Ele disse, ela disse: Salta Ceia.
| Desfavor | Ele disse, Ela disse | 36 comentários em Ele disse, ela disse: Salta Ceia.

As festas vão se aproximando, e com elas as tradições comercial-cristãs do Natal começam a entrar em voga na vida de todos. Inclusive dos ateus. Enquanto alguns não se importam de fazer parte do jogo, outros acham uma tremenda incoerência. Um peru para quem adivinhar qual ateu pensa o quê aqui no desfavor.
Tema de hoje: É hipocrisia ateu participar de ceia de Natal?
SOMIR
Sim, até por causa da postura que se acaba tomando ao se considerar ateu. Já disse e repito que ateísmo não é clubinho e que não existe nenhuma presunção sobre inteligência ou ética automática só pelo fato de não acreditar em deuses. O cidadão pode ser ateu e acreditar em cura por cristais, por exemplo.
Mas a partir do momento em que você se posiciona contrário às crenças da grande maioria da humanidade, não dá só para usar a carta da “minha opinião”. Do ponto de vista do ateu, uma pessoa rezando e uma pessoa levando para passear um cachorro imaginário (com coleira arrastando no chão e tudo) estão fazendo basicamente a mesma coisa.
E mesmo que esse ateu tenha a decência de compreender que não existe uma hierarquia obrigatória de capacidade intelectual entre ele e o religioso, ele ainda está enxergando um aspecto da realidade desabonador para o crédulo. E isso é uma coisa que marca o ateu com o passar do tempo, gerando a visão “Animal Planet” para qualquer ritual ou tradição religiosa a qual se faz testemunha.
Você pode até entender como as pessoas acabam acreditando nessas maluquices, existem estudos interessantes explicando que religião é um “bug esperado” no cérebro humano. Um subproduto da incrível capacidade de empatia e imaginação. Agora, mesmo entendendo, não dá para desligar aquela parte da sua cabeça que diz que não faz a porra do menor sentido.
Você ainda pode e vai formar relações, algumas de extremo afeto, com pessoas que enxergam a realidade a partir desse “bug”, mas é importante explicar que ser ateu não é um caminho. É uma linha de chegada. Quer dizer que acabou essa palhaçada de “busca espiritual” e que o tempo livre pode ser usado para coisas mais bacanas, como aprender sobre o mundo ao seu redor (ou encher a cara e fazer merda… não existe caminho pré-definido).
O cérebro aplica o “patch” contra esse defeito específico e ele não retorna. Eu nunca acredito em quem diz que virou ateu e depois se converteu para alguma religião, existe um ponto sem volta depois de realmente pensar sobre o assunto…
E o que isso tem a ver com a porra da ceia de Natal, você deve estar se perguntando…
Bom, da forma como eu vejo as coisas, ser ateu e participar ativamente de rituais e cerimônias de fundo religioso é ainda mais escroto e arrogante do que dizer que elas são ridículas e que todo mundo que as faz tem o cérebro bichado. Se uma pessoa como eu fica no meio de um bando de pessoas rezando, ou eu participo e torno inevitável o escárnio (mesmo que inconsciente), ou eu fico parado, evidenciando minha visão sobre quão malucas são essas pessoas.
É a mesma coisa que lidar com uma criança que afirma ter visto um unicórnio mágico. Se você entra na jogada, está brincando com ela. Se você ignorar, ela pode ficar chateada ou exagerar para chamar sua atenção. Como é saudável e esperado que crianças baguncem um pouco a linha entre realidade e imaginação, pode ser até positivo entrar na dança.
Agora, se um adulto te diz a mesma coisa sobre o unicórnio mágico, alguma coisa não está funcionando como deveria na cabeça dela. Concordar com essa pessoa é no mínimo preguiçoso. Sendo que em boa parte das vezes é sacanagem mesmo. Com adultos, essa brincadeira de faz-de-conta deve ser tratada com muito mais cuidado.
Eu não respeito a religiosidade de outras pessoas, mas eu posso respeitar as pessoas. Se não adianta explicar que o unicórnio mágico não existe, que pelo menos eu não transforme isso num deboche ou numa desavença.
E o que religião tem a ver com a ceia de Natal? Ok, quase todas as tradições natalinas são puramente comerciais, mas não podemos ignorar que o feriado é cristão e que vivemos numa parte do mundo infestada deles.
Você quer mesmo comemorar o nascimento de Gezuiz com alguém
que acha mais provável que o Zumbi Judeu é uma coleção de histórias de vários profetas malucos condensadas numa personalidade mais comercial… Vai comemorar o Natal com quem acha que religião deveria ser tratada como transtorno mental passível de tratamento? O que diabos eu estaria fazendo na ceia de Natal além de encher a cara de comida e achar tudo ridículo?
E esse lance de reunir família… Boa parte dessas famílias que se unem no Natal se detestam mesmo. Para quem não compra essa história de “época do perdão”, é ainda mais desabonadora a visão que se tem dos que comparecem com uma expectativa infantilóide de comunhão só por causa de um número no calendário. Perdão é mérito, não obrigação.
E vou além, depois que a minha infância acabou, acabaram as possibilidades de presentes baratos que eu mesmo não possa comprar se quiser. Acho brega dar presentinho por causa de ranço de tradição religiosa. Ou faria de coração em qualquer outra época do ano, ou é babaquice ritualista.
E por fim, acho MUITO BABACA ir para um lugar onde você SABE que vai achar ruim e ainda ficar reclamando. Então sim, acho hipocrisia participar de algo mala e religioso por natureza, considerando que eu teria que fingir estar achando bacana ou estragar o momento para quem acredita nessa pataquada toda (experiência no assunto…).
Para dizer que está esperando seu convite para a grande ceia do Dia da Mentira na República Impopular do Desfavor, para me chamar de extremista ateu (wat), ou mesmo para dizer que comparar assistir religioso com o Animal Planet é ofensivo (para os animais): somir@desfavor.com
SALLY
É hipócrita por parte de um ateu comparecer a uma típica ceia de natal? Não, não necessariamente.
A razão que leva a pessoa a este rito religioso pode ser de ordem alheia à religião. Pode estar lá para rever pessoas queridas ou apenas para se divertir. Infelizmente Somir não consegue conjugar a idéia de pessoas queridas com pessoas católicas, porque quem não pensa como ele é burro, idiota e não merece atenção, mas eu consigo ver um lado positivo nas pessoas, independente de suas religiões.
Ceias de natal típicas costumam ter rituais católicos: se reza, existem figuras decorativas da religião católica e coisas do tipo. Não vou dizer que é agradável, porque não é. Fazer cara de paisagem porque não sabe rezar uma Ave Maria ou um Pai Nosso desperta uma cara de bullying silencioso nos presentes. Mas, quem se importa? É o tipo de programa que você vai sabendo que acontecerão momentos meio chatos (como quando ligam a TV para ver o Papa falando) mas mesmo assim topa porque crê que no cômputo geral valha a pena.
Não é o meu caso, que tenho ateísmo de berço, mas pessoas com pais e avós religiosos podem querer estar perto dos entes queridos nessa data. Não é hipócrita querer estar perto da sua família, pois o sentimento de afeto por aquelas pessoas é verdadeiro, e é ele que te une a elas na ceia e não a religião. Existindo um sentimento verdadeiro que justifique o comparecimento a aquele evento, não vejo como falar em hipocrisia. O fato de estar lá não quer dizer que você tenha que participar da parcela religiosa do evento.
Talvez se o ateu for espírito de porco e for na cerimônia só para fazer merda e debochar, possa ser chamado de hipócrita, afinal, se não gosta, não vá. Mas, se a pessoa matem a civilidade, mesmo não acreditando nos rituais religiosos que está presenciando, está dentro dos limites éticos. O fato de entrar em uma Sinagoga não te faz judeu. O fato de usar uma guia não te faz pai de santo e o fato de estar presente em uma ceia de natal não te faz católico. Não há razões para esse radicalismo.
Hipocrisia é pregar uma coisa e fazer outra. Indo a uma simples ceia de natal você não deixa de desacreditar em Deus. Você não está lá para louvar um Deus nem para fins religiosos. Você está lá para passar uma noite com seus amigos ou parentes (ou ambos), por gostar dessas pessoas. Se, para eles tem caráter religioso, para você não. Se comparecer a cerimônias religiosas católicas te tornasse católico, ateu não poderia ir nem a casamento nem a batismo.
As coisas tem a importância que a gente dá a elas. Pouco importa a que título é feita aquela cerimônia. É um jantar bacana com pessoas bacanas. Tire o melhor da situação. Catolicismo não é vírus, não contamina nem passa pelo ar ou pela comida. Quem vai a uma festa GLS (ou quantas siglas estejam de moda usar hoje em dia) vira homossexual por causa disso? O Homem que acompanha a esposa ao ginecologista vira mulher?
Vamos combinar também que hoje em dia ceia de natal virou um mega-evento mundial praticado por pessoas de diversas religiões. Em muitos casos até transcende a religião. Dia 25 de dezembro é feriado nacional em vários países, inclusive aqui na República Impopular do Desfavor, onde se comemora o Dia da Mentira. As pessoas se reúnem mesmo. Quem quiser que se reúna voltado para religião, quem quiser que encare o programa como mero lazer.
Não comparecer a uma ceia de natal seria como dizer que você não vai se misturar com aquelas pessoas quando elas estiverem realizando cerimônias de suas religiões. Isto é feio, mesquinho e preconceituoso. Mostra uma grande falta de consideração por quem te convidou. É arrogante preferir estragar a noite de um ente querido a fazer cara de paisagem e se manter alheio a uns poucos rituais idiotas sem qualquer importância para você.
Sim, essa é a palavra-chave: importância. Eu não dou a menor importância para religião. Por isso não sigo nenhuma e não deixo que nenhuma me incomode. Se incomodar com religião a ponto de deixar que ela determine onde você vai e onde você deixa de ir é dar tanta importância quanto os próprios religiosos dão.
Façamos um exercício de imaginação: se o seu filho te chama para brincar com ele no quarto dele mas avisa que tem um dragão azul atrás do porta, que você sabe ser inexistente, você se recusa a entrar no quarto apenas por não acreditar no dragão azul? Não. Pessoas normais não se incomodam para aquilo que acreditam não existir. É simplesmente irrelevante.
Não custa nada rever pessoas queridas (se de fato forem realmente queridas) e ignorar quando for inserido no contexto qualquer ritual religioso. Faz tempos que o ritual religioso ficou em segundo plano na ceia de natal, basta ver as pessoas bêbadas falando palavrão para constatar isso. Estes sim são os hipócritas! Aqueles que se xingam o ano todo, falam mal uns dos outros, pregam uma religião da qual não seguem os preceito e uma vez por ano querem posar de bonzinhos e impor perdão a tudo e a todos.
É burrice ser rígido a ponto de não poder estar debaixo do mesmo teto onde estão entes queridos, só porque eles estão praticando algum ritual religioso.
A rigidez é apenas a outra face do fanatismo na moeda da intolerância.
Hipocrisia até é mas hoje em dia não tem mais isso de ritual não, até o pessoal de outras religiões comemora o natal… todo mundo quer é comer e ganhar presente, ninguém está se importando com Jesus . É só uma desculpa pra dar uma festinha.
Claro que não. Mesmo porque, desde quando natal é evento religioso?
Natal não é um evento religioso? Está certa disso?
Jura que é religioso? Desde quando? Nunca havia percebido.
A pior parte do Natal pra mim é a hora do abraço! Detesto ter que abraçar gente que eu vejo uma vez por ano, que eu nem tenho intimidade. Detesto mais ainda quando eu vou dormir e tem umas 5 crianças com os pés pretos de sujeira dormindo na minha cama.
btw, acho que deveria existir tipo um hotel pra ateus irem nessa época do ano. Nada de músicas natalinas, nada de comida natalina…nada disso! Fica aí uma dica, colegas desfavores.
Camilla, acho que ateus deveriam se reunir e fazer uma outra cerimônia qualquer, sem qualquer menção a religião, sem hipocrisia e com várias práticas divertidas e pecaminosas.
Já está na hora de criarem um plano B para quem quer fugir dessa merda de Natal onipresente!
Na minha família nunca houve reza, assistir ao papa ou coisa do tipo…Sempre foi algo como encontro da família mesmo. O que me faz odiar ainda mais a data, pq eu odeio a minha família.
enfim, acho que um ateu pode sim ir a uma ceia de Natal. É como a Sally disse, isso não te faz teísta. É só não ser hipócrita e sair rezandou o mal educado e sair debochando.
Mas que essa época do ano é uma merda é. Mas ainda há algo pior nos esperando daqui uns 2 meses e meio…
Talento, essa obrigação social de ser bondoso, compassivo e sociável me dá náuseas. A hipocrisia social alcança níveis intoleráveis nesta época do ano…
Eu odeio natal, mas adoro a tosca reunião da ceia natalina ,sabem porque? Porque se reune as primas tribufus (que so come ne) todas gordas, ai todo mundo enche a cara e começa a baxaria.Ai é o roto falando do rasgado, sai ate garrafada uma beleza de confraternização um finesse sem tamanho, sobra tudo de comer menos o de beber ne.Mas hoje em dia nem se come mais peru e sim uma galinhona safadona cheia de hormônios e anabolizantes de aves.Eu prefiro uma leito a pururuca mas nem como porque se naum no dia seguinte a gente tem que bota, gelinho no furicó de tão quente que fica tem que cagar abanando o rabu. pronto falei.
Vadia, leve seu celular e filme um trecho dessa sua confraternização familiar. Adoraríamos postar o vídeo aqui…
Eu não tenho religião mas curto as comidas de Natal. Em época nenhuma do ano se encontra rabanadas pra vender, em dezembro eu compro na padaria, no mercado perto de casa, a minha vizinha vende etc… Peru também é uma delícia! Na empresa onde eu trabalho deram panetones pros funcionários. Eu gosto de panetone, coisa que também não é hábito comprar fora da data. Ah… fodace que Gzuis é só uma lenda eu quero é comer! Os comes e bebes não de me desateísam hohoho!
@,
Eu não suporto nem olhar para rabanadas porque as acho feias e antiestéticas, me lembram um cocô. Mas também gosto daquela ave gigante que não sei o nome (nunca sei se é Peru, Chester, Tender…) e amo de paixão os panetones de chocolate. Foda-se Gezuiz mesmo, eu também quero é comer!
aqui e sushi, sashimi, salgadinhos e chester. Nao tem nem como brigar. So com a balanca…
Suellen, comida japonesa faz muito bem à saúde e não engorda, salvo os molhos. Shoyo light e em pouca quantidade resolvem a questão. Gostei da ideia, meu natal esse ano vai ser com sushi…
Detesto esse tipo de evento, independente da religiosidade, pois frequentemente (sempre), aparecem desafetos, mas como também estão presentes pessoas que admiro e que muitas vezes não tenho tempo de encontrar em outras situações acabo relevando.
Não participar de um evento religioso simplesmente por ser religioso é limitar a questão um um ponto que não se justifica por si mesmo. Perceber este mesmo evento como algo mais, como possuidor de diversas facetas acaba por facilitar a vida de todos os envolvidos nesse tipo de situação.
bibliotecário, pior do que a presença de desafetos é a obrigação social de não mandar seu desafeto tomar no meu do cu ou de dar umas porradas nele, porque contraria o “espírito de natal”. Isso eu sou contra, não me porto uma vírgula diferente do que me portaria em qualquer outro dia do ano. Se tiver que meter a mão na boca de alguém em qualquer data religiosa não vou me fazer de rogada, e quem me convida para qualquer cerimônia sabe disso.
Campanha “Brigue com Seu Desafeto em 25 de dezembro, Natal é o caralho!”
Não é hipocrisia. Deixar de ir numa reunião familiar onde se come bem, se revê entes queridos que as vezes não conseguimos ver em mais nenhuma época do ano, se diverte, se bebe por ser atéu é besteira.
Pedro, também acho besteira. Deixar que a religião te incomode ou te afete a ponto de te privar de um evento que poderia ser agradável é se importar demais com ela.
Touche no Somir.
Agora me diga uma coisa, Somir: e se eu considerar o natal uma época do ano em que é bom se reunir a família pra poder comer juntos, e não uma comemoração a gzuis? Eu posso dar outro sentido completamente diferente ao mesmo dia, um “momento família”, apenas porque calha que nesse dia é feriado pra todo mundo, toda a família pode se reunir, e é um costume na porra do país todo fazer uma ceia mesmo. Nenhum de nós segue de fato os rituais (rezar antes da comida, jantar a meia noite, … nada disso. Puta merda, esse de ceiar a meia noite é um ritual extremamente idiota, pessoal tudo morrendo de fome…), mas nos unimos, sentamos numa mesa, contamos piadas, causos, e aproveitamos que tamos ali, todos juntos e vivos. É uma ceia, é no natal, mas não há nada de religião imbutido. E aí? Ainda é hipocrisia?
Ateus pragmáticos são quase piores que religiosos fanáticos. fato
Mesmo sendo atéia não fico de mimimi, nem vou mudar de opinião se tiver que ir numa ceia de natal, missa ou coisa que o valha…Simplesmente abstraio a parte religiosa.
E já q fizeram ali pergunta jurídica pra Sally, e já que aparentemente começou a época de abandonamento de bebês(promiscuidade carnavalesca e gravidez indesejada, oi!) acho interessante de repente ter um post sobre o sistema de adoção ridículo adotado aqui em comparação com o parto anonimo adotado em países evoluidos(acho q era na dinamarca q tem até um quarto especial pra vc deixar o bebe se quiser e ninguém te paunocuzeia, até pq se você acha que não tem condições de criar um filho, o problema é teu e de mais ninguém)
Lilith, você tem toda a razão, o sistema de adoção do Brasil é burocrático, chato, desestimulante e pau no cu. Mas não tem como comparar com o da Dinamarca. Compare o povo do Brasil com o povo da Dinamarca e observe a diferença. Se liberar esse tipo de adoção “facilitada” por aqui, vai ter gente pegando criança para: botar para trabalhar, botar para cuidar dos outros filho, deduzir do imposto de rena, abusar sexualmente e tantas outras barbaridades que vemos por aí. Infelizmente, é um mal necessário, por causa desse povo bunda e sem educação, que se acha acima da lei.
Claro que não dá pra comparar esse povinho bunda daqui com o da Dinamarca….Mas já que uma lei sobre aborto decente tem menos chance que uma de adoção decente, ainda acho menos pior uma lei de adoção menos pau no cu q mulher correndo risco por aí, com médicos açogueiros e largando bebes no meio do mato(aula de educação sexual não tem, mas de religião que não serve pra nada é obrigatório)…E já que nego já faz td isso com criança mesmo (sad but true) pior do que já tá não deve ficar.
Isso de se achar acima da lei, até lembrei do meu pai que sempre fala que faculdade de direito é só pra aprender a fina arte da ladroagem dentro da lei(e olha que ele é advogado, depois de passar a vida toda trabalhando pro governo, ele deve saber do que está falando).
Lilith, eu discordo totalmente da ideia de uma mulher se escaralhar toda nove meses para depois dar seu filho. Acho muito mais lógico abortar. Até porque, na realidade brasileira, ela não terá acompanhamento médico decente, não terá acesso a vitaminas e remédios necessários e não terá uma boa equipe médica para fazer o parto. Vai acabar com eclampsia ou coisa pior morrendo depois de uma espera de nove horas de pé na fila de um hospital público. Infelizmente eu acho que adoção no Brasil tem que ser burocrática ao extremo mesmo. Mas, se quiser fazer um Desfavor Convidado mostrando seu ponto de vista, a gente publica. Quem sabe você não me convence?
Eu também acho o aborto muito mais lógico e prático, mas nem sempre é viável, se acontecer de a mulher descobrir a gravidez num estágio avançado.Me corrija se eu estiver errada, em geral um aborto é muito mais seguro no primeiro trimestre da gravidez… E creio que a lei de adoção deve ser chata pra quem quer adotar, pra impedir qqer maluco por aí de sair adotando a torto e a direito, só acho q podiam facilitar a vida de quem quer dar o filho pra adoção. Mas quem sabe me animo e faço um desfavor convidado mesmo :)
Lilith, sinceramente, não sei se o risco é maior. O procedimento é mais “feio”, porque depois que tem um crânio, tem que esmagar a cabeça do feto com uma espécie de quebra-nozes e é mais complicado no geral (acho que tem um Desfavor Explica sobre aborto… ACHO mas não tenho certeza). Mas, será que alguma mulher demora mais do que quatro meses para perceber que está grávida? Quatro meses sem menstruar? Basta pegar um teste de farmácia em um posto de saúde de graça ou pagar dez conto em qualquer farmácia e mijar nele. Depois faz um BetaHCG para confirmar, que não deve passar de trinta reais se feito em clínica particular e é realizado pela rede pública também.
No pouco tempo de experiência que tive na parte de direito de família, os casos onde vi mães entregando bebês foram terríveis. Passa uma ou duas semanas, a mãe se arrepende e fica uma disputa judicial suja para ver quem leva o bebê. Os novos pais, que já se afeiçoaram à criança, sofrem que nem o cão se o filho lhes é tirado ou então a mãe surta e persegue os novos pais se eles ficam com seu filho. É um circo, um horror. Uma grávida em estado puerperal com hormônios na casa do caralho depois de parir é imprevisível: se arrepende, se “desarrepende”, surta, bate, chora, mata, morre… Eu tenho medo de mulheres que acabaram de ter um filho. Trato com mais respeito do que trataria lutador de MMA.
Tem um programa num desses trocentos canais do Discovery que é sobre mulheres que não sabiam que estavam grávidas e só descobrem quando entram em trabalho de parto, não apresentam sintomas nem nada, é até interessante(tem também sempre um médico explicando a ausencia de sintomas ou o por que foram confundidos devido a outros problemas que a mulher passava no momento). Adoção eu sei tb por experiencia que é complicado e é um saco qnd a mãe muda de idéia(longa história que não vem ao caso)mas enfim, ainda acho que alguma mudança na lei evitaria que muitos bebês fossem abandonados em lata de lixo, meio do mato e por aí vai….
Lilith, taí uma coisa que eu sempre duvidei. Acho isso muito mentiroso. Gostaria da opinião de quem tem filhos, você já teve filhos? Por favor, alguém que teve filhos me diga se é possível não saber que está grávida! Uma grande amiga minha está gravida e eu vejo O FUCKIN´ PÉ do bebê fazendo vulto para fora da barriga quando ele chuta (e ela nem chegou no oitavo mês!).
Acho que abandono em lata do lixo e afins é transtorno mental de estado puerperal. Mulheres ficam hormonalmente descompensadas e infelizmente acho que isso não vai mudar com adoção.
Continuo sendo contra que se flexibilizem as exigências para permitir que uma mãe “doe” seu filho. Já pensou na quantidade de ofertas de compras de bebês? Este país está todo cagado, infelizmente nesse ponto a lei tem que ser pau no cu mesmo!
Eu tenho um filho, até demorei um pouco pra descobrir que estava grávida pq sempre tive menstruação irregular e já aconteceu de ficar meses sem vir, mas depois do 4° mês que é mais ou menos qnd o bebe começa a mecher eu acho muito pouco provável que uma mulher no mínimo não desconfie que tem alguma coisa muito errada, mesmo não tendo enjoos ou algo do tipo, mas enfim, não vou dizer que é impossível, aí só um médico mesmo…
Bom, como dizem em ingles, vamos ter que ‘agree in disagree’ em relação a leis de adoção, mas enfim, respeito e entendo o seu ponto de vista.
Lilith, acredito que até o quarto ou quinto mês até seja explicável, mas porra, oitavo e nono mês não me entra na cabeça! Como pode alguém não sentir um ser vivo chutando de dentro para fora? Eu só posso achar que essas mulheres não queriam ver!
Quanto à adoção, cada um com sua opinião. Ambas são plausíveis, é questão de escolha mesmo. Mas fica o convite para escrever um Desfavor Convidado!
Ateus pragmáticos são quase piores que religiosos fanáticos.
Sou ateu e não fico emburrado com o braço cruzado de mimimi, olhando todo mundo com desdem tentando provar meu ponto de vista ou me achando melhor que elas.
Isso se chama respeito. Participo de boa de um evento religioso. Minha cabeça não vai mudar. E a dos religiosos..bem…se faz bem pra elas que mal tem?
A religião é um mal necessário. É um conforto para algumas pessoas que nem sempre podem ter acesso aos ‘beneficios da ciencia’.
Saindo um pouco do foco: É melhor a pessoa acreditar que a vida dela vai melhorar e que se esta ruim é um teste de Deus. Ou explicar pra ela como se dá a desigualdade social, que boa parte das merdas que acontecem com ela, é poruqe ele foi um incompetente relaxado, ou ainda que o mundo é dos espertos, o que ele não é?
Hugo, concordo com você no que diz respeito a tolerar cerimônias, mas discordo que seja benéfico que religiosos se auto-enganem pensando que as merdas que acontecem em suas vidas são um teste de Deus. Isso dá uma aura de inevitabilidade e conformismo. Talvez se a pessoa tivesse certeza de que depende dela e que de que não é necessário sofrer para obter benefícios futuros, pudesse agir de forma diferente e melhorar sua vida hoje.
a) bilheterias que vendem ingressos pra shows e festivais, quando não são as bilheterias oficiais, geralmente cobram uma “taxa de conveniência” de 20% do valor do ingresso. Muitas vezes não há conveniência nenhuma (vide o site de venda do Lollapalooza que tava um lixo ontem), isso é legal?
b) geralmente os festivais proíbem as pessoas de entrarem portando alimentos pra consumo próprio (estou falando de entrar com UMA barra de chocolate, não com 18, por exemplo), vi alguém falando uma vez que isso é ilegal porque seria “venda casada”, procede?
Obrigada desde já, bjos ^^
Daniela,
Não pode proibir a entrada com alimentos para consumo pessoal, desde que esses alimentos não configurem um risco (por exemplo, latas e potes de vidro). O Rock in Rio tentou fazer isso e levou um coice, teve que abrir as pernas no segundo dia e permitir.
A taxa de 20% é pelo serviço do site. Pode ser cobrada desde que você tenha a opção de comprar de outra forma, sem os 20%, se desejar. O fato do serviço ser uma merda não influencia muito: se a comida de um restaurante é ruim, o restaurante não deixará de cobrar por ela. Cabe aos clientes não frequentar o restaurante que tem comida ruim.
Se eu quero me relacionar de maneira saudável vou precisar diferenciar as coisas… Realmente não é hipocrisia! Boa, Sally!
Lichia, fazer concessões pelas pessoas que amamos é difícil, porém necessário para relacionamentos saudáveis e duradouros…