa arte existe? Eu acho que os video-games serão essa arte – e importante notar que eu disse “serão” e não “são” (sendo ainda mais recente que o cinema, os games estão ainda engatinhando na melhor das hipóteses enquanto forma de arte, mas já deram sinais de que podem alcançar esse status).
Sabe que eu até acho que videogame seja uma forma de arte?
Hoje, eu concordo com você. Há algumas semanas, eu teria discordado e citado Roger Ebert. Mas há pouco tempo meu filho me mostrou um jogo chamado “Papers Please” que me fez mudar de ideia.
Parece bobo, mas o jogo é sobre você ser um funcionário da alfândega de um país comunista que está abrindo as fronteiras pela primeira vez. Sua função é checar os documentos das pessoas (a lista do que as pessoas precisam ter muda diariamente) e quanto mais pessoas você atender, mais você ganha no fim do dia pra alimentar e manter sua família.
Eu precisaria de um comentário quilométrico pra explicar como esse jogo me fez mudar de ideia, mas desde que o joguei eu comecei a ver video-games como uma forma de arte diferente. Meu filho já ficou de me apresentar outros jogos (um chamado Mass Effect parece promissor), então eu ainda estou formando minha opinião sobre os games. Hoje, eu penso que os games ainda estão engatinhando (e perdidos entre imitar o cinema e ser viciante), mas a medida que a mídia for amadurecendo, eles vão ganhar um lugar de destaque no meio artístico.
Para mim Sillent Hill, qualquer um deles, é mais assustador do que qualquer filme de cinema. Me desperta emoções muito mais fortes.
“The last of us” também é um ótimo exemplo de vídeo game que trabalha mais com arte do que ficar pulando na cabeça dos inimigos. É uma estória incrível e muito bem contada sobre apocalipse e com um final bem parecido com a vida real. O “herói” é um homem, termina a estória como um homem, nada de super herói ou uma pessoa sem defeitos. Acho que vale uma conferida pra quem tem um PS3.
Bom saber, nunca joguei, vou jogar!
Os video-games são mais promissores por fazer o jogador viver o contexto e, por isso, pode assustar mais, angustiar mais, agradar mais.
E tem tempos que os jogos apostam em outras variáveis além do normal para deixar o jogo mais completo.
Pra começo de conversa, começar análise com “eu acho” já tira meio ponto da questão. A multisensorialidade modifica experiência artística, uma vez que a combinação de sentidos (sensorialidade) gera resultados com uma configuração diferente, evocando sentidos (semiose) distintos. A compreensão deste fator como algo limitante ou amplificador, a menos que se tenha uma perspectiva de magnitude (intensidade) da experiência, é um juízo de valor, só então cabendo a questão do “achismo” suscitado pela formulação. Pena vocês ditadores buscarem “achistas” como indivíduos modelos para a nação impopular. Atendendo ao pedido de vocês: eu acho que a multisensorialidade pode limitar a experiência em alguns casos; certa vez, tive o privilégio de ver e tocar uma mulher que do ponto de vista óptico e táctil era uma obra de arte, mas quando abria a boca (aspecto ótico ou auditivo), limitava o prazer estético da experiência. Quando resolvi ampliar a experiência incluindo o aspecto gustativo, uma surpresa olfativa desagradável me fez mudar de ideia.
P.S.: eu ia incluir uma consideração sobre a intuição como um sexto sentido, mas o Somir poderia achar implicações pseudocientíficas no comentário e me banir.
Mulher não é obra de arte.
Todo Ele Disse, Ela Disse se funda na opinião dos leitores, ou, se você preferir, no “achismo”, pois se houvesse uma resposta correta, científica ou matemática, procuraríamos em livro, não colocaríamos o assunto para debate.
Há quem pense diferente:
http://portalcuriosidades.com/artista-suica-fica-completamente-nua-em-exposicao/
ESSA mulher se colocou na posição temporária de uma obra de arte, mas ela não É uma obra de arte.
Esse foi meu argumento em fragmentos, mas foi voto vencido. Então, arte é o que a gente quiser que seja, quando assim o quiser. Se provocou o gozo dos sentidos em uma experiência estética, pode ser arte. Mais ainda se estiver maquiada, pois aí há uma intenção estética subjacente. Viva a pós-modernidade!
Está em entrelinhas que fiscais de aquário não sabem ler. O exemplo deixa a posição clara, para quem tem mais de dois neurônios operantes: dependendo da combinação sensorial, a semiose é outra. Se vai limitar ou ampliar, depende do seu gosto. Quem intelectualiza, usa os sentidos como um trampolim e acha que muita informação faz perder o foco; quem sensualiza, acha que o somatório de impressões agrega valor à experiência. Eu entendo que modifica qualitativamente o sentido da obra, dependendo da informação envolvida.
O fiscal do aquario vai ser banido, eu só queria que vocês pudessem ver que ele está aqui
Assim, sem a gente poder arrancar o braço que ele colocou para dentro da jaula?!
Podem bater o quanto quiserem
Eu achando que era você obrigando as pessoas a acrescentarem mais aos seus respectivos argumentos e comentários.
Fiquei meio dividido nesse ED/ED: “Os impopulares analisam cuidadosamente o enunciado; e julgando-se dignos de acrescentar algo à discussão, assumem os riscos de fazê-lo” me fizeram quase instantaneamente desistir de soltar meus achismos, porém “Para ficar apavorado e não comentar nada” e “Todo Ele Disse, Ela Disse se funda na opinião dos leitores, ou, se você preferir, no “achismo” ” me fizeram sentir na obrigação de acrescentar ao debate. Semana passada falei que preferia pagar pela ação do que pela omissão, soaria no mínimo covarde e incoerente omitir por conveniência (e medo) justo no post seguinte de uma convocação. Não estou julgando quem se omitiu na semana passada e hoje. Então vamos pagar pela ação novamente….
ACHO que a multisensorialidade (palavra que o corretor automático parece desconhecer) acrescenta a sensação e percepção artística, contudo varia em intensidade de acordo com a arte a ser apreciada. É claro que cinema, teatro e dança são artes que jogam muito a favor do acréscimo e do argumento da não limitação, mas mesmo esculturas e pinturas, quantas não vem a mente pelo simples som (coincidentemente, não elaborado) que estava no momento
da apreciação? E mesmos os elaborados, podem compor e fazer perceber algo que antes era superficial (qualquer arte de tribos africanas com e sem música em documentários são exemplos), ou o barulho de sirene + aquela ilusão de óptica de círculos infinitos.
Não consigo vê-la limitando de forma determinante, além de que muitos argumentos favoráveis a limitação abordam o aguçar dos outros sentidos quando usados individualmente; Pode ficar aguçado, refinado com maior alcance, mas não muda a grande possibilidade de que você ainda está perdendo algo. Não precisa estimular somente um, ser uma experiência acima da média com um não influência que seria melhor se todos fossem usados e calibrados pra funcionarem juntos. É por isso que o exemplo dos PNE me parece manco: Ter a visão apurada não te faz captar algo que só a audição poderia lhe proporcionar (mesmo que a audição não precisasse ser usada e fosse totalmente descartável); Enfim acho que os PNE são exemplos muitos manipuláveis, não é algo que podemos cravar com certeza absoluta a favor da limitação da multisensorialidade pelo fator “foco”.
EU? JAMAIS
Babaquice ficar fingindo que não sou eu. Não sou eu não.
Se você está falando eu acredito, mas eu achei que era sim, só pra tirar-nos da zona de conforto (como se as indiretas diretas do Somir já não tivessem sido suficientes)…
JAMAIS faria isso. Recurso barato e desonesto.
Recurso barato e desonesto. Isso é verdade, você pode ser fdp (no bom sentido – desacreditei que você fez um cara quase suicidar-se só com o Orkut ou revelar as mães hipócritas com seus filhos normais e acima da média) mas tem seus princípios.
Se possível gostaria de ter um feedback da minha opinião do tema (gosto quando as pessoas expõe as falhas de argumentação das outras, coisa que está rara no Desfavor – convivência harmoniosa demais), pra ser ignorado já me satisfaço com o Somir.
Quando eu não falo nada, é porque concordo e não tenho mais a acrescentar.
Não acho que limite não, acho que acrescenta, tanto que citando o cinema como exemplo, cada vez mais temos cinemas 4D, e a experiência é muito boa, são feitos clipes de musicas também, é um estimulo complementado o outro.
Cinema 4D é bacana? Li que tem mais de 20 estímulos sensoriais diferentes.
Muito bacana, o problema é que é muito caro… a cadeira mexe, vibra, solta cheiro, fumaça, é uma experiencia que vale muito a pena, pois diferente dos cinemas de parque de diversão, é um filme normal, com enredo e atores bons, porem com maiores estímulos.
Eu entendo que os sentidos são fundamentais para a participação direta do sujeito com o mundo, ou seja, as sensações geradas pelos sentidos agem diretamente como uma ponte que conecta as experiências estéticas, sensitivas e reflexivas.
No caso de deficientes (surdo, cego…) diversos estudos apontam que a falta de um sentido “é compensada” por outro. Esses dias na aula de libras (obrigatória para cursos de licenciatura da minha faculdade) estávamos discutindo exatamente esta questão: Como é a percepção sensorial dos deficientes. Tivemos contato com alguns surdos, e todos defenderam que a surdez é um fator positivo para algumas atividades, como visitas a museus e demais locais onde o silêncio é necessário. Acredito que faça bastante sentido, pois no silêncio absoluto eles conseguem usar outros sentidos sem maiores distrações.
No caso de pessoas sem deficiências, acredito que depende de como a obra consegue estimular os sentidos de maneira que a experiência estética ocorra fruída (ou não, desde que seja intencional).
Dito isto, meu pensamento se assemelha as ideias da Sally. A multisensorialidade engrandece a obra (acrescento: quando bem utilizada!).
Finalizando: Lendo este post, me lembrei de um livro que estudei nas aulas de filosofia da faculdade. Chama-se Arte como experiência, de John Dewey. Ele aborda algumas questões sobre experiências estéticas, sensitivas, sensoriais… Pra quem quiser aprofundar no tema, vale a leitura.
Interessante o livro, quero ler!
Tenho em PDF. Já mando.
OBA!
Também me interessei por esse livro, Suellen. Será que é difícil de achar em sebos?
Provavel que você consiga a versão em espanhol ou inglês com certa facilidade. A versão em português é relativamente nova…
Obrigado, Felipe. Vou procurar.
A edicao que eu tenho é dos anos 30, em inglês. Se essa edicao tem quase a minha idade, deve ser facil achar varias outras por ai.