Espiritualidade.

Tá na moda falar sobre espiritualidade, né? Tempos difíceis, pandemia, pessoas estressadas, ansiosas, com medo. E também tá na moda tirar proveito disso: distorcendo espiritualidade ou autoajuda, oferecendo soluções rápidas, mágicas e que alimentam o ego.

Fiquem bem alertas, autoconhecimento ou espiritualidade são ferramentas poderosas para encontrar paz e melhorar sua qualidade de vida, mas quase nada do que se mostra por aí de fato é autoconhecimento ou espiritualidade. E se não for, provavelmente não vai mudar a sua vida para melhor e não vale a pena investir tempo/dinheiro/energia nisso.

Infelizmente é tentador encarar a espiritualidade/autoconhecimento como algo mais concreto, mais palpável, mais espetaculoso. Fica mais fácil assim. Um caminho fácil e guiado é sempre tentador, né? Assim, qualquer terapia alternativa vira suposto caminho para a espiritualidade. Pois não é.

Espiritualidade é um trabalho de você com você mesmo, onde você constrói seu caminho sozinho, pegando pedrinhas em diferentes fontes e montando a estrada. Uma pedra é parte do seu caminho, não O seu caminho. Pegar uma pedra e achar que o caminho está construído é ilusão. Não pode querer nada pronto, é uma construção só sua. E não pode delegar para que ninguém construa para você.

O que é espiritualidade? Certamente é um conceito subjetivo, mas eu vou tentar dar uma base: é o autoconhecimento (você conhecer a você mesmo, que fique claro) voltado para melhorar sua qualidade de vida, clareza a respeito de quem você é e o que você quer de modo a obter harmonia e paz de espírito, fazendo com que você se transforme no melhor que pode ser para você mesmo e para o mundo.

Como se faz isso? Descobrindo (ou seria relembrando?) quem você verdadeiramente é, em essência. Se tirar todos os condicionamentos sociais, todos os medos, todas as regras, todos os preconceitos, todas as mentiras, tudo que vem de fora e te influencia, quem é realmente você? E qual é o seu verdadeiro querer? Aquele que é genuinamente seu, sem influência da pressão social, de dinheiro, da família, de nada.

Na real, você não tem que “encontrar” ou “descobrir” nada, você já é isso, só não consegue ver pelas toneladas de lixo que jogam em todos nós ao longo da vida. É como ter um diamante valioso em uma casa muito bagunçada e, depois de tê-lo perdido por tanto tempo, você começa até a duvidar se ele está lá. Não tem outro jeito se não arrumar casa, jogar o que não serve fora e o diamante vai aparecer naturalmente, durante o processo.

É algo por aí. Só que, por ser muito subjetivo, é bem fácil enganar alguém e fazer a pessoa consumir algo que promete espiritualidade ou autoconhecimento e acabar oferecendo uma resposta pronta, um caminho pronto, camuflado de good vibes, de gratidão e de mística. Pega uma fórmula e cobre de alegorias, de arquétipos, de rituais e, vejam só, surge muita gente querendo entrar nesse clubinho e até te dar dinheiro em troca disso. As pessoas pagam para não ter que arregaçar as mangas e fazer. Olha, o que tem de gente inteligente dando dinheiro para charlatão camuflado de guru…

Por isso, acho que minha maior contribuição é colocar na mesa algumas diretrizes, algumas informações que façam piscar um sinal de alerta de quando a pessoa está se desviando do caminho da espiritualidade/autoconhecimento.

Ciente delas, só perde tempo e envereda por um caminho que não leva a lugar nenhum quem quer, ou, em bom português, só é enganado quem quer. Para fins didáticos, vou usar apenas a palavra “espiritualidade” daqui pra frente, mas, onde se lê espiritualidade também pode ser lido “autoconhecimento”.

Vamos começar do básico: espiritualidade não tem absolutamente nada a ver com religião – muito pelo contrário, a proposta é remover amarras, crenças, dogmas. Se tem fórmula fechada, se tem ritual, se tem obrigações, pule fora, não é espiritualidade. É, no máximo, uma seita em uma roupagem um pouco mais palatável tentando angariar adeptos que se sintam especiais ao pertencer a esse grupinho.

Tem medo envolvido? Não tem relação com espiritualidade. Tem punição envolvida? Se não fizer tal coisa vai acontecer tal coisa na sua vida? Não tem relação com espiritualidade. Tem culpa envolvida? Não é espiritualidade. Tem obrigações a serem pagas se não ocorrem consequências ruins? Também não é espiritualidade (talvez seja casamento). Parecem mais grandes armadilhas para te distrair e tirar sua atenção do que é realmente importante, que é gratuito, sem medo e sem culpa.

Tem religião envolvida? Não é espiritualidade. Tem hierarquia envolvida? Um guru, um líder, uma pessoa superior às outras que as conduz? Não é espiritualidade. Tem punição por fazer ou deixar de fazer algo? Não é espiritualidade, é outro sistema social, talvez com alegorias mais místicas, mas que em nada difere da bosta de sociedade que vivemos.

Trabalha coisas fora? Oferece soluções fora? Não é espiritualidade, é oportunismo. TUDO. Os mais holísticos. Limpeza de Chakras, Reiki, Barra de Access ou qual seja a alegoria da vez (toda semana surge um pega-trouxa novo), tudo muleta como seria rezar um pai nosso ou deixar um prato de farofa no chão para um Orixá. Nenhum ritual fora é espiritualidade, muito menos aqueles sem comprovação científica.

Tem paranormal, sobrenatural ou alienígena envolvido? Não é espiritualidade, pode ser megalomania fantasiosa ou apenas excesso de filmes de ficção científica transbordando na vida da pessoa. Como eu disse, é um caminho interno, ninguém de fora (seja do plano astral, seja do planeta) vai vir e te entregar nada de mão beijada. É uma jornada só sua. Deixe espíritos, Ets e entidades mágicas para outras ocasiões, pois mesmos que eles existam, eles não vão interferir no que é sua jornada e não vão fazer o seu trabalho por você.

Envolve profecias, grandes eventos ou fenômenos da natureza? Não é espiritualidade. Porém, pode muito bem ser esquizofrenia, fique atento. Não vai ter fim do mundo, não vai ter Nibiru, não vai ter tempestade solar que gera o despertar. Seria bem mais fácil, não? Alguém faria o trabalho por nós: Pá! Um raio solar na sua mente e tudo fica claro! Só que não, ou você anda por suas próprias pernas, ou vai ficar esperando os mega-eventos a vida toda. Isso é fanatismo, agitação, megalomania, é tudo menos espiritualidade.

Envolve milagres, teorias da conspiração ou intervenções externas? Não é espiritualidade. Novamente, pode ser esquizofrenia, psiquiatra tá aí para isso, para tirar a dúvida. Está escutando vozes de “mentores espirituais”? Bem, se eles forem sábios mesmo, não vão dizer nem um “a” para você sobre as questões que precisam ser olhadas, o que precisa ser integrados, o que precisa ser aprendido, pois eles saberão que você tem que descobrir isso sozinho.

Envolve euforia? Superexcitação mental? Altos e baixos? Não é espiritualidade. É mais do mesmo, dessa vida de euforia confundida com felicidade, de acreditar que a qualidade está na intensidade do que é vivido. Espiritualidade é equilíbrio, é constância, é neutralidade. Se gera paz, se gera estabilidade, se gera introspecção e silêncio na mente está no caminho certo. Se gera qualquer pico de sentimento, seja para o alto, seja para o baixo, é uma merda alegoria que só serve para te distrair e não vai te ajudar.

De alguma forma te coloca como especial, diferente ou único? Não é espiritualidade, por sinal, é exatamente o oposto: tudo que nos individualiza serve também para nos separar. Somos todos a mesma coisa e quanto mais você acentua suas “diferenças” (para o bem ou para o mal) mais se distancia da espiritualidade. Vá na direção da unidade que você vai melhor. Defende algum tipo de separação, classificação ou exclusão? Não é espiritualidade. Espiritualidade é não-julgamento, comunhão, amorosidade.

Tem algum ritual ou fórmula mágica para mudar a sua vida? Não é espiritualidade, é estelionato mesmo, pode procurar uma delegacia. O caminho é individual, quem apresenta fórmulas está te roubando (se não dinheiro, tempo). Vai reequilibrar a frequência vibracional? Vai abrir a consciência para um novo despertar? Vai tomar no cu, isso sim. Seu caminho é só seu, nada de rituais, fórmulas ou atalhos vão te ajudar.

Passa a ideia de que algum grupo determinado é melhor do que o resto, ou sabe mais do que o resto ou é mais iluminado que o resto? Pode ser muito bom para te ajudar com uma sensação de pertinência, mas não é espiritualidade. Nada do que te faça ou faça terceiros especiais é espiritualidade. Sinto muito, eu sei que a maioria gosta de se sentir especial, mas derrubar essa crença idiota de que o segredo da felicidade é ser especial é um passo fundamental para uma vida melhor, pode pegar a marreta.

Coloca restrições à sua vida, como o que comer, o que vestir ou que não fazer? Não é espiritualidade, é alguém emulando sua mãe. Ninguém vai ser mais ou menos espiritualizado por comer carne, beber uma cerveja ou usar roupa preta. Como já foi falado, está dentro, e não fora. Sua alma, sua mente, seu ser estão cagando baldes para o que você come, quem cobra essa conta é o corpo, não o espírito. Eu até recomendo que você cuide bem do seu corpo, mas por conta de questões físicas mesmo, não espirituais.

Nega o mundo? Não é espiritualidade. Você vive no mundo, ao menos por enquanto. Sair dele fisicamente (ir morar em uma montanha isolado) ou psiquicamente (se recusar a levar uma vida funcional) não são a resposta, são apenas birra, esperneio, teima, de quem ainda não entendeu nada. Dá para viver no mundo sem ser “do mundo”, ou seja, sem cair nessa rotina neurótica de medo, ansiedade e prioridades erradas. Dá para ser mero espectador da loucura social, sem precisar sair do hospício para deixar de ser louco. A correção é na mente, é dentro.

Trabalha na dualidade? Não é espiritualidade. Luz e escuridão? Dois lados da mesma moeda do equívoco. Dualidade é separação, portanto, vai de encontro com espiritualidade. Guerreiros da Luz? Poderia ser um filme de ficção científica, como espiritualidade não serve. Primeiro que você não é tão importante para ser representante nem da luz nem de porra nenhuma, segura o ego aí filhão, segundo que não existe dualidade, polaridade, guerra. Coloca inimigos que tentam te prejudicar, te atrasar ou te enganar? Sai fora dessa furada, o lance é você, com você mesmo, dentro. Não tem nada fora. Nada. Não tem Deus x Diabo, não tem Céu x Inferno, tudo isso é você, está dentro de você e é lixo que precisa ser limpado.

Te faz olhar para questões fora? Não é espiritualidade. Tem que se desfazer de bens materiais? HAHAHAHAHA. Manda a pessoa se desfazer dos dela e colocar no seu nome para ela se espiritualizar. Não é sobre o que está fora, sobre dinheiro ou bens, é sobre o que está dentro. E não é sobre os outros, se perdem tempo falando dos outros, não é espiritualidade. Espiritualidade é você com você mesmo. E não tem nada para ser combatido, guerreado ou lutado. É um processo amoroso de compreensão, integração, sem polarização.

Envolve informações secretas que ninguém sabe e apenas um grupo privilegiado tem acesso? Mas olha, não é espiritualidade mesmo! O que é importante todo mundo sabe, todo mundo tem, todo mundo pode acessar se quiser. Alguns fazem o caminho mais rápido ou mais fácil do que outros, dependendo do foco e da consciência que tem, mas, em resumo, todos temos o mesmo potencial. Espiritualidade não é um pós-doutorado onde quem estuda mais, quem sabe mais, sai na frente. Não é sobre racionalização ou conhecimento. É sobre acessar a verdade dento de você e de racional isso não tem nada.

Estimula de alguma forma a mudar o mundo? Não é espiritualidade, é estupidez, na sua forma mais inocente e genuína. Você não pode mudar o mundo, mas você pode mudar a sua forma de ver o mundo, de encarar o que te acontece, saindo do papel de vítima e usando o que chega como aprendizado, como um sinalizador de para quais questões deve olhar. Cada tomada no cu que você leva (por assim dizer, pois nada é bom ou mau, é tudo interpretação nossa) é uma plaquinha que o universo coloca de “ei! Hora de olhar isso aqui, isso aqui não está legal”. Olhe, aprenda, melhore e agradeça pela cola enviada em vez de lamentar o que chega e se fazer de vítima.

Te coloca uma missão? Não é espiritualidade, é, no máximo, um mestre de RPG. Qual parte do “você não é tão importante” não ficou clara? Você não tem missão alguma, você não vai salvar o mundo e, cá entre nós, se houvesse um consenso sobre sua existência, eu poderia dizer que não é Deus que precisa da sua ajuda, e sim você que precisa da ajuda de Deus. Soldado de Deus? Não passe essa vergonha na sua vida, eu imploro. Sua missão é uma só: olhar para você e melhorar o que pode ser melhorado em você. Saiu disso? Recomendo uma consultinha com o psiquiatra, esquizofrenia ainda não foi descartada.

Ainda na categoria de missões, preste bastante atenção: você não vai resgatar ninguém. Não seja o Pau no Cu Espiritual, aquele que fica tentando converter pessoas, mostrar “a verdade” ou coisa do tipo. Sai fora, chato do caralho. Olha pro seu rabo, faz o seu, o processo é individual. Não interfira no processo dos outros a pretexto de adiar ou se distrair do seu, isso não ajuda ninguém, muito pelo contrário, atrapalha aos montes. Quer salvar o mundo? Faça o seu trabalho, arrume a sua casa, sem se preocupar com a casa alheia.

Usa o processo, títulos ou qualquer progresso como status? Não é espiritualidade, é ego, vaidade e babaquice. Somos todos iguais, não imposta as alegorias que “o mundo” crie. Mas um ego frágil adora se sentir especial, seja como vítima, seja como herói. Repita comigo: “eu sou um zé ninguém, eu sou igual a todo mundo”. Quando você começar a acreditar, aí sim pode ser que esteja no caminho da espiritualidade.

Prega o uso de drogas, alucinógenos, chás ou uso/ingestão para se espiritualizar ou se conhecer? Não é espiritualidade, é viciado socialmente aceito. Tudo muleta. Não ajuda, não tem atalho: ou você faz sozinho o caminho que tem que fazer ou vai andar em círculos, com os mesmos velhos problemas se repetindo. Ah, quem dera fosse só tomar um chazinho, só teria desperto no mundo. Haja paciência. O que mais tem é gente perturbada das ideias que usa esses recursos mágicos.

Tenta de alguma forma manipular futuro, acontecimentos ou pessoas? Não é espiritualidade. Mentalizar para conseguir casa/carro/apartamento? Canaliza esforços para tal pessoa gostar de você ou ficar com você? Procura respostas sobre o que vai acontecer quando? Eu diria que é ansiedade, carência ou desespero, certamente não é espiritualidade. Espiritualidade é saber que, o que quer que venha, está tudo certo e foi para o melhor, ainda que agora você não entenda o motivo – estar aberto para o que quer que venha, sem querer controlar.

Em resumo, envolve vaidade, hierarquia, controle ou separação em qualquer nível? Não é espiritualidade. Não enverede por esse caminho, não perca tempo na vida. Ou perca, e quando não der certo, volta aqui, relê o texto e deixa um comentário confirmando.

Recolhimento. Silêncio interno. Reflexão. Um desfazer de crenças, de mentiras, de imposições sobre o que ser, o que sentir, o que querer. Um olhar para dentro sem medo do que vai encontrar, pois o que quer que seja de ruim, vem de fora, não é da sua essência. Expansão de consciência, no sentido de olhar para dentro e saber o que é você, o que é lixo que entrou de fora, o que é essência, o que é maquiagem. Sem euforia, sem oscilações. Paz, estabilidade, igualdade, serenidade. Aí sim pode ser espiritualidade.

“E quem você pensa que é para falar de espiritualidade?” A dona do blog, título que me autoriza a falar sobre basicamente o que eu quiser aqui. Serve? Pega pra você. Não serve? Ignora.

“Ain, que hipocrisia, tudo isso que você falou aí vai de total encontro com o que vocês fazem no Desfavor”. Sim, e desde quando o Desfavor se presta a ser um blog de espiritualidade? Desde quando nós nos intitulamos gurus de alguma coisa? Por mais que, de forma truncada a gente traga alguns insights que podem ajudar pessoas em algumas ocasiões, estamos longe de ser um blog que você lê para se espiritualizar – inclusive por acreditar que essa jornada ser individual e sem fórmulas.

Já dizia Bilu: busquem sabedoria.

Para se ofender, para me ofender ou para apontar alguma outra suposta contradição fantasiosa e inexistente que você tira do seu cu na tentativa de nos aborrecer ou desacreditar: sally@desfavor.com

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Comments (13)

  • Mais outro adjetivo estereótipado de”mente fechada” para com a Igreja Católica,também pensava assim dela;quando a conheçi por dentro fiquei surpreso com tamanha espiritualidade.

  • Paz de espírito é aquele silêncio bom de serenidade dentro da gente que se sobrepõe a qualquer ruído que venha do lado de fora. E o caminho para se chegar a essa paz de espírito é único e personalíssimo.

  • Imensamente grata pelos últimos textos que você tem postado, Sally! “É maluco” “Como nossos pais ” e este! Estou vivendo um momento conturbado: crise de identidade, crise existencial, desânimo em relação à graduação e à vida.
    Durante minha adolescência, na medida da minha pouca maturidade, sempre busquei o autoconhecimento, tomar decisões que fizessem sentido e que fossem coerentes com o meu eu e essa foi uma das razões que me levaram afastar definitivamente da religião dos meus pais (católica).
    Justamente por nunca ter havido identificação com os dogmas e rituais, além de não compactuar com o passado macabro da instituição (o presente não deixa de ser macabro: moramos em um país de terceiro mundo e ainda tem gente incentivando pobres a serem “abertos à vida”, patético!) sempre fui “rebelde” nesse sentido. Me afastei, aos poucos, da espiritualidade devido a nova rotina universitária que também levou ao distanciamento entre mim e Deus, das minhas construtivas discussões interiores.
    No entanto, sinto falta de uma conexão com o divino, da espiritualidade, do equilíbrio, da paz interior, da busca pela sabedoria, porém gostaria de retomar isso — como sempre fiz — sem me vincular a uma (alienadora) instituição religiosa. Agradeço mais uma vez pelo texto! Os temas parecem acompanhar meus pensamentos ultimamente, sempre cai como uma luva! É uma pena que tenha poucos comentários dos impopulares!

    • (Novamente feliz por demonstrar presença…)

      Olá, Mag!

      “tomar decisões que fizessem sentido e que fossem coerentes com o meu eu”

      Tive até uma “semiformação” católica (e outras influências de cristãos), porém ainda antes de tentar vida universitária eu já desconfiava que mais “via belezas” em certos itens religiosos do que de fato refletir sobre interesses laicos, dos quais apenas pouquíssimos seriam compatíveis.

      Ser e estar impopular, pelo menos para mim, são grandes aspectos!
      Que tal passar lá por “Insatisfação” e “Autoconhecimento”, que também partiram da Sally?

      E esta (externa) produção?

      • Olá F5! Agradeço a sua atenção! Não sei se confundiu o meu codinome com outra leitora daqui, mas agradeço a resposta e a indicação. Sou uma impopular bem jovem, mas acompanho desde 2018. Também tenho bastante interesse por esse tema, busco estudar metodicamente (ou o mais próximo disso), o que significa não fazer das doutrinas e afins uma segunda legislação. Não quero me envolver com religião, não acredito que faça bem a minha vida espiritual — no âmbito comportamental, tampouco. O boicote do pobre emergente está em todas as portas em que se bate. Procuro estudar para compreender a influência da religião no contexto político social em que vivemos. No canal do prof. Daniel Gontijo, encontrei uma recomendação de leitura com o tema do texto, não sei se será uma leitura enriquecedora, mas quem indica parece bastante confiável. “Despertar: um Guia para a espiritualidade sem religião”. Ainda não li. Outro texto maravilhoso aqui do Desfavor que tenho a impressão que foi escrito para mim é: “Carta a mim mesma”, perfeito!

  • “Espiritualidade é saber que, o que quer que venha, está tudo certo e foi para o melhor, ainda que agora você não entenda o motivo – estar aberto para o que quer que venha, sem querer controlar”.

    Não há coisa melhor do que expressar o valor de toda uma possibilidade de ensinamentos em um único parágrafo, denso e profundo como deve ter sido o conjunto de experiências que foram condensadas de maneira essencial nesse pensamento.

    É como o Tao: quem o conhece o pratica, sem preocupar com significado e com implicações que nunca serão seus.

    E a forma é irrelevante. Quem diria que o conhecimento tenha sido instigado de forma despretensiosa a partir deste blog? Só resta agradecer a disponibilidade dos emissores e receptores nesse processo, independente do ciclo de vida de cada um nesses quase 15 anos…

  • Um conhecimento básico de química: o universo é simétrico, por que o nada é simétrico, e o universo surgiu do nada. Pronto, acabei de criar o espiritualismo simétrico.

  • Tu não controla nem teus intestinos. Uma bela noite os meus acharam que ia ser uma boa ideia uma parte estrangular a outra, como consequência de uma apendicite há mais de uma década. Passei um tempinho internada por obstrução. Na UTI, política não importa. Religião não importa. Idade, cor, gênero… Não vi ninguém morrer, mas vi em situação “quase lá”. Isso me fez repensar, MUITO. A vida é frágil e muito preciosa para muitas das babaquices que vivemos.

    • ” A vida é frágil e muito preciosa para muitas das babaquices que vivemos. A vida é frágil e muito preciosa para muitas das babaquices que vivemos.” Concordo 100%, Ana.

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