Falsas fodonas.

Semana do mimimi? Então vamos falar de um pra lá de infundado que muitas mulheres parecem fazer questão de alardear. A de que os homens não estão preparados para lidar com a liberdade sexual da mulher e que o machismo é o principal problema nesse contexto. Ah, não fode!

Viva a liberação sexual feminina! Todos ganhamos quando elas se sentem mais livres das amarras de uma sociedade castradora, podendo explorar uma parte tão importante da vida sem aquela obrigação social de parecerem virgens inocentes. Eu sempre fui da teoria que sociedades avançam mais a partir do momento que mulheres tem mais liberdade sobre o próprio corpo. Então, não esperem de mim uma crítica às mulheres não se deixam reprimir… só uma às que fingem não se deixar…

Hoje eu quero falar de mulheres que botam muita banca de liberadas e até mesmo promíscuas, mas não conseguem sustentar o comportamento nem mesmo dentro de quatro paredes. As falsas fodonas. Provavelmente as leitoras não vão perceber tanto assim o que menciono, afinal, a tendência é que elas não vejam a pose ruir na hora H pelo simples fato de não verem a hora H. Mas, aposto que muitos dos leitores vão saber exatamente sobre o que eu estou falando.

Claro, é até comum como comportamento em outras áreas: gente que diz que faz e acontece e quando tem que fazer e acontecer de verdade, ou estava mentindo ou nem sabia direito o que estava “anunciando” para o mundo. Só que acho útil isolar esse caso de mulheres que pagam de predadoras sexuais e agem de forma contraditória diante da realidade, e por um motivo: talvez no fundo disso tudo tenha algo que ficou mal explicado para as mulheres, que nada nessa vida é de graça e cada comportamento vai gerar reação das outras pessoas.

Mas, vamos continuar nas preliminares por enquanto. É cada vez mais comum conhecer mulheres que tem não só o discurso, como os trejeitos e até os trajes de alguém que está completamente à vontade sobre comportamentos promíscuos. Nem digo estar à vontade sobre sua sexualidade, porque tem gente muito à vontade por aí que não está nessa pelos números de parceiros, e sim pela qualidade deles. Cada vez vemos mais mulheres dizendo que pegam todos, que fazem sexo o tempo todo, que não se apegam e tudo mais que vem no pacote…

O que, se fosse sempre verdade, eu até acho condenável (como acho em homem também, a pessoa se vende muito barato) mas no final das contas não interfere na minha vida. Ninguém é obrigado a se relacionar com ninguém sexualmente, é até a mesma lógica que uso para homossexualidade: cada um usa seu corpo como achar melhor e é ridículo ficar se preocupando com o que dois adultos fazem em consentimento dentro de um quarto. O problema é dizer que é fodona pegadora e agir dessa forma consistentemente? Claro que não. Horror da ideia de ser porteiro de buceta.

O problema é quando discurso e ação não se conversam. E de uma forma ou de outra, isso é cada vez mais comum quando se pensa a relação das mulheres com suas vidas sexuais/afetivas. De tempos pra cá, ao invés de curtirem mais a liberdade conquistada por gerações anteriores, muitas mulheres cismaram que o grande lance da liberação feminina era a liberdade de finalmente pensar como homem. De que o modelo masculino sobre sexualidade era a grama mais verde que elas poderiam pisar, até que enfim. Só que isso tende a não funcionar num cérebro fundamentalmente diferente dos deles. Alguma coisa fica mal explicada e sinto que cada vez mais delas percebem isso. Não diretamente ou o comportamento começaria a mudar, mas indiretamente por frustração.

Se a mulher quer ver os homens aos quais tem a sua disposição como objetos sexuais descartáveis, isso tem que ser consistente no processo todo. Não funciona ser “independente e moderna” até tirar a roupa, e depois disso retroceder várias décadas no comportamento. Porque podem apostar que do outro lado tem um homem muito mais capaz de pensar nesses moldes “pegar sem se apegar”. E aí a coisa já vai ter começado do jeito errado.

Vamos ser bem honestos aqui: o que vem fácil, vai fácil. A mulher que age como se fosse dar pra qualquer um apela para um interesse bem específico do homem. Que haja mercado para todas! Até mesmo em casos onde a mulher cisma que naquele dia está facinha e age de acordo. Ok, acontece e não é motivo para odiar ninguém, mas o cérebro masculino está muito mais bem preparado em média para separar afeto/amor de sexo. O homem vai ver essa mulher como uma oportunidade pontual. Alguém que não fez muito além de nascer com as partes que ele gosta e estar disponível.

E se ela ainda alardeia que faz e acontece na cama, gera uma expectativa de oportunidade ainda maior. Oportunidade de sexo, que fique bem claro. Homens podem reagir muito bem a mulheres que pareçam promíscuas, mas é só uma cabeça que gosta disso. Na média, somos capazes de reconhecer vulgaridade, gente que parece que não vale muita coisa. Mulheres vulgares vão tem muitas oportunidades de sexo, mas quase nenhuma de relacionamento. E não vamos confundir “disse que estou namorando pra poder continuar comendo por mais tempo” com “essa eu quero namorar”.

Novamente, direito de cada uma de ser o quão vulgar quiser. Mas, puta que pariu, se na hora de provar essa vulgaridade, na hora de dar o bônus para o homem desse fogo todo, a mulher se mostra reprimida e amarela, é o pior dos dois mundos. E isso acontece. Mulher que vira tábua na cama, que não se solta, que não quer participar… todo mundo tem seus dias ruins, mas se por um acaso pegarmos uma que achamos uma pessoa bacana, pode ser só questão de acertar os ponteiros. Mas, se já se vendeu barato e na hora do sexo age como se tivesse medo de julgamento ou mesmo como se nem gostasse muito da coisa, aí não tem vantagem nenhuma, nem momentânea, nem futura.

Quer ser vadia? Seja vadia! Mas seja mesmo. Muita mulher acha que se der de primeira ou se se demonstrar muito interesse homem foge, mas na verdade a tendência é que ele não gostou da diferença entre promessa e ação. Homem que passou a noite feliz tem muito mais chance de ligar no dia seguinte. Quem se posiciona como objeto sexual que pelo menos seja eficiente no que se propõe. Mulher que capricha no que faz sempre tem prospectos até de relacionamento no bolso, dê ela de primeira ou depois de três meses de tortura com o cidadão.

A que faz muita pose e não se solta na cama tem a ótima desculpa universal de que o homem não soube trabalhar direito, mas sabemos muito bem que essa dança presume dois. Quem não está com a mente no momento não vai ser boa o suficiente nem mesmo para ser lembrada depois. Se a mente está focada em desejos que não combinam com a mentalidade mais promíscua no sexo, nada é feito do jeito que deveria ser. Qual a vantagem de uma mulher que parece barata/banal e ainda por cima nem é boa no que faz? Tem gente que precisa de uma situação mais estável para se soltar, e tudo bem isso. Ninguém é obrigado a ser máquina de sexo em qualquer situação, mas é questão de se conhecer minimamente e não se colocar em situações que claramente não atendem às expectativas próprias ou a da outra pessoa.

Na verdade a questão é agir como se mostra. Consistência sempre vai ser apreciada por alguém. E aí, muitas começam a achar que os homens são machistas e não aceitam mulheres que gostam de sexo assim como eles… oras, as que realmente chegam perto da mente masculina sabem muito bem que tem que praticar o que prega. Dizer que gosta de sexo como artifício para conquistar um relacionamento (porque reclamar que eles não ligam mais e que não tratam com exclusividade é o quê?) é fazer as duas coisas mal feitas. É ficar com a mentalidade de sexo atrelado a uma pessoa específica ao mesmo tempo que se barateia como alguém que não se importa quem esteja ao seu lado na cama. Nem homens nem mulheres ganham com essa confusão.

Sem contar as liberadonas que se esforçam para segurar homem dando até o buraco da orelha. Porque aí temos algo ainda mais cruel (para elas, cidadão está levando vantagem), o sexo como meio para um fim. Dizem que mulheres sentem o cheiro de desespero, o que é verdade, mas homens também. Não adianta fazer uma performance de filme pornô se ficar presumido que aquilo é tática, que fez o que não gosta só pra agradar, pelo menos não para o fim de ter um relacionamento. E estou falando de relacionamentos porque no final das contas, a reclamação mais comum delas não é que não estão conseguindo sexo, porque esse raramente é o problema de uma mulher. Sexo se consegue, ainda mais imitando o comportamento masculino de ir reduzindo os padrões de acordo com o aumento da vontade.

Acreditar que modernidade é seguir um padrão de promiscuidade do outro gênero ao mesmo tempo que mantém sonhos mais “retrógrados” como se casar e ter um parceiro estável não vai funcionar. Algo vai ter que ceder. Quem se permite ser usada vai ter que aceitar ser usada. Ou, parar de se permitir ser usada se não gosta do resultado. É bem menos complexo do que parece.

Mas, infelizmente, não é essa informação que chega ao grande público. A ideia de que mulheres podem agir como homens sempre agiram e manter sonhos e ideais iguais aos que tinham antes como algo impossível soa ofensiva agora! Opressiva, até. E se você entendeu o que eu escrevi aqui, percebeu que foi tudo na linha da pessoa fazer o que quer fazer de verdade, sem aceitar pressão social para um lado ou para o outro. Se não quer ceder à ideia de que mulher que não pensa em sexo como homem ficou no passado, não ceda. Se seu negócio é sair pegando geral, faça, mas saiba muito bem o resultado disso.

A melhora da sociedade não passa por mulheres serem elogiadas por serem vulgares e promíscuas, e muito menos criticadas. Basta que as pessoas sejam o que acreditam ser o melhor para elas e tenham liberdade para tal. O que não pode é criar a impressão que é algo que não é. Dizer que é fodona pegadora e 1) não fazer direito a única coisa que propagandeou fazer e 2) esperar ser tratada da mesma forma que uma mulher que se vendeu mais caro.

Dá quem quer dar, não é da conta de ninguém, mas… o mundo reage de acordo como você age. Bancando as decisões que toma e sabendo bem o que quer, não é pra ter problema.

Para dizer que até falando de sexo eu sou chato, para dizer que eu coloco o “Não” em “Não fode!”, ou mesmo para dizer que esse negócio de putaria sempre termina com alguém dolorido: somir@desfavor.com

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Comments (19)

  • Esse argumento de que homem precisa ser bonito, ter dinheiro, e o caralho a quatro para transar é bem “mééhh”.
    Até porque, se fosse assim, eu estaria curtindo um cara bem rico e bonito agora.
    Mulheres também precisam ser bonitas para conseguirem alguma coisa, já que os homens com quem queremos transar não transariam com “trambolhos”.
    Igualmente os homens gostariam de transar com mulheres que não transariam com homens estragados.
    Os homens mesmo impuseram esse cavalheirismo forçado às mulheres, agora que aguente as consequências.

    Não acho justo esse julgamento à mulher fodona. As pessoas falam, é um fato, temos que lidar com isso, mas não dar razão. Eles não têm razão.

    Quanto às falsas fodonas: talvez baixa autoestima? Necessidade de autoafirmação?
    Me soa como complexo de inferioridade. Querem a liberdade, tem a liberdade, mas não se libertaram completamente para elas mesmas. Talvez estejam tentando falar mentiras mil vezes até se transformarem em verdade.

    Elas não se aceitaram de verdade, só estão jogando a sujeira pra baixo do tapete, muita coisa para “desconstruir” (não sei vocês, mas odeio essa palavra).

  • Fiz uma pseudo pesquisa em minhas redes sociais e apesar da amostragem baix consegui chegar em várias conclusões quanto ao feminismo. Uma delas foi:

    Quanto mais vagabunda a mulher foi ou é, mas militante pró feminismo ela se mostra.

    Ps.: Nada contra vagabundas, mas que o seja sem usar a desculpa do feminismo pra isso. ;)

    • Acho degradante pleitear igualdade para poder “vagabundear” sem julgamentos. A questão deveria ser levada por outro ângulo.

      • O que mais me entedia em muita feminista radical é essa infantilidade de querer a liberdade de agir como bem entender sem aceitar as consequências de seu comportamento. Canso de ver mulheres que se vestem com pedaços de pano e saem com metade do bairro reclamando porque têm fama de puta. É como se eu saísse me atracando com outros caras às claras e reclamasse se alguém me tachasse de viado. Ninguém é obrigado a ser santo, mas se querem sair com 30 homens por semana e não querem ser jugadas por isso, que façam às escondidas, pelo menos, ora!

        • Aí entra outro fator: dois pesos e duas medidas. Se um homem se atraca com 30 mulheres ele é fodão, mas se uma mulher se atraca com 30 homens ela é puta. Parece justo?

          • Exatamente, Sally !

            E ainda juro (!) que ia “levantar argumento” parecido : E os outros modos das mais liberais “saberem negociar mais caro”, que elas também tem ?(até mesmo as “não tão VIPs” ou “ex-curiosas”, tipo universitárias iniciantes ou “semi-GPs” que ainda estão pensando o quanto ainda podem conseguir – por mérito – na profissão principal ou paralela ?) : homens e locais super bem escolhidos para evitarem quem não querem que descubram, (as melhores) “áreas online” para mostrarem (até) em assuntos “desse lado delas” (e nos outros !), tanto por marketing quanto pela parte de sinceridade que quiserem…

            Eu conheci uma com certeza assim (!) e ainda considero outras nesta classificação “liberais mais além (ainda)”…muito orgulho dessas e muita sensação de ter me sentido privilegiado !

          • Sem querer polemizar e com todo respeito.

            Para um cara se atracar com 30 mulheres ele precisa se esforçar: ter valor social, estar em forma, ter um bom emprego, ter dinheiro, ser um profundo conhecedor da alma feminina, etc.

            Para uma mulher se atracar com 30 caras basta ela se arrumar um pouco e não comer igual um hipopótamo.

            É aquele velho ditado: Todo mundo quer uma chave que abre várias fechaduras mas ninguém quer uma fechadura que se abra com qualquer chave.

            • Você está mal informado, um homem não precisa de tudo isso para se atracar com 30 mulheres. Tudo que ele precisa é coragem para chegar em 60 mulheres.

              • Rachei de rir com seu seu senso de proporção mas eu amentaria o número de tentativas para 150, pelo menos.

                Ambos sabemos que coragem é importante mas se fosse suficiente o Howard já tinha pego a Penny há muito tempo, não acha?

        • DSVS "Diabêlo"

          <iAcho que vou estar entrando em off-topics(?), mas preciso "textenejar"

          Ângelo, não consigo não achar que está sendo mais desatento e simplista do que gostaria…

          1) Isso (realmente) me parece “flertar com o fortalecimento da beemice”, e muito ! Se não me engano, historicamente, várias das primeiras “GPs estereotipadas” foram aquelas (raras) primeiras “profissionais” em geral…

          2) Alguns (famosos ?) casos de “GPs de rua” assassinadas revelam o pior…de outras pessoas : quem fica insistindo em citar que Jack o Estripador “agia em só um pequeno distrito”, as épocas de descasos (quase) declarados das polícias de Los Angeles e Vancouver com os respectivos serial killers (dois dos maiores da história, me fugiram os nomes)…

  • Ué, todo mundo sabe que uma coisa é a propaganda, outra são os produtos e serviços reais. Por quê no sexo seria diferente?

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