Idade trabalhosa.

Apesar de não terem filhos nem terem vontade de ter filhos, Sally e Somir mais uma vez discutem sobre a criação deles. Ninguém aqui discute que dão trabalho, mas na hora de definir a pior idade para lidar com a cria, os dois criam confusão. Os impopulares educam.

Tema de hoje: qual a idade que os filhos dão mais trabalho?

SOMIR

Vou de adolescência hoje. Longe de mim supor que bebês não sejam trabalhosos, mesmo sem ter uma dessas criaturas para chamar de minha, eu já vi o suficiente para saber que é complicado. Também não me faltam histórias sobre pessoas sofrendo com filhos adolescentes. Como eu fiz a escolha por um grupo etário? Simples: controle.

Fazer algo bem feito sempre dá trabalho, e é claro que quando falamos de criação de filhos aqui, estamos considerando condições mais ou menos ideais: comparando pais responsáveis e dedicados, cuidar de adolescente me parece mais complexo que cuidar de um bebê, porque no caso do bebê, o poder está todo nas mãos do adulto.

Um bebê não tem escolhas, ele tem um conjunto de necessidades que são cumpridas ou não pelos pais. O bebê é totalmente dependente e virtualmente incapaz de fazer coisas por conta própria. Por um lado, introduz o perigo de literalmente matar a cria caso cometa um erro, mas por outro, as regras são claras e previsíveis.

Você está no controle com um bebê, você pode realizar seu trabalho bem ou mal, mas é o seu trabalho. Já o adolescente… não só tem o acúmulo de quaisquer erros não-intencionais nos anos anteriores de sua criação, como uma enorme influência de fatores externos muito difíceis de controlar.

A receita de bolo que é cuidar de um bebê vira um muro pichado na adolescência. Tem a sua pintura original, mas muita gente chega e deixa alguma marca, a maioria bem malfeita. Bebês são absurdamente influenciáveis, é claro, mas tem toda aquela questão de nem conseguirem limpar a própria bunda sozinhos. Tem um limite bem prático de quanto o bebê pode introduzir de caos ao sistema.

Você pode garantir que criou bem os seus filhos, mas não pode garantir que todo mundo fez o mesmo: adolescentes têm muito da necessidade de aprovação por imitação que crianças têm, ao mesmo tempo que precisam se rebelar um pouco contra “o sistema” (seus pais) para formar sua identidade única. É uma combinação bombástica.

Trabalho não é só esforço físico. Salvo algum desastre, você não precisa limpar a bunda do seu adolescente, mas as exigências da criação explodem em complexidade intelectual, e diria que até mesmo social. Adolescentes já perdem uma parte da sua presunção de inocência, e por um bom motivo: por mais que falte experiência de vida, já têm uma série de desejos e motivações adultas borbulhando na mente.

Seu bebê não dá trabalho além de funções fisiológicas básicas e necessidade de afeto. Pode ser algo constante e repetitivo, mas, novamente, é previsível. Aliás, é tão previsível que se você precisar, outro adulto de confiança pode tocar o projeto por algumas horas durante o dia. Historicamente, o ser humano se aproveitou muito dessa coisa de criação em conjunto de bebês e crianças para ganhar tempo. Agora, o adolescente é problema seu.

Quer dizer, no mundo ideal que pintamos aqui. Sabemos que muita gente entrega na mão da mídia e da escola, torcendo para dar certo. Se os pais não colocarem energia na criação do adolescente, ele pode começar a dar trabalho exponencial: seu bebê não vai aparecer com outro bebê, não vai se viciar em drogas, não vai começar a namorar um bandidinho, nem mesmo vai começar a se vestir feito um palhaço e ficar te confrontando.

Trabalho mecânico é uma coisa, trabalho mecânico e intelectual é bem mais. O cérebro não liga se tem músculo envolvido ou não, ele gasta energia e te esgota do mesmo jeito.

Sem contar que ninguém é perfeito: você pode ser uma pessoa esforçada, estudada e racional, mas mesmo assim cometer alguns erros de criação que se tornam muito maiores na adolescência. Com o bebê você está começando, com o adolescente você está vendo o resultado de tudo o que foi feito até ali. Começar projeto todo mundo começa, capacidade de terminar é que são elas.

E talvez o argumento mais pesado aqui: a fase de bebê termina, a fase de adolescente nem sempre. Você sabe que tem um período de esforço para essa primeira fase da vida do filho, e que ele desemboca numa criança um pouco mais independente e capaz de mais troca emocional. Mas, dependendo dos seus erros e/ou de fatores externos que influenciaram mal sua cria, você pode ter um filho adolescente por décadas e décadas.

Não é nem questão de precisar de dinheiro, muita gente pode ter problemas financeiros e pais são uma forma de rede de suporte totalmente válida, o problema é quando a mentalidade de adolescente altamente influenciável, irresponsável e rebelde não se dissipa, e os pais continuam limpando a bunda – agora metafórica – do filho. Um filho adolescente em espírito pode dar todo o trabalho de alguém imaturo e ainda trazer um bebê para os avós cuidarem.

Eu escolhi não ter nenhum desses dois problemas, mas hipoteticamente, eu prefiro a situação mais cansativa fisicamente, mas que seja mais previsível e controlável. Isso é ter menos trabalho. O trabalho mental conta muito, e se tem tanta gente com burnout por aí, é por não prestar atenção nessa questão.

Para dizer que em tese tudo é fácil, para dizer que não existe mundo ideal, ou mesmo para dizer que prefere a fase que pode bater mais: somir@desfavor.com

SALLY

Qual é a idade em que os filhos dão mais trabalho?

Quando são bebês. Além de uma dependência total para tudo, não podem falar, o que dificulta ainda mais atender às suas necessidades.

Não discordo que adolescência seja uma fase difícil, eu mais do que ninguém odeio o jovem e acho que ele tem que acabar. Porém, apesar de insuportáveis, ignorantes e arrogantes, os jovens ainda são capazes de desempenhar algumas atividades básicas sozinhos, como por exemplo, se alimentar, limpar a bunda e dormir. Ao menos eu acredito que a maioria seja.

Um bebê depende de um adulto para tudo e, para piorar, está em uma fase da vida na qual suas demandas são enormes. Se alimenta com um intervalo de poucas horas entre uma refeição e outra e, quando não está comendo, está arrotando (sim, é obrigatório colocar o bebê para arrotar, descobri esta semana) ou está cagando. É muito demandante.

O bebê gera privação de sono, e muitas vezes essa privação dura anos. Ele tem necessidades que batem à porta durante a noite. Tudo nessa vida fica pior com privação de sono, principalmente quando não há uma perspectiva imediata para voltar a dormir bem.

Alimentar um bebê quando ele desmamou não é uma tarefa simples. Nem todos comem com facilidade e mesmo quando o fazem, quase sempre é um processo demorado e com muita sujeira. Basicamente, quando ele acabou de comer, tem que trocar fralda e em pouco tempo começa tudo novamente.

O que nos leva a outro ponto: limpar um bebê também não é uma tarefa simples. Cada troca de fralda é um processo que incluí diversos produtos de higiene que eu não saberia detalhar e, para piorar, cocô e xixi são descompassados, que nem sempre coincidem. E dependendo do estrago, chega a ser necessário dar um banho. Banho no bebê então… é um evento.

E o fato de bebês não falarem só torna tudo mais difícil. Eu se que eventualmente mães mais atentas e empáticas conseguem depreender alguma necessidade básica pelo tipo de choro, mas existem situações nas quais isso não basta. Um bebê que está com dor é um grande ponto de interrogação: cólica? Gases? Refluxo? Infecção? Dor de ouvido? Algum problema mais sério? Não sabemos. E até descobrir, o coitado do bebê vai ficar berrando em nossos ouvidos. Que deleite.

Talvez, em algum ponto do meu texto você tenha pensado “mas isso também acontece com um adolescente”. Adolescentes pode causar privação de sono nos pais, podem fazer sujeira para comer e o banho também pode ser um transtorno, mas… nesse caso, desculpa dizer, mas a responsabilidade é de quem criou. Eu já fui adolescente e nunca sujeitei meus pais a nada disso.

E mais: com adolescente tem diálogo, ou briga, se for o caso. Você pode explicar regras e impor consequências caso essas regras não sejam cumpridas. É tudo questão de ter moral, ter firmeza e se fazer respeitar. Com bebê não, o coitado do bebê não tem qualquer possibilidade de cooperar com você, ele só está tentando se expressar, ter conforto e sobreviver.

Se um adolescente te enche a paciência (novamente: culpa sua), você pode até sair de casa, ir dar uma volta, comer fora ou até viajar. Não se pode virar as costas para um bebê. E nem me limito a sair para espairecer, você simplesmente não pode sair se não levar o bebê junto ou encontrar uma pessoa de confiança para ficar com ele. É trabalho as 24h do dia.

Mesmo quando você decide fazer algo e leva o bebê, seja uma viagem internacional, seja um jantar, é muito difícil curtir a plenitude da experiência, pois bebês demandam atenção quase que integral. Os horários, as necessidades, as demandas do bebê não mudam por estar em outro ambiente. Isso significa que, além do bebê, você vai ter que carregar uma infinidade de coisas e interromper o que quer que esteja fazendo quando ele precisar de você. A coisa toda se assemelha muito a escravidão, mas, na verdade, é pior, pois o bebê ainda te dá muita despesa.

Por mais pentelho que seja um adolescente (mais uma vez: se for mal-educado a culpa é dos pais), com ele existe uma margem de manobra: sai de perto, corta mesada, impõe castigo, dá uma porrada, o que for necessário para que ele não tenha o poder de transtornar a vida daqueles que o cercam. Com um bebê não. Um bebê deve ser assim, demandante, para conseguir sobreviver. Ele está certo, ele está no direito dele.

Eu sei que muita gente ama a fase dos filhos bebês e até sente falta dela depois, quando eles crescem (nada como um ser totalmente dependente de você, que não te julga, não te abandona nem te contraria, não é mesmo?), mas isso não quer dizer que bebê não dê trabalho, quer dizer que estes pais acham que, apesar do trabalho, a alegria que um bebê proporciona compensa.

Além disso, o tempo atenua tudo, inclusive a real dimensão do trabalho que um bebê dá. Por isso, se você quer saber a real, pergunte para quem tem um bebê em casa agora e escute um pouco sobre sua rotina. Não pessoa com babá ou mãe que faz as coisas para ela. Uma mãe que efetivamente seja responsável pela totalidade de tarefas envolvendo um bebê. Converse e escute.

Talvez adolescente dê mais dor de cabeça, aborrecimento ou mais estresse. Mas TRABALHO, o bebê dá mais. Um serzinho que não consegue prover nenhuma das suas necessidades vitais sem a ajuda, que depende da constante vigilância de um adulto para sobreviver por anos, certamente é mais trabalhoso do que um marmanjo chato.

Para dizer que idoso dá mais trabalho, para dizer que cachorro dá mais trabalho ou ainda para dizer que você dá mais trabalho que todos eles juntos: sally@desfavor.com

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Comments (26)

  • Vou concordar com o Somir. Já dei aula para adolescentes e simplesmente não consegui entender como lidar com eles. Até conseguia fazer com que me respeitassem, mas não adiantava muita coisa, a direção do curso queria que nós pagássemos de amiguinhas dos alunos.
    Pautar a “educação” de crianças na base do medo e da agressão aparentemente é a receita para criar um adolescente difícil de lidar. Se alguém cresce aprendendo que vai apanhar toda vez que contrariar alguém, alterna entre people pleasing e agressão quando se sente contrariado. Na infância isso pode até parecer inofensivo, mas adolescentes causam estragos maiores. Espero que quem decidir ter filhos consiga ter autoridade sem agredir, as crianças da família que cresceram sem apanhar acabaram dando muito menos trabalho na adolescência. E parece que essa é a fase mais longa.
    Adoro bebês e crianças, talvez fosse uma mãe babona o suficiente para acreditar que as privações valem a pena. Mas sei que não gosto de adolescentes, por isso decidi não ser mãe. A perspectiva de ser tia parece muito melhor!

  • Adultos…filhos adultos são o pior dos mundos das crias, pqp!! Só problemas mano :(
    Depois de uma um longo tempo de dedicação e de demandas altíssimas, da gestação até a casa dos 20 poucos anos, ainda filhos ainda tem/terão dezenas de anos à frente pra darem B.O.’s terríveis.

  • Wellington Alves

    Cuidar de um bebê, embora seja fácil por estarmos no controle, é mais trabalhoso. Porém, a fase mais importante, E que garantirá uma adolescência mais tranquila, é a infância. É nessa fase que você tem que educar, ser presente, corrigir, ensinar valores (principalmente dando exemplo). Não adianta dizer que é errado mentir e mandar a criança falar que você não está em casa. Se a criança tiver um bom alicerce, a chance de dar menos trabalho na adolescência é muito maior. Se a fase da infância não for a mais trabalhosa, certamente é a que requer é muito mais atenção.

    • Concordo plenamente, Wellington. A base da educação é pelo exemplo. Adolescentes não são um Kinder Ovo, que vem com uma surpresa aleatória, são o resultado da educação e exemplo que seus pais ofereceram.

      • “A base da educação é pelo exemplo”. Perfeita colocação, Sally. É como diz aquela frase em inglês que eu já repeti aqui algumas vezes: “Action speaks louder tha words”. E eu também concordo com esta outra frase sua: “Adolescentes não são um Kinder Ovo, que vem com uma surpresa aleatória”. Realmente. Adolescentes estão mais para cebolas. Porque têm muitas camadas. E muitas vezes também fazem chorar…

        • “Adolescentes estão mais para cebolas. Porque têm muitas camadas. E muitas vezes também fazem chorar…” Caralho,W.O.J…

    • A boa educação se faz com bons exemplos e “é de pequenino que se torce o pepino”. Todo o “trabalho” que os pais têm durante a infância dos filhos compensa mais tarde, com adolescentes mais calmos, responsáveis, centrados, respeitosos e bem preparados para encarar a vida adulta.

  • Eu não vou ter filhos porque eles um dia viram adolescentes. Os filhos dos outros eu tenho vontade de matar e se fossem meus eu teria vontade de morrer. Seria pior um rapaz pra engravidar a filha dos outros ou uma moça pra engravidar dos filhos dos outros? Isso é só um exemplo, tem muito mais coisa aí.

  • Além da questão tempo, dedicação, esforço, bebês trazem uma outra questão: o alto custo para mantê-los em um curto espaço de tempo. Um pacote de fralda, que mal dura alguns dias, pode custar tanto quanto uma peça de roupa que o jovem pode usar por um ano todo (e mais um pouco). As próprias roupas vão se perdendo a cada centímetro que o bebê cresça (e roupa infantil custa o diabo!).

    Vacinação e consultas ao pediatra (se os pais forem responsáveis, e não canguinhas de escolher profissional pelo convênio) podem consumir boa parte da renda da família, pois nem toda vacina aparece de imediato no posto de saúde (a dose da Meningite B, quando saiu, custava R$ 800, hoje está por uns R$ 600. Um bom pediatra cobra fácil esses mesmos R$ 600 por cada consulta). Até a criança atingir seis meses para começar a comer alimentos, o custo com composto, papinha e o diabo também não fica tão barato assim. E nem vou mencionar berço, carrinho de bebê, bebê conforto, etc. etc.)

    (A única coisa que se salva (ainda) em termos de custo é creche. Uma creche pública não fica (muito) atrás das creches particulares (e em alguns casos, são até melhores). Isso porque creche bem gerida é algo que (ainda) gera muito voto para político. Palavra de parentes que trabalham em creches públicas há décadas).

    Resultado: diante da exigência de constante vigilância de um adulto para sobreviver, além do custo intenso para tanto, muitos casais têm parado no primeiro filho mesmo. O que é bom para o planeta, mas não necessariamente para as crianças…o que pode redundar em crianças que os pais tenham que limpar eternamente a bunda.

    • Sim, bebês, além de tudo, são caros. Eu só discordo de você sobre a creche: acho inadmissível deixar um bebê, que não fala, não sabe se defender e não pode contar o que fizeram em uma creche. Acho inadmissível colocar um filho no mundo para que ele passe a maior parte do dia com pessoas que não são seus pais.

  • Concordo com a Sally nessa, bebês não tem culpa tadinhos, ainda estou na dúvida de querer um dia, mas claro sabendo que isso pode desgraçar minha cabeça por um tempo. E concordo com o fim, idosos dão um trabalho da porra, cheguei numa época de cuidar do meu pai, que sempre foi teimoso, a teimosia triplicou parece. Jesus.

    • O idoso tem uma meta: se destruir. Uma criança você põe de castigo, manda, exerce autoridade, mas com um idoso não dá, pois bem ou mal, é uma pessoa adulta. Na real, o idoso reúne o pior das crianças e o pior dos adolescentes.

  • Aborrescência. Porque criança é tipo animalzinho de estimação, basta adestrar ou dar uns tapas, levei muitos. Quando vai crescendo, falo por mim mesmo, eu me arrependo muito dar merdas que fiz e dos transtornos que causei pros meus pais.

    • Você levou tapa quando era um bebê?
      O texto fala sobre bebês.
      Se você acha que um bebê para de chorar por levar um tapa, eu recomendo que nunca tenha filhos.

  • Eu entendo o ponto de vista da Sally e concordo que cuidar de um bebê que não faz nada sozinho seja mesmo trabalhoso, estressante e cansativo, mas eu ainda fico do lado do Somir nessa discussão. Adolescente é petulante, ingrato, acha que já sabe de tudo, não obedece nem tem disciplina, confronta e contesta quem o sustenta sem ter bons argumentos, carece de vivência e maturidade, em muitos casos durante a vida toda. E, por mais que os pais despendam bastante tempo, dinheiro e energia pra ensinar-lhes lições importantes de escola e de vida, muitas vezes adolescentes ainda cometem umas sandices que são de assustar. Tudo isso sem falar que o “estrago” que um adolescente pode fazer, na própria vida, na dos pais e também na de toda a sociedade – virar Zé Droguinha, bandidinho ou putinha, envergonhar a família, encarar a paternidade/maternidade cedo demais, etc. – , também é infinitamente maior.

  • Melhor fase de um filho/sobrinho é entre 5 e 12 anos. São divertidos, fofos e já possuem algum nível de independência e raciocínio. Quatro anos pra baixo é insuportável. Doze anos pra cima perdeu a graça.
    Fico com a Sally porque odeio choro de bebê, nem julgo muito essas pessoas que entregam o recém-nascido pra babá ou creche cuidar. Humano já devia nascer com uns 3 anos de idade.

    • Ah, eu julgo. Se não tem paciência não faça filho. Fazer filho para que ele passe a maior parte do tempo com terceiros é egoísmo.

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