FAQ: Coronavírus – 34

Qual a fita de quererem aplicar 3 doses em idosos no RJ? Será que é só pro povo que tomou Coronavac ou todos? Nos outros países são 2 doses e na Banânia serem 3, não parece estranho?

Não é só no Brasil não. Por exemplo, no Chile, os líderes do ensaio clínico que testou a Coronavac recomendaram a aplicação de uma terceira dose da vacina. Tem país cogitando e até aplicando terceira dose de outras vacinas também.

Eu sei que você não perguntou isso, mas aposto que muita gente vai perguntar, então, aqui vai: isso não quer dizer que a vacina seja uma porcaria, ok? Tanto é que já se fala em terceira dose de Pfizer e de Astrazeneca. Então, por qual motivo tem essa questão específica com Coronavac?

Ao longo dessas 34 postagens já explicamos como cada tipo de vacina funciona. A Coronavac é uma vacina de vírus inativado, ou seja, o vírus é destruído e aplicado no corpo da pessoa morto.

Nem sempre esse tipo de vacina desperta a melhor resposta imune que o corpo poderia dar, pois um vírus morto pode não parecer uma ameaça para nosso sistema imunológico e, se ele não for atacado, o corpo não é devidamente treinado e não fica imunizado.

Então, é esperado que esse tipo de vacina provoque uma resposta imune um pouco menor. Se somar isso a um organismo com menor capacidade de produção de anticorpos, como é o caso dos idosos e outros grupos vulneráveis, pode existir o risco da proteção ficar abaixo do esperado. Eu disse “risco” pois não tem nada definitivamente comprovado.

Por isso na maior parte dos países, idosos tomam a vacina que gera a melhor resposta imune (uma vez que seu sistema imune não é mais tão potente) e pessoas mais jovens, com um bom sistema imune, tomam as outras vacinas. Ao menos é assim no país onde eu vivo. Confesso que não entendo os critérios do Brasil na aplicação de vacina, não faz sentido, ao menos agora que há muitas vacinas disponíveis, dar vacina de vírus inativado para idoso e Pfizer para pessoa de 20 anos.

E, veja bem, não estou dizendo que a pessoa jovem tem que se ferrar e receber “a pior” vacina pois não existe essa falsa comparação. Em um organismo jovem, com sistema imune em forma, a Coronavac vai dar conta do recado sem qualquer margem de risco. É como se você pegasse um carro 1.0 e o utilizasse para transportar vítimas de acidentes para hospital e pegasse um carro com motor potente e o usasse para levar um poodle para passear. O carro 1.0 não é ruim, é um carro, como qualquer carro, que transporta perfeitamente bem a pessoa, mas talvez não seja a melhor escolha para quem está nessa condição específica de vulnerabilidade.

Dois fatores estão sendo levados em conta para a aplicação da segunda dose da Coronavac: 1) existem alguns estudos (que ainda precisam ser melhorados, nada definitivo) dizendo que os anticorpos gerados pela Coronavac caem muito depois de seis meses da aplicação da segunda dose e 2) existe um estudo indicando que a Coronavac teria apenas um quarto da eficácia para neutralizar a nova variante Delta (que também precisa ser melhorado, não dá para bater o martelo ainda). Reforço: não há consenso sobre essas informações nem sobre a necessidade de uma terceira dose. Não dá para afirmar “É necessária uma terceira dose”.

Não é apenas a Coronavac, parece haver a intenção de dar terceira dose de outras vacinas. Algumas farmacêuticas já estão oferecendo essa terceira dose, como por exemplo a Pfizer. Porém, não cabe a quem vende determinar isso, uma vez que quem vende, quer mais é vender. É preciso que existam estudos científicos sólidos, robustos, confiáveis, indicando a necessidade de uma terceira dose. E, até onde eu sei, não tem nenhum (ainda) que nos faça arrancar os cabelos e gritar que duas doses não bastam.

Outra informação importante para evitar confusão: muitas vacinas, inclusive a Coronavac, estão se atualizando, criando uma nova versão de si mesmas, para se tornarem mais eficazes contra a Variante Delta. Isso não seria uma terceira dose e sim uma nova vacinação, pois a pessoa receberia uma vacina diferente. Também se cogita a necessidade de reaplicações periódicas da vacina, provavelmente de forma anual, como fazemos com a vacina da gripe, o que não é terceira dose de vacina da mesma forma.

No Brasil, a ANVISA já autorizou estudos clínicos para avaliar a eficácia de uma terceira dose de reforço (com a vacina da Astrazeneca). É um estudo de Fase 3, onde alguns voluntários tomarão a terceira dose e outros um placebo (pois já tomaram as outras duas doses, portanto, não estão desprotegidos) sem que cada um saiba o que tomou. Após os resultados, a Astrazeneca garantiu que quem tomou placebo também receberá uma dose da vacina. Aí teremos uma ideia mais clara de qual é o benefício real de uma terceira dose dessa vacina. Até lá, é especulação.

Outros países estão estudando aplicar uma terceira dose em grupos vulneráveis, como Reino Unido. E já temos países que se adiantaram e estão aplicando uma terceira dose, como Israel, que decidiu que o risco de esperar por estudos conclusivos é muito grande e está vacinando com terceira dose pacientes com câncer, transplantados e outros que possam ter sofrido uma diminuição da proteção da vacina. Esse é o benefício de ser organizado, comprar bem e ter vacinas sobrando.

Ambos os países fizeram isso em um “ato de desespero”, pois mesmo com mais da metade da população vacinada viram subir muito o número de casos por causa da Variante Delta. Então, mesmo sem estudos definitivos, eles entenderam que, na prática, já se vê que o estrago da Delta demanda uma terceira dose e, se esperarem pelo resultado conclusivo de eficácia, o caos pode voltar a se instalar em seus países. Então, tomaram a decisão com os indícios que existem.

“Parece razoável” – vocês dirão. Sim, mas tem um outro lado da história que também é bem razoável e vai de encontro à aplicação da terceira dose. A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que faltam evidências científicas contra uma dose de reforço. Ela se manifestou contrária a planos de governos e farmacêuticas em aplicar uma terceira dose traz um contraponto que deve ser pensado.

O que diz a OMS: a vacinação está tão lenta que alguns países podem só ver sua primeira vacina em 2023. Parece inteligente esbanjar terceira dose enquanto tem países inteiros sem vacinar, onde o vírus pode circular livremente e criar novas variantes?

Não adianta nada ter a população de alguns países ultraprotegida se surgir uma nova variante com 100% de escape vacinal por não ter vacina em outros países e o vírus ter circulado muito. Tem país onde nem os profissionais de saúde verão vacina este ano, nem no ano que vem. Será que o melhor uso para essas vacinas é mesmo uma terceira dose, sem nem ao menos saber o quanto de ganho de proteção se tem com isso?

Então, esse é o dilema que o mundo enfrenta atualmente: correr para vacinar todo mundo mais ou menos, o mais rápido possível ou, quem pode, se vacinar com todos os recursos e deixar quem não pode completamente exposto ao vírus. De um jeito ou de outro, acho que vocês conseguem perceber que ambas as opções são trágicas e longe do ideal.

Essa é a realidade: não sabemos o se há ganho e qual é o ganho em aplicar uma terceira dose da vacina. Sabemos que é seguro, ou seja, não vai matar nem causar danos ao organismo, mas o quanto isso ajuda na imunização, é uma informação que precisa ser mais estudada. Até o momento, a orientação oficial é: ainda não há necessidade de uma terceira dose, mas isso não está impedindo países que estão sentindo essa necessidade na prática de aplicar uma dose extra.

Nos resta aguardar por estudos conclusivos e pela definição do que cada país vai fazer. Assim que sair algum resultado com força suficiente voltaremos no assunto.


Fala que o SUS não é uma merda: o Brasil é um dos países que tem menos casos proporcionais acumulados e é onde mais morre gente. Prefiro morrer em casa do que ir para hospital público.

De fato, países como Uruguai, Paraguai, Argentina e Chile, todos já tiveram mais casos proporcionais (casos levando em conta a proporção de habitantes), mas em todos morreu menos gente proporcionalmente que no Brasil. Isso quer dizer, em bom português, que nos países vizinhos adoeceu muito mais gente do que no Brasil, mas morreu muito menos gente do que no Brasil.

Isso significa que o SUS é uma merda e está matando os brasileiros? Não.

Eu sei bem de todas as limitações e restrições do SUS, sei da precariedade na qual ele é obrigado a funcionar pelo pouco investimento que recebe e sei que em momentos de pico da pandemia ele não prestou um bom atendimento (e quem prestou?). Eu sou a primeira a recomendar enfaticamente que, quem pode, faça um plano de saúde, pois contar apenas com o SUS pode deixar a pessoa desamparada em alguns casos.

Mas essa crítica em específico é impertinente. O SUS não matou ninguém, se ele não existisse, o número de mortos seria muito maior. Esse é o grande problema de pegar dados sem contexto: você pode tirar a conclusão que mais te agrada dele. Em vez de olhar um frame da figura, vamos olhar a figura toda?

Se a gente olhar o todo, entende por qual motivo os vizinhos adoecem mais mas morrem menos. Não é o SUS matando os doentes, são os números do Brasil absurdamente subnotificados. Um ano e meio após o começo da pandemia, o Brasil não consegue testar o suficiente para ter uma ideia do número real de casos. Pessoa não testada não entra na estatística de doentes, mas pessoa morta entra na estatística dos mortos. Assim, temos poucos doentes e muitos mortos.

Eu escolhi essa pergunta horrorosa pois estou ouvindo cada vez mais pessoas do Brasil relutando em procurar atendimento, achando que ir para o hospital é sinônimo de morte. Também estou vendo algumas pessoas de postura radical endossando esse pensamento: “se entrar lá sai morto”. Pois bem, se você tiver um caso grave de covid, também vai sair morto se não entrar em um hospital, pois o corpo sozinho não consegue dar conta. O que te mata não é o SUS, é a covid.

Apesar de todos os defeitos e críticas que se possa fazer ao SUS (e não são poucos) ele está sim salvando muitas vidas, dentro de suas possibilidades. Se não houve oxigênio, se não houve respirador, se não houve sequer sedativo para intubação, não xinguem o SUS, xinguem os responsáveis por fornecer tudo que o SUS precisa para trabalhar. Vimos vários casos documentados de pedidos reiterados por mais insumos ignorados. A culpa é de quem pede?

E outra: quando o mundo, a OMS, infectologistas, epidemiologistas e cientistas do mundo inteiro dizem que a única forma de frear os contágios é fazendo um isolamento social rigoroso em momentos de pico de contágio e as pessoas saem para ir à praia, para ir ao bar, para ir a jantarzinho com amigos, para ir a encontrinho de Tinder, a culpa é do SUS se não conseguir atender a demanda de doentes?

Já falamos em outros textos e vamos repetir: não é possível para nenhum hospital do mundo, mesmo enorme, mesmo com recursos ilimitados, ter leitos e médicos suficientes para atender a todos os que vão adoecer se as pessoas não se cuidarem fazendo o isolamento necessário quando isso lhes é pedido. Doença com crescimento exponencial se transforma em algo sem controle em qualquer lugar do mundo. Nenhum país no mundo dá conta de aumento exponencial desenfreado de doentes.

Vale lembrar que existem “recursos” que não podem ser comprados. Uma pessoa que está em na UTI precisa de cuidados de um médico intensivista. Um médico intensivista demora, em média, 10 anos de estudo para estar apto a exercer essa especialidade (se não mais). Não tem como pedir para um médico clínico geral, por exemplo, regular um respirador. As pessoas pensam que um respirador tem um botão de liga e um de desliga e que é só ligar? Não é. Tudo é muito complicado, delicado e demanda um grau de formação que não se consegue da noite para o dia. Então, o que cada país tem de recursos humanos é isso aí, ou a população se adequa a essa quantidade ou vão morrer.

Não sou de esquerda, não quero a volta do Lula, não acho o SUS um exemplo de atendimento de excelência. Mas acho sim que dentro da absurda precariedade que eles vivem, fazem milagres. Agradeçam pelo SUS, não fosse por ele, cada perna quebrada chegaria uma conta de cinco dígitos da sua casa. E sim, sem o SUS teria morrido muito mais gente do que morreu.

Se sentir que seu caso é grave, se sentir dificuldades para respirar, se sentir que não está bem, vá ao hospital público sim. Com um caso grave de covid, ficar em casa é certeza de morte, indo ao hospital ao menos a pessoa tem uma chance. E, só para constar, a maior parte de doentes de covid que foram atendidos pelo SUS sobreviveram, apenas uma minoria morreu.


Teve um rolê de um famoso não tomar a vacina pois foi testada em animais, ele disse que vai esperar por uma versão vegana. Sou contra teste em animais, vale a pena esperar por essa nova versão?

Não, eu nem sequer acho que essa nova versão seja possível tão cedo. E esse famoso (Dado Dolabella, que bate em mulher, mas acha inadmissível espetar um ratinho de laboratório) ou é um hipócrita, ou é um ignorante.

Tudo que você usa da indústria farmacêutica é testado em animais, por um motivo muito simples: não se permite que se teste de cara em seres humanos. Tudo. Até o seu xampu ou seu batom. Vou reforçar: não existe nada na indústria farmacêutica ou cosmética que não seja testado em animais.

“Mas Sally, no meu batom está escrito que não fazem teste em animais”. Sim, está escrito isso pois as marcas são umas lacradoras hipócritas (beijo Natura) que vendem uma mentira pata o consumidor. Qualquer produto farmacêutico, quando é desenvolvido, precisa fazer testes de segurança em animais. Não é uma opção. Não se permite que se parta direto para humanos. Repito: não é uma opção.

O que acontece é que muitas empresas brasileiras não desenvolvem o que vendem, apenas importam o insumo ou o princípio ativo de outro país e fazem a “mistura” aqui, produzindo o produto com matéria prima vinda de fora do país. Por exemplo, trazem a matéria prima para a maquiagem de fora, colocam corante e cheirinho aqui e vendem.

De fato, para colocar corante e aroma não precisa teste em animais. Isso quer dizer que para fazer aquele batom nenhum animal foi testado? NÃO. Mas eles colocam aquele desenho de coelho na embalagem e tem a cara de pau de escrever “não testado em animais”. É como se você comprasse nuggets congelados, preparasse, servisse e dissesse a quem o come que “eu não matei nenhuma galinha para fazer estes nuggets”. Vai tomar na tarraqueta, é óbvio que uma galinha morreu para fazer os nuggets, se foi você quem matou é indiferente.

Por isso, quando as marcas de cosméticos ou marcas descoladas para dondoquinhas, disserem que não fazem testes em animais, elas estão dizendo que não desenvolvem os componentes que usam. Mas quem os desenvolveu, testou bastante em animais, e testou ruim, testou escroto, pois geralmente esses princípios ativos são gerados em países como a Índia, onde não há preocupação nem com seres humanos, quem dirá em fazer testes da forma menos sofrida para animais.

Se você realmente se preocupa com o bem-estar animal, suponho que não faz diferença em que parte da cadeia de produção ocorreram os testes, se animais foram testados, é um produto testado em animais (dããã). É de uma desonestidade sem precedentes a marca levantar as mãos e dizer “Mas EU não testei”, quando tudo que ela usa para fazer o produto foi testado pra cacete em animais. Você pode ter certeza absoluta de que o que está lá dentro do pote que você está comprando só existe pois foi exaustivamente testado em animais.

O mesmo vale para remédios e vacinas. Se existe uma forma de fabricar uma vacina do zero sem testar em animais, testando diretamente em seres humanos (que, convenhamos, também são animais) eu desconheço. E não creio que seja possível tão cedo. Nem creio que se deva investir nisso agora: pensar em criar tecidos vivos para testes em meio a uma pandemia, quando morreram 4 milhões de pessoas pela demora em se vacinar. Vamos ter um pingo se senso de realidade: tome a vacina que for, para continuar vivo e militar pela causa animal em um futuro mais tranquilo.

Não espere por uma “vacina vegana” para se vacinar. Primeiro por ela estar muito longe de se tornar realidade (nem sei se é possível). Segundo, para não agir de forma hipócrita, já que tudo que você usa, desde um remédio para dor de cabeça até o seu desodorante, só chegou na prateleira da farmácia por, em algum momento, ter sido testado em animais.

Para dizer que gosta quando eu perco a paciência, para dizer que se os animais pudessem testariam em humanos também ou ainda para dizer que o C.U. deveria assumir o controle do Desfavor: sally@desfavor.com

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Comments (16)

  • Vários influencers veganos incentivam a vacinação. Até a Luisa Mell se vacinou, nem ela esperou a vacina vegana. Ser vegano não é ser antivacina.

  • Mesmo nós nos cuidando e em quarentena há 16 meses (eu e minha família e muitos daqui), ainda vamos ao mercado, à padaria, ao médico, usamos uber, taxi, pedimos algum delivery, usamos máscara e álcool 70%, ainda fico no espanto de não termos sido contaminados AINDA.
    Será que não fomos mesmo?
    Será que não tivemos uma “gripe” que na verdade era COVID? Um espirro ou tosse banal qualquer que pareceu a mesma alergia de sempre?
    Meu amigo pegou COVID (sabe que pegou pois perdeu 100% do paladar e olfato, o restante tudo normal, sem febre, sem outros sintomas, fez teste e positivou),
    ficou em casa, mora com outros companheiros, todos na casa dos 33 anos, ficaram todos numa boa, e o restante dos companheiros da residência não se contaminou, usando o mesmo banheiro, a mesma cozinha, a mesma sala.
    Me parece muito esquisito esse vírus.

  • C. U assumindo o controle do desfavor jamais, pelamor!

    Hipocrisia do caralho, quiseram lacrar com essa mania de vegano agora até pra cima das vacinas? Pelo amor, falta de noção falou alto, ein?

    E quando ao SUS, de fato, ele não é perfeito e precisa melhorar muita coisa, mas eu defendo ele simplesmente pelo fato de poder ter remédios gratuitos para problemas graças e doenças crônicas, como diabetes, asma ou HIV. Se não fosse ele, muita gente estaria fodida tendo que bancar com insulina ou bombinhas de ar.

    • Quem vê o Brasil hoje não imagina a referência que o país foi no combate de doenças como HIV. É mais fácil colocar a culpa no SUS do que assumir uma política pública bosta e uma irresponsabilidade coletiva.

  • Eu estou sinceramente injuriado e indignado. Além da flagrante loucura dessas olimpíadas, a mídia do shithole bananalândico como um todo está apregoando em todos os seus noticiários uma suposta e progressiva “volta à normalidade”: pessoas viajando daqui pra fora (e vice-versa), “protocolos de segurança” sendo seguidos e “mostrando sucesso”, bares sendo reabertos, eventos públicos voltando a ocorrer, “ainda temos que tomar cuidado mas já está tudo se normalizando”, escolas reabrindo, “retomada que renova a esperança”, todo mundo confiando apenas na primeira dose de uma vacina que foi aplicada em menos de 20% da população enquanto a tal de variedade delta começa a tomar corpo… não sei se sou eu que está paranóico com isso ou se realmente todo mundo entrou numa catarse histérica coletiva, dando um imenso “foda-se” pra tudo, principalmente nessa terra de silvícolas que só olham pro seu próprio umbigo cheio de fiapos de grama e craca de pele seca…

    • Tem tudo para dar merda. De coração, tomara que não dê, mas se houver um grande problema, era mais do que previsível.

    • (…) “Terra de silvícolas que só olham pro seu próprio umbigo cheio de fiapos de grama e craca de pele seca…” Adorei essa descrição.

  • Por mais que todos nós já estejamos exaustos de tanto ouvir falar nesse assunto, ainda há muito a se aprender sobre esta praga chamada Coronavírus. Continue escrevendo estes FAQs, Sally; porque são mais importantes do que você imagina. Muito esclarecedor o trecho sobre terceira dose da vacina, mas fiquei preocupado com o que você disse sobre nações inteiras ainda não terem recebido sequer UMA aplicação de imunizante. Assusta ler que, de acordo com a OMS, “a vacinação está tão lenta que alguns países podem só ver sua primeira vacina em 2023”. Eu achava que, a esta altura, todos os países, até mesmo os que são extremamente dependentes de ajuda externa, já tivessem pelo menos começado a vacinar suas populações. Imaginei que certas instituições de caridade alcance global como a Médicos Sem Fronteiras e assemelhadas estivessem fazendo algo nesse sentido.

    • Infelizmente tem países onde nem profissionais de saúde começaram a ser vacinados. A desigualdade mundial é maior do que a gente imagina.

      Sendo muito sincera: nem eu aguento mais escrever sobre coronavírus, não vejo a hora de não ter mais o que dizer, mas, enquanto durar essa merda e eu achar que informação pode ajudar alguém, eu vou fazer a minha parte e escrever sim. Sei que é chato, sei que vocês não gostam, mas, quando tudo isso acabar eu quero poder olhar para trás e dizer “naquele inferno, eu fiz o que eu podia para tentar melhorar a situação”.

      • Eu sei que as vacinas contra o Coronavírus não estão disponíveis para compra por particulares, mas o pessoal da Cruz Vermelha Internacional e dos Médicos Sem Fronteiras não poderiam colaborar de alguma forma para acelerar a imunização ao redor do mundo? Não poderiam, sei lá, fazer parcerias com os fabricantes e/ou com governos; ou então facilitar o acesso de gente empobrecida a essas vacinas? Afinal, essas entidades de ajuda humanitária existem justamente para prestar auxílio aos mais necessitados em situações de crise, não?

  • Vai ser 3 dose ou nova vacinação? Por que em SP vão recomeçar a partir de janeiro. Aí fica na briga gov federal x gov estados, seriq bom que o semi presidencialismo fosse logo aprovado.
    Também prefiro morrer em casa, só quem grita viva o SUS é quem tem plano de saúde. E esses veganos precisavam apanhar! Até em vacina metem a ideologia deles.

    • Imagino que ainda não tenha sido decidida oficialmente a terceira dose de vacina, uma vez que estão realizando estudos de eficácia no Brasil. Como está sendo anunciada essa vacinação de janeiro? Como algo complementar ou como algo independente?

      • O Dudu Nervosinho deu como certa a 3 dose no RJ. Já tem até calendário outubro 80, novembro 70, dezembro 60. SP que quer recomeçar do zero a partir de janeiro. São os Estados Unidos do Brasil, cada um tem lei própria.

      • Seria um novo ciclo de vacinação a começar dos que tomaram primeiro em 2021 e avançando progressivamente, estão apostando na aprovação da Butanvac, que supostamente já tem 20 milhões de doses prontas pra envase e devem fazer mais até o fim do ano, ela seria usada nesse novo ciclo.
        Eu ia até perguntar isso Sally, porque tantas críticas a esse plano? sendo que com tantas novas variáveis está se desenrolando um cenário de necessidade de atualização anual da imunidade. Pode ser precipitado e ter viés eleitoreiro? Na minha visão não é precipitado, a gente passa a vida reclamando que os governantes só se mexem quando a agua bate na bunda, agora que estão se antecipando é uma coisa boa.
        Se a Buranvac fracassar, vai de coronavac. Se chover vacina Pfizer e Jansen e a Buranvac ficar desprestigiada, vende ou doa pros paises mais pobres.
        O que não dá é pra ficar eternamente com postura reativa, paliativa.
        Em tempo, não idolatro o Doria, ninguém merece uma medalha por fazer a obrigação.

    • E denigre gratuitamente o SUS quem é imbecil, desinformado ou estupidamente reacionário.
      Para não falar da incoerência de apoiar uma política de saúde pública universal e negar que é de esquerda. O que não se faz para agradar os bolsominions de plantão…

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