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Desfavor Bônus: Dia do Troll – Elementar…

| Desfavor | | 101 comentários em Desfavor Bônus: Dia do Troll – Elementar…

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SALLY: Essa Postagem É Mentira… Não Penso Nada Disso, Amo Vocês. Feliz Dia Do Troll.

SOMIR: Vocês Primeiro Vão Achar Que Eu Estou Falando Uma Verdade, Depois Não…

SALLY

Vocês são piores do que namorado inseguro: não importa o quanto eu faça em ATOS para provar meu amor por vocês, vai tudo por água abaixo se eu eventualmente falar a coisa errada! Sério mesmo que vocês acharam que eu ia ficar puta daquele jeito por aqueles motivos?

“Mas Sally, quem me garante que não foi um surto de verdade e que agora você não está dizendo que foi brincadeirinha?”. Eu te garanto: leia apenas a primeira palavra de cada parágrafo do meu texto e sinta-se idiota por ter sido duplamente trolado. Trollagem dentro da trollagem.

Antes de mais nada, parabéns ao Phill e à Carol Souza, que perceberam o que a gente estava fazendo. Perceberam a incoerência entre nossos atos rotineiros e aquelas palavras de ontem. Segurei os comentários deles para não estragar a brincadeira, vou publicar hoje. Não apenas desconfiaram que havia algo errado como ainda apontaram detalhadamente porque aquelas palavras não eram compatíveis conosco. Phill chegou a dizer: “(…) Parabens pela tentativa, mas não colou dessa vez. Vocês colocaram a gente com o pé atrás ano passado (…)”.

E meu mais profundo amor para o pequeno grupo amável que se desculpou mesmo sem ter culpa de porra nenhuma, só por ver que eu estava chateada. ISSO é amor, não se apegar a quem está certo ou errado, apenas se doer com a dor que provocou no outro, sem fazer cabo de guerra de ter razão. Agradeço também os e-mails de apoio, principalmente o da Ana Paula, que quase me fez chorar. Estou muito feliz e orgulhosa com a relação de amizade que construímos aqui, muito mais verdadeira do que muita amizade olho no olho que tem por aí.

Mas o mais legal dessa experiência social toda não é ver quem te ama, é ver quem fica sincero quando se sente injustiçado. As pessoas tendem a armazenar certas verdades porque foram adestradas socialmente para fazê-lo, mas quando de alguma forma se sentem atacadas, liberam essa trava, pois é socialmente lícito revidar se você está apanhando. E é justamente esse momento sublime que nos interessa para tirar uma grande lição desse Dia do Troll: CONSISTÊNCIA. No momento exato em que você pisa no calo da pessoa e ela fala “e quer saber, esse blog nunca foi grande merda, você é isso, o Somir é aquilo…” abre-se uma porta para a verdade.

A pessoa que te amava ontem, te esculhamba hoje e te amará de volta amanhã quando souber que era tudo brincadeira tem um nome: mentalmente desequilibrada. Ok, admito que as coisas que a gente falou foram para provocar estranhamento e mágoa mesmo, mas se você ama uma pessoa que está te magoando, você diz “Seu filho da puta, eu gostava de você e você faz isso comigo? Vai se foder, que injusto…” e não “Eu sempre te achei uma merda mesmo, quer saber? Nem sei porque lia esse blog de merda”. Que bonito de se ver… o que cada um realmente pensa da gente! Agradeço em especial os e-mails ofensivos criticando nossos textos, estilos de redação e até mesmo nossas escolhas de tema.

Como pode uma pessoa que acha coisas ruins de você tecnicamente falando mudar de ideia de um dia para o outro, por um fator que nada tem a ver com sua competência técnica? “Enquanto você me trata bem eu te elogio, quando você me tratar mal eu falo o que realmente penso”. Feio. Falar mal de alguém não é a consequência natural de quando a pessoa te sacaneia. A consequência natural é ficar triste, com raiva, irritado, chateado, magoado… mas falar mal? Se eu sou uma merda, mais merda é quem perdeu anos da sua vida todo santo dia lendo o que eu escrevo. É mais ou menos como falar mal de ex-namorado de longa data: depõe contra você. Se a pessoa era tão ruim, o que você estava fazendo ao lado dela por tanto tempo? E olha, quem nos esculhambou, fique tranquilo porque ninguém vai ser banido. As pessoas tem o sagrado direito de nos achar uma merda. Mas espero que tenham vergonha na cara e não passem mais por aqui… afinal, se nós somos uma merda, não tem o que fazer aqui, certo? Se passar, serão tratados com o mesmo carinho que me trataram nos e-mails.

Quanto a lembrar da data, sério mesmo, vocês tem mais o que fazer da vida. Super entendo quem não lembrou. Válido o argumento e já contávamos com isso. Não foi à toa que escolhemos essa trollagem: ano passado todo mundo caiu alegando não lembrar da data. Realmente não é justo exigir que vocês lembrem da data, então, este ano desenvolvemos algo onde a data lhes era dada de bandeja. Parabéns, vocês nos obrigaram a sair da zona de conforto e quebrar a cabeça achando um jeito de enganá-los. Mas… porque não perceberam que o texto de ONTEM era uma trollagem? ONTEM a questão da data estava mais do que ventilada, falada à exaustão! A resposta é simples: envolvemos sentimentos complicados no meio: mágoa, culpa, agressividade, temor… sentimentos que minam o discernimento. Sim, quebramos a cabeça pensando em uma forma de dizer que era dia do troll e ainda assim vocês ficarem cegos.

Fiquei muito feliz em vez que várias pessoas realmente se impuseram. Romantizando o que fizemos, fica algo mais ou menos assim: passamos cinco anos nos portando dentro de uma certa linha de conduta, ontem destoamos totalmente dessa linha, muitos leitores apontaram a incoerência e a gente se ofendeu e gritou que não estávamos sendo incoerentes. Teve quem se calou, teve quem engoliu que não estávamos sendo incoerentes e teve quem persistiu, não se intimidando pelos nossos argumentos. Essa é a lição que fica. Todos vocês tinham discernimento para perceber a incoerência das nossas palavras de ontem, mas muitos se deixaram intimidar ou então se deixaram cegar pelo turbilhão emocional que plantamos: mágoa minha, putez do Somir, agressões vindas de ambos.

Fica a valiosa lição: SEMPRE QUESTIONEM. SEMPRE! Questionar não é ofensivo. Questionar não é não acreditar em nada, questionar é sempre se perguntar “será?” antes de engolir QUALQUER informação. Não deixem que distrações como brigas, mix de sentimentos e outros ofusquem sua capacidade de questionar. Nunca. Sempre tirem meio segundo de frieza para se questionar racionalmente, deixando de lado sentimentos, nem que seja para concluir que está tudo ok. Muitas pessoas que te cercam funcionam com mecanismos automáticos (mesmo que sem perceber) que buscam impedir questionamento, coisas como ganhar no grito, se ofender, fazer chantagem emocional. Não deixe essas armadilhas impedirem seu questionamento.

O fato de vocês terem sido cegados pela minha suposta mágoa e pela raiva do Somir não deixa de ser um elogio indireto: vocês se importam com o que a gente sente e pensa a respeito de vocês. Acho isso muito bacana, quantos blogs conseguem criar esse tipo de relação interpessoal com característica de amizade? Mas, ainda assim, eu insisto, não como esporro, mas como amor de mãe mesmo: nunca deixem que qualquer coisa, seja sentimento, seja grau de parentesco, seja a confiabilidade da fonte, seja imposição social, seja o que for, mine a capacidade de questionamento de vocês. Tem que saber ser frio, saber questionar. Se dar ao trabalho de questionar, nos dias de hoje, é um dos maiores bens que a pessoa pode cultivar.

Acho que nem preciso dizer que os comentários de ontem não refletem a forma como nos sentimos, foram apenas para compor a trollagem. Sei que vocês vão me entender… Quem quiser comentar comenta, quem não quiser comentar não comenta, cada um que use o blog da forma que lhe seja melhor, não cabe a mim decidir como cada um de vocês utiliza o que lê aqui. E só para que não pairem dúvidas, a gente faz essas coisas com carinho, para que vocês tomem um tombo primeiro aqui, entre amigos, e já estejam calejados quando alguém realmente mal intencionado tentar fazer uma porra dessas com vocês. É com amor, ok?

Guardem para a vida a lição: Questionar não é ofensivo. Questionar é sempre bem vindo. Não deixe que fatores externos te impeçam de questionar. Coerência com seus atos e palavras, quem ama em um dia e xinga no outro, a qualquer pretexto, merece perder a sua confiança. O fato de você magoar a pessoa não a autoriza a sair falando mal de você, quem faz isso é gente baixa. Não seja baixo e não fique perto de gente baixa.

Para dizer que vai passar o resto do ano lendo apenas as primeiras palavras de cada parágrafo na tentativa de achar mensagens escondidas, para se surpreender com o quanto podemos ser mentirosos filhos da puta ou ainda para dizer que ainda está tentando entender exatamente o quanto foi trollado: sally@desfavor.com

SOMIR

Eu adoro mentir. Sei que é reprovável, mas uma das coisas mais complexas que o cérebro humano é capaz de fazer, e DESDE que num ambiente controlado e com um mínimo de responsabilidade, pode ser suficientemente inofensivo. Acredito que foi o caso, mas se não foi… azar.

Para que ninguém fique confuso: Não vou passar minha punição para Sally e muito menos me acho vítima de porra nenhuma. Lilith: Desculpa eu não ter enviado ou mesmo avisado que ia demorar tanto, não era minha intenção menosprezá-la. Eu cismei que tinha que fazer o troféu de um jeito, deu errado e me enrolei para resolver. Não prometo melhorar, porque seria mentira. Mas eu sou relapso e distraído com todo mundo por igual. Também não disse isso antes porque não queria dar o braço a torcer e parecer que estava com medinho de pagar punição.

Pois bem… o texto de ontem. Este Dia do Troll era exponencialmente mais complexo do que o do ano passado. Não tínhamos mais a vantagem da surpresa. E a “lição” do ano passado foi conhecer ONDE você estava, a desse foi saber QUEM está escrevendo os textos. Trolladas podem acontecer com o inusitado de uma grande surpresa, mas também nas sutilezas de uma pequena quebra de padrão.

Sei que nem todo mundo caiu (não fiquem felizes, para a gente é vitória que alguns tenham enxergado através de tudo), mas quem entrou na jogada e rebateu o texto como se fosse verdade não percebeu a quebra na CONSISTÊNCIA de nossos discursos. Sally não é de mimimi e eu não sou de reações emocionais. Nem nos momentos onde eu fiquei mais puto aqui cheguei perto de escrever algo tão vítima como escrevi ontem.

Mas é claro que não dava para simplesmente fazer uma guinada de 180° e ligar o modo dramático. Ficaria muito na cara… Dia do Troll não é Primeiro de Abril, não é dia de contar mentiras óbvias e virar tudo de ponta cabeça. Dia do Troll é outro nível… Percebam que eu passei perigosamente perto de tudo o que sempre reclamei para não deixar muito fácil identificar a mentira. E a mentira estava na inconsistência.

Bastava mudar o tom de algumas coisas que eu já dizia para fazê-las incompatíveis com a verdadeira ideia por trás delas. Ninguém aqui é obrigado a NADA. Nem eu. Os arroubos de idealismo sobre a proposta do desfavor tem um grande quê de ironia e auto-crítica. Eu me preocupo mesmo com o “nível” dos comentários, mas é uma preocupação prática: Tenho medo de excesso de ruído. Gente demais falando coisa de menos. Isso mata discussão em qualquer lugar da internet, não seria diferente aqui.

Se eu pego isso e transformo numa piração de clubinho especial da internet que vocês “não merecem”, fico parecendo um babaca fácil fácil. Eu disse que adoro mentiras… principalmente as que passeiam TÃO perto da verdade. Veneno e antídoto, questão de dose. Ninguém é obrigado a me conhecer ou conhecer a Sally bem a ponto de identificar que tinha algo fora do padrão, mas não era exatamente uma postagem pautada na justiça… Tínhamos que tentar tapear vocês num grau de dificuldade maior que o do ano passado.

Nunca me importei com o número baixo de comentários nas minhas postagens, por exemplo. São poucos, mas eu gosto deles. Não respondo por falta de tempo ou falta de algo novo ou interessante para responder. Sempre preferi ficar quieto do que falar por falar… Vide os vários textos onde digo isso. Nunca me estressou. Mas sabia que alguns de vocês consideravam se era pose. Às vezes é só uma questão de contar uma mentira que as pessoas querem acreditar.

Essa foi a jogada desse Dia do Troll: Lembrá-los que era o dia e mesmo assim deixar um texto suficientemente ambíguo para empurrar a ideia errada. E como toda boa trollada, tirou algumas pessoas da toca. Pessoalmente eu não ligo para as pancadas que vieram de volta, na verdade eu mal encanaria se fosse tudo verdade do nosso lado. É bacana que as pessoas falem o que pensam mesmo, mesmo se condicionadas por uma mentira.

Como enganar alguém que espera que você vai mentir? Esse foi o nosso desafio neste ano. Estou babando para bolar algo para o ano que vem… Esse desafio é bem divertido. E de boa: Foda-se se ninguém lembrar da data, isso não nos importa (isso sempre teve mais a ver com a ideia de conhecer a nossa constituição como alegoria para a vida real do que com vaidade nossa). E além do mais, quanto mais vocês se distraírem, mais elaborado pode ser o golpe. Por favor, continuem não dando bola.

E mais do que tudo, postagens como as de ontem são um dos pontos mais incomuns e “especiais” do desfavor: Como nos voltamos contra os leitores de vez em quando. A gente sempre se dedica a dar uma cutucada em quem nos dá audiência, para ouvir “umas verdades” e para manter isso aqui suficientemente diferente do habitual na internet. Até por um certo interesse pessoal: Só dá para manter um nível legal de postagens se tivermos críticas. Leitores mais dispostos a dedicar seu tempo a cutucar de volta são garantias extras que alguém vai avisar se eu “sair de casa com a braguilha aberta”…

Nós gastamos parte dos nossos dias para enganar vocês da forma mais convincente possível. Parece escroto, mas é dedicação e interesse de uma forma… incomum. E fazemos isso porque é divertido (eu mesmo SÓ me mexo quando quero), não porque queremos confete. Seria muito mais fácil mudar a estratégia para ser popular na internet se fosse nosso objetivo. Sério… quem mais teria coragem de chamar os leitores de DESOCUPADOS, mesmo que para trollar? Uma pena se alguém ficou chateado, mas eu ri demais quando escrevi isso… É uma delícia ser impopular.

Primeiro de Abril todo mundo faz… Nós podemos mais. Até ano que vem.

P.S.: Entrar em rede social é castigo cruel e desumano. Vocês deveriam se envergonhar de sequer terem sugerido isso.

Para dizer que isso é mentira e demos sorte que as primeiras palavras de cada parágrafo serviam como escapatória, para dizer que vai parar de comentar as minhas postagens (ha!), ou mesmo para dizer que já sabia: somir@desfavor.com

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