Autoconhecimento.

Senta com calma e pega um café, que o texto de hoje é longo.

Vocês andam pedindo texto sobre autoconhecimento. O problema é: eu ainda estou engatinhando no autoconhecimento, estudo com empenho o assunto por pouco mais de um ano, não me sinto apta para falar do assunto em profundidade. Por isso, vou dar só um arranhão na superfície, na esperança de despertar o interesse de alguns de vocês, assim vocês mesmos podem se encarregar de aprofundar o assunto.

Por ser um assunto muito subjetivo, sem regulamentação, acaba que cada um fala o que quer. Então, tem de tudo em matéria de autoconhecimento: inocente bem intencionado com pouco entendimento, charlatão querendo monetizar com receitas de felicidade, ególatras brincando de guru e… pessoas que realmente estudaram e entenderam o assunto e podem te ajudar. É uma baita peneira. Eu tenho minha meia dúzia de “curadores” desse tipo de conteúdo e confesso que tive que comer muita bosta para encontra-los.

Em linhas muito gerais e muito ignorantes, apenas para que vocês tenham uma ideia muito vaga, o negócio é o seguinte: desde que nascemos, uma série de crenças/obrigações sociais e regras de comportamento nos vão sendo impostas. Necessários ou não (isso é passível de discussão), vão nos moldando e obrigando a que nos adaptemos a elas. Todos nós nascemos com uma essência nossa, pura, “de fábrica”, que tem que ceder espaço para essas crenças e padrões sociais, em maior ou menor medida.

De tanto ouvir, de tanto ver uma sociedade regida por essas crenças, nós acabamos tomando-as por verdadeiras, como algo “inafastável”, uma verdade absoluta, inescapável. E às vezes não são. De tanto ter que agir de determinada forma, criamos máscaras, que, de tanto usar, muitas vezes acabamos pensando ser quem verdadeiramente somos. Uma vida agindo assim cria pensamentos e comportamentos “viciados”, não verdadeiros, muitas vezes desalinhados com a nossa verdadeira essência. Isso gera um tremendo mal estar interior.

Só que como não é uma dor de estômago, algo concreto e objetivo, que você possa identificar na matéria, no concreto, apontar e dizer “dói aqui”. Na maior parte das vezes nós não entendemos muito bem o que está acontecendo. Isso causa medo e angústia. Esse descompasso do que somos verdadeiramente em essência com o que aparentamos ser, com o que nos forçamos a ser, com as crenças que absorvemos sem questionar, com as mascaras que carregamos, gera uma série de sintomas: medo, angústia, desânimo, compulsões, etc.

Por qual motivo acabamos ficando tão condicionados a algo que não nos faz bem? Eu chutaria três motivos:

O primeiro é que não percebemos. Aquilo entra como verdade e raramente temos o insight de parar para refletir e questionar se existem outras formas. Quem o faz, frequentemente é ridicularizado, chamado de louco, sonhador. Tá todo mundo no fundo do poço e, quando um se toca e começa a escalar para fora, os outros dão porrada. Ninguém quer ficar no fundo do poço sozinho. Já conversamos sobre isso aqui em incontáveis textos, o ser humano precisa de certezas, romper com estruturas, com tudo que se sabe, dá medo e quase ninguém quer fazer. Se destruir para se reconstruir é um trabalho do cão, assusta, por isso fechamos os olhos para essa possibilidade. “Crenças? Máscaras? Para de bobagem”. Pois é.

O segundo motivo é nosso cérebro. Ao longo da vida criamos caminhos neurais, ou seja, quando repetimos determinados padrões de pensamento, reforçamos as conexões entre os neurônios, tornando esse caminho mais “fácil”. Então, quando pensamos sobre esses assuntos, o cérebro cai, quase que no piloto automático por esses caminhos. Romper com isso é difícil, é uma luta contra o próprio cérebro, até conseguir fazer novos caminhos. Desde pequenos temos certos caminhos neurais de algumas crenças reforçados, alguns comportamentos automatizados pelas máscaras que usamos. Há uma dificuldade física em se livrar disso.

O terceiro motivo é que, mesmo tomando consciência de todo o mecanismo, mesmo querendo fazer diferente, não conseguimos separar o joio do trigo, por realmente não saber o que é pensamento nosso, o que é crença incutida, o que é máscara, o que é da nossa essência. Não sabemos onde começar a mexer, muito menos como. Às vezes, de tanto carregar uma máscara, acreditamos genuinamente que é o que somos. Como saber o que é da sua essência e o que é mentira, imposto ou adquirido? Simples: com autoconhecimento.

Então, o autoconhecimento é, em um resumo muito do simplório, zerar nossa programação mental, neutralizar as crenças sociais que nos foram impostas desde a infância e remover as máscaras que vestimos, para que possamos tomar conhecimento de quem somos nós, na nossa verdadeira essência e, cientes de quem realmente somos, entender nosso propósito de vida e alinhar nossa vida com ele. Muita calma, que eu vou explicar melhor tudo isso.

Muita gente fala em apagar ou remover as crenças sociais. Não acho isso possível. Vivemos em sociedade e certas crenças existem e precisamos estar cientes delas. O que o autoconhecimento faz é removê-las de dentro de você como única e absoluta verdade. É uma crença, com a qual você pode ou não concordar, não uma verdade imutável. Quando você tira isso de dentro de você, parece que desamarra o pé de uma âncora. É que ter essas crenças na mente como verdades geram todo tipo de sabotagem inconsciente.

Quanto às máscaras, todos nós usamos, desde pequenos. Cada vez que nossos pais nos disseram (com a melhor das intenções!) coisas como “Não faça isso, ninguém gosta de quem faz tal coisa” foram, sem querer, colaborando para vestir máscaras na gente. Não estou dizendo que não deva ser feito, talvez seja parte do processo de educação, o fato é que aprendemos que, como somos, não seremos queridos ou aceitos. Isso se instaura como mecanismo e ao longo da vida vamos acrescentando máscaras e mais máscaras, algumas usadas por tanto tempo que aderem à pele e muitas vezes se confundem com quem realmente somos.

Se você tem crenças que não são verdadeiras, se você acha que é uma coisa que na verdade não é, pois na verdade aquilo é uma máscara, como espera fazer boas escolhas de vida para você? É óbvio que vamos errar o tempo todo. E pior: vamos errar com convicção de estra fazendo algo certo, pois, racionalmente, com as informações que temos, aquelas escolhas fazem sentido. Só que não. Muitas vezes a gente conquista tudo que queria e continua com um puta vazio, um puta buraco interior, uma angustia, um desânimo, uma ansiedade. Insônia, gastrite, sensação de medo, pressentimentos ruins, pouca energia, pessimismo. Os sintomas são muitos. É seu “eu interior” soterrando por crenças e máscaras dizendo “Ô viado! Para! Não é por aí não!”

E se o viado não para, vem mais aviso. E mais. E mais. E cada vez mais alto, para ver se a pessoa se toca de que está indo rumo a um grande buraco. Pode ser na forma de compulsão alimentar, pode ser na forma de uma depressão, pode ser na forma de qualquer auto sabotagem ou até na forma de uma doença. Veja bem, não é culpa sua, de forma alguma quero culpar ninguém. Só estou dizendo que quando essas coisas acontecem na vida de alguém nem sempre são um desgraçamento, uma sacanagem ou uma injustiça do destino. Pode ser um “se liga” para olhar para dentro e para de se fazer mal.

Não existe receita para a felicidade. Cada um tem que criar seu projeto personalizado, de acordo com sua essência e com seu propósito de vida. Não é a toa que o projeto padrão, que é casar, ter filhos, ter um bom emprego, uma casa e um carro está emburacando meio mundo em crises de depressão, pânico, ansiedade. A pessoa rala pra cacete achando que quando finalmente conquistar tudo isso será feliz e quando chega lá… fuén. É que a felicidade está dentro de você, não fora.

Quando conseguimos entender o que são crenças sociais que colaram na gente e compreender que elas não nos obrigam, quando conseguimos entender o que é máscara e o que é nossa essência e remover aos poucos as máscaras, começamos a entrar em contato com a nossa verdadeira essência. Não, não é nada místico nem sobrenatural, não vai sair uma nuvem com o seu formato da sua orelha e te dizer verdades do universo. Você apenas vai se conhecer verdadeiramente, e isso abre uma porta de ouro para sua vida: entender seu propósito de vida.

Novamente: nada místico. O propósito de vida de alguém é algo que está totalmente alinhado com sua essência, mas não precisa ser nada mediúnico nem mesmo grandioso. Também não é um caminho fechado, no estilo “só vai ser feliz se fizer X coisa”. Não. Porra nenhuma. É um norte, um goal. Digamos que, se você fosse o Mário, seu propósito de vida seria resgatar a princesa Peach, foda-se o caminho, as fases ou as estratégias que você escolheria para isso. E sempre que você estiver fazendo qualquer coisa que contribua para resgatar a princesa Peach, mesmo que a lazer, isso vai te trazer um enorme bem estar.

O propósito de vida é muito importante, pois depois que você o descobre, pode alinhar sua vida toda com ele, não apenas a profissional, e, acredite, tudo flui muito melhor. Não por obra divina ou karmica, mas porque você vai fazer tudo com menos esforço, mais prazer e de forma mais leve e fluida. Uma sensação de completude, de serenidade, de estar onde deveria estar, vai te acompanhar diariamente. Vai por mim, é muito gostoso viver nesse lugar.

No geral, as pessoas tem as aptidões para alcançar esse propósito mais desenvolvidas. Porque Deus deu já que ele queria que você faça isso? Não! Porque, por ser mais fácil para a pessoa, ela conseguiu desenvolvê-las melhor. Se observe. Sabe aquelas atividades que te dão tanto prazer de fazer que você perde a noção de tempo? Provavelmente isso está alinhado com o seu propósito. Talvez nem seja a atividade em si, e sim a forma como você esteja fazendo. Sim, há pessoas cujo propósito de vida é trazer o novo, subverter padrões, romper com estruturas, por exemplo. Essa pessoa, pode se realizar tocando piano com os pés ou sendo Presidente e mudando as leis, pois em ambos os casos ela estará trazendo algo novo.

Quando você entende quem você realmente é, percebe o que são falsas crenças, o que são as máscaras, compreende seu propósito de vida e passa a tocar a sua vida alinhada com esse propósito, acredite, algo destrava dentro de você. Sua visão se amplia. Uma estranha calma se assenta. Sua percepção se aguça. Sua compreensão encaixa as coisas na sua cabeça como se arrumassem livros de forma perfeita em uma biblioteca. As coisas à sua volta fluem com facilidade e leveza. Mágica? Recompensa divina? Não. Você apenas parou de fazer um esforço do cacete para sustentar um monte de mentira, algo que consome tempo e energia e gera mal estar. Livre-se dessa âncora, puxe o freio de mão, que sua vida melhora.

“Tá Sally, tudo lindo, adorei. Agora me diz como faz para conseguir isso aí”

Bem, eu costumo comparar autoconhecimento com escrita e leitura. Você deixou para aprender a ler quando precisou efetivamente ler algo? “Alô? É a Professora de Português? Seguinte, tô passando mal e preciso ler a bula desse remédio para ver como tomar, você pode me alfabetizar agora?”. Não é assim que a banda toca, certo? A gente aprende a ler e escrever por saber que é algo de fundamental importância para a vida. É um projeto de anos, que requer dedicação diária. Logo, se você está na merda AGORA, sugiro que, como S.O.S. procure outra coisa que não o autoconhecimento.

Voltando à nossa comparação… ler e escrever é um processo demorado, nenhuma criança sai lendo e escrevendo em poucas semanas. Geralmente, demora cerca de um ano para ter o básico da alfabetização e mais outros anos para aprender a escrever e ler de forma fluente. Mesmo assim, para escrever bem, bem mesmo, eu diria que podem demorar décadas, desde, é claro, que a pessoa invista nisso regularmente. É prática diária, constante. Quanto mais você se dedica, melhor fica.

Autoconhecimento é assim: um aprendizado gradual, onde é necessário se dedicar diariamente. Primeiro se aprende o básico, “as letras”, depois se aprende a combinar o básico entre si, “formar palavras” e só depois de muito tempo é que se é fluente, “ler e escrever”. Parece fácil em tese, mas é uma mudança muito profunda e trabalhosa que exige muita dedicação.

Cuidamos de muitas coisas diariamente: da nossa higiene pessoal (tomando banho, escovando os dentes, etc), do nosso corpo (exercitando, passando cremes, etc), do nosso lado profissional (fazendo cursos, lendo coisas, etc). Por qual motivo não reservamos uma horinha do nosso dia para cuidar do que talvez seja a força motriz de tudo isso? Nossa mente.

A mente é mix dos nossos pensamentos com nossos sentimentos. Uma pessoa equilibrada controla sua mente e a usa a seu favor. Uma pessoa desequilibrada é controlada por sua mente, e geralmente a mente, quando é indisciplinada, dá um trabalho… Ao se dedicar ao autoconhecimento e fazer todas as etapas que eu narrei acima (entender o que é crença, o que é máscara, o que é sua verdadeira essência, qual o seu propósito de vida e alinhar sua vida com ele) você vai fazer as pazes com a sua mente. Mas para isso é preciso se dedicar regularmente.

É quase que como uma musculação mental. Quando você começa, está fraco e não aguenta grandes façanhas. Mas, se investir diariamente, vai ficando forte e conseguindo cada vez mais. Só que tem um porém: ninguém fica sarado indo para a academia duas vezes por semana, certo? Nem faltando dois meses para o verão. E se parar de ir, os ganhos vão embora. O mesmo vale para autoconhecimento. É investimento permanente, diário e comprometido, se não, não adianta.

Agora o que provavelmente mais interessa a vocês e o que eu infelizmente ainda não posso dar: o como.

Autoconhecimento não tem receita de bolo. Pode ser realizado de diversas formas, desde terapia até meditação. Sério mesmo, são centenas de formas diferentes, é questão de tentativa e erro, de ver o que se adapta a você.

No último ano da minha vida, acho que posso dizer sem medo de exagerar, que eu de fato tentei centenas de caminhos. A dica mais importante que posso dar a vocês é: não se deixem assustar pelas alegorias. Entendam a essência do que está sendo dito, pouco importa a roupagem. Pessoas mais céticas como nós costumam ter muita resistência a alegorias, mas elas são necessárias para a média da população. Não se deixem desanimar por elas.

Então, como muito bem me disse o Somir uma vez, quando eu mesma estava desanimada com as alegorias: se você está em um quarto escuro e alguém tem uma lanterna, a liga, ilumina uma cadeira e diz “isso é um elefante”, não fique puto e mande a pessoa apagar a lanterna. A pessoa está iluminando algo, está te permitindo ver uma cadeira. Foda-se se ela diz que é um elefante, você é inteligente suficiente para saber que é uma cadeira. Deixa falar que é um elefante, pega pra você o que importa: tem algo iluminado onde antes era tudo escuro – e você sabe que é uma cadeira.

Fica aqui o que serviu para mim, reforçando que o que serviu para mim não necessariamente sirva para você: proponha-se a dedicar ao menos uma hora do seu dia à sua mente. Nesse tempo, experimente diferentes coisas. Teste tudo. Observe o que funciona para você. Física Quântica? Chakras? EMF? Cabala? Budismo? Reiki? Registros Akashicos? Regressão? Zé Ninguém profetizando em um caixote de feira na praça? Não importa, se servir para você, pegue e aprofunde.

Veja vídeos, cursos, palestras de diferentes pessoas. Aquelas com as quais você sentir sintonia, afinidade e achar que estão expandindo sua mente, você abraça. Leia livros, com o mesmo mindset. Comece a meditar (pode ser meditação clássica, ou meditação ativa). Converse com quem já está nessa estrada ha mais tempo que você, peça conselhos. Teste tudo que achar que pode te servir e se observe. É como um self-service, cada um sabe o que tem que botar no próprio prato, certamente seu prato não será igual ao meu.

E, o mais importante, escolha curadores de conteúdo, que é algo que a gente sempre reforça aqui. Diante de um mar de conteúdo que é a internet, é preciso escolher curadores de conteúdo, pessoas que já passaram por algum filtro, que não são estelionatárias e que falam de uma forma com a qual você tem afinidade. Cola nessas pessoas, consome o que essas pessoas produzem e pede indicação de mais conteúdo ou curadores de conteúdo para essas pessoas.

Minha sugestão, como já disse outras vezes aqui, é a Marcela Leal, que estuda isso faz muito tempo e tem uma visão mais científica, voltada para a física quântica, que é uma linha que eu consigo digerir melhor. Ela tem uma escola de autoconhecimento chamada Escola da Liberdade. Mas tem muita gente boa: Eckhart Tolle, Matias de Stefano (o Rafael Pilha do autoconhecimento, maluco da porra, meu favorito), Prem Baba, Amit Goswami e muitos outros. Estes nomes são o único caminho? Não. Há vários e todos chegam ao mesmo lugar. É questão de você encontrar alguém com quem tenha afinidade e que te ajude nessa jornada.

Se possível, faça um curso para começar, o começo é sempre o mais difícil, depois, quando você entender a base, você anda por suas próprias pernas.

Só você pode saber o que te ajuda. Só você pode saber o que ressoa como verdade para você. Só você pode perceber se está sendo útil ou não. Tem milhões de exercícios, técnicas, iniciativas e vertentes, mas, no fim, é uma jornada solitária. Se você estiver no caminho certo, acredite, você vai saber.

Para finalizar, um conselho de amiga: se você tem um par, ou ele vai junto ou fica pra trás. Dificilmente uma pessoa comprometida de forma séria com autoconhecimento consegue ficar com outra que não leva a coisa com a mesma seriedade. Se seu parceiro está nessa jornada e você quiser continuar com ele, recomendo ir junto.

Para dizer que chegou a hora de me interditar judicialmente, para dizer que você “não tem tempo” ou ainda para dizer que tudo isso é falta de um tanque de roupa para lavar: sally@desfavor.com

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Comments (12)

  • Marcela Leal é a que faz stand-up?

    Sally, de todas as centenas de textos que li aqui, esse foi o que eu mais consegui absolver fluentemente!
    Por exemplo, no meu caso, me afastar das religiões me fez ser mais autêntico ( e, eu devo isso ao desfavor também).
    Enfim, excelente texto!

  • Eu também estou nesse caminho eé realmente são muitas as opções e fiquei confusa. Resolvi fazer faculdade de psicologia (terceiro período) e uma formação em psicanálise.
    Não conheço nenhuma dessas pessoas q vc indicou, mas imagino q tenha a ver com a teoria humanista/ existencialista de Carl Rogers. Eu gosto muito da psicanálise (Freud , Adler ) e do Behaviorismo.
    Um livro que eu adorei e indico é o Psicologia Social de Aroldo Rodrigues que explica essa parte de cognição, formação dos esquemas q geram as crenças, identidade ( que vc menciona ao falar sobre máscaras), formação de impressões, como surge os preconceitos , estereótipos, processos grupais.
    Outra indicação pra quem quer algo mais pragmático é o curso on line de desenvolvimento humano Dhup . O professor é um psicanalista, mas tem uma pegada de coaching.

    • Acho válido ler TUDO. Mesmo com pegada coaching.

      Hoje as pessoas estão muito mimadinhas, elas querem O Livro, que responda tudo, que resolva tudo. Não é assim que autoconhecimento funciona. Você bebe de várias fontes e constrói sozinho seu caminho, pegando o que te serve de cada uma delas.

      • …Acho que “até” o (Ronaldo Pilati) “Ciência e Pseudo Ciência – Porque acreditamos apenas naquilo que queremos acreditar” pode ajudar nisso de processos mentais…

  • “… ou ainda para dizer que tudo isso é falta de um tanque de roupa para lavar”, pode parecer loucura, mas consigo meditar plenamente quando estou lavando louça! As pessoas mais próximas já sabem que não conseguem falar comigo enquanto lavo louça, pois entro num estado mental tão profundo que eu mal consigo escutar o se passa ao meu redor. E ainda tenho a satisfação de ver a pia limpa. Alguns pontos:

    – Consigo meditar quando lavo louça
    – Penso melhor no que falar numa palestra e tenho boas ideias enquanto tomo banho
    – Sempre deixo pra tomar uma decisão importante depois de dormir, pois parece que o cérebro reorganiza melhor as informações durante o sono.

    Sei que isso funciona pra mim pois ao longo de muito tempo fui prestando atenção na minha mente, corpo, respiração, estado emocional, etc, tanto nos momentos mais tensos quanto nos mais banais. E fui guardando isso pra mim achando que eu era meio doida, até ver em um episódio de The Big Bang Theory, onde o Sheldon vai trabalhar na loja de cheesecake pra resolver um problema de Física. Fui então ler alguns artigos e conclui que, além de ser absolutamente normal fazer coisas não convencionais para pensar melhor, ainda tem viés científico.

    O foda é descobrir o que te faz sentir bem (pra mim ainda está sendo). Realmente o processo do autoconhecimento tem que ser constantemente cultivado.

    • Thay, é uma modalidade de meditação ativa. A pessoa que casar com você terá muita sorte nessa vida, que coisa mais maravilhosa alguém com prazer em lavar a louça!

      É um bem estar enorme acessar esse lugar, ficar dentro de você, com você mesmo. Recarrega as baterias, traz insights, deixa a mente serena. Muita louça pra você nessa vida!

  • Se me permitem, gostaria de deixar duas recomendações de bibliografia que foram fundamentais não apenas no meu processo de autoconhecimento, como também de uma compreensão maior das grandes questões humanas, em geral. “O mal-estar na civilização” e “O futuro de uma ilusão”, de Freud. Esses livros foram um marco na minha vida, e já perdi a conta de quantas vezes os reli desde o primeiro contato com eles, lá pelos meus 20 anos (já tem um bom tempo). Cada releitura me acrescenta algo de novo, que parece dialogar comigo de acordo com a fase em que estou vivendo. São os textos de viés mais sociológicos do Freud, curtos, super didáticos e de fácil entendimento, mesmo pra quem não tiver uma base em psicanálise ou interesse por psicologia. Já recomendei pra muita gente, que costuma dar um feedback bastante positivo.

  • Você havia me recomendado, no comentário que fiz sobre os meninos da caverna, a assistir os vídeos da Marcela Leal.
    Assisti e realmente, tudo que escreveu aqui é um resumo do que ela diz em seus vídeos.
    É um desafio muito grande “desaprender” o que aprendeu a vida toda em busca dessa sentimento de plenitude.
    Espero conseguir algum dia as respostas que procuro.
    Obrigada pelo texto.

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