Aposta perdida.
O brasileiro gastou cerca de 24 bilhões de reais com jogos online e apostas esportivas nos últimos 12 meses, segundo estudo elaborado pelo Itaú. Esses dados representam 0,22% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Já a entrada líquida para quem ganha algum tipo de aposta foi estimada em 200 milhões de reais. LINK
Pode ser legalizado, mas é ético num país como o Brasil? Desfavor da Semana.
SALLY
O valor que as bets estão movimentando no Brasil é obsceno. No ano passado, brasileiros “gastaram” cerca de 1% do PIB do país nesse tipo de aposta. Percebam que eu usei aspas para a palavra “gastaram”, pois acho que o termo certo é perderam. Se movimentou 120 bilhões de reais é porque o brasileiro perdeu 120 bilhões de reais, afinal, essas empresas não entram no mercado para ter prejuízo.
Quando falamos em bets, não nos referimos apenas às clássicas apostas esportivas, mas também a toda modalidade de jogo de azar, como jogo do tigrinho e similares. Botamos tudo no mesmo saco pois o mecanismo de funcionamento dessas porcarias é mais ou menos o mesmo, algo similar a o que fazem traficantes, que oferecem as primeiras doses de graça e, uma vez que o usuário está viciado, começam a cobrar cada vez mais caro pela droga.
A estratégia costuma ser a seguinte: investem massivamente para que pessoas influentes divulguem, para dar credibilidade. Sim, o brasileiro pensa “se Fulano está recomendado, deve ser sério”. Isso já desarma parte da frágil barreira de desconfiança do povo.
Estas pessoas muito bem pagas para divulgar as bets recebem dinheiro para apostar e se filmar ganhando (elas não apostam o dinheiro delas!) ou recebem uma versão viciada do jogo no qual ganham sempre, para jogar ao vivo, de modo a que seus seguidores vejam que é possível vencer com frequência. Isso cria uma ilusão de que é possível ganhar dinheiro fácil e derruba mais um pouco do que restava da barreira de desconfiança do povo. O povo quer que seja verdade a possibilidade de ganhar dinheiro fácil.
A crueldade piora. Quando a pessoa entra para apostar e testar, existe sempre algum tipo de truque ou programação que facilita suas primeiras jogadas e colabora para que ela ganhe sucessivas vezes. Isso derruba o pouco que restava da barreira de desconfiança. A pessoa, que se acha muito esperta, vai lá para ver se de fato dá para ganhar e chega à conclusão de que sim.
O cérebro associa aquilo a dinheiro fácil, a pessoa cria diversas ilusões de tudo que vai ganhar e de tudo que vai fazer com esse dinheiro. Existe um mecanismo no nosso cérebro que faz com que você já se sinta possuidor quando tem certeza de que vai conseguir algo, que nos cega para uma série de possíveis problemas. A pessoa aposta já na certeza de que vai ganhar (mais uma vez).
Até que ela começa a perder. Mas aí é tarde para muita gente, uma boa parte da população será incapaz de recuar, pelo efeito viciante que isso causa no seu cérebro. Não é forma de falar, é uma questão de saúde mental mesmo. É real.
A comparação com drogas não é algo tão distante como parece. Existem muitos estudos comprovando que apostas e jogos de azar no geral tem a capacidade de ativar a mesma área do cérebro que muitas drogas ativam, gerando inclusive dependência. Então, muito cuidado com o apontar o dedo e chamar de burro quem perdeu as economias de toda uma vida em bet. Vício, qualquer um de nós pode ter, basta que pegue no nosso ponto fraco.
A burrice reside em não perceber antes de começar que se trata de uma furada. Antes e começar a jogar a pessoa não está cega pelo vício, ela pode avaliar racionalmente a situação e escolher não entrar. Nunca sabemos em que substâncias/coisas viciantes podemos nos viciar, portanto, a única decisão inteligente é não experimentar.
Mas, na cabeça do brasileiro, as leis e o governo protegem o povo, se fosse tão ruim, se fosse viciante, não seria permitido. Esse raciocínio ferra a vida de muita gente no Brasil, não apenas quando falamos sobre bets, mas com muitas outras coisas: “se esse remédio fosse perigoso ele seria proibido”, “se esse procedimento estético fosse perigoso a clínica não estaria fazendo”, “se cloroquina não evitasse covid o governo não estava distribuindo”. Essa falsa sensação de segurança é um desfavor. Nem o governo nem as leis te protegem, você tem que cuidar de você mesmo e dos seus.
Depois que a pessoa começou a jogar ou apostar, se ela tiver alguma propensão ao vício, ela será incapaz de sair e vai perder tudo mesmo, por uma questão que também envolve bioquímica cerebral. Eu fico bem puta quando vejo gente viciada em maconha, em cigarro, em bebida, apontando o dedo e chamando de “burro” quem não parou de apostar quando estava ganhando. Se você não consegue parar o seu vício, com que direito chama de burro quem não consegue parar o dele?
O que falta (e Somir vai falar mais sobre o assunto) é o raciocínio, o desconfiômetro, a matemática de entender, antes de começar, que uma empresa que dá dinheiro fácil para os outros não se sustentaria. Um povo com uma boa educação saberia identificar, tanto é que essas porcarias de bet normalmente só se criam em país de imbecilóide. Se a empresa está disponibilizando essa aposta ou esse jogo, é porque ela vai tomar muito mais dinheiro de você do que dar, caso contrário, não seria um modelo de negócio viável.
Mas o brasileiro (seu viés de confirmação, sua dissonância cognitiva, seu eterno desejo de se dar bem e levar vantagem) tem dificuldade em perceber isso. Seu desejo de que seja verdade a possibilidade de dinheiro fácil o cega. Em um mundo de bolha digital no qual se eu quero então tem que ser verdade, bets são uma armadilha muito eficiente.
O que nos leva a um ponto crucial: como lidar com isso? Eu não tenho uma resposta pronta fácil, mas certamente não é da forma como o Governo está lidando.
Para começar a discutir a questão, temos dois caminhos: ou se liberam todos os jogos de azar no país ou se proíbem todos os jogos de azar no país (Loteria Federal é jogo de azar, ok?). Vamos ser coerentes e consistentes.
Se liberar geral, as pessoas vão aprender na marra, a sociedade terá que se regular com muita dor, sofrimento e caos. É uma opção. É a melhor? Não sei. Se a decisão for de não permitir, então que se combatam os jogos de azar que já existem. E se a decisão for um meio termo, de permitir com algumas regulamentações, que valha para todos os jogos de azar, que se recolham muitos impostos dessas empresas e que ao menos isso seja revertido de alguma forma para o povo (eu sei, seu sei, acaba no bolso de políticos, o Brasil é uma merda).
O que o Governo fez? Nenhuma das opções acima. Resolveu explorar essa fonte de dinheiro fácil, criando sua própria bet, através da Caixa Econômica Federal. Olha, eu não sei qual é a solução do problema, mas certamente não é essa. O governo está se juntando ao problema e aumentando-o.
Outro ponto que acho que todos deveríamos refletir: quem anuncia bet, na minha opinião, está colaborando para um Brasil pior. O valor é astronômico e eu não julgo quem topa, porém, se você topa, tem que se manter coerente e não fazer discurso pedindo Estado protecionista, condenando quem explora a ignorância alheia e definitivamente não posando de boa pessoa, pessoa do bem e muito menos de evangélico. Né Felipe Neto? Anos anunciando e defendendo incessantemente a Blaze e posando de boa pessoa ao mesmo tempo. Incompatível.
É a favor que se libere tudo e a sociedade se autorregule? Beleza, eu respeito. Mas então viva de forma coerente com essa premissa. Anunciar bet e apontar o dedo para o outro desfilando virtude é muita canalhice, fiquem bem atentos e cortem da vida ou das redes sociais de vocês quem faz isso.
No momento, não tem ninguém te protegendo nem aos jovens ou idosos da sua família, muito pelo contrário, tem gente muito popular avalizando. Então, é cada um por si. O que vocês podem fazer é cuidar dos seus tentando mostrar tudo que está por trás disso, tentando desencorajar as pessoas a testarem, tentando explicar como isso impacta a saúde mental e como isso pode gerar um vício similar ao vício em drogas. E lembrem-se: não se educa com agressividade, com briga ou com depreciação. Se educa com civilidade, com informação e com amor.
É sério, gente. As pessoas estão perdendo as economias de uma vida, vendendo a casa para apostar, arruinando suas vidas e as de sua família. A questão precisa ser olhada sob a ótica da saúde mental. Não adianta apontar o dedo, chamar de burro e dizer que “bem-feito”. Isso envolve mecanismos do cérebro humano sobre os quais não temos controle. A única forma de ter controle é não começar a jogar.
“Mas Sally, nem todo mundo é viciado em jogo”. Certo, mas você só vai descobrir jogando. Tem certeza de que quer fazer essa roleta russa financeira? Eu sou viciada em café e chocolate, eu tenho a plena consciência de que não posso chegar nem perto de nada que tenha efeito viciante e que possa me fazer muito mal, pois se eu já sou viciada em café, imagina o que acontece comigo no dia em que experimentar cocaína.
“Mas Sally, eu não sou viciado em café”. Todo mundo tem alguma propensão a vício, somos humanos. Você só descobre o que te vicia depois que está viciado, por isso, nunca na sua vida experimente nada que pode arruiná-la, seja heroína, sejam apostas. Pode ser que nada aconteça, mas pode ser que dê merda. E se der merda, o preço a se pagar é a ruína, sua e da sua família. Vale o risco?
Seja racional: se existisse um joguinho/aposta no qual se ganha dinheiro fácil essas empresas já tinham falido. Estão batendo recorde de lucro. Por que será? Porque todo mundo perde, mas só você que é especial, único, alecrim dourado, floquinho de neve vai ganhar ou porque no final das contas todo mundo perde? Achar que todo mundo perde, mas você vai ganhar é loucura. Você não é tão importante, você não é tão especial, você vai tomar no cu juntinho com os outros.
Acredite na gente: no final das contas todo mundo perde, só quem ganha é a empresa, se não, esse modelo de negócio não se sustentaria.
Para piorar a situação, parar fica muito mais difícil neste caso de apostas online. E é muito fácil de acessar, está no celular, a um clique. É impossível de esquecer, pois ficam enviando notificações o dia todo. Tem toda uma indústria criada, projetada e desenhada para seduzir e convencer a jogar. Tem resultados forjados para te fazer acreditar que aquilo dá lucro. Eu sei que dá muita vontade de acreditar que dinheiro fácil por bet é possível, mas, sinto muito, não é.
Bets e brasileiros são uma combinação trágica. Cuidem dos seus, com amor, com informação, com carinho. Tente proteger quem não tem o discernimento nem a cognição de perceber como isso funciona antes de se viciar. E observem bem quem anuncia essas porcarias e depois posa de arauto da moral e bons costumes.
“Problema de quem é idiota e perde”. Veja bem, sinto informar, mas o Brasil é um país com maioria de idiotas, basta ver o que fazem nas urnas. Se uma maioria de idiotas perder seu dinheiro, isso impacta a sociedade como um todo, desde a saúde mental, até a economia de varejo e os índices de criminalidade. Você não é uma ilha, esse impacto vai chegar até você. Esse é um dos grandes problemas de viver numa sociedade de maioria de idiotas: as péssimas decisões dos idiotas te ferram.
Não julgue, certamente você também é viciado em algo (remédio para dormir, café ou cocaína, todos temos algum vício) e esse algo nem tem essa indústria massiva pensada para te viciar, imagina se tivesse.
Cuidem dos seus. Façam a parte de vocês para levar informação a quem pode se beneficiar dela, se cada um fizer isso, talvez o problema não se resolva por completo, mas com certeza a situação melhora.
Para dizer que seu amigo aposta e não ficou viciado (“meu amigo saiu de carro sem cinto de segurança e não morreu então eu posso sair sem cinto”), para dizer que não está viciado e para quando quiser ou ainda para dizer que é melhor se endividar todo do que admitir que só se pode ganhar dinheiro trabalhando: comente.
SOMIR
Quando entra esse tipo de tema, eu sempre acho importante estabelecer uma coisa primeiro: num mundo ideal, eu sou favorável a controlar o mínimo possível o ser humano. Não anarquia, mas relaxar restrições cuja maior vítima seja a própria pessoa. Por exemplo, na questão das drogas, a forma como eu enxergo a situação terminaria na liberação completa de todas as substâncias entorpecentes. Da maconha ao crack, sem limites.
Mesmo achando que drogas são péssimas para a sociedade. As pessoas precisam aprender a lidar com elas na prática. Causaria muita dor e sofrimento por um tempo, mas eu acredito que evoluiríamos eventualmente. E por essa visão, eu ainda não gosto da ideia de liberar apenas a maconha, por exemplo. Seria o pior dos dois mundos: as limitações de aprendizado da proibição com chancela governamental de uma das coisas ruins.
E eu levo isso para o mundo das apostas e jogos de azar. No meu mundo ideal, todo jogo de azar, pirâmide e esquema de esvaziar os bolsos de pessoas físicas e entidades privadas seria liberado. Traria sofrimento e prejuízo por um tempo, mas da mesma forma como as drogas, seria a mola propulsora para que as pessoas aprendessem um pouco mais sobre como isso é um golpe e evoluísse além dessa vulnerabilidade.
E é aqui que eu considero antiético, e francamente, imoral, ter essas casas de aposta atuando livremente no país. O Brasil ainda proíbe jogos de azar, o que cria uma sensação de que aposta esportiva é muito diferente por ser legalizada. Não é. Pelo menos não num país com tantas pessoas marginalizadas e ignorantes.
O tamanho desse mercado explica o interesse político de liberar esse ralo de dinheiro para o cidadão médio. De olho nos impostos, até mesmo o supostamente conservador poder legislativo tupiniquim topou expor o povo a apostas. Todos muito cristãos até a palavra do Senhor ser levemente incômoda para seus objetivos. Aí assume o espírito libertário, com força.
E por que eu argumento que apostas são equivalentes aos jogos de azar? Porque a dura verdade é que a maioria da população brasileira não tem capacidade intelectual de lidar com esse tipo de jogo. Não só os testes de Q.I. são assustadoramente baixos quando realizados no brasileiro médio, como nem estamos numa cultura que sabe lidar com investimentos para começo de conversa. Até pouco tempo atrás, a única coisa que o brasileiro fazia era colocar dinheiro na Poupança, quando fazia.
A ideia de investir dinheiro com risco é muito recente no país. Não se aprende nem na escola e nem em casa o que é um portfolio de investimentos, ou mesmo como diversificar para lidar com riscos. O brasileiro tem a noção de colocar dinheiro num lugar de onde pode tirar quando quiser (poupança), ou apostar com baixíssima probabilidade de vitória (loterias).
Apostas esportivas, em tese, são uma forma de investir baseada em análise de probabilidades e conhecimento histórico sobre as modalidades. É claro que tem gente que ganha mais do que gasta, é claro que alguns dão sorte e fazem uma bolada apostando no azarão; mas isso é obviamente a minoria. É lógica simples, se as empresas de apostas não ganhassem mais do que pagam para os vencedores, não estariam funcionando. Nesse sentido, é que nem cassino. Basta pensar meio segundo para descobrir que a sua chance de ganhar é menor que 50%, senão nunca que o negócio de oferecer o jogo de azar se manteria.
Para que você consiga passar dessa mítica faixa de ganhar 51% das vezes e lucrar com apostas, precisa estudar bastante e ainda contar com um pouco de sorte para não tomar muitas reviravoltas. Se fosse mais fácil do que se dedicar muito para absorver informação e transformar em apostas eficientes, voltaríamos para aquele problema fundamental: as casas de aposta faliriam. Faz parte do processo que a maioria dos apostadores não tenham muita ideia do que estão fazendo e se coloquem na posição de perder mais do que ganham para o modelo dar certo.
E como estamos num país com um povo ignorante ao ponto de achar que com eles vai ser diferente, rapidamente passamos para as primeiras posições mundiais em gastos (dinheiro perdido) com apostas. Eu argumento que isso é tão indecente quanto oferecer cocaína para crianças. A pessoa não tem proteção interna contra as consequências do ato.
Se a política do Estado fosse deixar a pessoa quebrar a cara para aprender, vá lá. Teríamos alguma compensação futura. Mas não é, o mesmo Brasil que considera ilegal apostar numa roleta, considera legal apostar num resultado esportivo. Em tese, a aposta não é essencialmente aleatória, mas na prática, para um povo que em média não entende o que lê e frequentemente passa vergonha em exames mundiais de aprendizado em matemática, torna-se aleatória.
E com um bando de influencers explorando o povo mais ignorante com promessas de dinheiro fácil, temos o pior dos mundos. Fica parecendo que a pessoa não vai necessariamente perder mais dinheiro que ganhar com apostas, porque se fosse esse ralo todo de dinheiro, seria ilegal, certo?
Pois é. Estatisticamente, você vai perder dinheiro apostando. Apostas só existem porque o sistema é feito para afunilar dinheiro em uma direção. Essa é uma lógica básica que o brasileiro médio pode até concordar se você parar ele para conversar sobre o tema, mas que não ativa neurônios na hora que a promessa do ganho fácil aparece. Lógico que não: a maioria do povo vive apertada financeiramente, existe pouco incentivo a aprender como as coisas funcionam, e toda a vez que a pessoa pega o celular, vê um monte de picaretas dizendo que é fácil ganhar dinheiro.
Se pelo menos fosse ilegal, teríamos alguma proteção na ideia de que tem algo errado aí. Mas não é. Tornar ilegal é a segunda melhor opção depois de liberar geral e deixar as pessoas aprenderem do jeito difícil. A pior coisa possível é essa liberação seletiva, que cria ilusões na mente das pessoas que especificamente nessa parte, não é perigoso.
Povo que não entende matemática básica é povo que não consegue sequer conceber como investir em coisas como ações ou criptomoedas. Onde a sua estratégia de longo prazo e o seu conhecimento técnico são as únicas coisas te impedindo de perder mais dinheiro que investe. E mesmo assim, os mais bem estudados ainda podem perder pelas aleatoriedades do mundo. Tem que saber como investir e o quanto investir. Você pode aprender a ser melhor nisso, mas dá trabalho, demora e exige uma boa base de conhecimento básico, no mínimo de compreensão de textos e matemática. Não é algo que o cidadão médio esteja equipado para lidar.
Por isso, se a escolha do governo é proibir jogos de azar, é incrivelmente escroto liberar apostas esportivas. Mas é claro que não estão nem aí, o dinheiro está entrando, sendo afunilado dos bolsos dos mais pobres para o dos mais ricos, do jeito que os nossos políticos gostam.
Para dizer que eu sou muito libertário, para dizer que eu sou muito autoritário, ou mesmo para dizer que o jogo do burrinho está pagando muito: comente.
Ana
Esses aplicativos de aposta inclusive estão sendo disfarçados como outros aplicativos.
Por exemplo, eu uso um app de música que, por ser gratuito, ele me mostra propagandas de tempos em tempos. No começo mostrava bastante isso de (algumacoisa)bet.
Agora esses apps vem disfarçados como “Tiger Frozen Cold Drink” ou “Budcal”, quando não vem nomes completamente em árabe ou chinês.
Você vê que é claramente Tigrinho tentando disfarçar, ou pior, piratearam app de aposta pra você perder em dobro: dinheiro apostando e dinheiro sendo hackeado ou tendo seus dados vazados.
Outro detalhe é que quando você tenta fechar essas propagandas, elas subitamente posicionam o botão “instalar” em cima da opção de pular propaganda, quando os segundos de propaganda obrigatória expiram.
Sally
Imagina um idoso exposto a isso, que pesadelo
Anônimo
O bom e velho Design Malicioso, que veio pra ficar.
GILCO COLHOS
Pilantragem mesmo…
F5
Dos(as) mesmos(as) autores(as) de “veio para ficar e muito!“…
Anônimo
O Somir já fez postagem sobre isso aqui. A lógica é a mesma. Inclusive a relação dos bets com o futebol (e outros esportes) guarda similaridades com a relação do Jogo do Bicho com as escolas de samba no RJ.
UABO
Vale tudo…
Anônimo
O meu supervisor acorda vendo futebol e dorme vendo futebol, o cara consegue faturar uma boa grana em site de apostas e até fizemos um grupo de zap com ele dando as dicas pra faturarmos também. Não tô falando de jogo do tigrinho e outras merdas, mas se a pessoa tem fanatismo por futebol igual ele tem, acaba tendo um bom extra financeiro fácil.
Sally
É mais fácil que ele esteja querendo convencer vocês a jogar por um interesse pessoal (alguns premiam quem indica novos usuários) do que estar ganhando mais do que perde
UABO
Isso de dinheiro fácil não existe…
Paula
Não são só os influencers anunciando. Meses atrás, vários perfis do tal jogo de apostas do tigrinho estavam enviando solicitação para me seguir no Instagram. Às vezes eram uns três ou quatro por dia, mesmo bloqueando e denunciando todos. Eles se multiplicavam, e isso porque sou uma nobody com poucos seguidores, poucas fotos e perfil fechado.
Acho que um dos males do digital é que todo o dinheiro – e é muito dinheiro – deste mercado parece ser fácil de ganhar. Prometer remuneração a partir de algo em que a maioria das pessoas já tem um certo vício é predatório, e é extremamente sedutor para quem nunca teve muito, e sempre precisou trabalhar demais para conseguir pouco. As pessoas se iludem com muita facilidade, e sempre acham que estão perto de ganhar.
Sally
Cada vez mais me convenço de que a maioria dos problemas do Brasil se resolvem educando o brasileiro