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Ele disse, ela disse: Entrega em domicílio.

| Desfavor | | 17 comentários em Ele disse, ela disse: Entrega em domicílio.

Na minha ou na minha?

Na relação de um casal, vários acordos implícitos fazem as vezes de facilitadores da comunicação. Depois de algum tempo, duas pessoas podem se conhecer tão bem a ponto de prever e antecipar desejos, necessidades e problemas comuns na constância de sua relação.

Mas isso demanda tempo e dedicação. Elementos que ainda não se fazem presentes no caso analisado por Sally e Somir hoje. O acordo implícito sobre o qual ambos discordam acontece quando um homem convida uma mulher (com a qual ainda está flertando ou conhecendo melhor) para sua casa.

Tema de hoje: Quando uma mulher aceita visitar a casa de um homem, existe a presunção dela aceitar fazer sexo com ele também?

Sim.

E não sejam mongos (ou chatos) a ponto de tentar usar exemplos como visitar amigos ou parentes. A idéia geral aqui é bem clara: Homem flerta com mulher, mulher corresponde. São duas pessoas que se mostram interessadas numa relação romântica. (Romântica no sentido de que presume sexo. Não no sentido viadinho flores e poemas.)

Não tem nada de “amiguinho” aqui. A mulher já deu sinais inegáveis que está interessada no homem, já pode até ter algum embrião de relação se formando entre os dois. Novamente: São duas pessoas que se mostram interessadas numa relação romântica. Ninguém é forçado a nada aqui.

Entendido? Ótimo! Continuemos então. Vamos tentar entender de onde os homens tiram a idéia “maluca” que uma mulher que está se mostrando interessada numa relação que INCLUI sexo vai aceitar isso ao aceitar ficar sozinha com ele em sua casa?

Se não for indiscrição demais, você poderia me responder qual o motivo principal para que as pessoas freqüentem motéis? O espelho no teto e a banheira com hidro são bacanas sim, mas eu desconfio que exista um motivo ainda mais importante. Vejamos… Ah, sim! PRIVACIDADE!

Sexo é uma das melhores coisas da vida, mas mesmo assim as pessoas tem uma certa restrição de praticá-lo em qualquer lugar. Com toda essa coisa de leis contra indecência pública e vergonha de mostrar a bunda branca para o povo em geral, convencionou-se que sexo deveria ser mantido, na medida do possível (ei, que atire a primeira pedra quem nunca se arriscou um pouco), dentro de quatro paredes.

E vejam só como as pessoas são condicionáveis… Quando um casal se encontra sozinho num local privativo, existe uma interessante tendência de que os dois comecem a se agarrar. Diferentemente do que acontece numa praça de alimentação de um shopping lotado, por exemplo. Até mesmo os homens mais inexperientes já entendem essa regra: Se quiser se dar bem, convença a mulher a ir para um lugar onde vocês podem ficar a sós. Fórmula de sucesso, senso comum 1º semestre.

É tão óbvio que qualquer pessoa com alguma experiência no campo amoroso tem obrigação de saber. Claro, ninguém está livre de cometer enganos e mudar de idéia, e não estou tentando tirar esse direito das mulheres. Mas alegar ignorância não dá.

O direito sobre os rumos e objetivos de uma buceta pertencem exclusivamente à mulher que a carrega. Eu honestamente acho repulsivo que alguém force (mesmo por manipulação psicológica) uma pessoa a fazer sexo com ela. E além de tudo tira a graça…

Agora, dizer que não é razoável que um homem fique na expectativa de fazer sexo com uma mulher (que já demonstrou interesse nisso) ao ficar sozinho com ela em sua casa? É muita cara-de-pau. É CLARO que uma mulher não é obrigada a fazer sexo com alguém contra sua vontade. Mas é claro também que é uma sacanagem dar a entender que vai fazer uma coisa e fingir que “não é com você” quando confrontado.

Mulheres, façam pose concordando com o texto da Sally (ela sempre fala de “poder feminino” para angariar simpatia). Vocês são poderosas, lindas, maravilhosas, blá blá blá, mas aceitem esse conselho do Somir aqui: Na situação apresentada aqui hoje, a melhor forma de agir é dizer com todas as letras que não quer fazer sexo com ele ANTES de aceitar o convite. Invariavelmente ele vai ficar na expectativa que você mude (ou que ele te incentive a mudar) de idéia, mas pelo menos ele não vai se sentir feito de palhaço caso não consiga. Vai ser útil para ambas as partes.

Não adianta dar murro em ponta de faca: Homens vão esperar que vocês façam sexo com eles ao aceitarem ficar sozinhas com eles em seus “territórios”. Se você quer evitar o sexo e o impasse resultante de sua negação de seguir o senso comum, não aceite o convite. Senão você passa a impressão de que é insegura/indecisa, ou mesmo uma babaca que está tentando provar seu poder provocando e saindo fora de uma situação que você mesma ajudou a criar. Ou pior ainda: Passa a impressão que o está rejeitando.

“Ela queria, mas mudou de idéia justo agora?”

Você pode ser uma mulher única, especial e insubstituível. Mas se agir feito uma fresca, as pessoas vão te enxergar como uma fresca. Ninguém lê mentes, minhas caras. Homens percebem uma situação como essa como consentimento, afinal, foi mais ou menos assim que aprendemos a conseguir sexo. Senso comum.

Mulheres tem uma escolha simples nesse caso: Entender que a presunção de sexo é razoável, decidindo e comunicando de forma clara o que querem, ou torcer para a bola de cristal do homem estar funcionando muito bem naquele dia.

Homens são seres territoriais. Nossas casas são nossos reinos, e ter uma mulher adentrando-o sob nosso convite de forma consentida é mais do que apenas uma chance de fazer sexo, é um orgulho. Mudar de idéia (ou passar a impressão de que mudou de idéia) é um golpe no ego do dono desse território. Mulheres, sejam honestas, não presumam que um homem vai jogar fora sua experiência de vida e até mesmo seus instintos no lixo só porque você quer que ele leia seus pensamentos. Isso não vai acontecer.

Visitar a casa dele gera presunção de sexo sim. Teime contra isso e ninguém sai no lucro. Boa, campeã!

Para dizer que eu sou machista pela enésima vez por não conseguir entender o que eu escrevo, para dizer que o homem dos seus sonhos é o Nostradamus, ou mesmo para dizer que chamar uma mulher para ver Guerra nas Estrelas jamais vai gerar presunção de sexo: somir@desfavor.com


Quando um homem te chama para ir à casa dele e você aceita, isso cria uma obrigatoriedade/presunção de aceitação de sexo?

Vamos delimitar o assunto. Estamos falando de uma situação onde exista um flerte, um “alguma coisa”, umas ficadas ou sei lá o quê. Nesse caso, é evidente que o sujeito te chama na expectativa de fazer sexo, entretanto, não vejo como dizer que existe essa presunção de aceitação, essa obrigatoriedade. E também não acho que a noite será necessariamente ruim ou frustrante caso a mulher não faça sexo.

O fato do homem ter a intenção de te comer e o fato de você saber que o homem tem a intenção de te comer não criam a obrigatoriedade de dar. Tudo bem que existem certos códigos sociais implícitos. Se presume que uma mulher que aceita um convite para ir à casa do homem está mais inclinada a fazer sexo do que uma que recusa, mas daí a fazer dessa aceitação um passaporte para a cama é demais para mim.

Muitas vezes a mulher tem vontade de conhecer o homem melhor, de criar mais intimidade com ele antes de fazer sexo. Por qualquer razão que seja (falta de dinheiro, distância entre as respectivas casas e etc) pode não ser viável ficar saindo com ele todas as vezes que gostaria. A casa do rapaz muitas vezes é a melhor opção. Isso não quer dizer que ela queira dar para ele.

Não vejo nada absurdo em ir para a casa de um homem ver um DVD e tomar um vinho nos primeiros encontros e terminar a noite sem fazer sexo. Papo brabo esse de que “se veio é porque queria dar”. Coisa de estuprador. Eu hein…

O que deve ser avaliado para mensurar as chances de sexo é o conjunto da obra: ela está com uma roupa muito provocante? Ela fala sobre sexo o tempo todo? Ela dá a entender que quer fazer sexo? O simples fato isolado de ir à casa do homem não autoriza ninguém a depreender que existe uma concordância para sexo.

“Mas Sally, se a mulher sabe que o homem vai tentar comer ela e ela não quer dar, porque merda ela vai?”. Não me leve a mal, mas a mulher sabe que o homem vai tentar comê-la onde der, quando der. Cabe ao homem tentar. Se a gente fosse deixar de sair com um homem porque sabe que ele vai tentar nos comer, não sairíamos nunca. Pode tentar, não tem problema não. O problema não é tentar, o problema é não respeitar o nosso “não” e cobrar sexo como obrigatório só porque fomos até sua casa. A mulher pode ter ido porque está com vontade de ficar com o sujeito em um ambiente mais calmo, com mais intimidade, porém sem dar. Não me interessa porque ela topou estar lá, pode ter mil motivos, o que interessa é que não se pode presumir (e muito menos demandar) sexo apenas pela aceitação de conhecer a casa do homem.

Pior é que tem uns imbecilóides que ainda explicitam no convite que querem apenas que você conheça a casa deles, para poder conversar com calma, deixando claro que nada vai acontecer. Aquela maldita frase que toda mulher já ouviu: “Não vamos fazer nada que você não queira”. Ou ele se acha o Pica Mágica de Ouro Golden Plus Supimpa e tem certeza de que na hora H ele vai te convencer, ou ele acha que você só está fazendo joguinho, cu doce, cheia de pudores. Este imbecilóide que te fez sentir envergonhada dizendo “Qual é o problema de você ir na minha casa? Isso não te obriga a nada, podemos apenas ver um DVD” é o mesmo que depois vai ficar putinho se você não der. E ainda vai se sentir no direito de cobrar e externar isso.

Daí vem aquela frase maldita que eu não suporto ouvir: “Você não querrrr? Vai dizer que você não está com vontaaaade?”. Essa frase é um desfavor completo. Se a gente diz que não quer e não está com vontade passa um atestado de frígida, se diz que quer, passa atestado de fresca cheia de pudores por querer e não fazer. É um comportamento manipulador e doentio que deve ser combatido, e não reforçado. Nada de aceitar a presunção de que indo na casa dele você tem que fazer sexo.

Algumas mulheres vão para a casa do homem já se sentindo devedoras. Vão achando que por estar ali tem meio que a obrigação de dar. NADA DISSO. DÊ QUANDO ONDE E COMO VOCÊ QUISER. Não deixem esse tipo de Patetas te convencerem que você deve alguma coisa.

Se você não quer ter que ficar dizendo “não, não e não!” (convenhamos, é sacal e constrangedor), melhor não ir mesmo, porque tentar eles vão. Se você não tem problemas em estabelecer limites, vá sem medo. Algumas mulheres deixam de ir não porque exista obrigação de dar e sim para se poupar dessa ladainha, dessa conversa mole idiota tentando te convencer a fazer algo que você não quer.

É o que eu sempre digo: NADA, EU DISSE NADA, OBRIGA A MULHER A DAR. Ela pode ter dito com todas as letras “Vou dar pra você hoje”, pode estar nua num quarto de motel, pode ter assinado contrato dizendo que ia dar, não importa quão explícito foi, ela tem o direito de se arrepender a qualquer tempo e dizer que não quer mais. Pode ser escroto, mas é um direito nosso. E vocês, Cuecas, tem o direito de ficarem chateados com isso e não ligarem nem falarem mais conosco, mas NÃO TEM O DIREITO DE EXIGIR SEXO. Quem exige sexo contra a vontade é estuprador.

E por favor, não venham me dizer que a mulher que vai para a casa do homem sabe muito bem que ele vai tentar comê-la, porque eu não estou negando isso. Porém, ela pode ir e não dar, mesmo sabendo que ele quer comê-la, e ainda assim fazer com que ambos tenham uma noite agradável.

Custa não insistir quando se ouve que a mulher não quer? Quando uma mulher diz que não quer, é porque ela não quer. Se ela disse que não queria e acabar dando, provavelmente vai ser por medo de perder o homem ou por medo dele ficar puto com ela, tem graça comer alguém que deu para você por medo ou insegurança?

Para me dizer que um homem tem que ser muito do merda para ficar entre quatro paredes sozinho com uma mulher e não conseguir comê-la, para dizer que toda mulher quer sempre dar para você, porém algumas fazem cu doce e para dizer que meu texto está ultrapassado, que hoje em dia neguinho come é no carro mesmo, nem precisa levar para a casa: sally@desfavor.com

Comentários (17)

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