Os Estados Unidos registraram 1,35 milhão de novas infecções pelo coronavírus na segunda-feira, de acordo com uma contagem da Reuters, a maior marca total para qualquer país do mundo, com a propagação da altamente contagiosa variante Ômicron sem qualquer sinal de arrefecimento. LINK


Queríamos ter errado com o aviso da semana passada. Não erramos. Desfavor da Semana.

SALLY

O Desfavor da Semana é que nosso Desfavor da Semana passado estava certo. A Ômicron entrou rasgando no Brasil, e isso que estamos vendo é só o começo.

Sei que alguns devem pensar que a gente abre uma garrafa de champagne e grita de felicidade quando alguma coisa escrita no Desfavor se concretiza. Não é verdade. Nossas conversas sobre o Desfavor da Semana nos últimos dois anos são o tempo todo torcendo para estarmos errados e querendo muito que nada aconteça.

Mais: desde novembro do ano passado que estamos com esse tema na mão, perguntando se já é hora. Temas como esses são adiados, adiados e adiados, na esperança de que a coisa se reverta e não chegue a um resultado horrível. Só soltamos quando sabemos que a merda será inevitável. Nós realmente não queríamos escrever aquele texto.

É que quando a gente escreve, não pode expressar o tom do que está sendo dito (a menos que usemos emojis, e eu prefiro a morte). Então, cada um lê interpretando da sua forma. Quem tem agressividade dentro de si, lê o que a gente escreve de forma agressiva. Quem tem medo dentro de si, lê o que a gente de forma alarmista e assustadora. Então, o tom do que dizemos está dentro de cada um de vocês. E muitas vezes é o tom errado.

O tom deste texto não é de dancinha da vitória, gritando “eu disse!” em comemoração e apontando para todos e rindo como o Nelson dos Simpsons. Não estamos aqui para tripudiar, nem para “comemorar acerto” (previsão que qualquer pessoa com cérebro faria), muito menos para colocar o nosso ego acima do bem-estar coletivo. A pandemia descacetar dessa forma é ruim para todo mundo, inclusive para a gente.

Mas, infelizmente precisa ser dito: era previsível e deixaram acontecer novamente. Não tem conversa, era previsível sim. Dois leigos conseguiram ver o que estava por vir, logo, qualquer pessoa poderia ver o que estava por vir. E deixaram acontecer novamente. Ninguém aprendeu nada, apesar dos horrores de 2021.

O que nos leva a outra pergunta: o que está cegando as pessoas? Se dois leigos conseguem avisar, antes de cada onda, que ela está chegando (sábado passado não foi o primeiro alerta de tsunami que demos), por qual motivo tantas pessoas insistem em achar que nada vai acontecer? O que está falhando?

Uma vez, ok. Erro de cálculo. Mas são dois anos de idas e vindas, quanto mais de danação vai ter que acontecer para que as pessoas entendam como funciona um vírus com ondas de contágio? Quanto tempo mais vai demorar para entender que vacina não é para evitar contágio e que vacina sozinha não acaba com pandemia? Quanto tempo mais para entender que o vírus circula mesmo com vacinas e pode mutar até aprender a escapar das vacinas? Quanto tempo mais para entender que qualquer doença muito contagiosa, até frieira, colapsa hospitais e causa mortes desnecessárias?

E, a questão mais importante: quanto tempo até perceberem que quem minimiza covid não é confiável antevendo o que está por vir? Ninguém é obrigado a entender e antever o funcionamento de uma pandemia, mas, se você já fez algumas previsões furadas, é hora de refletir e perceber que você não sabe juntar os pontos e passar a escutar quem está acertando.

Tá tudo bem, ninguém é obrigado a saber tudo. Eu não entendo sobre um monte de assuntos, mas em vez de tirar opinião do cu, me calo e escuto quem acerta, principalmente se envolver uma doença que pode colapsar hospital. Hora de fazer uma autorreflexão e se perguntar se você entende como funciona esta pandemia. E de calar a boca se não for o caso.

Infelizmente as pessoas não têm bom-senso nem senso do ridículo. Assim que essa onda de Ômicron passar e vier um período de calmaria, os mesmos imbecis que ficaram meses me chamando de maluca, exagerada, alarmista e hipocondríaca (hipocondríaco é quem acha que está doente, em momento algum eu achei que estava com covid ou qualquer outra doença) vão voltar a lotar os comentários.

Não é pelo Desfavor, pois esses comentários nem passam por mim, vão direto para a lixeira. Não é pelos comentários, que não chegam ao público e, portanto, não causam danos. É pelo Brasil. Essas pessoas têm voz fora do Desfavor e também são responsáveis por ondas e mais ondas de contágio. A desinformação mata. A desinformação contribuí para a continuidade da pandemia. Gente desinformada joga contra, com suas palavras e seus atos.

A situação é ainda mais dramática agora, pois envolve crianças. Logo o brasileiro, sempre o primeiro em puxar a carta de amor pelas crianças, em postar em redes sociais o quanto ama os filhos, e até em recriminar quem fala sobre criança sem ter filho. Quem diria que Somir e eu passaríamos meses brigando pelo bem-estar das crianças. Quão cagado está o país para que Somir e eu precisemos fazer postagem tentando salvar vida de crianças?

Tem que soterrar esse discurso de que não tem que vacinar criança pois a vacina é “experimental”. Experimental o caralho. Não foi desenvolvida ontem, são décadas de estudos e testes. O Brasil libera agrotóxico que é comprovadamente cancerígeno e ninguém diz nada. Seu filho come comida cancerígena. Mas quando é vacina, ah, aí o brasileiro levanta muitas suspeitas! Gente, não deu para perceber que é político não? Não percebem o discurso repetido? Diziam que muita gente ia morrer com a vacina de adultos e a vacinação foi um sucesso, jura que ainda tem gente que vai cair na mesma notícia falsa duas vezes?

Eu não sei que tipo de informação está sendo passada para vocês aí, pois felizmente não vivo mais no Brasil, mas, seja ela qual for, tenha em mente que a Ômicron vai causar problemas sim. Vai colapsar hospital sim. Vai gerar morte indireta de pessoa que precisa de atendimento médico sim. E não foi falha das vacinas, pois elas não foram desenhadas para deter contágio. Foi falha humana em deixar muita gente sem vacina pelo mundo e de achar que por tomar vacina pode se comportar como no “antigo normal”.

E, neste exato momento, tem muito político e boa parte do povo achando que dá para fazer carnaval “com todos os protocolos de segurança”. Anota aí: NÃO TEM PROTOCOLO DE SEGURANÇA QUE TE PROTEJA DA ÔMICRON a não ser não aglomerar. Nunca. Em hipótese alguma. Em condição alguma. Parem de se enganar! Estamos lidando com o vírus mais contagioso da história da humanidade. Nem vacina, nem PCR, nem nada evita contágio.

“Ain, pra que tem vacina então?”. PARA VOCÊ NÃO MORRER, FILHO DA PUTA. Que desânimo que me dá gente menosprezando vacina, uma coisa que está salvando a vida dessas pessoas! Acha pouco não morrer? Acha pouco sua mãe e seu pai não morrerem?

Se o comportamento não mudar, mesmo com vacina, e não ficar mais restritivo, situações como essa vão acontecer repetidas vezes. Se quem prevê uma coisa e erra continuar se achando apto a fazer previsões, todos no seu entorno serão prejudicados e expostos novamente. Se a humanidade não reconfigurar sua forma de viver, de trabalhar e de lazer, não vamos sair desta pandemia nunca.

O antigo normal não volta. Avisamos em março de 2020, repetimos agora e, pelo visto, vamos repetir por muitos anos. Enquanto a coletividade não esquematizar uma nova forma de funcionamento social, não vamos sair dessa pandemia. E ainda corremos o risco de criar uma variante-fode-vacina e da coisa ficar muito, mas muito pior.

Não tem outro jeito de sair dessa pandemia: mais restrições são necessárias. E não falo de restrições temporárias e sim de um ajuste definitivo no nosso estilo de vida. Não é o que eu gostaria, não é o que vocês gostariam, mas, as coisas são como elas são, não como gostaríamos que elas fossem. Pela milésima vez: NÃO ACABOU. Não está nem perto de acabar. E se não fizermos mudanças nos nossos estilos de vida, podemos passar o resto das nossas vidas em pandemia.

Para me chamar de exagerada mentalmente pois a realidade me dá razão, para dizer que não vai colapsar hospital (semana que vem a gente se vê aqui novamente) ou ainda para dizer que finalmente o jovem vai acabar: sally@desfavor.com

SOMIR

Já mencionei isso antes, mas vale a repetição: eu não escrevo sobre pandemia nos meus textos solos para não ser repetitivo e especialmente, para não criar confusão com os textos da Sally. Eu sou partidário da hierarquia nerd: ela é mais nerd que eu em temas sobre saúde e medicina em geral, então, que seus textos sejam a linha base de informação. Mas não se enganem achando que eu não estou no mesmo time, ou mesmo que estou tratando o tema com menos atenção.

Quem apaga mais comentários imbecis aqui sou eu, desde que eu descobri que todos os stalkers do Desfavor são desesperados pela atenção da Sally e não a minha, eu assumi a primeira linha de aprovação de comentários. Eu me divirto sabendo que estou estragando o único objetivo dessas pessoas descompensadas. Só quando eu dou o OK que ela vem aprovar e responder. Mas isso me coloca na linha de frente dos comentários negacionistas também. Tenho que ler todos…

Quando é só gente falando asneira sobre a pandemia, eu não deleto, deixo pra ela acumular material para os “Ei, você!”. E durante todas as ondas da Covid no Brasil, o padrão é o mesmo: quando as coisas parecem estar acalmando, recebemos uma enxurrada de comentários dizendo que é tudo inventado, que vacina mata, que os chineses estão colocando chips, que os judeus estão querendo derrubar o Bolsonaro, blá, blá, blá…

Mas quando as ondas batem, o discurso muda, aí somos exagerados que assustam as pessoas e “tiramos vantagem” da situação para conseguir mais visualizações. Esquecem que não ganhamos um centavo aqui e que se tivermos mil ou um milhão de leitores por dia dá no mesmo. Estávamos na fase da negação da existência da pandemia, a chave está virando para sermos alarmistas. Faz parte do jogo. Mas é tão cansativo…

Queríamos ser alarmistas. Queríamos mesmo. Seria tão bom escrever um texto dizendo que passamos do ponto e que as coisas não são tão problemáticas assim… adoraria escrever esse texto me assumindo um exagerado e sair para tomar uma cerveja com meus amigos depois, viu? E olha que eu nem ligo pra cerveja, ou me achava capaz de sentir saudades. Dois anos é muito tempo. Infelizmente, acertamos de novo. A Ômicron está batendo recorde atrás de recorde.

E não era difícil acertar. Não era mesmo. Tem o exemplo da virada de 2020 para 2021 para se basear. Ainda bem que tem vacina dessa vez, porque se não fosse por isso, estaríamos horrorizados com milhares de mortes por dia de novo. O que me leva ao ponto principal da argumentação de hoje: já passou da hora de parar com esse papo de que a nova variante é melhor que as anteriores. Informação sem contexto para entender a informação não resolve muita coisa.

Tanto que boa parte da pandemia foi piorada por esse padrão do povão não entendendo o que estava sendo explicado. Atrapalha muito que em países como o Brasil o governo federal está ativamente apoiando a pandemia. Primeiro foi a explicação furada sobre a vacina ser completada em poucos meses. Isso é informação incompleta: estão desenvolvendo vacina contra coronavírus há mais de uma década. Essa não é a primeira vez que entramos em contato com esse vírus. O que aconteceu dessa vez foi uma adaptação do projeto para lidar com esse vírus específico. Coisa que fazemos há vários anos com o vírus da gripe. Todo ano mudam a vacina da gripe para se adaptar à variação da vez.

Pegaram um projeto muito avançado de vacina contra coronavírus (em geral) e adaptaram em alguns meses para tratar dessa versão específica. Muito cuidado ao dizer que é experimental. O cidadão médio não tem essa informação sobre o quanto já tinha se estudado essa vacina antes disso, e vai achar que estão “chutando”. Não estão, só tiveram que acelerar o processo de lançamento com milhares de testes ao redor do mundo ao mesmo tempo ao invés de uma população limitada. Evidente que a maioria das vacinas antigas era estudada em públicos limitados: quase nenhuma doença vira pandemia nesse nível. Não demorava mais porque era obrigatório demorar mais para ser seguro, demorava mais porque não tinha o interesse do mundo todo para fazer testes nessa escala imensa que fizemos.

Depois, a péssima explicação para o povão sobre os efeitos colaterais da vacina. Aspirina tem efeito colateral. Pão tem efeito colateral. Efeito colateral é uma inevitabilidade para qualquer coisa que entra no nosso corpo. Tecnicamente, por exemplo, todas as plantas são venenosas, é que o ser humano tem imunidade ou resistência à maioria das que consumimos. Vacinas tem efeitos colaterais, mas são estudadas para definir que a imensa maioria das pessoas não vai ter nada de muito sério depois de tomar uma dose. E no final das contas, é só comparar os efeitos da doença com os da vacina. Se a vacina te deixa mais seguro que uma doença absurdamente contagiosa, se vacinar é muito melhor que não se vacinar. Perdi a conta de quanta gente está desesperada com a história da miocardite (inflamação no coração), sem saber que contrair a Covid te dá vinte vezes mais chance de ter miocardite que a vacina.

Não dá para se informar só pegando uma manchete ou outra na internet. Não é razoável definir suas escolhas médicas por um caso que você ouviu falar. O que mais me enlouquece nessa pandemia é a quantidade de gente que acha que “fez sua pesquisa” lendo coisas aleatórias na internet. Se você pesquisar qual é o melhor time de futebol do mundo apenas no grupo dos fãs do Piracicabense do Norte no Facebook, vai chegar à conclusão que um time de quarta divisão cujo goleiro também trabalha como pedreiro é melhor que todos os times gigantes europeus, oras! Pra fazer sua própria pesquisa, você precisa saber pesquisar. E saber pesquisar normalmente significa ter algum estudo prévio sobre o tema para separar opiniões estúpidas e palpites em geral de conhecimento científico consolidado.

A pessoa não sabe nem diferenciar um site obviamente de Fake News focado em gerar visualizações para ganhar com publicidade de um site jornalístico com reputação a zelar e medo de tomar processo… e quer afirmar que sabe diferenciar papo de maluco de estudos científicos verdadeiros? Faça-me o favor. A pessoa não sabe nem pesquisar na internet, mas entende sobre infectologia sem nunca ter treinamento oficial para isso. Claro, claro.

A informação bizarra da vez é que a Ômicron é uma doença mais tranquila de lidar. Sim, os dados sugerem que o número de internações e mortes é menor, mas não podemos afirmar que isso não seja resultado de uma população mais bem vacinada ou mesmo se é uma mutação estável do coronavírus. Amanhã pode surgir outra muito mais mortal e contagiosa, você vai tranquilo achando que pegou Ômicron, mas pegou a nova, e só vai descobrir tarde demais. Tem que tratar o coronavírus como se fosse uma doença muito perigosa, o coronavírus não pensa, não faz escolhas, ele só se multiplica na medida que deixamos ele se multiplicar. Não faz diferença nenhuma pra ele ser mais ou menos mortal, o vírus pode ir para qualquer sentido evolutivo, desde que seja mais fácil de se multiplicar.

Você não sabe que variante está pegando, então não pegue nenhuma! E mesmo que ela seja mais tranquila mesmo, você não sabe se vai precisar de atendimento médico ao mesmo tempo que milhares de outras pessoas. Talvez seja só questão de uma consulta de 5 minutos para te dar uma chance gigantesca de recuperação total, mas você ainda tem que chegar nessa consulta. E se a fila de atendimento estiver em 8 horas? E se esse tempo for suficiente para algo dar muito errado?

Ômicron ser menos perigosa é informação envenenada. Não porque é mentira, mas porque não faz tanta diferença assim na sua vida agora. As coisas podem dar muito errado mesmo isso sendo verdade. Eu sei que a maioria de vocês já entende isso, mas se for possível, explica isso para quem vier te falar sobre a desinformação da vez: não faz diferença se é mais ou menos mortal, porque ninguém sabe que variante está pegando, ou mesmo se vai poder ter acesso a atendimento médico se precisar.

A pandemia não acabou, e o tsunami já está batendo no nosso litoral. Vá para um lugar alto, e já considere a possibilidade de ficar por lá por muito tempo ainda. Novamente, torcendo muito para recebermos um monte de comentários dizendo que não deu nada e a gente se preocupou à toa.

Mas eu disse basicamente a mesma coisa semana passada. Não vou contar com isso não… não conte também.

Para dizer que sábado é dia de pandemia, para dizer que os reptilianos nos venceram, ou mesmo para dizer que essa menor letalidade é a armadilha perfeita: somir@desfavor.com

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Comments (16)

  • Eu ainda acho que avançamos de alguma maneira, mesmo que aos trancos e barrancos. A conta dessa estupidez toda ainda vai chegar e não vai ser barata para essas pessoas. Eu já cheguei à conclusão de que esse negócio de “lata de lixo da história” não funciona e que essas pessoas vão ser jogadas no lixo vivas mesmo. Uma esperança é que o Brasil ainda é recordista em linchamentos físicos, mas aí eu talvez esteja sendo otimista demais.

    • Quando pessoas civilizadas falam em linchamento você percebe que o descaso saiu completamente de qualquer margem humanamente aceitável. Também estou nesse ponto.

  • Pois é, esse pessoal se iludindo que a internet é um mundo à parte que não tem reflexo no mundo real, como se os seres que aqui habitam fossem elfos, e não gente que depois que desliga o PC vai pra rua trabalhar.

  • Só vcs que acham que essa pira de pandemia vai ser eterna. Até na Rede Bobo tem uns especialistas falando nos notíciários que essa onda de Omicron vai ser rápida e já falaram até que 2022 vai ser o último ano da pandemia. Bom saber que o Tomir lê todos os comentários, eu acho os gordinhos com cara de intelectuais um tesãozinho. Somir, vc é sexy! Quero participar do Ei Você! Tags de busca: Somir de Sunga, José Mayer de Sunga, Lula, Bolsonaro.

  • Somir, o time de Piracicaba não é o Piracicabense do Norte, ainda que Piracicaba fique a noroeste de Campinas (mais pra oeste que pra norte). É o XV de Novembro, também conhecido como XV de Piracicaba.

    • É claro que eu conheço o XV. Eu coloquei um nome falso para não reduzir o valor do time.

      ASA DE BARATA, GARRAFÃO DE PINGA, DEZ MAIS CINCO É QUINZE, QUINZE!

      • Somir, o cântico de torcida acaipirado do XV de Piracicaba que eu conheci era assim:

        “Cárxara de forfe
        Cúspere de grilo
        Bícaro de pato

        Ásara de barata
        Nhéque de portêra
        Já que tá que fique
        Suvaco de cobra

        Venio na Kombi véia
        Sem óio de breque
        E ócruos de raibã
        Carcanhá de bode
        Tocêra de grama

        Já que tá que fique
        XV, crá, crá, crá
        XV, crá, crá, crá
        XV, crá, crá, crá”

        E nessa parte final do “XV, crá, crá, crá”, o pessoal fazia um XV em “algarismos romanos” com os antebraços posicionados à frente do peito, alternando entre cruzá-los e juntá-los no “quin” em forma de v com os cotovelos próximos um no outro no “ze”. E esse “crá, crá, crá” seria a “versão caipira” da onomatopéia “clap, clap, clap”, indicadora de palmas.

  • “ou ainda para dizer que finalmente o jovem vai acabar”
    Pior que eu não duvido que o Brasil chegue ao inverno demográfico antes de qualquer país europeu ou asiático. Brasileiro já morre aos montes por falta de acesso a coisas básicas ou por bobagens tipo briga de bar, e agora tem as mortes do covid e a diáspora da classe média…

  • Isso da miocardite me lembra quando espalharam que sexo anal dava isso (bactérias chegariam no seu coração entrando pelo seu cu através de fissuras devido às lapadas). E não me surpreenderia ver que o mesmo povo que espalhou isso antes, esteja espalhando isso versão atualizada agora.

    Parece até sequência: Miocardite II – a PICAda agora é outra.

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