
Mudança.
| Sally | Desfavor Explica | 22 comentários em Mudança.
Vai se mudar em 2022? Espero que sim, de preferência para fora do Brasil. Mudança não é nenhum bicho de sete cabeças, mas alguns detalhes podem fazer toda a diferença. Seguem algumas dicas de uma pessoa que já se mudou de bairro, de estado e de país, com certeza algumas serão úteis.
Mudança dá trabalho. Você pode escolher quando quer ter a maior parte desse trabalho: ao embalar ou a desembalar as coisas. Eu recomendo que você foque todas as suas forças na hora de embalar, por diversos motivos. Você terá mais energia na hora de embalar (passar pelo deslocamento e trâmites que uma mudança exige drena a energia de qualquer um) e, quanto mais bem embaladas e organizadas estiverem suas coisas, menores as chances de algo se perder ou estragar.
Salvo uma mudança muito pequena para um lugar muito próximo, grandes chances de que quando a mudança chegar ao seu destino, você esteja exausto, perdido e confuso demais para raciocinar claramente, portanto, quanto mais fácil o seu “eu do passado” que embalou tiver deixado as coisas para o seu “eu do futuro” que vai desembalar, melhor.
Vamos começar pelo básico e depois sofisticamos. Vá até onde puder, mas, quanto mais longe você for, mais suave será seu desembalar.
Não vou entrar no mérito do que você tem que levar ou do que tem que vender ou doar. Isso é uma escolha pessoal de cada um. Só recomendo que faça o um orçamento da sua mudança com pelo menos três empresas diferentes e veja os custos. Dependendo da distância, principalmente no caso de mudanças internacionais, é mais barato comprar tudo novamente quando chegar no seu novo lar.
Se você tem muito dinheiro, pode pagar uma transportadora que embala tudo para você. Nesse caso, basta ficar sentado apontando o que quer levar e outras pessoa se encarregam. Maravilha, quem puder fazer assim, faça. Mas, se assim como eu, você não pode pagar por esse tipo de serviço, não se preocupe, paga-se bem mais barato pelo mero transporte e existem formas boas e baratas de embalar as suas coisas você mesmo. Compartilho meus erros para que você não os repita.
A melhor forma de transportar suas coisas é em caixas. Não em sacolas, bolsas ou malas, o melhor são as boas e velhas caixas de papelão. A boa notícia é que elas são gratuitas, basta ir até um supermercado, um restaurante, ou até uma loja de shopping e pedir pelas caixas que sobrarem. Acreditem, muitos vão ficar até felizes de ter alguém para ajudar a se livrar dessas caixas. Todo comércio recebe produtos em caixas e geralmente essas caixas vão para o lixo. Em algum dia da semana vai chegar produto para eles e duvido que se oponham a te dar essas caixas.
Leve as caixas desmontadas para casa e guarde. Desmontadas elas não ocupam muito espaço. Pode ser que você tenha que fazer pedidos em vários lugares diferentes. Quando estava me mudando pela última vez, o supermercado em frente à minha antiga casa guardava todas as caixas que chegavam para mim por semanas. Pense na quantidade de caixas que vai precisar e depois pegue o dobro, pois sempre tem mais coisa do que a gente imagina. É impressionante como acumulamos coisas ao longo da vida.
Além das caixas, vá a uma dessas lojas grandes que vendem plásticos e compre rolos de fita adesiva bem grossa (muitos rolos, MUITOS ROLOS) e sacos plásticos grandes (tipo aqueles nos quais devolvem a roupa da lavanderia). Que sejam resistentes o suficiente para não rasgar com atrito e grandes o bastante para aproveitar todo o espaço das caixas (eu normalmente compro as de 1,5m). Novamente, compre mais do que você acha que vai precisar: tudo, absolutamente tudo que vai nas caixas vai antes no plástico.
“Mas Sally, que frescura”. Não. Se você não colocar tudo em grandes bolsas plásticas devidamente vedadas, suas coisas chegarão sujas, empoeiradas, talvez molhadas (com sorte, molhadas de água). Então, quando você chegar na sua casa nova e não tiver que lavar todas as suas roupas, toda a sua roupa de cama, todas as suas toalhas, tudo que você tem, ficando apenas com um barril e suspensórios enquanto espera a roupa secar, você me agradece.
Compre também um rolo grande de plástico bolha se tiver itens que podem quebrar. Não é tão caro, quando você compara com o preço de repor os itens que podem quebrar. Por fim, compre etiquetas grandes para colar nas caixas e um caderno, se não tiver um em casa.
Não deixe para montar a mudança um dia antes, a menos que você tenha poucas coisas (poucas coisas = menos de dez caixas). Comece a fazer a mudança uma semana antes, para fazer tudo com calma e ter tempo para lidar com os imprevistos. Eu sugiro que você faça a mudança por cômodos (cozinha, quarto, banheiro) e só vá para outro cômodo quando o anterior estiver exaurido. Ficar ciscando aqui e ali é falta de foco e não costuma gerar bons resultados. Um cômodo por dia é uma boa meta.
Para cada cômodo você vai deixar uma caixa vazia com uma etiqueta com o nome do cômodo e “última hora” escrito. Ex: “BANHEIRO última hora”. São as coisas que não podem ser embaladas com antecedência, pois você vai usar até o último minuto, como por exemplo, escova de dentes, sua toalha de banho e todo o resto que você vai usar. Liste no papel quais são essas coisas de última hora e jogue a lista dentro da caixa. Acredite, na última hora sempre se esquece de algo, é preciso que a lista esteja lá.
A coisa funciona da seguinte forma: nada vai na caixa sem entrar no plástico antes. Nada. Nem um alfinete. O plástico com os seus pertences dentro não vai na caixa sem ser vedado com a fita adesiva antes. E, se você quiser máxima segurança, use dois plásticos para cobrir cada conteúdo de uma caixa, ambos vedados. Como o plástico vem em forma de saco, ele só tem uma abertura na parte de baixo, basta passar uma fita adesiva ali para fechar. Grampeador não, que não veda. Fita adesiva. De ponta a ponta.
E tudo aquilo que for roupa, vai no cabide. Isso mesmo, no cabide. Tire do armário e ensaque como se fosse uma lavanderia, com cabide e tudo, e depois coloque na caixa, se necessário, dobrando. Não precisa ser um plástico por roupa, em um saco grande cabem, pelo menos, cinco a dez cabides com roupas. Tudo que for roupa que estiver no cabide, vai no cabide. Tudo que for roupa que estiver dobrada, vai dobrada, embalada de uma forma compactada, na tentativa de que não desdobre. Se possível, agrupe os itens por categorias, uma categoria por cada caixa. No caso das roupas por exemplo: calcinha/cueca, meia, sutiã, biquini, sunga e afins em uma caixa, roupa de inverno em outra, etc.
Se não é você quem vai levar as caixas (e sim uma transportadora ou empresa de mudança), cada caixa vai ter um adesivo com apenas um número, sem nada escrito. Sim, um número. Não seja jacu de escrever o conteúdo da caixa na caixa, isso é um convite a abrirem sua caixa e pegarem algo. Por exemplo, se você começou embalando itens da cozinha, vai escrever “1” na etiqueta da caixa e, no seu caderno, vai escrever o que tem dentro da caixa 1.
Não precisa ser detalhista (“17 garfos, 17 facas, 10 colheres de sobremesa…”) faça um panorama geral, para não ficar maluco. Vá por gênero: CAIXA 1 = Talheres, pratos e copos. Tá ótimo. Os detalhes no seu caderno e na caixa apenas um número de referência. Faça isso com todas as caixas, para saber ao menos o gênero do que há em cada uma delas.
Então, escolha um cômodo e comece. Vamos supor que você começou pelo quarto. Monte algumas caixas e prenda-as com a fita adesiva grossa que você comprou (muitos rolos, espero) para que fiquem firmes e suportem peso. Pegue um saco plástico grande (eu compro os transparentes grossos de 1,5m) e comece a separar suas coisas, da forma mais agrupada que puder, e colocar dentro dos sacos. Quando um saco estiver completo, feche sua abertura com a fita adesiva e coloque-o dentro da caixa. Pode ser que em uma caixa caibam mais de um saco, nesse caso, coloque os com os itens mais pesados por baixo e o itens mais leves por cima.
Uma pessoa organizada vai embalar um saco só com meias, separando a brancas das coloridas, as curtas das longas e por aí vai. Uma pessoa média vai agrupar itens do mesmo gênero, por exemplo, roupas, em diversas caixas: meias, cuecas, calcinhas, blusas, calças. Uma pessoa Siago Tomir vai colocar em uma mesma caixa cuecas, saleiro, carregador do celular, remédios e um travesseiro. Os dois primeiros funcionam bem, mas, se você é o terceiro caso, precisa melhorar.
O mínimo que se espera é coisas por gênero: caixas só de roupas, caixas só de utensílios de cozinha, caixas só de sapatos, etc. Não é difícil. Lembra daquele exercício da primeira série, onde a professora te pedia para circular a imagem que não pertencia ao grupo? Tinha uma banana, uma maçã, um abacaxi e uma retroescavadeira. Pois é, faça o mesmo com suas caixas. Só itens do mesmo grupo.
Parece preciosismo agora, mas na hora de desembalar você vai ver a importância que isso tem. E, não se esqueça: etiqueta com número em casa caixa e, no seu caderninho, a legenda do que contém cada uma delas, com todos os gêneros que estão ali dentro.
Uma vez terminada uma caixa, não passe a fita adesiva. Sempre aparece um item daquele gênero perdido ou misturado aos demais. Feche a tampa da caixa, mas não lacre. Continue embalando as coisas desse cômodo. Ao final, quando tudo que podia ser embalado estiver embalado, aí sim você lacra as caixas, uma por uma, com várias voltas de fita adesiva. E não corte com os dentes, vocês se surpreenderiam com o número de acidentes dentais que isso gera. Refazer um dente é caro demais, vale o esforço de pegar uma tesoura.
Quando acabar com um cômodo, vá para o outro e repita o processo. Mas, importante: o ser humano tem uma capacidade limitada de executar uma tarefa bem-feita por dia. Não adianta você querer ser uma máquina de embalar e fazer um trabalho ruim. Então, se está cansado, se a cabeça já não funciona bem, descanse e retome o trabalho mais tarde ou no dia seguinte. Começamos uma semana antes justamente para isso. Um cômodo por dia tá ótimo.
Quando usar o plástico bolha: quando a coisa que você está embalando pode quebrar ou arranhar. Ênfase no “arranhar”, pois nem sempre a gente cogita essa possibilidade. Quando pensamos em mudança, pensamos nas coisas sendo transportadas gentilmente nas caixas, como em seriado americano, o que quase nunca corresponde à realidade.
Pense nas suas caixas sendo jogadas em um grande liquidificador e se batendo por horas. É mais provável que isso retrate sua mudança se forma fiel. Se algum objeto poderia quebrar ou arranhar se alguém fizesse embaixadinhas com a sua caixa, ele deve ser embalado em plástico-bolha e só depois jogado dentro do plástico comum, na caixa. E não seja mané de ficar estourando as bolhas do plástico-bolha, isso tira sua proteção.
Itens especialmente frágeis, como espelhos, quadros, televisores e outros merecem uma caixa ou embalagem só para eles. Além do plástico bolha, imobilize-os dento da embalagem. Gente chique usa aqueles pedaços de isopor que evitam impacto, eu uso toalhas, lençol, almofadas ou qualquer outra coisa que eu já tenha que impeça o item delicado de se bater nas paredes da caixa. E, nesta caixa, além do número da etiqueta, escreva FRÁGIL do lado de fora. Não é nenhuma garantia, mas se calhar de uma alma boa manusear a caixa, pode ser que tome mais cuidado.
O que você não deve embalar em caixa e despachar com a mudança: ao menos três mudas de roupa (incluindo roupa de baixo), itens de uso pessoal diário (escova de dente, carregador de celular, etc.), uma toalha de banho e um jogo de cama. Acredite, seu estado físico e emocional quando a mudança chegar pode não ser dos melhores, você tem que poder tomar um banho, trocar de roupa e dormir sem precisar abrir uma caixa.
No dia da mudança, vá até suas caixas de “última hora” e olhe as listas que deixou dentro delas. Embale tudo que está listado e feche as caixas. Se for pouca coisa por cômodo, pode ser uma única caixa para todo mundo.
Antes de levarem as caixas tire fotos delas, mesmo que empilhadas, com as etiquetas voltadas para a câmera, mostrando sua numeração, para provar quantas caixas você entregou. Se houver a possibilidade de fazer um seguro dessa mudança, faça, pois quase sempre se quebra ou se perde algo e se houver seguro, você evita muita dor de cabeça e discussão. Sempre peça algum tipo de recibo do que você está entregando, de preferência detalhado: quantidade X de caixas, na data tal, a ser entregue no local tal, na data tal.
Mudanças atrasam. Se for de um bairro para o outro não. Se for de uma cidade para a outra, pouco. Se for de um estado para o outro, bastante. Se for de um país para o outro, sempre. Conte com isso: você pode chegar na frente da sua mudança e passar vários dias sem ela. Eu fiquei mais de nove meses sem a minha quando mudei de país – era no auge da pandemia, mas, ainda assim, um absurdo. Então, não espere a mudança chegar para começar a viver. Se tiver que comprar algo em função do atraso da mudança, anota e guarda a notinha fiscal, para cobrar na hora do processo judicial.
A mudança chegou? A forma correta de recebê-la é: primeiro contar a quantidade de caixas ou vultos e ver se corresponde ao número de caixas que você despachou. Se sim, verificar se estão todas lacradas como você deixou(eu sou maluca e rubriquei a tampa de todas as minhas caixas por baixo da fita adesiva, assim, se alguém abrisse, eu saberia).
Se as caixas chegaram todas e não foram violadas, é hora de abrir uma a uma e verificar por alto se está tudo intacto e se as coisas frágeis quebraram. Se notar qualquer coisa errada, tire foto ou filme, ainda na presença dos funcionários da mudança. Não assine nada se perceber algum erro.
Mas, sejamos otimistas e pensemos que chegou tudo bem. Você tem uma casa para desempacotar e, pior do que isso, precisa guardar coisas que ainda não tem um lugar definido. Isso demanda tempo e, muitas vezes, tentativa e erro. Você vai descobrir qual é o lugar mais prático e adequado para cada item com o tempo. No começo é bem comum ter que trocar as coisas de lugar até tudo se encaixar no lugar certo.
Comece por aquilo que já tem lugar definido em qualquer casa. Roupas, por exemplo. Roupas vão no armário, não tem muito o que pensar. Se você fez o seu trabalho bem-feito, elas chegarão limpas e no cabide, prontas para pendurar. Remova a poeira (quem eu quero enganar? A urina de rato, a água suja, as teias de aranha) do lado de fora do plástico, corte ele com uma tesoura e retire os cabides com as roupas e, se estiverem limpas (se você fez tudo certo, estão) pendure-as no armário. E faça uma oração silenciosa ao deus do saco plástico por não ter que lavar e passar tudo isso.
Depois que você colocar em seu lugar tudo aquilo que tem lugar definido em uma casa (roupa, toalha, talher etc.), descanse. Colocar no lugar é muito mais fácil do que escolher um lugar para algo. Só escolha um lugar para algo quando estiver descansado, limpo, alimentado e com paciência para isso. Se encontrar algo quebrado ou algo faltando no processo, entre em contato imediatamente com a transportadora e acione o seguro. Não importa que alguns dias tenham se passado, normalmente seguro de mudança tem um prazo maior para reclamar.
Arrumar uma casa inteira partindo do zero é uma tarefa para semanas, não para horas, portanto, faça um pouco cada dia, de preferência com o mesmo critério de embalar: por cômodos, assim você vai se livrando das caixas e ganhando mais espaço dentro de casa. Um cômodo por dia é uma boa meta. Mas tenha em mente que a mudança só estará completa meses depois, quando você testar e aprovar o lugar que escolheu para tudo.
Qualquer coisa estamos aí, para trocar figurinhas nos comentários!
Para dizer que não tem condições psicológicas para uma mudança, para dizer que não tem condições financeiras para uma mudança ou ainda para dizer que mudança é coisa de pobre, rico vai e compra tudo novo (concordo): sally@desfavor.com
Quando voltei ao Brasil, desde alguns meses antes fui me desfazendo de utensílios e móveis para vizinhos e outros dekasseguis recém-chegados. Objetos que seriam úteis para recomeçar por aqui (cobertores elétricos, livros), enviei pelo correio (remessa por navio, demora uns dois meses para chegar, mas valeu a pena).
Nesse sentido, não sei se vale ainda hoje, mas se a pessoa comprova ter passado uns dois anos fora do País direto, a Receita não pega no pé ao chegar no aeroporto.
Infelizmente não me mudei do Brasil, mas depois que adotei o minimalismo me facilitou demais a vida. Mudança eu passei a resolver com caminhaozinho baú de frete, bem mais barato que empresa de mudanças.
Fez muito bem. Na hora da mudança percebi quanta coisa inútil acumulei por apego ou pelos motivos errado. Precisamos de muito pouco para viver.
Realmente, deixar de acumular um monte de “tralha” ao longo da vida facilita muito as coisas no momento de se mudar de casa. E, Sally, sobre minimalismo e essa questão de “precisamos de muito pouco para viver”, será que não caberia um texto justamente sobre isso? Mas não falo do radicalismo de uns e outros por aí que, “para reduzir suas pegadas de carbono” ou por pão-durismo puro e simples, vivem somente com duas ou três mudas de roupa e espremidos em um quartinho minúsculo. Falo em ser racional e de ter o mínimo necessário para se viver com dignidade, sem ficar carregando “peso extra” desnecessário mas também sem passar aperto.
O filme “I am” já disse tudo que eu diria, não consigo pensar em mais nada a dizer…
Vou procurar assistir a esse filme, então. Fiz uma busca rápida no Google pelo título e vi uma sinopse sobre um documentário do Tom Shadyac. É esse?
Esse mesmo!
Me mudei diversas vezes ( de cidade) e tem dicas que vc deu que nunca fiz, queria eu ter lido esse texto há alguns anos atrás, teria poupado muita dor de cabeça…vivendo e aprendendo.
Outra dica é colocar xícaras e copos de vidro dentro de tuppeware ou outras vasilhas de plastico (com tampa) e rechear com papel picado, ou enroladas em plástico bolha. Nunca quebrou nada depois que comecei a fazer isso pra economizar espaço nas caixas de papelão.
Boa dica!
Vou dizer, eu odeio mudanças com todas as minhas forças e ainda tenho traumas incuráveis que nem 10 anos de terapia de choque iriam resolver! Urgh!
Mas vamos lá, meu ódio mesmo é o fato de fazer mudança com gente bagunçado e que não ajuda em nada. Daí fica meses a fio a casa bagunçada, some coisa, quebra coisa e por aí vai.
Super validadas, aliás, as dicas que tu deu, inclusive eu sigo algumas, como por exemplo separar o que chamo de “itens essenciais para sobrevivência”: meus remédios de uso diário, um pouco de comida, café, leite, itens de higiene contemplando toalhas, escova de dente, shampoo, sabonete etc. Porque um mínimo de dignidade tem que ter, né?
Sim, uma pessoa tem que ter o sagrado direito de chegar em uma casa nova e descansar um pouco antes de ter que revirar caixas.
No último ano mudei duas vezes, sempre mudança baixo custo, leia-se você sabe que os funcionários são mal pagos e estarão cagando para suas coisas. Na última mudança minha casa nova tinha armários e ficava na mesma cidade, então pude me dar ao luxo de levar coisas que tem lugar definido (nos armários) durante a semana anterior e já deixei tudo arrumado. No dia da mudança só tinha os móveis pesados e coisas pequenas pesadas, tipo caixa de livros. E mesmo assim eles estragaram coisa! A geladeira novinha ficou com a lateral arranhada (se alguém souber de produto pra tirar arranhões superficiais na geladeira em aço inox, agradeço) e estragaram uma cúpula de abajur, a inocente aqui não levou antes e ainda deixei numa sacola, eles estavam usado minha cúpula pra manter aberta a porta do elevador… imagina se ficou amassada…. 70 reais de prejuízo.
O sofá e poltronas eu embalei com lençóis velhos e depois passei silver tape pra segurar os tecidos, chegaram perfeitos. O mesmo não pode ser dito do box da cama, que eles não tiveram constrangimento nenhum em esfregar no chão da área comum do prédio.
No final, foi ótimo ter levado as coisas pequenas primeiro, poupou muito stress no dia final e foi rápido pra arrumar tudo. Quem puder fazer isso, recomendo, você tem o trabalho de carregar, mas vale a pena porque se adianta e não vai ficar com medo de sumir roupas ou quebrar copos e taças.
Sim, mesmo coisas grandes, se forem caras, como televisão e computador, eu sempre tento levar comigo
Realmente tem gente que faz mudança internacional? Com mobília e tudo? Nossa…
Eu só levaria uma mala de roupas, meu laptop e meu celular, o resto é história.
Se você for rico, pode recomprar toda uma casa eu Euro ou em Dólar.
Ou alugar um apartamento mobiliado e só montar sua própria casa quando as coisas estiverem estabelecidas…
Imagina mudar todas as coisas da casa pra outro país e depois, por algum motivo, ter que voltar.
Isso é muito complicado e caro: deixar seus pertences em um depósito por meses custa mais caro do que a própria mudança.
Eu fiz isso, mudei de país faz uns meses levando só o que cabia nas malas. Nem precisa comprar tudo de novo, os donos de airbnb estão alugando imóveis completos via contrato por preços interessantes graças a fuga de turistas. Em cidades universitárias, sempre é possível achar imóveis mobiliados.
Mas você vai viver para sempre em um Airbnb?
Eu não, mas aqui tem quem viva assim pulando de casa em casa indefinidamente, uma vez por mês ou a cada 3 meses, que é o tempo máximo do airbnb. É possível mas eu não recomendo, pequenas mudanças tb são estressantes mesmo q seja só mala. Vale a pena só no início enquanto existem incertezas imigratórias, depois compensa mais um contrato mais definitivo, recomprando as coisas com tempo.
“para dizer que mudança é coisa de pobre, rico vai e compra tudo novo (concordo)”
Melhor ainda, ter um motorhome e cagar pra esse mercado imobiliário insano que quer te empurrar uma caixa de fósforo por 2000 o aluguel.
O problema é achar um lugar seguro pra estacionar…