Terceiro turno.

Amanhã será realizado o segundo turno da votação presidencial. Poderíamos explicar nosso sentimento, mas tem uma frase “brilhante” que faz isso por nós:

“Não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder.” – Rousseff, Dilma.

Desfavor da Semana.

SALLY

O período eleitoral está terminando, mas, infelizmente, todos os desfavores que o cercam estão longe de acabar.

Vejo muita gente comentando “ainda bem que essa loucura está acabando”, como se após as eleições acabasse a polarização, o radicalismo, os erros de gestão e todo o resto dos desfavores políticos nacionais. Não acaba. Acabaria se o bolsonarismo tivesse sido esmagado por alguém, ou se o lulismo tivesse sido esmagado por alguém. A real é que ambos, por mais escrotos que sejam, mostraram que ainda são fortes nessas eleições.

E, mais uma vez batemos na mesma tecla: em essência, são o mesmo, só mudam as alegorias que escolheram se revestir. Isso quer dizer que, ganhe quem ganhe, nada significativo vai mudar. Mudanças sérias, estruturais, significativas, não são feitas por um homem e jamais podem ser delegadas a um “salvador”. O brasileiro já deveria saber disso, em vez de ficar votando alternadamente em esquerda e direita por estar decepcionado com o governo anterior.

Ambos os lados abusaram de fake news na campanha, fizeram discurso difamatório esbarrando na homofobia, no machismo e no preconceito. Ambos demonstraram desrespeito por quem pensa de forma diferente e tentaram calar. Mesmo antes de se eleger, já mostram que são iguais. Quem ganha? Eles, todos eles, pois de um jeito ou de outro, todo mundo leva uma fatia desse bolo, nem que seja um mensalão para aprovar um projeto de lei, que paga a todos os partidos, inclusive os de oposição. Quem perde? O povo. O nós x ele não é esquerda contra direita, é políticos contra o povo.

Se você faz parte da grande parcela que vai comemorar o resultado destas eleições, achando que algo vai ser diferente ou melhor, a gente te dá um spoiler: não tem nada para comemorar, a não ser o seu ego feliz pois a sua alegoria venceu. Nada vai melhorar. Nada vai mudar. Na sua bolha pode ser que você observe alguma melhora, afinal, as pessoas com as quais você convive passarão a exaltar as coisas boas e passar pano para as coisas ruins. Mas na realidade, nada vai mudar.

Mudança de Presidente da República não basta para mudar um país, muito menos quando se escolhe um que já teve a oportunidade de presidir o país e não operou nenhuma mudança significativa. A mudança tem que ser coletiva, na cabeça e na postura de cada brasileiro: trocar briga, rivalidade e malandragem por união, senso de coletividade e ética. Não se delega a sua salvação, seja ela espiritual, política ou econômica. Não se aposta em um guru, um Presidente ou um coach para resolver a sua vida. É indelegável, enquanto cada um não fizer o seu, nada muda.

Então, para aqueles que celebram este domingo como o fim de algo ou como um recomeço: vocês estão completamente fora da realidade e não entenderam como as coisas funcionam. Salve esta postagem e me cobre em um ano. A beleza disso é que o tempo não liga para narrativas, ele é o senhor da razão. As pessoas que não descobriram como as coisas funcionam vão descobrir em breve.

Vão descobrir que não adianta demonizar uma ideologia, pois os escrotizados vão se unir e ficar ainda mais fortes. Vão descobrir que na política, todos são amigos quando se fecham as cortinas, todos se devem favores, todos dão as mãos para sacanear o povo. Vão descobrir que discurso de político não vale nada. E, mais importante: vão descobrir que, não importa que o seu lado favorito vença, a metade do país apoia o outro lado, portanto, a polarização não vai acabar. O terceiro turno vem em 2026.

E digo mais: o país está tão emburacado (muito mais do que os dados oficiais dizem) que eu chego a me perguntar se o grande vencedor destas eleições não vai ser quem perder: nos últimos anos teve a desculpa da pandemia, mas quem entrar agora vai pegar um desastre sem nada para se escorar e o outro lado apontando e gritando “Tá vendo? Olha a bosta que está fazendo?”.

Se você acha que o Lula é a grande esperança, saiba que metade do país é bolsonarista, um sujeito que deixou morrer gente na pandemia mesmo tendo vacina, que empurrou remédio ineficaz para que as pessoas continuem saindo para trabalhar. Um ignóbil, ignorante, mentiroso, sem caráter que, se fosse em qualquer país minimamente decente, estava preso.

Se você acha que Bolsonaro é a grande esperança, saiba que metade do país é lulista, apoiando um sujeito condenado em mais de meia dúzia de processos por corrupção, que não foi inocentado e que mesmo assim é aclamado pelo povo. Um ignóbil, ignorante, mentiroso, sem caráter que, se fosse em qualquer país minimamente decente, estava preso.

E se você não apoia nenhum dos dois, saiba que quase todo o Brasil votou em um dos dois, mesmo no primeiro turno, quando havia opção. Então, é com este país que você tem que lidar, não com o político X ou Y. O político é apenas um reflexo do país.

“Mas Sally, o que você quer que eu faça? Me mate?”. Não, só quero te poupar da vergonha de se encher de esperanças, de divulgar um imbecil desses acreditando que alguma coisa vai mudar, de ser enganado pela milésima vez. Você acha um dos dois menos pior? Beleza, vai lá e vota no que você entende ser menos pior, mas por favor, não acredite que algo vai mudar, muito menos verbalize isso, te faz parecer um retardado.

Não queremos ver o mesmo ciclo acontecendo novamente: pessoa vota em X cheia de esperança, X ganha, X não muda porra nenhuma, a pessoa se entrega e liga o foda-se de que o país sempre vai ser aquela merda mesmo. A mudança começa por você: mude a sua atitude, mude a sua postura, pare de delegar sua salvação ou qualquer mudança a terceiros.

Se vai continuar metade do país com raiva da outra metade, chamando de burros, esculachando, a coisa só vai piorar, e os políticos terão cada vez mais força com o povo dividido. Parem agora. Não é uma boa estratégia. Só ferra com o povo. Hora do brasileiro parar de depositar sua esperança em terceiros e começar a fazer ele mesmo, saindo desse lugar de raiva, rivalidade e superioridade para uma postura cooperativa.

Enquanto continuarem desfilando virtudes e chamando quem não pensa como vocês de burros, mal-intencionados ou coisa pior, o povo vai continuar brigando entre si – e político se aproveitando e fazendo acordo entre si. Acha alguém burro, manipulado ou desinformado? Estenda a mão para essa pessoa em vez de humilhá-la e afastá-la. Assim você evita que grupos hediondos a acolham.

Se você acha o povo burro, desinformado e imbecil, faça alguma coisa para tentar reverter a situação. Disponibilize conhecimento, disponibilize ferramentas para essas pessoas, faça alguma coisa que não desfilar sua superioridade intelectual e suas virtudes. Acredite, dento de suas possibilidades, todo mundo quer o que acredita ser melhor para o país.

Para mim, a grande vencedora dessa eleição foi a Simone Tebet, que, independentemente de minha opinião pessoal sobre ela, saiu gigante. Não duvido que em 2026 ela seja um nome de destaque. O resto todo perdeu, inclusive o povo brasileiro.

Para dizer que desfilar virtude atende melhor ao seu ego, para dizer que simplesmente não se importa ou ainda para dizer que a melhor parte vai ser a gente parando de falar de política: sally@desfavor.com

SOMIR

Quer olhar para dentro e pensar no que essa polarização faz mal para sua alma? O texto da Sally é ótimo pra isso. Ela fala melhor dessas coisas.

Então eu quero focar mais na parte de quem quer que ganhe, vai ganhar um país quebrado. Eu não desconsidero a fala do Bolsonaro sobre as crises da pandemia e agora da guerra na Ucrânia, realmente ficou complicado para todo mundo. Desde 2020 quase todos os países tiveram que gastar muito dinheiro, e no caso do Brasil dinheiro que nem tinham, para lidar com os problemas globais. Não ajudou pegar um país com contas feridas por décadas de corrupção petista.

Dito isso, também não desconsidero a fala de Lula que o Brasil poderia ter usado melhor seus recursos e tomado decisões mais inteligentes nesse meio tempo. Cismar com cloroquina e a política maluca de reclamar do lockdown que não se fez, somado ao péssimo trato internacional de um governo que colocou ideologia de WhatsApp acima do bom senso e o uso descarado de dinheiro público para fazer campanha não podem ser perdoados.

Escolha o seu veneno amanhã, mas saiba que é um veneno. Um que vai continuar fazendo mal para o país por muito tempo. A realidade é que o Brasil gastou dinheiro demais com prioridades distorcidas, por tempo demais. 2023 tem toda cara de ser ano onde a conta chega, se ela vai chegar pela mão do Bolsonaro ou do Lula, não muda o fato que o dinheiro para a pagar sai do seu bolso.

Quando temos uma decisão entre populista de direita e populista de esquerda, é a mesma promessa de quem vai gastar mais recursos públicos sem responsabilidade vinda de duas bocas diferentes. Bolsonaro promete manter o auxílio que não tem suporte da proposta de orçamento para o ano seguinte, Lula também. Lula falou de aumentar o salário mínimo (o que é uma bomba atômica nas contas do governo) e Bolsonaro correu para prometer o mesmo, assim, no susto, durante o debate.

Isso demonstra bem como o debate político brasileiro secou. A gente vê umas doses homeopáticas de propostas no meio de um campeonato de quem vai subornar mais o povão. Vejam bem, por princípio eu não acho ruim dar mais dinheiro para os pobres, é um dos caminhos mais consagrados de redução de problemas inclusive para a classe média e os ricos. Pobres menos pobres giram a economia e são presas menos fáceis para a criminalidade e o fanatismo religioso. Mesmo sabendo que vou receber críticas de vários de nossos leitores, sou da opinião que um programa de renda universal é obrigatório para o futuro da humanidade, por exemplo.

Não é a parte de dar auxílios e aumentar salários que me incomoda, é a parte de onde sai esse dinheiro. Se você não está gerando mais recursos do que estava antes, obrigatoriamente vai ter que redirecioná-los de outra fonte. Voltando ao meu exemplo de renda universal: não adianta dar mil reais por mês para o brasileiro e desativar o SUS para pagar essa conta. Cada serviço público é financiado pelos impostos, e eles contam para a soma de quanto cada brasileiro custa ao governo.

Governo não é campeonato de esmola, governo é equilíbrio entre o dinheiro recebido e o dinheiro gasto. Um país como o Brasil, montado numa base mais garantista desde a Constituição de 1988, já coloca muitos recursos na manutenção de serviços considerados essenciais para o povo. O governante da vez, seja ele do Executivo ou do Legislativo, já fica muito apertado na escolha do que pode ou não pode comprometer desses recursos. Salvo um golpe e uma nova carta magna, as regras já estão aí para comprometer a maioria do orçamento nacional.

Em eleições passadas, ouvimos um pouco mais de propostas no sentido de otimizar esses recursos e escolher caminhos que transferissem mais qualidade de vida para o cidadão médio. Nessa, ouvimos longas discussões sobre quem é mais contra o aborto. Porque na parte de sair gastando como se não houvesse amanhã, harmonia total entre Lula e Bolsonaro. Se você acha que vive num país com dinheiro inesgotável, está muito bem representado.

Infelizmente, esse país não existe. Reformas essenciais como a dos salários bizarros de uma parte do funcionalismo público ou mesmo a correção do escalafobético sistema tributário tupiniquim não estão mais na mesa. Na última eleição tinha tanta gente furiosa com o Lula que o Bolsonaro conseguiu se eleger prometendo mais responsabilidade fiscal! Depois de quase quatro anos de trapalhadas (algumas assassinas), o governo vigente teve que dar um cavalo de pau e prometer gastar o que tinha e o que não tinha.

Promessas que não podem ser cumpridas, nem por Lula nem por Bolsonaro, sem arrumar a casa primeiro. Tem um déficit enorme nos esperando nos próximos anos, e um dos dois vai ter que lidar com isso. O que provavelmente vai gerar um governo que vai ser: a) muito impopular, ou b) um desastre à lá Grécia com calote e tudo mais que vem nesse pacote. Mesmo que eu fosse tonto de acreditar na boa vontade de ambos os candidatos, eu ainda enxergaria o problema no horizonte.

Se o governo for impopular ou se quebrar numa mega-crise por falta de dinheiro para pagar as contas, o terceiro turno está garantido até 2026. Lula e Bolsonaro vão querer colocar seus sucessores, e pra isso provavelmente vão fazer mais uma rodada de gastos e promessas absurdas nas proximidades do próximo pleito. O projeto de poder desses dois ególatras corruptos com complexo de deus passa por fazer qualquer coisa para se manter no topo. Bolsonaro fez isso diretamente com o auxílio turbinado (a economia a gente vê depois), Lula fez isso por procuração com Dilma ao quebrar a Petrobrás para segurar a inflação (e pagar por apoio de corruptos).

Os dois já demonstraram que vão se colocar acima do bem da nação, e eu temo que o assunto de ajuste de contas se torne progressivamente mais impopular até 2026, considerando que a discussão política brasileira é basicamente deus contra o diabo nos últimos anos. Ninguém vai ter coragem de falar que precisamos acertar as contas, e quem quer que ganhe vai continuar pilhando nossos cada vez mais limitados recursos para colocar seu poste no poder no próximo ciclo eleitoral.

Não sofra por eles mesmo, eles não estão sofrendo por você. Mas se você não fizer nenhum esforço para tirar o verniz de santo que tantos brasileiros veem nos dois, pode ter certeza de que você vai pagar cada vez mais caro pelo populismo deles. Tem que ter uma opção até 2026, não sei quanto tempo o país aguenta nessa divisão entre ruim e pior.

Para dizer que continua só votando no 29 como eu sugeri (parabéns, camarada!), para dizer que crise com controle de cu alheio é melhor, ou mesmo para dizer que crise com descontrole de cu alheio é melhor: somir@desfavor.com

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Comments (22)

  • É a terra brasilis, resultado saiu como previsto, mas 50/50. Terceiro turno me parece inevitável, ainda mais com o crescimento evangélico, que quase foi decisivo, a ver como será a relação com o sindicato. Pra mim a polarização não irá diminuir, o ressentimento é característica de quem perde e na minha opinião a 3ª via no Brasil “não cola”.

    • Brasileiro médio só consegue entender aquilo que é extremante simplificado e, passional como ele só, tudo é sempre na base do 8 ou 80: ou se está de um lado ou de outro, sem nuance alguma; e moderação é vista como covardia de isentão ou coisa de viado.

  • Sim, ainda bem que hoje acaba essa bosta! E acaba mesmo porque depois o povo vai tá afim de copa do mundo, depois das festas de fim de ano e o carnaval. Achatura fica pra trás até a nova eleição.

  • Agora vamos começar a soltar a real, até porque até o momento só teve conversa mole.
    Minha perspectiva aqui é que Lula deve ser eleito e seus pelegos aparelhados devem ficar relativamente quietos, ainda que saiam fritando eventuais divergentes as posições da cartilha defendida por essa versão tupiniquim piorada do Perón, que assim como o argentino, tem tudo pra bater as botas em meio a esse terceiro mandato, sendo que até mesmo nas passeatas onde ele estava carregado, estava claro que o mesmo estava mais pra lá do que pra cá, sendo que pra ele ir lá sentar no colinho do capeta, falta bem pouquinho.
    Um eventual gestão do Alckmin a frente da presidência (na iminente falta do Lula) deve ser quase que o equivalente a um segundo governo Temer só que pior, porque além dele ter de lidar com o chororô de parte do grupo alinhado ao Lula que deve se bandear pro lado do Lula gourmetizado que atende pelo nome de Guilherme Boulos, ele ainda vai ter dificuldades com a turminha mais radicalizada na patota bolsonarista, porque por mais que o bolsonarismo tenha saído derrotado na eleição nacional de 2022, ele não está morto.
    Fazendo tudo direitinho e não mijando fora da casinha, ele tem chances razoáveis de ser reeleito, só que na condição de presidente e pra isso, a Tebet de vice pode forjar uma cômoda aliança de “terceira via” saindo do eixo lulobolsonarista.
    Não é exatamente uma maravilha, mas é o que tem pra 2026.

  • “política maluca de reclamar do lockdown que não se fez”
    E aqueles ambulantes apanhando de polícia foi o quê?

    • Ambulante tomando marcação cerrada de polícia ou de guarda civil (geralmente ligadas a municípios) é relativamente comum e no momento da pandemia isso ficou ainda mais escancarado.
      Aquilo que se teve não foi LOCKDOWN e sim a lamentável quarentena à brasileira, que está para a saúde pública assim como o Plano Cruzado estava para a inflação.
      Se você observar, você vai notar até uma semelhança entre a movimentação dos preços e a disponibilidade de produtos lá em 1986 com o “controle da pandemia” na base do jeitinho em 2020, onde depois da primeira fase de choque com algum sacrifício num primeiro momento, se seguiu um período de acomodação que resultou num afrouxamento da política mais adiante, resultando num estouro da inflação em 1987 e num estouro no número de casos e mortes em 2021.

    • Ambulante tá sempre apanhando da polícia. Pena que maioria dos brasileiros médios só reparam nas agressões diárias que sofrem quando convém às suas motivações mais egoicas.

  • Eu sempre digo que se os políticos tupiquins roubassem menos ou não roubassem (e isso é inexistente, seja aqui ou em qualquer outro lugar do mundo pois político, por definição, sempre acha um jeito de levar o seu e, portanto, é corrupto – isso é uma das pouquíssimas – quase inexistentes – generalizações sociais possíveis de se fazer!), daria bem para que o plano de renda universal do Somir (com o qual eu concordo) prosperasse. Pensem: são trilhões em impostos (não são mais bilhões, mas trilhões!) e ainda assim se consegue manter a (inchada) máquina estatal em sua funcionalidade plena, mais as roubalheiras de que ela é vítima!

  • Paranoia com déficit é típica de capacho dos vagabundos do mercado financeiro, que só querem encher mais o cu de dinheiro.

  • Só acredita em conversa de político quem é muito ingênuo ou quem tenha algo a ganhar na base da troca de favores.

    • Tem gente que acredita para não ver a realidade, pois é muito doloroso perceber que não tem salvador, que ninguém está cuidando de você e que as coisas só melhorarão se você fizer algo a respeito.

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