Ele disse, ela disse: Fala, desfavor!
| Desfavor | Ele disse, Ela disse | 64 comentários em Ele disse, ela disse: Fala, desfavor!

Semana Egocêntrica: Nesta semana só o desfavor interessa. Cinco anos com certeza rendem muito assunto. E se não gostar da ideia, até semana que vem!
O desfavor é feito de textos e comentários. Um processo de troca refinado por anos de discussões nem sempre agradáveis. Falamos muito, ouvimos muito. Sally e Somir entendem o valor disso, mas discordam sobre o que realmente faz a diferença no desenvolvimento tanto desta nação como deles mesmos. Os impopulares leem o texto e depois escrevem suas impressões.
Tema de hoje: O que mais te somou no desfavor: escrever ou ler?
SOMIR
Escrever. Ler as respostas que tivemos para os nossos textos, as conversas que se desenvolvem por aqui, os elogios e as críticas… tudo muito importante. Mas nada disso aqui seria possível se escrever nossas ideias não fosse o cerne da questão desde o começo do desfavor.
Não é de hoje que eu reclamo de gente mais interessada no som da própria voz do que qualquer outra coisa; já escrevi vários textos com essa proposta de valorizar o ato de ler e ouvir. Ei, eu já escrevi mais de um texto pedindo (com a educação que me é peculiar) para vocês escreverem menos bobagens nos comentários! Só que em todos esses casos eu me referia especificamente à verborragia compulsiva, a vontade de se expressar só por se expressar.
Escrever os textos do desfavor demanda um processo intelectual muito útil: o de pegar uma ideia flutuando na cabeça e desenvolvê-la o suficiente para ser compreensível para outro ser humano (mesmo que às vezes eu falhe nessa etapa). E melhor, com uma razoável responsabilidade pelo o que diz. Se escrever merda, o público que selecionamos à ferro e fogo nesse tempo todo vai acabar acusando mais cedo ou mais tarde. Não tem uma empresa com fins lucrativos para me cobrar no final de dia, mas ainda sim é uma saudável e bem-vinda pressão por resultados.
O desenvolver do texto já me ajudou a formar opiniões completamente opostas a da ideia inicial alguns parágrafos adentro. Aliás, várias das minhas famosas furadas aconteceram assim. Eu já mudei de opinião no meio de um texto por perceber incoerências! O processo de concatenar seus conhecimentos e opiniões num texto com pelo menos alguma obrigação de coerência é um ótimo exercício para o cérebro e por consequência para o que você pensa e acredita.
Para quem não costuma escrever ou falar em detalhes sobre suas ideias, eu recomendo MUITO adquirir o hábito. Existem muitas surpresas nesse caminho tortuoso entre a forma que o nosso cérebro organiza as ideias e a forma como elas aparecem quando se tenta comunicá-las para outras pessoas. Não tenho a menor vergonha de dizer que já perdi a conta das vezes que sabia o que queria falar mas não tinha a menor ideia do que gerava a opinião na minha cabeça. Estava lá, mas só fazia sentido depois de ir para o papel (ou tela). Ninguém aqui foi mais influenciado pelos meus textos do que eu mesmo. Basta desenvolver uma ideia que todas as relacionadas começam a se encaixar no quadro geral das coisas.
Esses cinco anos de desfavor ensinaram-me que ideias são seres vivos, precisam nascer e se desenvolver fora do “útero” da nossa mente. Algumas deles já nascem mortas, outras sofrem antes de encontrar esse destino cruel… Muitas crescem e ganham o mundo. Mas enquanto elas não estiverem aqui fora, você nunca vai saber. Ler é importante, mas escrever é o que te soma de verdade.
Não só para quem tem a “obrigação” de escrever todas as semanas e encarar o escrutínio de visitantes, mas também para quem assume uma posição mais reativa e pode escolher suas batalhas com mais tranquilidade. Os comentários nos somam porque vocês os escrevem, alguns com mais desenvoltura e eloquência, mas de toda a forma o importante é que aquela ideia não nos foi negada.
Cidadão pode ler o que bem entender e nunca desenvolver algo nem parecido com pensamento crítico. Ler não é garantia de nada, e não estou falando só de analfabetismo funcional dos brasileiros médios que de tempos em tempos nos infestam, estou falando de adquirir informação sem a intenção de utilizá-la. Grandes merdas ler nossas quatro páginas habituais mais uma centena de comentários se tudo o que o foi absorvido vai ficar em suspensão na sua cabeça junto com o que você comeu no almoço e as notícias do dia.
O comentário ou texto que você leu soma como referência de mente alheia, o comentário que você escreveu é sua maior chance de entender melhor as coisas. Mesmo que seja pela sua ótica, que aliás, é a única que você tem e vai ter enquanto estiver vivo. Não fosse pelos textos que escrevo, não seria capaz de apreciar de verdade quando um de vocês escreve algo interessante ou surpreendente (para mim).
Não sei se isso é mais óbvio que eu estou imaginando, mas acho muito importante dizer: você vai se surpreender com o que realmente pensa sobre as coisas se colocar isso no papel. Falo por experiência própria, cinco anos de vida não são suficientes para explicar a evolução incrível que eu percebi na minha visão de mundo desde que o desfavor começou. Escrever fez diferença, muita diferença.
E não, eu não tinha isso claro na minha cabeça antes de escrever o parágrafo anterior. Com certeza estava lá, mas precisei digitar para entender o tamanho dessa mudança. Aliás, ontem mesmo eu estava lendo os meus primeiros textos aqui e percebendo algumas diferenças consideráveis de estilo, abordagem e opiniões. Ficou flutuando sem destino na cabeça até agora. Ler é importante, escrever que é fundamental.
O que me leva a seguinte frase: Obrigado, impopulares. Obrigado não só por lerem o que eu escrevo, mas obrigado por eu escrever.
Não, eu não bati a cabeça e nem estou morrendo. Provavelmente vou editar fora o parágrafo anterior daqui uma semana e negar que isso aconteceu.
Para dizer que em minha homenagem nem leu o texto, para reclamar que o tema é confuso demais, ou mesmo para dizer que vai tirar print do texto (vou dizer que é PhotoCHOQUE): somir@desfavor.com
SALLY
O que mais somou nesses cinco anos de Desfavor: escrever ou ler? Ler, sem dúvidas. Escrever não me acrescenta nada, eu apenas passo para o computador algo que eu já sabia. Ler não, ler a opinião de vocês é uma novidade, um acréscimo, uma troca, na maior parte das vezes, muito enriquecedora. Acredito que o mesmo valha para os leitores: enriquece muito mais ler diversas opiniões do que dar a sua.
A razão de ser disso aqui é criar um espaço onde as pessoas possam dizer o que pensam. Aqui o leitor não precisa aderir ao lado A ou B, nessa polarização bizarra, ele pode dizer o que realmente pensa, mesmo que alguns pensamentos sejam do lado A e outro do lado B.
Não importa, quem está aqui pode dizer o que pensa. E esse é o grande diferencial: nosso leitor não precisa fazer tipo, ceder à hipocrisia social e nem ao menos se identificar. O foco não é quem ou o que você é e sim o que você PENSA. Pode ser gari, pode ser empresario, pode ser dona de casa ou pode ser mendigo: o importante é o que você pensa. Em um lugar onde o importante é o pensamento, sem dúvida alguma, a parte mais enriquecedora está justamente na variedade de opiniões.
Uma coisa que eu sempre repeti aqui e vou continuar repetindo: o forte do Desfavor não são os textos, é a discussão nos comentários. Na maior parte dos textos os comentários são muito mais interessantes e enriquecedores. Debates paralelos, troca de informações, troca de opiniões, piadas e informações confidenciais permeiam nossos comentários. É um tesouro escondido, que muitas vezes passa despercebido para quem acaba de chegar. É o cantinho onde cada um de nós tem a certeza de exercer seu sagrado direito de expressão e se reunir com pessoas que igualmente o farão. É a mesa de bar da era da internet.
É o refúgio contra a patrulha de opinião, que te obriga a aderir a pacotes preexistentes: você pode, ao mesmo tempo, ser a favor do aborto e contra legalização das drogas ou ser contra o aborto e a favor da legalização das drogas. Não tem cartilha. E é a oportunidade de encontrar centenas de pessoas que tem a mesma filosofia de vida que você sem precisar ficar peneirando socialmente. Tem bem maior do que isso?
Muitas vezes o que um leitor fala em cinco linhas em um comentário ajuda muito mais a outro leitor do que aquilo que a gente gastou quatro páginas escrevendo. Muitas vezes todos nós chegamos a uma conclusão juntos, depois de muito argumentar, que nenhum de nós conseguiria chegar em separado. Essa troca não tem preço, é ela que acrescenta, é ela que realiza nossa “musculação cerebral” diária.
Sinceramente, eu não vislumbro como seria possível, sem o Desfavor, reunir tantas pessoas com uma cabeça tão parecida: pessoas que não querem o preto no branco, o nós x eles, a rivalidade política tipo Fla x Flu. Somos poucos, ao menos no Brasil, seria quase que inviável que nos encontrássemos ao vivo e a cores e formássemos um grupo tão coeso e comprometido que se comunica regularmente. Esse espaço dos comentários é nosso ponto de encontro diário é um tesouro, isso vale muito mais do que a opinião pura do Somir ou minha sobre algo. Isso vale muito mais do que a gente pode supor. Vale tanto que arrisco dizer que todos nós só sentiremos esse real valor se um dia este espaço por algum motivo se perder. Mas não se preocupem, no que depender da gente, ficaremos aqui por muito tempo.
Você consegue lembrar de algum outro blog onde um grupo seleto e pequeno de leitores batam ponto por anos debatendo e trocando ideias sobre os mais diversos assuntos? Porque é muito fácil reunir gente por tema: “pessoas que gostam de cães da raça Labrador”, “mulheres que gostam de maquiagem”, “pessoas que gostam de carro”. Difícil é reunir pessoas por MENTALIDADE, e puta merda, não sei como, mas a gente conseguiu isso aqui. O Impopular debate sobre hemorroidas, sobre política internacional, sobre chocolate ou sobre primeiros socorros. Não é o assunto que nos une, é a afinidade mental. Não somos padronizados, somos um balaio de gatos que temos apenas uma coisa em comum: valores parecidos. E justamente por sermos tão diferentes em outros aspectos, os comentários ficam tão ricos, pois mostram os mais diversos pontos de vista, as mais diversas realidades.
Como eu poderia ser tão egocêntrica de achar que o melhor disso aqui sou EU e minhas opiniões unilaterais se conseguimos esse ponto de encontro totalmente diferente do padrão de blogs no geral, onde pessoas com opiniões diferentes mas linhas de pensamento iguais coexistem rotineiramente? Mais: tem um clima familiar aqui, algo bem humano, difícil de se encontrar nos dias de hoje. Como somos poucos e somos sempre os mesmos, um se preocupa com o outro, quando um some todos perguntam se a pessoa está bem, quando um demonstra qualquer tipo de dificuldade outros se prontificam a ajudar. Tem leitor aqui muito mais amigo do que muito amigo que se diz meu amigo olho no olho. Se um dia você passar por um perrengue e quiser de alguma forma pedir ajuda nos nossos comentários ou por e-mail, pode ter a certeza que vai aparecer gente disposta a ajudar. Vocês são a família que nós escolhemos. Não é em qualquer lugar que se acha isso. Além da troca de informações, tem também troca de afeto.
Você conhece outro lugar onde se precisar, obtêm parecer de um profissional de graça, apenas porque pediu? Aqui tem. Somos uma rede de apoio, nos ajudamos. Nossos dois leitores engenheiros explicam tudo com carinho para a gente quando prédio desaba, nosso leitor historiador responde a perguntas, nossos três leitores médicos esclarecem dúvidas e tantos outros que não teria espaço suficiente para citar.
Somos uma típica família: eventualmente discordamos e até discutimos, mas quando um dos nossos precisa, todo mundo se une. Com a vantagem de que não temos que almoçar juntos aos domingos. Não consigo ver nada mais importante do que isso. Um texto meu poderia estar em uma revista, em um jornal ou em um panfleto de rua, mas esse vínculo que criamos, essa troca nos comentários, não poderia ser conseguida de nenhuma outra forma.
Então, acho que posso afirmar com convicção que é muito mais gratificante o que estou vivenciando aqui no Desfavor do que qualquer rede social, onde aparece um monte de gente randômica e sem afinidade para discutir com você . Escrever por escrever, para desabafar, para tentar fazer minha parte por mais reflexão, eu posso fazer em qualquer lugar. Mas encontrar meus amigos queridos e conversar sobre os mais diversos assuntos, só aqui. Sim, nós nos conhecemos muito bem sem nos conhecer. É estranho, mas é isso.
Grandes merda texto meu! Texto qualquer pessoa minimamente alfabetizada faz! Mas este espaço de troca que criamos, isso sim é difícil de conseguir. Nós abrimos as portas cinco anos atrás, vocês migraram das nossas comunidades do Orkut e ficaram. Essa reunião de pessoas que compartilham o amor pelo conhecimento, a diversidade de pensamento e uma rede de apoio é o que temos de mais precioso. Lamento muito por quem não consegue se dar conta disso.
Apesar de o texto da Sally ter tocado meu coração e de concordar com ela; por ser redatora, entendo perfeitamente o que o Somir quis dizer: muitas vezes só entendemos o que pensamos após passar para o papel.
Somir:
Entendo sua preocupação em pedir mais foco nos comentários, pois até pra nós que acompanhamos toma um tempão ler todos, ainda mais vocês que moderam. Considero-me culpada de escrever bobagens de vez em quando, mais é mais forte do que eu, pois além de me sentir à vontade… os textos e os debates que deles resultam nos deixam com a mente cheia de idéias.
De fato, escrever é um exercício maravilhoso e enriquecedor. Sempre tive muita vontade de fazer isso, cheguei a fazer um pouco, mas sempre o fiz de forma identificada e me arrependia pois preciso trabalhar, e o RH de várias empresas agora nos pune pela nossa liberdade de expressão. Acabei recuando e apagando muita coisa. (sou uma vendida mesmo… rs)
Sally:
E aqui entro na cota do que vc escreveu. Realmente sinto-me acolhida aqui nesse emaranhado de bons debates. Um bom boteco virtual.
E como adoro ter amigos virtuais.
Sou do tempo dos grupos do e-groups… tenho amigos desde lá. Mas quando são por temas específicos, de fato fica difícil vc mostrar seu lado intelectual mais sombrio e chocar as pessoas queridas. Eu vou viajar em família e estou em pânico, pois tenho certeza que boa parte dos meus parentes não sabe metade do que passa na minha cabeça e podem se chocar muito com a verdadeira ‘eu’. E assim a gente acaba se entregando aqui tb, nos comentários. Concordo que é um tesouro sim.
Como estava dizendo, eu tinha vontade de escrever meus pensamentos e publicar, mas muitas vezes recuei, reeditei, por conta da polêmica que isso geraria, por achar que nem todos estão prontos para ler certas coisas… por medo de chocar. Ao mesmo tempo, achava tão bacanas algumas conclusões que, por vaidade, queria que continuassem vinculadas à mim (como é chato quando alguém ousado e sem criatividade rouba sua idéia e faz sucesso com ela).
Mas vocês mantiveram essa riqueza que é poder se expressar de forma ‘anônima’, mas construindo uma identidade. Achei isso maravilhoso. Não que seja algo extremamente genioso, mas não ceder às tentações de colher os louros da fama é um exercício diário. Todos nós somos vaidosos em maior ou menor grau e sei que isso é um pequeno sacrifício de alguma forma. Mas vocês colhem o carinho de todos (e o ódio tb) por meio dessa identidade criada para cá e se realizam assim. Foi uma solução de mestre!
Quando eu crescer, quero ser assim…
putz, corrigindo meu português:
“mais é mais forte do que eu” está claramente errado, por favor desconsiderem.
“mas é mais forte do que eu” é o que uma pessoa que estudou escreveria.
Se identificarem mais erros grotescos como esse, me avisem, pelamordedeus!
Quem nunca?
Eu gosto mais dos textos.
Aprendo muito com o que os dois escrevem, não apenas em conteúdo mas no formato de comunicação.
Como sou uma pessoa com o carisma de um limão estragado ajuda muito pegar umas dicas sobre como passar idéias de forma clara e sem ser chata (como nos textos da Sally), e como também detesto meio mundo é bem legal aprender as tiradas do Somir, essa coisa de chamar a pessoa de estúpida sem que ela necessariamente se dê conta disso.
Também aprendo muito nos comentários, mas pra mim os textos são insuperáveis.
A ganhadora do Reality Show acaba de declarar que não tem carisma…
hahahaha! coisas que só acontecem/aconteceriam na RID!
Sou nova por aqui, mas estou admirada como vocês conseguem fazer com que eu reveja alguns pensamentos (coisa que meu irmão “pena” para conseguir fazer).
Estou amando ir até o final de cada categoria e ler dos posts antigos até o mais atual. Vamos ver em quanto tempo eu leio tudo.
Ainda estou decidindo se gosto do Somir, na verdade acho que tenho medo dele.
Acho que amo a Sally. Ela “dá voz” a algumas coisas que eu penso, mas não tenho coragem de dizer.
O Desfavor é ótimo!
PS: Somir não vai conseguir com que eu “desacredite” em Deus. hahaha ;)
Gigner, desde já quero me desculpar pelos textos muito antigos, eu acho os meus uma bosta!
Não precisa desacreditar de Deus, minha implicância é com os intermediários, com a religião escrota, que te cobra em dinheiro para falar com Ele
Também sou nova aqui e também tenho lido os textos antigos (fui até o primeiro texto mesmo, para vez como isso tudo começou, kk) gosto demais da forma como vocês escrevem e rio demais de alguns comentários, discordo de outros, concordo plenamente com outros….
Fiquei até curiosa em conhecer o tal do Alicate, ele deve ser muito hilário (não me xingue) kkkkkk
Quanto ao questionamento, embora ache muito importante escrever, como apontou o Somir, eu prefiro ler, amo ler, viajo nas letras, nas palavras. E isso tem de sobra aqui.
Parabéns aos dois pelo RID! é sensacional.
P.S.: Entendo sua implicância com a “religião”, e concordo plenamente com vc, acredito em Deus como disse, Ginger, não há ninguém que me fará desacreditar Nele, pertenço a uma denominação até, mas de fato e infelizmente, existem algumas pessoas que usam a fé das pessoas para proveito próprio. Gostei de sua resposta porque achei que você teria verdadeira aversão a mim, que me tornei sua leitora assídua, embora não comente muito.
Chegamos a escrever um Ele Disse, Ela Disse sobre o assunto, onde.eu.disse que.acreditar em um Deus pode fazer ate bem, que o grande problema é a religiao. Nao abomino quem acredita em Deus, abomino quem precisa de intermediarios para falar com Ele!
Que nada… você escreve muito bem!
Um dia hei de conseguir expressar os meus pensamentos tão bem assim.
É pratica. Os primeiros textos eram um horror!
Horror que nada, gostei de todos que eu li!
Com o tempo eles melhoram muito
Pensei que fosse doideira da minha cabeça gostar e odiar quem (ainda) não conheço. Eu gosto de vcs e odeio o Alicate. Se eu morasse em Campinas, gostaria de passar lhe uma rasteira ou tacar ovo na cara. Vc pode realizar esse meu desejo? Faz algo do mal com ele a pedido duma leitora e depois posta aqui!
Abraços desequilibrados
Já fiz tanta coisa ruim com ele… Dá uma lida nos Siago Tomir antigos que você vai ver! hahaha
Preciso ler mais coisas sobre o Alicate, pois até agora só consigo sentir um carisma surreal e sem muitos motivos por ele.
Mas compreendo que pessoalmente deve ser um fardo… de longe é uma cruz até bem engraçada de carregar…. kkkk
Não sei o que aconteceu, de um ano para cá as pessoas começaram a amar o Alicate! Nos textos antigos o xingavam, desejavam que ele morra…
Essa discussão é pura dialética (quase semântica…). São os dois lados de uma mesma moeda que definem o desfavor. Mas gostei muito da exposição de idéias do Somir, parece até Flaubert (isso é um elogio).
Somir deve estar nervoso por estar recebendo tantos elogios… hahaha
Se for pra escolher um escolho a Sally. Como várias pessoas já disseram, os comentários são meio que o extra, o complemento do texto, onde até comentários como “kkk gripe suína” servem pra alguma coisa. Conheço o Desfavor a pouco tempo e mesmo quase nunca comentando me sinto incluído como nunca estive em qualquer outro lugar. :D
Comente mais! Comentando você contribui, acrescenta, faz crescer esse projeto!
Aeeeeeee, passei só pra dizer que curto muito vcs, seus desfavores!
E que a minha Certidão de Desbatismo continua firme e forte na minha mesa do escritório
XD
Fui
Onde você trabalha??? Tem vaga para mim??? Quero trabalhar em um lugar onde eu possa ostentar uma certidão de desbatismo!
O que eu gosto mais, ler ou escrever? Gosto de ler, eu me amarro em ler os textos e os comentários! Realmente uma coisa vai complemetando a outra. Sempre achei que a maioria das pessoas são burras, ignorantes ou escrotas, mas aqui tem tanta gente maneira e inteligente. É como se os cérebros pensantes do BR se reunissem todos num lugar. Por isso que é importante divulgar o Desfavor. Quem se identifica vai ficando e quando cai alguma MAAAIIINHAAA ou algum pastor tarado pra criticar, logo em seguida eles levam pedrada de tudo quanto é lado. Parece uma família! Sério que não se encontra isso em nenhum outro lugar.
Sim, um espaço para reunir cabeças pensantes dentro de determinada linha ideológica. Um espaço que, por si só, sem a necessidade de um policiamento ou controle, filtra os frequentadores. Onde mais se pode encontrar isso? Desfavor para mim é sagrado!
O diferencial do Desfavor é a afinidade de vcs . Quando “conheci” a Sally no corporativismo me apaixonei e a segui. Tenho certeza que o desfavor sem comentários perderia um dos seus encantos, mas sobreveveria se vcs continuassem esse piano four hands. Ps.: ler o que Sally escreve é fácil, já os texto do Somir é como um dever de casa pra mim. E sim… sou medíocre , mas adoro o DESFAVOR .
Ler os textos do Somir é um esforço até para mim, que convivi com ele durante muito tempo!
Posso ficar em cima do muro também? O fato de o Desfavor ser uma via de mão dupla entre vocês e nós leitores é o que o torna tão interessante – e viciante. Quantas vezes não terminei um texto pensando: “PQP! Era exatamente o que eu também tava pensando…” E quantas vezes também já no meio de um texto eu já não fui elencando os meus argumentos contrários pra botar em um comentário. Mais ainda: quantas vezes também eu não passei a ter outra visão de um tema proposto aqui depois de ler um comentário com cuja base de argumentos eu às vezes nem concordava? Oura coisa: como é legal ver que , do lado de cá, a gente também pôs um ou outro tijolinho nessa obra que, no começo, era só de vocês dois e, hoje, é tanta gente… Aí estão o Chaminha e o Sr. Testículos que não me deixam mentir. Tanto que já foram incorporados à iconografia da RID e a esse caldo de cultura que é o “Desfavor Way Of Life”…
E, além de uma via de mão dupla, o Desfavor também é um ilha de informação, cultura, bom-senso e liberdade de expressão nesse mar de besteirol e politicamente correto que assola a internet.
Sally e Somir merecem os parabéns todos os dias; não só pelos cinco anos de RID, mas também por diariamente tornarem nossas vidas mais divertidas, mais cultas e, por isso mesmo, melhores…
Vocês também merecem parabéns. Nós só fizemos abrir as portas, vocês é que entraram e ficaram. Isso aqui sem vocês é um monólogo esquizofrênico…
O melhor pra mim neste blog é ler e aprender. Já aprendi muita coisa aqui com vcs dois. Não posso dizer com quem aprendi mais, cada texto que consegue despertar minha atenção me ensina um bocado.
Mas eu sou a parte passiva de todo este processo. Para a parte ativa (leia-se Sally e Somir) acho que sem dúvida nenhuma acrescenta muito conhecer as reações e impressões das pessoas que lêem o blog. Logo para vcs dois sem dúvida nenhuma ler é muito mais interessante e emocionante que escrever. Concordo com o Somir que organizar idéias e opiniões pra poder apresentá-las ao público de uma maneira que lhes faça entender é um trabalho árduo e confrontador, mas saber como essas idéias foram recebidas e assimiladas, através dos comentários dos leitores, é algo bastante mais enriquecedor. Pra mim seria.
Escrever é plantar, ler comentário é colher. E a colheita sempre é a parte mais gratificante…
Estou a pouco tempo lendo os textos do desfavor e comentando ocasonalmente (nao muito alem de um mes) mas esse ambiente incrivel onde ideias podem ser discutidas livremente me inspiraram a retomar um projeto ha muito esquecido e que se a sally e o somir quiserem eles podem participar assim como os leitores daqui.
Opa! Que projeto é esse? Conta mais!
prefiro continuar essa conversa por email pq nao quero revelar nada sobre isso ainda
sally@desfavor.com
Entre escolher um dos dois pontos de vista, eu sou primeiro o texto de vcs, já que sem eles, seria impossível gerar tais discussões nos comentários!
Já mudei minhas opiniões diversas vezes lendo os textos do desfavor, pois no geral, aqui vcs mostram um ponto de vista diferente do que a massa midiática nos mostra, um ponto de vista único, que no geral é sufocado pelos meios de comunicação.
O BM está acostumado a formar sua opinião através do que vê, lê e escuta de tais meios, e talvez por isso, essa opinião não seja tão “sua” assim… Então, as vezes eu acabo vendo uma notícia por aí e formo um ponto de vista as vezes “burro”, por assim dizer, e aí, quando vejo o mesmo assunto tratado aqui no desfavor, coloco o cérebro pra funcionar e percebo que a coisa não é bem assim!
Claro que os comentários servem para complementar o que vcs escrevem, mas o texto de vcs é para mim, o ponto mais fundamental!
Do mais, só elogiar à vcs, Sally e Somir, por sempre ter o que nos dizer e nos aturar por tanto tempo!
Porra, ontem uma gaúcha viu uma foto minha de rosto e me disse que eu parecia um habitante ₳u$tria¢o e não um $uí¢o.
Me caguei de orgulho, mas só que não. Meus pais só podiam estar de zoeira quando deram o nome com o qual assino e pelo qual sou conhecido entre os populares $ui¢os.
Para quem não sabe, na $ui¢a, Marciel é nome masculino, mas nos países vizinhos, onde se fala uma língua ligeiramente diferente da falada na $ui¢a, o nome Marciel é utilizado para nomear pessoas do sexo feminino. Como se isso não bastasse e pra “ajudar” mais ainda, a minha voz até a faixa dos 25 tinha uma tonalidade que muita gente pensava que se tratava de uma mulher.
Seria esta a explicação para que Dr. Leôncio achasse que você, Sally, fosse HOMEM?!
Acho muito interessante ter me identificado com pessoas que nem sei quem são. Claro, já li livros maravilhosos de gente que jamais verei, ou que já está morta, mas sempre pesquiso quem elas são e acabo descobrindo algo sobre o que elas aparentam ser. Porque é esse o máximo que podemos conhecer das pessoas com quem não convivemos: o que elas aparentam ser.
Mas nesse blog anônimo encontrei textos bem escritos, que falam de coisas que eu penso e jamais direi. Nem sempre concordo com vocês, mas a questão não é nem essa. Acredito que o diferencial do Desfavor é que os autores não estão centrados em si mesmos. Aqui, o “ego” não reina. O objetivo é o texto e não os nomes das pessoas. E é esse o diferencial: o texto pelo texto. Vocês não precisam agradar patrocinadores, não são censurados por chefes, não precisam manter uma imagem politicamente correta ou incorreta: escrevem livremente, sem as amarras do mercado.
Eu tenho também essa mesma estranha sensação de que a Sally falou quando leio vocês: nós nos conhecemos sem nos conhecer.
O Desfavor, para mim, é um pouco de liberdade num mundo de aparência.
O mundo está tão maluco que muitas vezes uma amizade AQUI, sem rosto, sem nome, é mais sincera e leal do que uma amizade dentro dos padrões sociais. Justamente a falta de nome, de vaidade, de interesse econômico nos torna a todos tão verdadeiros: quem está aqui é porque GOSTA da proposta, não pesa nenhum interesse secundário. Talvez por isso tenha dado tão certo.
Eu concordo com o Rorschach, estamos de um lado em que não temos a mesma experiência de vocês, além do que, sendo leitores, acredito que para a maioria o que mais vale é a leitura. Além de que o ato da leitura e escrita é complementar. A leitura vai me trazer informação, todavia a escrita me fará organizar e firmar de melhor forma a ideia.
Enfim, sendo direta e objetiva: na qualidade de leitora, o que mais me acrescenta ao acompanhar a RID é exatamente a leitura – seja dos textos ou dos comentários.
Mas a leitura dos textos ou dos comentários? O que mais te acrescenta entre esses dois?
Acho que ambos. Muitas vezes os comentários estão repletos de conteúdo bom. Mas se tiver que escolher, fico com os textos, afinal, são a maior fonte.
Olha, concordo com o que o Somir diz no texto dele viu? Para expressar suas ideias é essencial escrever. É uma prática que vai se tornando hábito e que nós desenvolvemos aos poucos. Realmente, alguns tem mais dificuldades nesse processo e outros não, mas o importante é se esforçar para que consiga escrever. Sei muito bem que é horrível quando tu tens alguma ideia na cabeça mas ela não sai, não se materializa no papel! Digo isso pois estou vivendo neste exato momento esse drama com a escrita do meu projeto de pesquisa para o mestrado hehe
Interessante também observar isso: a gente realmente se surpreende com o que pensamos sobre as coisas se colocarmos no papel como o Somir disse. Eu mesmo já visitei textos mais antigos e revi alguns comentários meus e fiquei me questionando sobre aquilo.
Morro de vergonha dos meus textos mais antigos, leio e acho uma bosta…
Sério isso? bahh… não ache!
Penso o mesmo, só que de tão ruim nunca mais voltei na minha tentativa (frustrada) de blog. Ou seja, você tá no lucro ainda.
Voce tem um blog morto?
Sim
“(…) você vai se surpreender com o que realmente pensa sobre as coisas se colocar isso no papel. Falo por experiência própria, cinco anos de vida não são suficientes para explicar a evolução incrível que eu percebi na minha visão de mundo desde que o desfavor começou. Escrever fez diferença, muita diferença”.
“(…) encontrar meus amigos queridos e conversar sobre os mais diversos assuntos, só aqui. Sim, nós nos conhecemos muito bem sem nos conhecer. É estranho, mas é isso”.
Sem dúvida. E isso se aplica também aos desfavores convidados escritos aqui. Só para ficar em alguns exemplos, onde mais teria sabido de Tim Minchin, não fosse pelo Pedro Campolina, de como escolher um filhote, pela Carol Souza, ou então confirmar que não se deve deixar a água ferver para saborear melhor o café, pela Lichia. Sem falar das estórias e da história do Chester.
O público aqui é exigente, mas isso é justamente o incentivo para aprimorar a escrita e a argumentação. Pena que muita gente que bata ponto aqui há muito tempo não tenha jamais se disposto a escrever um texto. Comentar é bom. Agrega, traz novos pontos de vista, mas escrever é melhor ainda, pois você se obriga a ser consistente em seus argumentos e, nisso, surge o reexame de que Somir tratou tão bem. E, tendo em vista que há tanta gente boa aqui dos mais variados campos, como seria bom cada um escrever algo da sua vivência profissional ou mesmo pessoal, por exemplo.
Nesse sentido, limitar-se a achismos e a postar hashtags é empobrecedor. Coisa de BM mesmo. Saiam disso.
Por sorte a maior parte dos nossos comentários não são reproduções das ideias de outros e sim uma construção do próprio Impopular. Muito orgulho deste espaço que construímos!
Oi!!
Suellen, descobri outra coisa, mas acho que vc já deve saber.
Ao derramar a água no coador com o pó, derramar lentamente controlando a quantidade de água, tentando simular o que as máquinas de café expresso fazem, pouca água de forma constante, aí quando o por já estiver todo molhado, você pode aumentar a quantidade de água. Eu notei diferença!
pó*
Dica SENSACIONAL
Hoje mesmo vou colocar em prática!
Sim, essa minha avó fazia e minha mãe faz. Essa dica tem sua validade por ser uma confirmação independente de que é algo que efetivamente funciona. Obrigada mais uma vez!
Lendo sem dúvida. Os temas que mais gosto são os sociais.
Textos bons que me vem à mente: fotos das redes sociais, adequação de acordo com a idade, motivos q homens pegam prostitutas e tudo que envolva o BM.
O BM é uma criatura fascinante que desperta pena e raiva ao mesmo tempo…
Hoje será a segunda vez que eu fico em cima do muro. Ler os textos e comentários me acrescentam demais, muito mesmo. Não tenho dúvidas disso! Como aprendi com essa troca. Não tenho palavras para descrever isso tudo.
Mas escrever comentários e aquele texto do café me fizeram conhecer uma vertente da minha pessoa, que eu não desvelava. Eu não sabia dessa minha capacidade apesar de algumas vezes ter escutado elogios. Eu não reconhecia em mim tais valores. É difícil, principalmente quando se tem um historico de autocobrança gigantesco em sua vida.
Lembro que quando escrevi sobre café, vc, Sally, ficou em silêncio esperando as pessoas comentarem para depois dar sua opinião. Afirmando que havia uma tendência ao desmerecimento de elogios, quando puxados pelo dono da casa.
Isso serviu como um belo puxão de orelha pra mim. Tenho trilhado um caminho de muita luta nesse sentido. E hj me encontro em paz.
Vc leu meu e-mail?
RID é autoconhecimento, é terapêutico (até quando nos sacaneamos), além disso tudo que vc falou.
Outra coisa… Sally, vc dá um sacode de integridade, humanidade (independente de religião) e amor-próprio nos seus leitores… E acho isso é sensacional. SEN-SA-CIO-NAL!!
Li o e-mail e fiquei muito feliz…
Aqui é uma mão de via dupla, a gente ensina e aprende, recebe elogios e críticas, se enche de esperança no ser humano e depois a perde por completo. É uma mini-sociedade que reproduz mais ou menos o que se passa no mundo lá fora, com a diferença que os membros ativos habituais são selecionados a ferro e fogo.
Respondi!
“membros ativos habituais são selecionados a ferro e fogo.”
Ai meu ego!!!
Pode inflar o ego, você merece
Pros leitores esse Ele Disse, Ela Disse é um pouco injusto porque nós não temos a mesma experiência de vocês dois (já que, com a exceção do Chester, nenhum dos habituais escreve com regularidade pro Desfavor Convidado).
Do meu ponto de vista, o que mais soma ao Desfavor é a junção de ambas as interações (ler e comentar). Eu sei, eu sei, estou em cima do muro, mas essas duas ações são tão complementares que só vocês dois conseguem separá-las.
Apesar da maioria das vezes um texto do Desfavor só confirma o que eu tinha na minha cabeça, uma grande percentagem de vezes ele vai contra a minha opinião parcialmente ou até mesmo por completo. Agora que eu já estou familiarizado com o ambiente e já entendo como as coisas funcionam, eu posso parar para refletir sobre o que foi dito e adicionar pontos de vista ao que eu já tinha na cabeça – é raro encontrar na Internet lugares onde mesmo discordando, você consegue encontrar o valor do que o outro está dizendo e ser respeitado por discordar.
Por isso, é muito difícil dividir o pacote pra ver o que vale mais. Quando eu concordo, tento comentar com uma piadinha sem graça ou com algo que eu possa adicionar (quando dá). Quando discordo, o debate nos comentários complementa com o que vocês dois citaram: tanto fortalece minha opinião quando eu consigo escrevê-la, quanto apresenta algo pra me fazer mudar.
Agora, se vocês realmente me farão escolher um dos dois, eu fico com os comentários porque eles são normalmente pontos extras que não couberam no limite de 4 páginas e também contam mais com a personalidade de vocês – aliás, isso é algo que eu aprendi muito no Desfavor. A maneira como vocês dois agem por aqui me fez notar alguns defeitos em mim mesmo e, pra um cara da minha idade (muita), não é fácil mudar assim.
Ninguém me tira da cabeça que os comentários são o ponto alto do blog, até mesmo os bizarros, conseguem fazer rir de um jeito que eu jamais conseguirei!