Ruta de escape.

O Brasil estando como está, e os aeroportos do mundo estando fechados como estão para os brasileiros, a discussão de hoje pode acabar sendo muito válida. Os impopulares fazem suas reservas.

Tema de hoje: qual o melhor país da América Latina para fugir do Brasil hoje em dia?

SOMIR

Chile. Chile tem civilização e não faz fronteira com o Brasil, o que sempre é um bom começo. Evidente qual o país que a Sally vai escolher, mas embora eu estivesse tentado a concordar com ela, acho que está na hora de aceitar que a Argentina foi um experimento que deu errado. O Chile ainda tem uma chance.

A primeira coisa que temos que aceitar num caso desses é que sair do Brasil é sair de um país gigante com uma economia igualmente gigante em comparação com seus vizinhos (só o México pode jogar mais ou menos na mesma divisão que o Brasil). No resto da América Latina, é praticamente tudo muito menor. PIB, indústria, comércio, serviços… a gente bate muito no Brasil, mas não podemos esquecer que um estado do Brasil provavelmente é economia maior que boa parte da América do Sul junta.

Então, sim, teremos restrições. Na maioria absoluta dos casos, você não para um país que tem umas cem cidades onde você pode exercer praticamente qualquer profissão, então que as opções limitadas contem. E para elas contarem, temos que analisar o potencial de cada país.

Claro, países como o Uruguai parecem muito confortáveis, mas tem indústrias limitadas e população menor que várias capitais brasileiras. Bolívia, Peru, Paraguai e similares realmente ainda não fizeram a transição para o século XXI, a Colômbia tem potencial, mas também não é essa pujança toda, nos resta a dupla Argentina e Chile.

O problema da Argentina é que eles estão patinando desde o final da Segunda Guerra Mundial com as indas e vindas do peronismo. Todos os países já lidaram (ou ainda lidam) com governos desastrosos, isso nem é ponto central do argumento, o problema é que daqui a pouco vai fazer um século e a Argentina não sai dessa crise.

E eu tenho certeza que muitos argentinos vão concordar: a crise meio que virou a identidade argentina. Depois de tantas gerações, será que o povo local vai saber se identificar de outra forma? Sim, eles são muito mais cultos que os brasileiros, dá até vergonha comparar; mas assim como boa parte dos investidores internacionais, eu também não consigo confiar em uma retomada do nosso vizinho sulista.

O Chile também tem um histórico de riqueza passada (vendendo pedras e cocô de gaivota) e passou pelo mesmo processo de ditadura militar violenta e estúpida que boa parte dos outros países da América do Sul passaram quando os EUA estavam com medo dos comunistas, mas é um dos únicos países que pareceu acordar para a vida depois dessa fase.

Durante muitos anos, vimos o Chile sair de uma série de vilarejos de mineração para uma economia muito mais moderna, mesmo que sob uma febre de neoliberalismo que não envelheceu tão bem assim. Recentemente, o país deu uma guinada um pouco mais para a centro-esquerda, mas nada que tenha assustado ninguém além dos mais exagerados conservadores.

Num continente cheio de países empurrando com a barriga, o Chile trabalhou. Ainda não é uma das grandes economias mundiais, provavelmente não tem território para ser uma delas, mas pra média, estabilizou melhor que quase todos seus vizinhos. E falando sobre território, seu formato curioso pode ser muito útil no futuro: dono de boa parte da costa do Pacífico da América do Sul, o país tem o potencial de ser o maior intermediário do comércio asiático na região.

E como não dá para ficar plantando soja ou criando gado por lá, podem apostar que o país vai ter que continuar se preparando para a economia do século XXI com muito mais afinco que seus vizinhos cheios de campos abertos. A Argentina pode ser muito maior, mas o Chile parece mais ligado no futuro. Se os dois países começam a se equiparar no campo econômico, é muito melhor apostar no que cresceu para chegar lá do que o que está caindo na comparação.

Vamos falar de coisa escrota? Vamos falar de coisa escrota! A Argentina está sendo tomada pelos índios da região. O país aposta tanto em criar redes de segurança social que é muito atrativo para os povos mais abandonados da região. Ainda tem muito chão para acabar o processo de assentamento desses migrantes, e algumas gerações para eles se integrarem bem na sociedade.

Já o Chile… eles já são índios, desde o começo. O processo de modernização aconteceu com eles há tempos, e o povinho dourado da região já está suficientemente ocidentalizado. Não tem mais que passar por toda a fase de adaptação. A Argentina vai continuar teimando que é europeia da gema por várias gerações, fingindo que não precisa lidar com a mudança populacional até ficar cheia de favelas e um sistema ainda mais pressionado.

E já que estamos sendo escrotos: você vai ser muito alto no Chile. O país tem uma média de altura patética em comparação com quem teve muita imigração europeia e/ou tráfico de escravos. Pras mulheres não sei se é muita vantagem, mas para os homens é sempre um bônus.

O que me leva a um ponto importante: na Argentina, você é um macaquito por vir do Brasil. Branco, negro, asiático, seja lá de que parte do caldeirão genético brasileiro você venha, vai ser tratado como algo inferior pelo portenho, mesmo que ele não admita na sua cara. No Chile, você é bem mais neutro, porque chileno detesta argentino e peruano com tanta força que não sobra espaço pra mais ninguém. Mais uma vantagem de não fazer fronteira direta. Se você tiver um pouco mais de dinheiro então, o tapete vai estar estendido.

Ambos os países tem cidades decentes com os serviços esperados em cidades decentes, mas só o Chile parece que vai continuar crescendo. A cultura argentina me encanta, mas país precisa de dinheiro para sobreviver.

Para dizer que tendo dinheiro qualquer lugar é bom, para dizer que vai para o país que o Brasil não tiver destruído, ou mesmo para dizer que prefere se pobre com cultura do que rico brasileiro: somir@desfavor.com

SALLY

Qual seria o melhor país da América Latina para fugir do Brasil na atualidade?

Eu sou suspeita para falar, mas o país menos pior da América Latina ainda me parece ser a Argentina.

Provavelmente muitos de vocês escutaram mentiras horrorosas sobre meu país. Sim, é um país que vive em crise, desde a década de 60, mas que antes foi muito rico e isso lhe permitiu construir uma base muito boa, sobretudo no que diz respeito à educação. E quem tem isso, meus queridos, dá a volta por cima se tiver oportunidade. A base é boa, a base é sólida.

Eu não sei que fantasma passa na cabeça das pessoas quando falamos em crise, não é como se faltassem coisas ou todos vivessem na penúria. Não é Cuba, não é Venezuela, não tem escassez de nada. Acho que muitos brasileiros, principalmente os mais novos, não sabem exatamente o que significa viver em um país em crise. Permitam-me mostrar um outro lado do meu país, que dificilmente vai ser divulgado no Brasil agora.

Apesar de que argentino é criado para odiar chileno, não tenho nada contra o Chile ou se povo. Mas, dentro das minhas prioridades e na atual situação mundial, não me parece o melhor lugar para viver. Preferira, por exemplo, ir para o Uruguai. Chile não tem uma base boa e eu considero o país deficiente em vários pontos importantes. Se você olhar na lista de IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, Chile e Argentina estão no topo, coladinhos, ou seja, a Argentina, no seu pior, está equiparada ao Chile, no seu melhor.

Fazer o quê, eu sou uma apaixonada convicta pelo meu país. Um café a cada esquina, universidade gratuita e sem vestibular, uma das melhores carnes do mundo, alguns dos melhores vinhos do mundo, pessoas cultas. Gente sóbria, gente educada. Chile não é ruim, Chile é muito legal (tanto é que no ranking mundial de melhores cidades para se morar, Buenos Aires é seguida imediatamente por Santiago), mas a Argentina é meu amor verdadeiro.

Como a proposta de tema é “na atualidade”, vou direto ao ponto que mais interessa: Argentina tem um bom sistema de saúde pública, enquanto o Chile não tem sistema de saúde pública. E quando falo bom, sei que não tem luxos e sei que tem seus defeitos, mas eu confiaria minha saúde a um hospital público argentino. E, por falar nisso, a Argentina tem muitos mais leitos hospitalares (5 a cada mil habitantes, enquanto o Chile tem 2 a cada mil habitantes). Isso faz diferença em tempos de pandemia.

Argentina também tem mais médicos e profissionais de saúde no geral (4 médicos a cada mil habitantes, enquanto o Chile tem apenas um a cada mil habitantes). Uma curiosidade sobre a Argentina: de alguma forma, é status ser médico em um hospital público. Os bons médicos podem até ter um consultório e atender de forma particular, mas geralmente atendem em hospitais públicos também.

Sim, Chile está vacinando melhor e mais rápido, mas, sabemos que em matéria de coronavírus, isso não quer dizer muito, tanto é que o país está mal em contágios e mortes. Vacinar é importante, mas sabemos que a qualquer momento algo pode mudar e o mundo pode precisar se revacinar. Enquanto a nova vacina não chega, você pode precisar de um médico ou de um hospital. No Chile tem poucos e não são gratuitos.

Nem precisamos pensar tão longe: provavelmente ano que vem o mundo pode precisar se revacinar, mesmo que não ocorra uma mutação desgracenta do vírus. Não dá para contar que o coronavírus vai acabar ou ficar sob controle, se for para ficar na América do Sul, que seja em um lugar com muito hospital gratuito e bom.

Além disso, não sei se vocês lembram, mas Chile, apesar de tudo, passou muito mal por essa pandemia. E, no ano passado, quando começou, Chile também ficou bem mal, a ponto de pedir para transferir pacientes para a Argentina, pois ficaram sem leitos (e xingar bastante a Argentina quando ela se recusou a receber os doentes chilenos). Morreu gente no meio da rua, morreu gente por falta de atendimento. Então, não me parecem saber lidar muito bem com a situação.

Podem ficar repetindo que a Argentina está em crise, mas, até agora, nunca tiveram que escolher quem deixar morrer por falta de respirador, nunca faltou oxigênio, nunca morreu um argentino por falta de leito hospitalar. Sim, essa é a Argentina em crise: atende seus doentes, educa suas crianças, forma universitários. Crise não é esse bicho papão que incapacita o país.

Além de ter um bom sistema público de saúde, a Argentina tem maior investimento em educação (e olha que é um país em crise). Isso fala muito sobre o futuro do país. Argentina foi um dos primeiros países a desenvolver testes rápidos para covid, terapias experimentais sérias (soro de cavalo, células tronco e outros) e fabrica duas vacinas em território nacional: a Covishield (ou Vacina de Oxford, ou AstraZeneca) e a Sputnik V.

Chile está no círculo de fogo do pacífico, isso quer dizer que, com sorte, acontece um baita terremoto e, com azar acontece um baita terremoto e uma baita tsunami. Além disso, tem uns vulcões meio nervosos, tem uma área agrícola da metade do tamanho da argentina (ou seja, em caso de colapso geral, não consegue alimentar sua população) e não tem aborto legalizado (sim, isso é uma questão para mim).

Outro fator importante: um diploma de universidade Argentina não é top mundial, mas, assim como um diploma uruguaio, é muito bem cotado na América Latina, justamente pela base sólida que o país tem quando falamos de educação. E é gratuita. E não precisa de vestibular ou processo seletivo.

O que nos leva à principal desvantagem da Argentina: muita pobreza. Sei que o que eu vou falar pode soar muito mal, mas em boa parte isso se deve pela quantidade massiva de pessoas que se mudam para o país para conseguir cursar uma boa universidade gratuita e acabam saturando o país e o mercado de trabalho, gerando um colapso muito difícil de explicar sem soar preconceituosa.

Tem crise? Tem, a Argentina não tem crise, a Argentina é em crise. Mas de forma alguma é um país depredado. Repito: mesmo afundada em mais de 50 anos de crise econômica, é um país mais seguro, mais funcional e mais promissor que o Brasil. O quilo de carne (diga-se de passagem, muito melhor do que a brasileira) custa quase a metade do preço do Brasil e os alimentos em geral também, sendo que o salário-mínimo argentino é mais alto que o brasileiro.

Então, as pessoas ganham mais e o custo de vida é menor, pois além das coisas custarem menos, o transporte público é usável, as escolas e universidades públicas tem um mínimo de qualidade e a saúde pública é capaz de salvar a sua vida. Com um salário mínimo maior, um custo de vida menor e mais serviços públicos usáveis a Argentina, mesmo em crise, convém mais do que o Brasil.

Esse mantra de “mas está em crise” meio que cega as pessoas. Adianta nada um país que “não está em crise” mas você tem que pagar mil reais para colocar seu filho na escola, mil reais para ter um plano de saúde, mil reais para prestação de um carro. O custo de vida acaba sendo maior mesmo sem “crise”.

Reforço: o Chile não é um lugar ruim. Reforço ainda mais: hoje, é preferível morar em qualquer lugar menos no Brasil, eu sairia do Brasil no mesmo segundo se tivesse oportunidade de ir para o Chile e recomendo que todos os façam. Mas eu acho a Argentina melhor.

Se quiser, olhe os dados detalhados dos dois países e tire suas próprias conclusões: https://versus.com/br/argentina-vs-chile

Para vir com esse papo tupiniquim de reclamar que faz frio na Argentina (vai pra África então, maldito, que lá é quente), para dizer que Argentina tem Papa ou ainda para dizer que pode ter terremoto, vulcão e tsunami no Chile mas pelo menos não tem argentino: sally@desfavor.com

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Comments (34)

  • Depois que eu vi um carro tocando música com som alto em plena Buenos Aires numa viagem, e recentemente li uma notícia de roubo de carga de caminhão acidentado na Colômbia, cheguei à conclusão de que migrar pra qualquer lugar da América Latina é jogar dinheiro fora.

    As únicas vantagens são a proximidade com a família no Brasil e uma ou duas semelhanças culturais, porque de resto…

  • Argentina teve o seu auge antes da II Guerra, depois disso foi só ladeira a baixo. O argentino tem o ego um tanto quanto inflado e acha que ainda está vivendo no fim do século XIX, quando ser argentino era ser sinônimo de rico (havia até uma expressão: tão rico quanto um argentino). O peso argentino é super desvalorizado, o real caminha a passos largos para isso também, mas o peso argentino está de parabéns. É entrar na Argentina e não conseguir sair de lá nunca mais. A Argentina tem inúmeros problemas, mas as vantagens de viver em Buenos Aires, pelos menos, é que você vai ver homens bonitos (muitos bonaerenses muito bonitos e altos <3); a comida é muito boa e variada; muitas atrações turísticas (agora, a gente tem que ficar em casa, infelizmente); as sorveterias são muito boas; e, pasmem, os argentinos são muito simpáticos (pelo menos sempre são comigo).

    O Chile também não é bom. Nunca foi para falar a verdade. As condições de trabalho são ruins, não existe 13º e nem salário férias como aqui no Brasil. Não existe universidade pública e nem hospital público. O modelo neoliberal foi aplicado com sucesso por lá (Chicago Boys). Uma das razões das manifestações de 2019. Ah, e a aposentadoria (eles chamam de reforma) é tão reduzida que é possível andar pelas ruas de Santiago e ver inúmeros idosos trabalhando como camelô, alguns passam frio na rua, porque não têm onde morar. Santiago é mais segura que o RJ/SP, sem dúvidas, mas não compensa. A comida é ruim, eles são a versão em miniatura do estilo americano de alimentação: muito fast food e pollo com papas fritas. Comer bem em restaurante é caro; o povo chileno é machista e deprimido (índices altíssimos de suicídio), feio e baixinho. Sei lá, a vantagem de morar em Santiago deve ser ver a Cordilheira (bem bonita, por sinal).

  • Trocar o Brasil por qualquer país da América Latina é roubada. Não há argumento positivo que valha a intenção.
    Se tiver que sair do Brasil nem a America do Norte compensa.
    Pra mudar do Brasil a rota é atravessado o Oceano Atlântico, entrar pela porta de entrada para a Europa pela Inglaterra (fugir de Portugal e Espanha). Daí você pega o mapa e escolhe aonde vai se estabelecer. Qualquer país compensa, Países Baixos é uma boa.
    Quem viajou pelos 4 cantos do mundo sabe do que estou falando.
    Chegando lá se estabiliza.
    No meu caso, nenhum país tropical, chega de temperaturas de fritar ovo na calçada como no Brasil.

  • Meus devaneios e planos de fugir pra Argentina então não são completamente em vão ou desprovidos de embasamento… E não preciso ficar lá pra sempre (não gostaria de sacanear o povo local fodendo mais ainda o mercado de trabalho deles).

    • Dentro do leque limitado que existe na América Latrina (onde tudo é ruim), eu considero a Argentina o menos ruim.

      Imigrar não necessariamente fode o mercado de trabalho. Ir a um país para investir nele, gerar empregos, prestar seus serviços é algo bom. O problema é que a latinada toda vai à Argentina para estudar de graça e depois volta para os seus países para atender o seu povo.

  • Continuando na linha da escrotidão proposta pelo Somir, deve ser bem vantajoso ser mais branco, mais bonito e mais alto que a média dos chilenos.

  • Fico com a Sally pelo único motivo de que minha família diz que sou “orgulhosa como uma argentina”. Piadas à parte, eu mataria por uma universidade gratuita numa cidade cheia de cafés e com bom atendimento hospitalar

  • Particularmente, sobre a questão da saúde pública, penso o seguinte: não adianta viver em um país que te promete saúde “de graça”, quando esse país está com a saúde fiscal em frangalhos. Isso torna os benefícios providos pelo governo frágeis, suscetíveis a turbulência econômica. O Brasil já me deixou calejado nessa questão. Trocaria o Brasil pelo Chile sem pensar duas vezes. Não é como se eu fosse viver pela primeira vez em um país onde é mandatório ter plano de saúde.

  • Sigo o Somir nessa. Só não fazer fronteira com Brasil já ganhou de lavada. Se é pra fugir, nem fronteira é pra ter!

  • Eu estava justamente comentando isso com a patroa hoje, vejam a coincidência! Eu já passei da idade de tentar a vida em outro país (não fui quando podia, agora foda-se eu!)… quem sabe depois que eu me aposentar (e falta tempo pra caralho pra isso ainda!) eu pense na hipótese e o que me vem à cabeça é a trinca Uruguai, Chile e Argentina, as únicas coisas que prestam na América Latina (i.e., de México pra baixo). Eu, particularmente, iria para o Chile justamente por ter sua costa no Pacífico e daí eu ficaria com a (ridícula) impressão de estar mais perto do Japão, meu grande ideal de país desde a infância e para o qual eu iria sem titubear (sou acostumado com o idioma, tanto escrita como fala). Mas como também talvez jamais eu vá pra esse maravilhoso país, viver no Chile me daria um arzinho (ridículo, repito) de estar mais perto do Oriente :-)

      • O mesmo sistema que permitiu ao Chile ser uma das economias mais liberais do mundo também nega a seus cidadãos aposentadorias dignas e saúde de qualidade. Nesse ponto, sou mais a Sally: nossos “hermanos” platinos são marrentos, arrogantes, tem o peronismo – mas numa pandemia um Estado de bem-estar social (qualquer um) faz muita diferença.

        Sem falar que tem “dulce de leche con medialuna”… e uma camiseta de rugby “maneira”… isso é bom.

    • Claro, porque certo é se submeter ao deus mercado e aumentar a desigualdade em nome desse maldito neoliberalismo que submete a sociedade a uma corja de vagabundos que mandam no mercado financeiro e conseguem o apoio de trouxas na histeria antiestatal.

      • O que é mais engraçado no pessoal que adora criticar o liberalismo é que não tem ideia de quem seja Adam Smith e John Locke (e quando sabem – devido à imensa fama que possuem – não conhecem uma vírgula do trabalho deles).

        Senta lá, Cláudia. Estuda primeiro e depois fala bobagem de liberalismo.

    • Espero do fundo do coração que eles desistam dessa aventura até lá. Bastaria olhar pro Brasil e ver como se fica ao ter essas ideias mirabolantes de concentrar todo o poder na mão do Estado

  • Sei que ir como turista não é muito parâmetro, mas há uns anos estive tanto na Argentina quanto no Chile e preferi a Argentina mil vezes. Não sei se o clima, as pessoas… Soube que adoraria morar em Buenos Aires assim que pus os pés na cidade.

    De qualquer forma, só de sair da Baixada Fluminense já seria um puta adianto pra minha vida rs

  • Conheci Santiago e Buenos Aires, e olha… Achei duas cidades “do babado”! Fiquei chocado com o número de livrarias e cafés que há em Buenos Aires, sem contar que lá há realmente cultua, um público leitor avido, enfim. Mas, pensando no fato de de que no Chile não tem saúde pública gratuita, olha… Isso pesa pra mim, então a escolha seria mesmo Argentina.

    • Em tempos de pandemia é uma loucura ir para um país sem saúde gratuita, com poucos médicos e com poucos hospitais. Nessas horas eu sou bem prática.

  • Apesar de ter me sentido tentado a concordar com a Sally, eu acho que vou ficar com o Somir nessa. Mesmo com todos os pontos fortes que ela enumerou, a Argentina é um país “ex-rico”; enquanto que o Chile – ainda que pese a tradicional instabilidade sócio-político-econômica latino-americana – ao menos atualmente tem mostrado, conforme ele apontou, algum potencial para ser um “futuro país rico”.

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