Jogo Mortal.

Nas planícies gélidas do Inferno Austral, nosso herói, Tim Star, corre contra o tempo para reecontrar-se com seus companheiros do Esquadrão do Fim do Mundo. A noite se aproxima, e com ela temperaturas insuportáveis. A cada passo, o abraço da neve fofa caída pela manhã torna-se mais e mais irresistível. Seus anos de treinamento não o fazem presa fácil para as intempéries locais, mas a fome e o cansaço começam a fazer do ambiente uma besta inescapável. O ar congelante assalta seus pulmões com uma dor lancinante, a visão começa a enturvar.

Primeiro a cabeça fica leve, depois o corpo pesado. Desaba onde está, incapaz de oferecer resistência. Os últimos raios de sol já contemplam seu corpo sem vida.

É… ok… ok.

Do outro lado do mundo, na ensolarada Praia das Adagas, a jovem princesa Katelyn Braant sente-se feliz como nunca ao segurar a mão de seu prometido, o belo Tristan Serafinen, herdeiro do trono de Estrela Maior. Num golpe de sorte do destino, o belo casal encontrou amor verdadeiro num casamento arranjado. Ambas as famílias tem muito a ganhar com essa união, mas isso não entra em consideração quando trocam olhares e promessas sob o sol da manhã. Com a conivência das acompanhantes de Katelyn, o casal acomoda-se longe da vista sobre uma pedra banhada pelas ondas. O príncipe aproveita o momento de privacidade para roubar um beijo de sua amada.

Ela, num gesto de brincadeira, empurra-o para longe, protegendo sorridente sua virtude. Infelizmente, o empurrão sai mais forte que o planejado e Tristan perde o equilíbrio. O pé não consegue encontrar apoio numa superfície escorregadia, fazendo-o despencar por sobre as pedras. Sua cabeça bate primeiro no chão, espatifando seu crânio em vários pedaços. Katelyn berra desesperada por socorro, mas é tarde demais.

Sério? Não… sério? Tá bom, tá bom…

O Enclave Real ainda é a grande maravilha da engenharia humana. Um castelo imponente cercado por uma vibrante cidade cheia de pessoas, cores e sabores. É lá que vive Richard Tremere, um outrora próspero comerciante de tecidos que decidiu-se por abandonar sua riqueza para viver em função da fé no Criador. Seus conselhos são valorizados por inúmeros homens e mulheres que buscam por sabedoria diariamente. Mas, Richard tem um segredo. Na calada da noite, ele escapa sorrateiramente do mosteiro em que jurou passar toda sua vida para se encontrar com… espera… não, no caminho ele se encontra com um grupo de bandidos.

Eles tomam a bolsa de moedas que carregava sob seu robe e os esfaqueiam ali mesmo. Inúmeras e dolorosas facadas. Depois de duas horas agonizando no chão sobre uma poça do próprio sangue, Richard perece.

Peraí, não deu nem pra contar a história dele dessa vez! Ele só morreu. O que ele estava fazendo? O dinheiro era pra quem? E por que estabelecer o Enclave Real? Ok… tá bom, vamos continuar.

Cercando o castelo de Narayan, um exército de mercenários contratados pelo Rei Caído, conhecido como Aldo Othonin antes de ser obrigado a abandonar a família para a morte certa ao fugir da sua antiga morada, a Estrada Infinita. Sua fama o precede: implacável e impiedoso, tomou de assalto cinco cidades até aqui. Nada parece ser capaz de pará-lo, a não ser o plano dos locais, que se preparam para… oi? Não… sério?

Uma flecha perdida acerta o Rei Caído em cheio, e ele morre ali mesmo. Seu exército decide invadir a cidade mesmo assim, destruindo tudo o que vê, matando os homens e estuprando as mulheres. Mesmo sem seu líder…

É que fica estranho… eu entendo que essas coisas acontecem, mas sei lá, eu estava esperando pelo menos… não, pensa… o lugar chamava Estrada Infinita… não é natural querer saber o motivo? É uma estrada mágica ou foi chamada assim por algum outro motivo? E quem foi que fez o Rei Caído cair? Agora que ele morreu a gente vai ter que ir pra próxima… tá, tá bom.

Órfã desde os cinco anos de idade, a pequena Thalys percorre os corredores apertados da Cidade de Fogo em busca de qualquer coisa que aplaque sua fome. Ao dobrar uma esquina, percebe um dos cavaleiros reais conversando com uma senhora idosa. A senhora entrega um… HÃ?

Um soldado acerta Thalys pelas costas. A espada atravessa seu corpo, pintando suas vestes de vermelho. Thalys está morta.

Essa nem sobrenome teve. E por que Cidade do Fogo? O soldado era amigo do cavaleiro? Ela tinha feito algo errado? Entende o que eu quero dizer? Não quero mais continuar. Não, não quero. Cansei. Não acredito mais que tudo vai fazer sentido. Ok! Ok! Mas é a última.

Dentro do Castelo das Nuvens Douradas, o mestre dos espiões reais tem uma mensagem para o Rei Duvall. Uma adaga, direto em seu coração!

Pronto! Você ganhou. Eu desisto. Não vai ter mais história nova. Se vira com isso. Tudo bem? Sério? Então vamos voltar.

Numa caverna em pleno Inferno Austral, o grupo de patrulheiros do Esquadrão do Fim do Mundo finalmente encontra o que procurava: a Espada das Neves Eternas. Forjada em tempos imemoriais, ela é a única capaz de ferir os dragões que assolam a Criação. O líder do grupo, Gustav Tersinyan, tira-a do Trono de Gelo e recita as palavras do ritual. A espada brilha e desaparece da vista do grupo. A caverna desaba e todos morrem ali mesmo.

Porra! Mas tá, tá… avançou.

Na Praia das Adagas, Katelyn chora desesperada sobre o corpo de seu amado. Seu belo vestido está embebido em sangue. Inconsolável, não permite que suas acompanhantes a tirem de perto. Nem mesmo a aproximação de um dragão no horizonte é motivo. A besta não demora em fazer seu ataque, queimando até a morte todos os presentes.

Por isso que você falou dos dragões, né? Deixa eu adivinhar, dragões vão matar todo mundo que restou? E ninguém vai pegar a Espada? Ah, vai? Então vamos!

A Espada das Neves Eternas surge nas mãos do único guerreiro capaz de bradá-la: O Rei Caído. Mas ele já está morto. Os dragões seguem sem adversários à altura.

Fim.

Não! Fim não. Isso não pode ser o fim. Me dá alguma coisa, vai… o que é isso? Não, espera… espera… eu gostei sim, não faça nada do que vá se arrepender depois, guarda essa arma. Não! Por favor! Não! N

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