Igualdade inacessível.

Por que não devemos falar pessoas com “necessidades especiais”. Termo é pejorativo e preconceituoso. A expressão “necessidades especiais” sinaliza equivocadamente que as pessoas com deficiência não podem viver normalmente em sociedade como as demais. LINK


Hoje é Dia dos Fracos, dia de celebrarmos chororô, mimimi, vitimismo e tudo aquilo que faz o ser humano olhar para tudo que não seja o problema. Uma matéria nos chamou atenção durante a semana: o problema do deficiente, aparentemente, é a palavra que você usa para se referir a ele. Claro, claro… Desfavor da Semana.

SALLY

Quando estávamos discutindo sobre a celebração do Dia dos Fracos ponderamos se seria possível manter o cronograma e fazer um Desfavor da Semana sobre isso. Nossa dúvida era: será que na semana surgiria alguma notícia com chororô, mimimi e vitimização descabida?

À medida que coletávamos as notícias, ficou claro que sobraria assunto deste tipo. Então, escolhermos essa, que fala sobre Pessoas Deficientes, mas o que temos a dizer se aplica a muitos outros casos.

Ao longo das décadas, a terminologia usada para se referir a este grupo mudou várias vezes. Desde um rudimentar “aleijado” (e similares), passando por “deficientes” até o Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais. Pois bem, ao que parece, o Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais não é mais considerado correto. O termo foi considerado “pejorativo e preconceituoso”.

Respira fundo. A explicação para classificar esse termo (que antes te obrigavam a usar) como “pejorativo e preconceituoso” é que “a expressão necessidades especiais sinaliza equivocadamente que as pessoas com deficiência não podem viver normalmente em sociedade como as demais”. Por isso, o correto é dizer Pessoa com Deficiência, um termo que “coloca o ser humano em primeiro lugar e a deficiência como algo secundário”.

Juro, eu adoraria que o debate sobre o mérito dessas premissas fosse o foco. Mas infelizmente, no Brasil, a situação ainda está na base da pirâmide de Maslow: pessoas não têm o básico e pseudo-intelctuais, em vez de usar seu tempo e energia para tentar assegurar o básico, importam discussões secundárias de países desenvolvidos e as implementam aqui.

A Pessoa com Deficiência não tem acesso ao transporte público, não recebe os tratamentos que deveria do SUS e, muitas vezes, nem rampa encontra nas calçadas, mas o país foca em questões terminológicas, que, na real, nem fazem muita diferença para essas pessoas. Todos os que conversei me disseram que pouco importa como os chamem, que podem chamá-los de “unicórnio” se quiserem, contanto que coloquem rampas, sinalização adequada e demais providência para que eles possam transitar com autonomia.

E, cá entre nós… dizer que “Portador de Necessidades Especiais” é pejorativo? O mesmo termo que bateram o pé para que a gente use anos atrás? (não as pessoas com deficiência e sim os lacradores que ostentam nobreza com isso). Qual é a bola da vez? Dizer que um cadeirante ou um não-vidente (desculpe, não sei os termos certos para essas deficiências) não têm nenhuma necessidade especial? Tem sim. Tem rampa de acesso, tem marcação nas calçadas e tantas outras coisas que, se não tem, deveria ter.

Meu ponto é: ter uma necessidade especial, que difere da necessidade média, não é pejorativo nem motivo de vergonha. O que é pejorativo é pedir que as pessoas façam de conta que ela não existe. Sabe criança quando pula na frente dos pais e diz “Olha! Olha! Eu sou invisível!”? Pois é, os pais por pena de desiludir a criança entram na brincadeira e respondem “Nossa! Ele está invisível! Para onde ele foi? Não consigo ver!”. É isso que estamos fazendo com as Pessoas com Deficiência.

Me diz, qual é o problema de ter uma necessidade especial, diferente do resto da sociedade? No que isso te humilha? Sabe o que humilha? Não ter transporte público adaptado, não ter igualdade de oportunidades, não poder se preparar para o ENEM pela falta de material em braile, não ter a fisioterapia que precisa disponibilizada pelo SUS. ISSO humilha.

E é para isso que todo mundo deveria estar olhando. É sobre isso que todo mundo deveria estar falando. E eu te garanto que esse é o desejo da maior parte das Pessoas com Deficiência quer. Eles parecem ser os que menos se importam com terminologia, pois sentem na pele onde está o problema que realmente atrapalha suas vidas. Pode reparar que, quando vem esse discurso terminológico, geralmente vem de quem não tem deficiência ou de quem a tem, mas está com suas necessidades muito bem supridas.

Como eu disse no começo, priorizar a forma em detrimento da essência, do conteúdo, da base, é uma imbecilidade que afeta diversos grupos sociais. Estamos usando as Pessoas com Deficiência como exemplo, mas esse mecanismo imbecil se aplica a muitos outros grupos que precisam ter o básico suprido enquanto a sociedade discute terminologia achando que está sendo suuuuuper inclusiva. Tomem vergonha na cara!

Se tem uma pessoa morrendo de fome, mas ninguém prepara uma comida para ela por estar definindo como será chamado o prato que será servido te parece um absurdo, também tem que ser absurdo ver tantas pessoas com deficiência não terem as condições mínimas para uma existência digna atendidas enquanto a elite intelectual lacradora discute qual é a terminologia certa para designá-los.

Nem deveria ter um “nome” para deficiente. É tudo ser humano. Pronto. Vai tomar no cu. Se manca, se não vê, se não caminha, se não escuta, é tudo ser humano. Não encham mais o saco. Olhem para como atender a essas pessoas direito. Ah, mas isso é trabalhoso de fazer, né? Muito mais fácil ficar cagando regra terminológica em rede social, pois isso é de graça, não demanda trabalho e ainda te faz parecer super engajado. Haja paciência.

E vocês, “Pessoas com Deficiência”, façam um favor e coloquem esses maníacos da terminologia em seus devidos lugares! Não permitam que estas pessoas lacrem às suas custas! Esculachem quem perde tempo fazendo autopromoção velada com base em termo politicamente correto e reivindiquem tudo aquilo que precisam para ter uma existência digna e total equidade na sociedade.

Você, leitor do Desfavor, não seja essa pessoa, não seja Mendigo de Aprovação, que fica dando engajamento para esse tipo de inutilidade. Se quer ajudar as Pessoas com Deficiência ou qualquer outro grupo que se encontra em situação de desigualdade, busque medidas concretas (e não teóricas) para apoiar.

Para dizer que medida concreta dá muito trabalho, para dizer que indigno é usar termos que camuflam sua realidade ou ainda para dizer que eu não tenho lugar de fala para tocar nesse assunto pois não sou deficiente: sally@desfavor.com

SOMIR

Nunca diga nunca, mas eu nunca vivi na pele a sensação de ter uma deficiência que me impedisse acesso ao que a sociedade tem para oferecer. Eu posso imaginar muitas coisas, mas tem informação que você só sabe na prática mesmo, detalhes do dia-a-dia e sutilezas que só quem está na pele do deficiente pode saber mesmo.

Por isso, eu não quero me colocar na posição do deficiente para falar do tema. Como em quase tudo na vida, é melhor escutar quem tem a informação e a experiência. Mas, eu tenho a informação e experiência de quem está de fora, e olhando de fora, fica bem óbvio que esse tipo de conversa sobre “termos corretos” pouco ou nada impacta a realidade da minha relação com a pessoa com deficiência.

Da primeira vez que ouvi que o termo certo era “portador de necessidades especiais”, eu nem pensei muito no assunto: se estão dizendo que isso é melhor, tudo bem. Parecia algo que vinha das pessoas vivendo com essa condição, e mesmo que não mudasse muito a minha forma de ver essas pessoas, não custava nada adaptar o discurso. Diferentemente das crianças mimadas do gênero neutro, não parecia uma insanidade linguística feita só para exercer um poder inútil sobre o outro.

Portadores de necessidades especiais então. Até fui justificando dentro da cabeça: ao invés de ficar chamando a pessoa de diferente, o termo chama atenção para o que temos que fazer como sociedade para incluí-las. A pessoa tem uma necessidade especial, faz sentido pensar pelo ângulo de soluções práticas para ela. Faz sentido. O que a gente deveria querer como sociedade é incluir essas pessoas, foco nas necessidades delas!

Qual não é minha surpresa quando o jogo vira de novo? Joga fora toda a lógica por trás de portadores de necessidades especiais e vamos voltar a focar na diferença da pessoa de novo? Como eu já disse antes, eu obviamente não consigo me colocar na pele da pessoa com deficiência para entender o sentimento dela sobre um termo ou outro, mas eu faço parte do grupo que entende a necessidade de inclusão. Eu já estava no time das necessidades especiais: se a gente, como sociedade, conseguir mudar a estrutura do mundo para deixar de fazer essas necessidades serem especiais, vamos resolver boa parte do problema! Acessibilidade, aproximação, independência… isso parece um bom caminho de verdade.

Mas não, tira o foco disso, bota de novo na deficiência. A gente poderia até fazer o mesmo caminho da última mudança de termo e simplesmente seguir o fluxo, mas dessa vez parece que tem algo sujo misturado na história. Algo que não necessariamente vem da dificuldade que a pessoa com deficiência lida na sociedade, e sim de um modo de pensar cada vez mais danoso para a coesão social: a religião dos lacradores.

A religião que prega o valor de ser vítima, a fé inabalável de que todos os problemas sociais são resultado de opressão. Quando ela começa a se misturar com qualquer causa, percebemos a mudança do foco de encontrar soluções para glorificação de problemas. Não que seja errado tentar identificar de onde vem os problemas que vivemos, mas a forma como o conceito de justiça social está se espalhando desde o começo da era das redes sociais não parece ter muita conexão com a resolução de injustiças.

É nesse contexto que nos preocupa a ideia de voltarmos a colocar a palavra “deficiente” em voga. O argumento usado é para humanizar mais a pessoa com deficiência, mas será que esse era o problema? Qualquer pessoa que conviva um pouco que seja com um deficiente sabe que não tem nada além de humanidade ali. No caso de deficientes físicos, é literalmente uma pessoa normal como qualquer outra que você vai conhecer, mas que tem necessidades um pouco diferentes da média. Os deficientes mentais podem até gerar um choque maior no convívio, mas mesmo assim não demora muito para você enxergar a humanidade clara ali.

O problema do deficiente é não ser humanizado? Só alguém que não conhece nenhum deficiente diria isso. Não há dúvida sobre humanidade para quem convive com uma pessoa assim. Não há dúvida sobre humanidade para quem conversa 5 minutos com uma pessoa com deficiência. O problema do deficiente é que não tem rampa na calçada, é que o SUS demora meses para realizar uma consulta, é não conseguir estudar nos mesmos lugares que as outras pessoas… o problema da pessoa com deficiência nunca é a parte da “pessoa”.

O problema dessa pessoa é um mundo que só foi se mexer para tentar integrá-las de verdade há poucas décadas. E agora percebemos como estamos absurdamente atrasados. Absurdo que a turma da lacração queira cooptar os deficientes para esse mundo de vitimismo, porque ao contrário da imbecil escolhendo sofrer por não usarem seus pronomes, as pessoas com deficiência têm problemas reais, necessidades especiais que não são capricho e insegurança, são coisas práticas até não poder mais.

Esse tipo de conversa sobre “termos politicamente corretos” é um veneno, porque mistura gente que inventa motivo pra ser vítima com gente que tem sobre o que reclamar de verdade. Pergunta pra qualquer cadeirante o que ele prefere: ser chamado de aleijado e ter acesso a tudo que tem direito de acessar como ser humano com rampas e elevadores; ou receber coraçãozinho na rede social e continuar preocupado com a ideia de não conseguir se locomover sozinho para boa parte dos lugares desse mundo.

Palavrinha certa é problema de gente que não tem problema. Não estamos escrevendo esse texto para deixar os leitores incomodados com as pessoas com deficiência, muito pelo contrário, não queremos que esses doentes mentais da lacração misturem gente que precisa de atenção verdadeira com ativismo de curtida em rede social. Pessoas com deficiência merecem atenção de verdade, e não tem nada a ver com palavrinha certa para ganhar biscoito na internet. Estão usando os deficientes para pegar emprestado valor para causa malucas.

Para dizer que foi muito menos ofensivo do que esperava, para dizer que ficou ofendido(a) só para comemorar a data, ou mesmo para dizer que o termo correto é “pessoa”: somir@desfavor.com

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Comments (12)

  • Wellington Alves

    Gostaria de dar meu depoimento sobre essa questão:
    Fiquei cego aos 20 anos num acidente de trabalho, e foi muito difícil aceitar essa situação. Só ao me encontrar em tal condição foi que percebi o quanto os termos que se referem a deficiência eram carregados de preconceito (como por exemplo chamar de cego alguém que faz uma burrice). Historicamente, os deficientes eram escondidos das visitas, um estorvo, pessoas inúteis e, na antiguidade, sacrificados para não atrapalhar a sobrevivência do grupo (prática ainda presente em tribos indígenas). Portanto, motivo de vergonha, fracasso e derrota.
    No auge de minha juventude e de meus potenciais, eu não aceitava ser cego pois não me via como um. Isso porque a ideia que eu tinha sobre cego era exatamente o estereótipo clássico do cego coitadinho, que vive de esmolas e tal.
    Na época se alguém dissesse que a faca estava cega, isso já me incomodava profundamente. Foi quando surgiu a expressão deficiente visual, nossa, foi um alento para mim! Obviamente não mudava a minha condição, mas sentia que me colocava numa situação ok, não vexatória.
    Com o tempo fui vencendo as dificuldades e superei a fase mais difícil que é a aceitação. Nesse período, fiz curso pra andar sozinho com a bengala, usar computador, curso de massoterapia, abri uma empresa na área, fiz faculdade, casei aos 32 (mas antes peguei muita mulher, rs), tive filho e hoje, aos 44 anos, posso dizer que levo uma vida normal dentro das minhas limitações. Hoje o termo cego não me incomoda, até gosto de usar (já que minha perda é total), mas reconheço a importância do termo Pessoa com deficiência visual no processo de reabilitação e inclusão de alguém que esteja sofrendo com os primeiros passos da deficiência.
    Concluindo… Como passei por todas essas mudanças de nomenclatura (deficiente visual, pessoa com necessidades especiais, portador de deficiência), até finalmente Pessoa com deficiência X, na minha opinião a melhor definição e que não precisará mais ser modificada, posso dizer que não se trata de maquiar uma incompetência do setor público em resolver os problemas de acessibilidade, mas uma forma de dignificar e promover a inclusão social.
    Sobre a conquista de direitos e tal, isso se deve muito mais ao avanço tecnológico e necessidade do mercado. Do mesmo jeito que não foram as feministas que colocaram a mulher no mercado de trabalho, e sim a necessidade do mercado, os deficientes estão se beneficiando dessa mesma necessidade. A voz sintetizada que utilizo no computador e no celular só foi viável graças a empresas que precisavam se comunicar eletronicamente com seus clientes e economizar com atendentes humanos. No fim, inclusão de verdade se faz com dinheiro no bolso.
    Mas concordo com o texto, mais importante do que nomeclaturas é o respeito com o ser humano. Quis apenas compartilhar minha experiência pessoal. Afinal, cada caso é um caso.

    • A gente analisa de fora, no máximo com o conhecimento de causa de alguns amigos e parentes, então a sua experiência contribui bastante. Se o termo novo resolve algum incômodo que você tinha, menos mal. Continuo enxergando a lacração desnecessária ao redor do tema, que como você também finaliza dizendo, tem que ser muito mais sobre o respeito com o ser humano em atitudes práticas de inclusão.

      Talvez num mundo que permitisse muita liberdade e independência para pessoas com deficiência por causa de uma boa estrutura pública e privada, nenhuma palavra tivesse força de incomodá-las de verdade.

  • Tanta coisa mais urgente e mais séria acontecendo no mundo e essa turminha que só tem titica na cabeça se preocupando com ninharias e enchendo o saco de meio mundo. Enquanto isso, aquilo que realmente precisa ser feito em prol dos portadores de necessidades especiais – ou de qualquer outro grupo social que precise de algum tipo de auxílio – continua eternamente em compasso de espera.

  • “(…) pessoas não têm o básico e pseudo-intelctuais, em vez de usar seu tempo e energia para tentar assegurar o básico, importam discussões secundárias de países desenvolvidos e as implementam aqui.” (grifo meu)

    A Sally, simplesmente, mandou espetacularmente bem nessa passagem, que resume TODAS as mazelas pelas quais a bananalândia passa. Desde o feminazismo (não confundir com as discussões necessárias – embora absurdas porque óbvias! – sobre como tirar a mulher da “bolha doméstica” em que sempre esteve), passando pela linguagem neutra até a falácia do (ultra)neoliberalismo econômico, todas essas masturbações mentais (que só se originam em países em que o povo é bem alimentado, bem conduzido e tem vagares pra pensar em besteiras pseudo-filosóficas) encontram na bananalândia um terreno fértil não apenas para serem “implementadas”, mas também pra degringolarem até o último nível da lacração, fruto de uma interpretação deturpada das idéias gringas feita pelos vitimistas tupiniquins, uma vez que eles estão há anos-luz de uma formação social mínima que os gabarite a discutir de modo racional esses temas, se é que isso é possível!

    Achei interessante algo que li há algum tempo: “Alemanha inventa, França divulga e Inglaterra executa”. Tirando um ou outro errinho conceitual nessa afirmação, ela está 90% certa e eu ainda a melhoraria reescrevendo-a como “Alemanha inventa, França divulga, Inglaterra executa e o resto do mundo se fode”.

  • Pessoa com Deficiência

    A Pessoa com Deficiência não tem acesso ao transporte público,
    Se a pessoa tem deficiência de locomoção, colocam uma engenhoca que funciona como rampa elevatória e que por coincidência volta e meia dá problema, com o motorista tendo que ficar parado uma hora dispensando todos os passageiros que tem que se virar pegando outros ônibus como alternativa. Mas isso não é o pior. O pior é saber que a mãe de um amigo meu de infância teve poliomielite (sim, na época que ela era garota no final dos anos 50 não tinha vacina disponível no posto aqui no Brasil como se tem hoje e chora, antivaxxer) e que mesmo que ela hoje possa andar com muita dificuldade, ela só conseguiria chegar ao ponto de ônibus depois de subir uma enorme ladeira porque o ônibus não para perto de onde ela mora.
    não recebe os tratamentos que deveria do SUS
    SUS é na sorte e não vem aqui dizendo que o SUS cobre quando você vai acidentado lá, porque o que pegam pra cobrir a despesa do seu atendimento quando é um acidente mais sério é o DPVAT. O maior gargalo do atendimento pelo SUS é quando você precisa de um especialista porque os especialistas no geral não demoram muito pra pedir conta, se bem que até mesmo clínico geral você pode ter dificuldade de ter no atendimento de um PSF da vida, sendo que UPAs e Pronto Socorros no geral pouco ajudam se não se trata de algum atendimento emergencial.
    e, muitas vezes, nem rampa encontra nas calçadas, mas o país foca em questões terminológicas, que, na real, nem fazem muita diferença para essas pessoas.
    Rampa? Hahahahahahahahaha! Tirando bancos e alguns estabelecimentos enfocados no atendimento ao público e no acesso às calçadas nos centros comerciais e em algumas praças, rampa não é para cadeirante e sim para carro. Não custa lembrar que tinha um certo ex-prefeito de São Paulo (aquele que o Maluf fez campanha pra ele dizendo que se o mesmo não fizesse um bom governo, que não era pra nunca mais votarem nele) que foi querer proibir rampa para cadeirante e que rampa de acesso deveria ser exclusivo para veículos. Só vergonha alheia.
    Cego aqui muitas vezes tem que depender da boa vontade alheia para se localizar num centro urbano, sendo que muitas vezes sai acompanhado. Surdo profundo geralmente se comunica com uma linguagem de sinais que só foi reconhecida há pouco mais de 20 anos, que inclusive tem dialetos regionais. Deficientes mentais são tratados com enorme discriminação e olha que nem estamos falando das deficiências invisíveis, tais como autismo ou daltonismo por exemplo, que apesar de não trazerem tantos problemas pro cotidiano quanto a das pessoas com as deficiências “clássicas”, ainda assim tem percalços no dia a dia.
    Mas o pior de tudo mesmo é um bando de picaretas que fica querendo usar dos deficientes pra fazer politicagem e patrulhamento ideológico. Esse câncer anda a toda nas redes sociais e ninguém merece.

  • Terminologia politicamente correta criada por pseudo intelectual filhote de uma puta babilônica rampeira é cu de rola quando bate porra de dor de dente no sábado à noite, e não tem vaga no SUS para tratamento, nem emergência odontológica decente.

    Não sou deficiente, mas dependo do sistema público. Pronome neutro, termo correto… Vão se foder com essas merdas. Arrombado que vota pensando nessas bostas deveria queimar nos porões do inferno. É algo tão maldito, desgraçado e vil quanto quem defende gente corrupta que desvia verbas que deveria ir para ajudar os mais vulneráveis.

    • Em vez de se preocuparem com forma, nome e alegorias, deveriam empenhar esforços para fazer a porra do SUS funcionar direito.

  • Isso é resultado de gente que passa tempo demais na punhetação ideológica na internet ou na faculdade e não sai de casa pra falar com as pessoas. Vai e volta da faculdade/trabalho de uber, passa tempo demais no PC/celular, compra tudo por entrega, não sabe o nome do vizinho, mal toma sol. Intelectuais completamente deslocados da sociedade, delirando com planos e teorias impraticáveis na vida real, falando praticamente outra língua. Essa bolha, essas pessoas classe média das grandes cidades estão enlouquecendo.

    Por isso que é bom não viver nessas metrópoles. Não tem tanto risco de se contaminar, contaminar filhos, familiares, com essas bostas pós-modernas. Quanto mais interioranas as pessoas, mais elas têm bom senso, pé no chão, se preocupam com o ordinário e as coisas da vida, com o que importa.

    • Pois é. Não é por acaso que o padrão naqueles idosos de 100+ anos é viver longe de cidades, ter contato com a natureza e se movimentar bastante no cotidiano. A vida é muito mais que ficar sentado, queimando as retinas na frente de uma tela, mas falar isso aparentemente incomoda os nerdolas.

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