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Comentando no desfavor: para leigos.

Comentando no desfavor: para leigos.

| Somir | | 58 comentários em Comentando no desfavor: para leigos.

Introdução.

Olá, tudo bem? Espero que sim. Pelo o que eu entendi, você encontrou um texto no desfavor e quer comentar? É isso mesmo? Que legal! Trocar ideias é um excelente caminho para aprendermos mais. Se você sente que tem algo a dizer, não deveria se privar dessa experiência. Mas, às vezes ficamos em dúvida se o que queremos expressar realmente vai acrescentar algo à discussão, não é mesmo? Normal. Não se preocupe, com este guia, você vai aprender de uma vez por todas como comentar um texto (ou vários, se você estiver se sentindo aventureiro) no desfavor.

E vai ser simples, primeiro eu vou te contar o que é o desfavor para você ir se adaptando ao lugar, depois vamos entender juntos o que é um comentário. E para finalizar, o que fazer ou não fazer quando se comenta no desfavor. Se você já sabe como fazer e está aqui só para reciclar, pode pular direto para o final, ok? E então, vamos aprender a comentar?


Capítulo 1: O desfavor.

“Se parece um pinguim, deve ter gosto de pinguim.” – Tilikum, mascote vitalícia do desfavor, sobre sua treinadora.

O desfavor parece um blog normal, não parece? Tem textos diários, espaço para comentar, tem até aquelas caixinhas com as últimas postagens, arquivos e tudo mais que se vê por aí. É, parece, mas não é. Já notou que não tem propaganda? Não tem nem links de sites parceiros. Não é sobre um hobbie, não é sobre a vida pessoal dos autores, é sobre praticamente tudo o que acontece no mundo. Ciência, filosofia, ficção, análise, humor, escatologia, baixaria… se gera uma discussão, cabe no desfavor.

E está no ar há sete anos? Uau! Isso é muita falta do que fazer! Bom, novamente, parece, mas não é. Manter um site como o desfavor no ar – grátis, com postagens diárias e atenção aos comentários – não deve ser uma tarefa simples. Os dois autores frequentemente deixam de fazer outras coisas em suas vidas para dar atenção ao projeto, que não os sustenta, muito pelo contrário. Mas, pelo visto esses dois – Sally e Somir – contentam-se com o espaço que desenvolveram para se expressar e com a parceria criada com os leitores, de longa data ou eventuais.

O desfavor parece um daqueles blogs que fica feliz só de ter cliques e visualizações, mas não é. Acreditam que os donos gostam de “fazer uma limpa” de tempos em tempos para espantar leitores? Só podem estar malucos, não? Que graça tem perder plateia? Bom, pelo visto para eles compensa muito: ao invés de gastarem seu tempo precioso dando atenção para as mesmas coisas que os irritam na vida real, gastam aperfeiçoando um círculo de contatos e mentes compatíveis, mesmo que isso signifique um grupo de leitores muito mais reduzido do que nos outros blogs. E muito importante, o desfavor não é uma democracia. Pensem nos autores como dois déspotas em estágios variáveis de esclarecimento. O desfavor é oferecido como é, sem a possibilidade de intervenções por ninguém além de Sally e Somir.

É sobre qualidade, não sobre quantidade. E essa é a lição mais importante para se tirar dessa primeira parte. Qualidade. Qualidade de textos, leitores e comentários.


Capítulo 2: Comentários.

“Na hora parecia uma boa ideia…” – Rafael Pilha, mártir transcendental da nação, sobre praticamente tudo na sua vida.

Então, com tantos textos de tantos assuntos diferentes, o que significa o comentário no desfavor? O comentário funciona de forma um pouco diferente da média dos outros blogs: ao invés de ser um espaço só para pessoas buscarem atenção ou tirarem dúvidas, é o lugar onde o tema do dia toma vida. Não seria possível sobreviver a uma relação tão longa como a que os autores tem com os leitores sem desenvolver interesses em comum. Através dos textos, os autores exibem o seu trabalho de pesquisar um tema de conversa e abrem espaço para o desenvolvimento do assunto.

Não é sobre os autores, não é sobre os leitores, é sobre o tema. Você não gostou do tema? Pode ficar tranquilo, os autores sabem que não existem unanimidades e até incentivam seus leitores a pular algo que não lhes apetece. A vantagem dos textos diários é que não demora muito até aparecer algo que anime pelo menos algum dos leitores a participar.

Mas, o que é um comentário no desfavor? Pode ser muita coisa diferente, pode ser um elogio ou crítica, pode ser a apresentação de uma nova informação que acrescente ao tema, pode ser até mesmo um desabafo pessoal sobre como aquele tema te influencia. A liberdade de expressão faz parte dos valores pessoais dos autores, mas isso não quer dizer que todos serão ouvidos. O comentário no desfavor depende de aprovação, e os motivos para aprovar ou não um comentário são problema só dos dois, não cabendo nenhum apelo da parte dos leitores.

Você pode falar o que quiser, mas esteja preparado para ouvir o que não quer, ou mesmo ser ignorado solenemente. Não há garantias, não há direitos de ser publicado. Então, quando comentar, lembre-se que assim que sua ideia está no mundo, ela não é mais só sua. E quando o comentário não se atenta ao tema proposto, é bom que ele tenha alguma função no filtro de pessoas proposto pelos autores.

Simplificando:

Quer postar um comentário no desfavor? Faz o simples e atenha-se ao tema. Qualquer outra coisa é correr um risco.

Usou o espaço para fazer ataques pessoais contra os autores ou outros comentaristas? Prepare-se para ouvir de volta ou mesmo ter seu comentário ignorado.

Comentou algo que claramente está atrapalhando o fluxo da conversa? Pare. Apenas pare. Todos nós erramos, mas não faz bem insistir num deles.

Percebeu que está falando sozinho sobre algo que aparentemente ninguém mais se importa? Acontece. Mas que não aconteça demais, senão você corre o risco de ser expulso.


Capítulo 3: Será que estou comentando direito?

“É sobre qualidade, não sobre quantidade” – Somir, alguns parágrafos acima.

Vamos fazer alguns exercícios para fixar o conteúdo? Então se prepare, porque é hora do teste!


1 – Você chegou no desfavor e viu um texto sobre um assunto que não te interessa. Acabou nem lendo. Deve comentar?

a) Sim, as pessoas precisam saber que eu não gosto de algo;

b) Sim, mas para questionar a escolha do tema;

c) Sim, sugerindo outra discussão que me parece interessante;

d) Não, eu nem li a porra do texto, comentar o quê?


2 – Você acabou de ler o texto, mas não gostou e quer comentar. O que fazer?

a) Criticar pessoalmente quem escreveu, porque isso vai fazer muita diferença;

b) Questionar a existência da coluna em questão como um todo;

c) Fazer uma piada ruim e rir sozinho com “kkkkkk”;

d) Não gostei, direito meu. Mas vou dizer o porquê de forma concisa porque acho que pode acrescentar. Sem pressão, não é obrigação do autor me agradar também.


3 – Você chegou numa parte do texto que te incomodou. Como proceder?

a) Comentando imediatamente, afinal, não sou de ler desaforos para casa!;

b) Fingindo que li o resto, mas querendo que todos discutam só a parte que me interessa;

c) Reclamando de forma genérica sem deixar ninguém saber o que aconteceu, afinal, as pessoas deveriam ler minha mente;

d) Eu sou uma pessoa adulta e equilibrada. Se achei muito ruim, vou embora. Mas posso até continuar lendo para ver se tem um contexto ou uma explicação.


4 – Você fez um comentário com o qual o autor do texto discordou publicamente de forma educada. E agora?

a) Fácil, eu vou tratar essa discordância como uma ofensa à minha pessoa;

b) Vou tentar repetir o mesmo argumento mais umas vinte vezes, na expectativa de vencer pelo cansaço;

c) Tamanho é documento. Se eu escrever muito, a maioria das pessoas não vai ter paciência de ler e achar que eu tinha muito conteúdo;

d) Agora eu vejo se dá para travar uma discussão com o autor do texto que não fique cansativa, e se for ficar, eu escrevo um Desfavor Convidado, porque sei que a Sally e o Somir publicam discordância;


5 – Você fez um comentário com o qual o autor do texto discordou publicamente de forma pouco educada. E agora?

a) É guerra! Vou passar meses tentando me vingar em vão;

b) Vou me posicionar como vítima, estou no lugar perfeito para isso!;

c) E se eu comentar como se fosse outra pessoa, concordando comigo?;

d) Acontece. Se eu me senti ofendido, não volto mais, pra quê dar atenção pra quem não me respeita? Se não incomodou, melhor dar um tempo e não brigar com quem pode apagar e editar meus comentários. Ou, se eu for bom mesmo, brinco com o assunto e não alimento o troll;


6 – Você ficou muito interessado num tema diferente do texto do dia, o que deve comentar?

a) Sobre o que me interessa, as pessoas tem o direito de saber o que eu quero;

b) Sobre o que me interessa, e ainda cobrar dos autores atenção que poderiam estar dando para o tema que escolheram falar no dia;

c) Sobre a incapacidade do autor de escolher o tema que você queria ler, da forma mais pedante possível;

d) Devo ser esperto e sugerir o tema para uma coluna futura, afinal, Sally e Somir vivem aproveitando essas dicas e todo mundo ganha.


7 – Estou discutindo com o autor do texto e ele me diz que é melhor eu parar de incomodar ou ir embora de vez, como reagir?

a) Teimar o máximo possível, porque é comum para mim lidar com pessoas que não se interessam pelo o que eu falo;

b) Acusar o autor de censura num comentário aprovado por ele, porque eu sou inteligente assim!;

c) Pleitear liberdade de expressão confundindo o conceito com meu desejo de atenção;

d) Eu paro de incomodar ou vou embora de vez. Tenho orgulho e bom senso.


8 – Os meus comentários não estão sendo respondidos pelo autor, como devo me sentir?

a) Traído, quando entrei no desfavor acreditei que esse era meu direito, e agora vou me vingar;

b) Desafiado, se eu comentar muito mais vezes é certeza que uma hora vão olhar para mim;

c) Desmotivado, porque eu não comento para expressar uma ideia, e sim para que alguém fale comigo;

d) Eu deveria sentir alguma coisa? Todo mundo tem sua vida pra tocar, e nem sempre um comentário precisa de resposta.


9 – Eu tenho fortes opiniões sobre como o desfavor deve ser tocado, como me expressar?

a) Como se eu pagasse as contas dos autores;

b) De forma a garantir que percebam como minha visão representa a de todos, mesmo não tendo perguntado para ninguém;

c) Da forma mais pública possível, para criar uma grande discussão alienando o tema do dia da pauta;

d) Os dois autores tem e-mails, eu posso sugerir alguma coisa por lá de forma resumida e ver o que acham, quem sabe? Até mesmo o Somir é muito educado quando responde esse tipo de sugestão.


10 – Eu fui banido expressamente, devo voltar a comentar?

a) Sim, eu gosto de gastar meu tempo escrevendo coisas que os autores apagam com um clique e nunca ninguém vai ler;

b) Claro! Eu me odeio e quero ser ridicularizado por estranhos;

c) EVIDENTE! O pessoal daqui adora quem fica se arrastando por atenção, é só questão de tempo até gostarem de mim;

d) Não, devo ficar distante. E se a vontade ficar incontrolável, a melhor solução é beber muito alvejante.


Eu imagino que tenha sido difícil. A resposta para todas as perguntas estava na letra d, de desfavor. Se respondeu algo abaixo de 10 perguntas da forma correta, continue estudando. Vai compensar!


Conclusão.

Acredito que agora você tenha plena capacidade de participar dos comentários do desfavor de forma produtiva, trocando ideias num ambiente agradável onde todos ganhamos. E se ficar alguma dúvida, não tenha vergonha de voltar aqui neste guia para relembrar, errar todos erram, mas nada pior do quem não tenta nem aprender.

E agora, está esperando o quê? Comente! Isso é, se você quiser. É tudo de graça e livre aqui, menos nossa paciência.


Comments (58)

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