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Viva o terrorismo!

Viva o terrorismo!

| Somir | | 4 comentários em Viva o terrorismo!

No aniversário de 2 anos do ataque terrorista bárbaro do Hamas contra Israel, o PCO convocou uma “celebração” do evento. Já seria de péssimo tom, mas calma que piora: fizeram isso na sede da Apeoesp, sindicato de professores do estado de São Paulo.

Para começo de conversa, eu sei que o PCO (Partido da Causa Operária) é o mais próximo de um partido troll que temos no Brasil, até por isso até hoje eu seguia a estratégia de na dúvida, votar neles. Um partido tão focado em provocar no mínimo é uma pedra a mais no sapato dos nossos políticos fisiologistas. Como sempre dizia, não quero o PCO no poder, mas um ou outro deles para tocar o terror eu sempre achei uma boa ideia.

Ou seja, eu sei que eles fazem essas coisas para gerar confusão e irritar as pessoas, faz parte da ideologia revolucionária e já virou uma estratégia para conseguir atenção da imprensa. Mesmo sabendo que eles querem as pessoas irritadas e falando deles custe o que custar, eu vou morder a isca.

Porque um sindicato de professores ficou sabendo o que era o evento e topou ceder sua sede. Imagina o grau de distorção mental das pessoas que acharam razoável misturar a imagem de toda uma categoria com esse tipo de provocação? Porque uma coisa é criticar Israel pela forma como combateu o Hamas, outra é defender os terroristas no seu método.

Porque aí você começa a considerar uma invasão de homens armados em áreas civis para matar e estuprar pessoas indefesas, incluindo bebês, como um “mal necessário” para conseguir seus objetivos. Não havia nada de necessário no 7 de outubro de 2023. Tanto não havia como o resultado dessa ação foi uma contraofensiva israelense tão brutal que derrubou praticamente todas as construções da Faixa de Gaza.

Ou seja, até de um ponto de vista totalmente amoral, foi uma péssima ideia. A não ser que o objetivo fosse demolir tudo para construir a Riviera do Oriente Médio que o Trump sugeriu. Não importa o objetivo que você imagina que o Hamas teve, ele não foi alcançado. Se queriam revolução, companheiros, ganharam bomba.

E eu digo isso porque existe uma base ideológica nesse povo defendendo o Hamas junto com os palestinos. A ideia é que dada a opressão militar e econômica de Israel e Estados Unidos, existe uma validade nas ações terroristas até por falta de escolha. Para quem tenta racionalizar o Hamas, é muito importante que exista alguma função maior no terrorismo contra os israelenses.

Porque toda a parte da turma da suposta lacração defendendo radical islâmico que joga gay do telhado ainda fica protegida pela ideia de que direitos humanos são para todos os humanos, concordando ou não com eles. Eu sei que tem buracos nessa lógica (não se pode ter liberdade de remover a liberdade), mas é uma lógica.

Já terrorismo não pode ser racionalizado, nem mesmo se você não gosta da vítima. Pode até chamar o que Israel fez de volta como uma espécie de terrorismo, mas mantenha-se consistente em não apoiar em nenhuma situação. Abriu a porta, começa a deixar tudo confuso. Porque a onda de protestos contra Israel, por mais merecida que tenha sido, acabou limpando a imagem do Hamas e do que eles fizeram há dois anos, numa comparação que não deveria acontecer.

A contrariedade à campanha genocida israelense se basta, não precisa validar nenhum de seus inimigos no caminho. A não ser que você queira literalmente exterminar o povo judeu e acabar com Israel, o Hamas não é seu aliado em causa nenhuma. Esse papo horroroso de tratar matador de criança como companheiro contra o imperialismo é um tiro no pé, da ideologia e do resultado prático dela.

Agora que saiu o acordo de paz, que ainda nem sabemos se vai ser cumprido, vamos ter mais uma prova do que se pode ganhar apoiando grupo terrorista: a Faixa de Gaza coberta de escombros, dezenas de milhares de pessoas mortas e um provável regime fantoche de Israel no lugar do Hamas. Revolução na base do ataque covarde contra civis é moralmente errada e taticamente estúpida.

Vai demorar gerações de paz para começar a desfazer o ódio que o Hamas colocou no coração dos israelenses contra todos os palestinos. E como o grupo terrorista provavelmente vai continuar tentando se manter de alguma forma para atacar de novo, podem acabar com essa paz a qualquer momento. Não existe vitória se no seu time está o fuckin’ Hamas. Eles vão sabotar tudo, porque existem pela violência.

Assim como muitos dos políticos israelenses. É claro que eles existem, e hoje eles são parte integrante do governo. São pessoas que querem manter a guerra indefinidamente, até literalmente matar todos os adversários e suas famílias. Só que Israel tem uma democracia e alguns padrões de comportamento previsíveis de acordo com convenções internacionais. Existem poucas, mas existem travas contra os assassinos de lá. Não existe um sistema de pé para controlar os terroristas do Hamas no seu território.

Até por isso, é insanidade querer comparar os dois lados por um viés político: não há política em quem invade outro país só para matar, estuprar e torturar civis. A ideia de valores de liberdade compartilhados pelos oprimidos palestinos cai quando se vê o que faz o grupo terrorista. Pode até ser ingenuidade minha, mas eu espero que o povo que passa do ponto de defender os palestinos para defender o Hamas não ache que esse tipo de violência covarde seja um método real de trazer a revolução do proletariado.

Defender o Hamas e o que fez no começo da guerra não é defender a esquerda ou combater a direita, é concordar com terrorismo, e pior ainda, terrorismo basicamente aleatório, porque eu não consigo conceber como qualquer um dos planejadores daquele ataque achou que os ajudaria de alguma forma. Fizeram aquilo para causar sofrimento. Não é revolução, é violência deliberada contra pessoas indefesas, com o único objetivo de causar sofrimento e trauma. É isso que o evento de comemoração dos dois anos ataques celebrou.

Provavelmente debaixo de algum redemoinho argumentativo que considera o imperialismo americano como mal maior da humanidade, mas que não se sustenta em nenhum contexto se essa é a parte digna de nota. Eu consigo entender o Hamas como entidade política querendo o fim de Israel por acreditar que o território foi roubado deles por poderes estrangeiros. Só que não é um objetivo alcançável pacificamente, e provavelmente nem militarmente: os EUA vão precisar desaparecer antes de Israel ter alguma chance de cair.

Já está feito. Como disse em outros textos, tem uma parcela da população de lá que nunca vai ceder do objetivo de exterminar um ao outro. Essas pessoas vão ter que morrer de velhice e não gerar descendentes com a mesma mentalidade para começarmos a ter uma chance de paz duradoura.

Não faz sentido tratar o Hamas como algo equivalente a um revolucionário comunista. Eles querem outra coisa: matar todo mundo em Israel, preferem que seja um deserto do que cidades judias, não querem mudar o sistema dos israelenses, querem só que eles não existam.

O imbecil defendendo o Hamas por achar que existe alguma simetria com outros tipos de movimentos populares contra opressores não entende que não há nada em comum. É uma gente que quer oprimir também, violentamente, mas não tem força para isso. Os fanáticos islâmicos anti-Israel só calham de ter menos armas, ou alguém acha que se o Hamas tivesse o tamanho do exército de Israel ia sequer existir Israel? Quase todos os povos ao redor dos judeus já tentaram matar o país com todo mundo dentro no passado.

Eles não são sua turma, “povo soviético”. Eles são terroristas que querem fazer limpeza étnica absoluta do adversário. E sim, essa descrição atinge uma parte dos políticos israelenses também. Mas lá o povo tem mais capacidade de controlar seu sistema, existe oposição, tem Parada Gay na rua e “chatos dos direitos humanos” em todos os cantos.

Em Gaza tinha pouco, agora não tem nada. O que vai sobrar de organização por sabe-se lá quanto tempo ainda é esse grupo abjeto de terroristas, e nada pior do que dar alguma validade para eles de fora para dentro, porque hoje a única coisa evitando que o Hamas recupere sua força para destruir a vida dos palestinos de novo é pressão externa.

Por causa de uma guerra ideológica em seus próprios países, milhões de pessoas dão seu suporte aos vilões da história. Vilões para os israelenses, e principalmente vilões para os palestinos. Eu sei que o Hamas ganhou a eleição feita em Gaza para governar a região, mas é que nem eleição na China, na Rússia, Venezuela: você não pode botar a mão no fogo por nenhum resultado.

O justo seria dar uma chance para os palestinos, não para o grupo assassino e covarde que cometeu um ataque suicida com dois milhões de habitantes da região que supostamente protegia. Talvez os palestinos estejam prontos para seguir em frente, mas não com o Hamas ou qualquer outro grupo terrorista que vive da tensão contra Israel para ter propósito e poder.

Reclame de Israel à vontade, mas, puta que pariu, não tem lógica nenhuma defender o Hamas por causa disso. Ninguém odeia mais os palestinos do que eles… e se você duvida dessa frase, vai ver algumas imagens de como ficou a Faixa de Gaza está agora.

Comentários (4)

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