Desfavor Bônus: Falsos cognatos.
| Sally | Desfavor Bônus | 154 comentários em Desfavor Bônus: Falsos cognatos.

Muitos brasileiros acham que falam espanhol. ACHAM. Aí soltam um “Cueca-Cuela” com a maior convicção. Não seja essa pessoa. Espanhol parece fácil, mas pode ser traiçoeiro.
O grande problema é que existem palavrinhas traiçoeiras no espanhol, que podem causar muita confusão. Estamos falando de palavras cuja pronúncias são idênticas ou muito parecidas, mas possuem significados muito diferentes. Estas palavras traiçoeiras são chamadas de “falsos cognatos” e podem causar muita confusão. Considerando que é um período de férias, viagens e turismo, decidi fazer este texto para, talvez, poupá-los de constrangimentos, mal-entendidos e de uma eventual porrada.
Antes de começar a esculhambar, corto na carne para provar que vento que venta lá, venta cá. Os falsos cognatos podem prejudicar ambos os lados. Lembro que assim que meus pais chegaram ao Brasil, sem falar uma única palavra em português, minha mãe estava preenchendo um cheque no banco e ficou na dúvida sobre a grafia correta da palavra “quarenta”, que em espanhol se escreve com “c”. Ao perguntar a uma funcionária do banco sobre a grafia correta, a Senhora Minha Mãe soltou a seguinte pérola: “Quarenta se escreve com cu?” É que na minha terra natal, a letra “q” se chama “cu”. Isso mesmo, é a “letra cu”. A funcionária do banco, muito impaciente, respondeu: “Não, Senhora, se escreve com a mão mesmo”.
Em outra ocasião, uma amiga minha veio me visitar e queria provar a culinária baiana, apesar de todos os meus avisos de ser uma comida ardida e que já vem mastigada. Fomos a um restaurante especializado e, no que ela colocou a primeira garfada na boca, começou a gritar com os olhos lacrimejando tamanha a quantidade de pimenta. O garçom veio ver o que estava acontecendo e ela, coitada, tentou explicar: abriu a boca, apontou com o dedo indicador para dentro da própria boca e começou a gritar “PICA! PICA”. Pica significa “arde” em espanhol, mas o garçom não tinha como saber. Estava vendo a hora que ele ia abrir o zíper da calça e dar a ela o que ele achava que ela estava pedindo.
Sentiram o drama? Ninguém, nem argentinos, nem brasileiros, estão livres de uma vergonha por um falso cognato.
Vamos agora falar do que interessa. Os falsos cognatos que podem colocar vocês, brasileiros, em maus lençóis. Não sem antes fazer um breve apelo: não tentem falar espanhol se vocês não sabem falar espanhol. Colocar “ito ou “ita” no final de cada palavra não é falar espanhol. Falem em português, de forma lenta e pausada, que vocês vão acabar se entendendo. Não grite, ninguém é surdo, não é questão de volume. Se precisar, fale devagar e gesticule, mas não fale um portunhol tosco, porque fica muito mais difícil de entender.
Você beberia água do vaso? Em português não, mas em espanhol sim. Vaso não é privada, é copo em espanhol, portanto, se um dia te oferecerem água do vaso, pode aceitar sem medo. O mesmo vale para um vaso de água. Tenha medo quando alguém te oferecer água do “inodoro”, que é vaso sanitário. Fica o alerta, para que quando alguém te oferecer um vaso você não olhe nos olhos da pessoa e diga “Não, obrigada, não estou com vontade de cagar”. Ou então, para quando você estiver de fato com vontade de cagar, não peça um vaso, se não vai ter que cagar em um copinho. One brazilian, one cup, já pensou?
Concha. No Brasil, colher destinada a servir alimentos líquidos ou com caldo. Em espanhol, ao menos na Argentina, buceta. Sentiu o número de problemas que isso pode gerar? Desde pedir para a garçonete uma concha em um restaurante, até fazer um comentário casual como quem quer puxar assunto em uma praia falando como aquela concha é bonita. Tapa na cara quase que certo. Reforço: concha não é vagina, é um termo mais grosseiro. Conha é buceta. NÃO FALE sobre concha, esqueça que essa palavra existe. E se uma mulher te oferecer uma concha, não recuse achando que se trata de um marisco ou coisa do tipo. Aliás, desconfio que o ET Bilu seja Argentino, dada sua obsessão por concha.
Já que estamos na seara da baixaria, vamos continuar descendo o nível. Saco. Em português, testículos, em espanhol, paletó. Nada de agredir o funcionário de um estabelecimento que se disponibilizou a pendurar seu saco. Nada de agredir quem elogiar o seu saco. Comece a se preocupar quando falarem dos seus “huevos”, ou seja, os ovos, termo grosseiro para testículos. Ah sim, em alguns países o ônibus é chamado de “bus”. Adivinha como é chamado o micro-ônibus? Pois é, busseta. Se falarem que busseta vai passar por ali, não perca tempo esperando, se trata apenas de um pequeno ônibus.
Se você estiver preenchendo alguma ficha ou documento, pode ser que te peçam para “fechar”. Não feche a página, “fecha” significa data e “fechar” é datar alguma coisa. A tendência é a pessoa dobrar o papel ou fechar o livro quando o funcionário do local olha, aponta e diz “Fecha, por favor!”. Não feche, apenas date. Quando eles quiserem que você realmente feche alguma coisa vão pedir para “cerrar”, que nada tem a ver com cortar um pedaço de madeira. Isso mesmo, “cierra” não é uma região montanhosa, é uma ordem para fechar.
Outra confusão comum que pode acontecer em hotéis e estabelecimentos é o “acordar”. Você pode estar pensando que está pedindo para ser acordado do seu período do sono, mas “acordar” em espanhol é lembrar, tanto que o verbo admite a modalidade reflexiva: “se acordar de alguma coisa”, ou seja, se lembrar de alguma coisa. Se você quiser de fato ser acordado em determinada hora do seu período de sono, deve pedir para te despertarem. E se te pedirem a sua “diceccíon”, não querem saber em qual direção você vai, querem saber o seu endereço residencial.
Falemos de confusões gastronômicas. Além da fatídica “concha”, existe um mal-entendido muito comum: a comida está esquisita. Em espanhol isso quer dizer que a comida está deliciosa, requintada, apesar de que esse esquisito se escreve com “x”. Portanto, não se ofenda se uma pessoa que fala espanhol disser que sua comida está esquisita, é um dos mais altos elogios que um prato pode receber.
Em contrapartida, uma comida “rara” não é uma comida especial, de difícil preparo, é uma comida esquisita em português, no sentido de estranha, ruim, de sabor desagradável. E pasta não é uma maçaroca qualquer, pasta significa “massa”: macarrão e cia. Já pastel significa bolo e bolo se diz “torta”, por mais que seja um bolo reto. Uma coisa torta não é torta, é “torcida” e algo torcido não é torcido, é “retorcido”. Tasa com S é taixa, mas Taza com Z é xícara, isso pode fazer toda a diferença em um restaurante.
Salada quer dizer “salgada” e não aquela salada de folhas. As folhas se chamam “Ensalada”. Cuidado para não pedir salada e depois ter que amargar um prato nevado de sódio. E se quiser comer polvo, não peça polvo, a menos que você queira correr o risco de receber um prato cheio de pó. Sim, polvo é pó, portanto, se falarem que tem polvo no seu quarto, não ache que aconteceu um dilúvio. E se quiser comer polvo, peça “pulpo”.
E se te oferecerem “adereço” (que em espanhol, será com Z), não querem te ver vestido de Clovis Bornai, são apenas temperos como azeite e vinagre. Por sinal, o azeite é “aceite” e “aceitar” não é concordar, é passar azeite em algo. Aceitar se diz “aceptar”. Cubierto não é estar coberto, cubiertos são os talheres. E por falar em talher, em espanhol (se escreve “taller”) vai significar oficina mecânica, aquela que conserta seu carro. Por sua fez, oficina por lá sinônimo de escritório, centro empresarial. E se o garçom pedir para você tomar cuidado com a tapa, não se assuste, ele não vai te bater. Tapa é tampa e ele provavelmente está falando da tampa da panela. Mas se for no plural, “tapas”, é apenas um aperitivo.
Se alguém falar que você ou alguma coisa é débil, controle a vontade de partir para cima. Débil em espanhol é frágil, fisicamente falando. Se alguém realmente quiser te chamar de retardado vai te chamar de “tarado”, uma pessoa boba, infantilóide, idiota. Por sua vez, se alguém quiser de fato te chamar de tarado, significando maníaco sexual e similares, vai te chamar de “degenerado”. Recapitulando: se alguém falar que vai chamar um funcionário para carregar sua mala porque sua esposa é muito débil para carregar essa mala sozinha, não dê porrada na pessoa.
Se um amigo do seu marido o chamar de tarado, não dê porrada nele, pois ele está sendo chamado de boboca. Porém se alguém o chamar de “degenerado”, senta a mão na cara dele! Enojar não quer dizer sentir nojo e sim ficar zangado. Uma pessoa enojada é uma pessoa zangada, chateada. Nojo é asco e uma pessoa enjoada está asqueada. Se te chamarem para assistir algum espetáculo do palco, não se iluda, você não vai para o palco, palco é camarote, um local privilegiado perto do palco.
Pode acontecer de te pedirem um rato. Não, não é o animal, um rato é um curto período de tempo, seria algo como o nosso “um minutinho”, que a bem da verdade, não é exatamente 60 segundos, significa um tempo pequeno. Logo, se a camareira do hotel falar “um rato”, não há necessidade de correr, chorar e subir na cadeira. Ela só quer um minutinho para arrumar seu quarto. Quando de fato for um rato, o roedor, será dito um “Ratón” ou uma “laucha”, que é um camundongo.
E por falar em bichos, “oso” não é osso, é urso. Se alguém gritar algo sobre um “oso”, corra. Cachorros não são aqueles seus amigos caninos, cachorros são filhotes de qualquer mamífero. Sim, o espanhol é uma língua tão complicada que é possível existir “cachorros de oso” e até mesmo “cachorros de gato”. E só para constar, porque eu já vi esse erro acontecer, “cuello” não é coelho em espanhol, é pescoço. Topo não é o lugar mais alto, é uma toupeira.
Se alguém falar em borrar, não estão de acusando de ter se cagado nas calças ou de estar com medo. Borrar é apagar, em seus mais diversos aspectos. Pode ser apagar algo que foi escrito, pode ser esquecer de algum acontecimento e começar da estaca zero. Isso é fundamental quando uma mulher sugere que “borremos” algo, nada de se cagar, ok?
E se estiverem falando de você e se referirem a uma “caída”, não quer dizer que sua bunda está flácida, provavelmente estão falando de alguma queda que você sofreu, caída é queda. Se alguém falar em “sinta” (que em espanhol se escreve com “c”), a pessoa não quer que você sinta nada, muito menos está se referindo a uma peça de roupa feminina, cinta é fita.
E todo cuidado é pouco com a palavra “cola”. Não é aquela substância branca pegajosa usada para colar, normalmente cola é fila, ou então o rabo de um animal, mas pode ser uma gíria para bunda feminina. Por sua vez, colar (que em espanhol é com dois “l”) não é grudar, é o adorno que as mulheres usam no pescoço. O colar no sentido de grudar é “pegar”, mas cuidado com o contexto, pois “pegar” tanto pode ser tanto colar como bater em alguém. Já o pegar, no sentido de pegar um objeto, é “agarrar”, sem conotação sexual. Você agarra um chocolate, um casaco ou um café.
Falemos de medidas. Mais largo na verdade não é o largo como o brasileiro conhece, mais largo é mais comprido. O largo como o brasileiro conhece na verdade se chama “ancho” em espanhol. Seu antônimo, curto, é “corto”. Corto portanto não é cortar, é algo curto. Apesar de que, cortar também pode significar desligar o telefone, interromper ou encerrar uma conversa. Maior, que será escrito com “y”, não quer dizer maior, quer dizer mais velho, enquanto que menor quer dizer mais novo. O maior que vocês conhecem é o responsável pela presunção de burrice que vez por outra paira sobre a minha pessoa: MAIS GRANDE.
Sim, Senhoras e Senhores, mais grande existe e é correto, o incorreto é dizer que algo é maior. Pessoas são maiores umas que as outras (mais velhas), objetos são mais grandes. E se te perguntarem se você é surdo (que em espanhol é com Z), não querem saber se você escuta e sim se você é canhoto. E sítio não é uma fazenda, é sinônimo de lugar: você vai a um sítio onde vendem roupas, compreende? Sujo (que na verdade se escreve com “y”), não quer dizer sujeira e sim que algo é seu. O seu saco é sujo quer dizer que o paletó é seu.
Deixar uma moça embaraçada, que em espanhol seria com “z”, não é deixá-la sem graça ou com vergonha, embaraçada é grávida. Nada de sair dizendo que deixou a moça embaraçada, ou periga o pai dela te obrigar a se casar por causa de uma piada. Brinco não é o adorno que se usa na orelha, quem brinca na verdade pula. O brinco que vocês brasileiros usam na orelha se chama “aro”, mesmo que o formato não seja o de um aro. No máximo pode ser um “arito” se for um brinco pequeno. E se uma moça te convidar para mexer a cadeira, não saia arrastando móveis, “cadera” em espanhol significa quadril e “mover las caderas” é uma forma de chamar para dançar.
E atenção: nunca, NUNCA chame uma mulher de “fofa”, pois de gracinha isso não tem nada, chamar de fofa é a mesma coisa que chamar de gorda, baleia. E se ela falar para você que o seu coração late, saiba que você não está sendo chamado de cachorro, ela apenas está se referindo aos batimentos cardíacos. E se uma moça falar sobre você “pelado”, contenha-se e não tire a roupa, pelado é careca. E pelo é cabelo. Se falarem que alguém é rico, não se empolguem, não é alguém com muito dinheiro, é apenas alguém bonito, Se bem que, nos dias de hoje, talvez sejam sinônimos para muita gente…
Xiiiii… Terceira página e ainda tenho muita coisa para falar! Para não extrapolar meu limite de quatro páginas, vou fazer uma versão express daqui para frente!
Se uma pessoa se referir a uma “borracha”, certamente não estará falando daquele material plástico flexível e sim de uma pessoa bêbada. Em contrapartida, “botiquin” não é um bar e sim uma maleta de primeiros socorros. Experto não é uma pessoa esperta, é um perito em algo, alguém com formação naquilo. Conosco (que em espanhol será com “z”) não é conosco, é conhecer alguém. Mala não é a sua bagagem, mala é uma pessoa má. Desabrochar é desabotoar. Jugo é suco e juguete é brinquedo.
Pipa não é aquele brinquedo que crianças empinam no vento, é um cachimbo. Apelido é sobrenome, e sobrenome é apelido, ou seja, meu apelido é Somir e meu sobrenome é mal-amada, mal-comida, baleia e tantos outros que recebi ao longo desses cinco anos de Desfavor. Copa não é um troféu, é uma taça, como por exemplo, uma taça de vinho. E por falar em Copa, propina não é algo ilegal, é uma inocente gorjeta. Berro não é um grito, berro é agrião. Balón é a bola, não a de encher e sim aquela de praticar esportes. Abonar é pagar, acreditar é creditar algum valor em dinheiro, “alejar” não é tornar alguém deficiente e sim se distanciar.
Vago não quer dizer um lugar disponível, vago é um vagabundo, um acomodado. O que se conhece como vago em português, em espanhol é “vacío”. Frente não é a parte da frente de algo, é a sua testa. Quitar não é saldar uma dívida, quitar é tirar, por exemplo, quitar a roupa. Gracioso não tem uma conotação delicada, feminina, gracioso é engraçado, quem faz rir. Jubilado não é quem enrolou para se formar e foi expulso da faculdade, jubilado é um aposentado. Pronto não significa que aquilo está pronto, pronto significa em breve, logo.
Bem, é isso. Ainda faltaram muitos falsos cognatos, mas acredito que estas quatro páginas sirvam para que brasileiros tenham uma breve noção da confusão que pode dar se tentarem arranhar um portunhol improvisado. Português e espanhol não são tão parecidos como se pensa e isso pode dar margem para muitos mal-entendidos. Repito o conselho: falem em português, bem devagar, que as chances de serem entendidos é maior.
Vi hoje um sujeito tentando imitar argentino falando “Cuepa Del Mundo”…
HAHAHAHAHAHAHAHAHA
Sally, o texto já é antigo, mas EU quero te fazer duas perguntas sobre este tema:
1 – Por que é que, no espanhol, frases que são perguntas começam com aquele símbolo,”¿” , que me parece um ponto de interrogação de cabeça pra baixo?
2 – Porque é que, no espanhol, a abreviatura para “Estados Unidos da América” é E.E.U.U. e não simplesmente “E.U.A.” como na sua “língua-irmã”, o português?
1- Para que a pessoa que está lendo entenda em que momento a pergunta começa.
2- Pelas regra do idioma, quando ocorre uma abreviação de uma palavra no plural, a letra usada para abreviar é duplicada. Então, se fosse ESTADO UNIDO a abreviação seria E.U. , mas como são duas palavras no plural, EstadoS UnidoS, as duas letras são duplicadas. Outro exemplo: Forças Armadas se abrevia FF.AA. Se fosse Força Armada, seria apenas F.A.
Sally, voltando aqui nesta postagem depois de tanto tempo só para deixar aqui um link para um vídeo que acabei de ver no YouTube e que foi postado bem recentemente. Acho que você e os Impopulares vão gostar: https://www.youtube.com/watch?v=tqjZ8mN0g7g
Falantes de português entendem melhor o espanhol do que o contrário? Pois eu sempre achei que o nível de compreensão fosse o mesmo “tanto indo quanto voltando”, dada a similaridade das duas línguas, que são mutuamente inteligíveis.
Na real, eu acho que é mais fácil para o brasileiro entender o espanhol. Português é um idioma difícil para um cacete.
Sim. Português é mesmo um idioma complicado. Não conheço nenhum estrangeiro que o tenha dominado e dito que foi um aprendizado tranqüilo. A “última flor do Lácio” é repleta de sons incomuns como os nasais e os de encontros consonantais e de dígrafos, a conjugação dos verbos é bastante complexa, as regras gramaticais tem muitas exceções, há uma infinidade de palavras homógrafas e homófonas, o emprego de acentuação e de sinais gráficos é frequente… Tudo isso sem falar em características como figuras de linguagem, regionalismos e na riqueza e no tamanho do léxico. Realmente, não é fácil!
Acho que falsos cognatos é algo que acontece em todas as línguas.
Mais palavras do espanhol que causam confusão:
* “Extrañar”, que não é sentir estranheza, mas sim saudade
* “Emabrazada”, que não é uma mulher estar constrangida, mas “grávida”
* “Alejar”, que não é deixar alguém paralítico, mas “afastar”
* “Balcón”, que não é balcão de loja, mas sacada de apartamento
* “Borracha”, que não é aquela de apagar lápis, mas sim a condição da mulher embriagada
* “Goma”, que não é a de mascar, mas essa a “borracha” com que se faz solas de sapatos
* “Guitarra”, que não é aquela elétrica do rock, mas sim “violão”
* “Leyenda”, que não é aquele texto embaixo de foto de jornal ou de tradução de filme, mas “lenda”
* “Rubio”, que não é quem tem cabelo vermelho, mas loiro
* “Presunto”, que não é o derivado de carne suína que se coloca no sanduíche, mas a expressão “suposto”
Pra retomar este assunto, dêem uma olhada nestes três vídeos que achei no YouTube, do canal Langfocus:
– “How similar are Spanish and Portuguese?”:
https://www.youtube.com/watch?v=82FgZEOn89k
– “Arabic influence on Spanish & Portuguese”:
https://www.youtube.com/watch?v=-3QML3tfBNQ
– “The Spanish language and What makes it The Coolest:”
https://www.youtube.com/watch?v=NSfCDdTtBn0
Gostri muito da matéria mas acho que o autor esqueceu que falsos falantes da lingua existe em ambos os lados. E que o brasileiro tb pena quando tem que lidar com os “embromeichadores do português”. Meu namorado sempre solta umas perolas kkkkk
eu tinha começado em um novo emprego e não queria ir na festa de fim de ano pq nao conhecia ninguem. So estava lá a 1 semana, então meu namorado disse: vai sim, vc tem que ir. Vc tem que ir intimidar com as pessoas!!!! Kkk
ele achou que era o mesmo que se tornar íntimo
Sempre que eu vejo um BM falando portunhol com a certeza de que é o fodão, me dá câncer nos tímpanos. Queria deportá-los pra algum país hispânico, largá-los sozinhos e ver como eles iam se virar.
Argentina é um país mais morável que o Brasil?
(Eu sei que a palavra “morável” não existe, mas acho que deu pra entender…)
É sim. Mas está passando por uma crise horrenda que já vem de muitos anos. Se você comparar a Argentina da década de 80 com a de hoje, é uma favela. Mas se você comparar com o Brasil, é um lugar mais limpo, com pessoas mais educadas e com mais cultura. Alguns Impopulares estiveram lá recentemente, acho que a opinião deles vale mais do que a minha, porque eles serão imparciais…
Vou contar um caso que supera de longe o “Cueca-Cuela. Uma vez um colega meu, na tentativa de zoar um outro colega que é gordo, começou a gritar:
– Cuidado! MUENSTRO, MUENSTRO!
Eu senti um desgosto enorme. Ainda tentei corrigir dizendo que a pronúncia correta era “monstruo”, mas o desgraçado não ouvia e continuou repetindo essa atrocidade, achando que tava super certo.
hahahaha
Li esse texto e lembrei o tempo todo da entrevista da Gabriela Spanic (La Usurpadora) no Agora é Tarde. Uma delícia ver um falante de espanhol e um falante de português conversando sem tradutor. A coisa não é tão fácil de entender assim!
Acho que para quem fala espanhol é mais fácil de entender
Outra muito importante em restaurantes: linguiça é chorizo e chorizo é morcilla.
Foi muito frustrante ter visto umas lindas linguiças (façam piada) na grelha, pedir morcilla e receber aquela linguiça de sangue horrorrenta. Porque né, na minha cabecinha chorizo deveria ser algo meio que universal, ao menos em países de língua latina, então sobrava morcilla pra ser a linguiça.
Morcilla é nojento, nem te conto com que é feita…
Sangue, miúdos, peças de gordura, uns temperinhos e o que mais?
pênis de porco
Bem que meu namorado disse que se sentiu como aquele gordinho que tem um programa chamado “comidas exóticas” no TLC…
Hahahaha
Pelo que li do texto, no Uruguai é igualzinho. No Paraguai já senti umas boas diferenças linguísticas, além daquela mistureba de gente falando tupi guarani, dependendo de onde você for..
Tem outras pérolas nesse site, mas tá em inglês. Será que é brasileiro mesmo?
Um off topic pra fazer você rir: um site que explica as regras para se fazer um pornô gospel:
http://www.sexinchrist.com/pornography.html
Dois conceitos totalmente incompatíveis entre si só poderiam ter lugar em um país hipócrita como o Brasil!
hahah! pornô gospel! Lembro que eu vi uma vez no jornal sobre sex shops para evangélicos
É muita hipocrisia…
Por que inventar portunhol se são tão parecidos?
Quando eu tive um namorado que só falava espanhol, eu só falava português e a gente se entendia numa boa. Acho babaquice ficar inventando termos.
Por arrogância. O brasileiro se acha capaz de depreender palavras em outro idioma graças a seu belo e esplendoroso cérebro superdotado. Só que não.
Mas cu em espanhol não é culo? Então deveria se escrever Qulo, certo?
Tá vendo por que eu não faço CUrso! Vcs são muito complicados
Culo é bunda, cu é ORTO
Complicou a coisa… como é que ficam a ortografia e os ortopedistas?
Dividem seu publico..
Culo aqui é bunda tmb, mas “cu” é “oyo”.
Facinho falar english, basta inserir ATION, lets do trollation on Facebook!
Español, mucho mucho facil, basta dividir a palavra no meio e inserir U. Tirar una fueto bebendo cueca-cuela!
Uns colegas do trabalho usam um dialeto legal pra caralho. Eles falam rápido que só eles entendem. Eles substituem as vogais por termos alternativos:
A = aik E = ender I = inix O = ober U = ufux
Difícil pra porra, mas eu sugiro que seja usado quando nós nos estabelecermos no Suriname, pode ser a lígua oficial.
Não curtiu, então vaiki tobermaikr nober cufux!
Você trabalha com o Sheldon?
HAHAHAHAHAHA!!!
Cara, eu não saberia nem o que responder se alguém me perguntasse se quarenta se escreve com cu! hahahahaha A funcionária do banco ainda teve o que dizer, mas na certa eu ficaria achando que a pessoa era maluca ou que estivesse querendo me agredir.
O duro é ler isso na hora do trabalho, com celular escondido do chefe e fazendo milagre pra prender o riso.
Peraeeeee! Eu achei um desaforo da funcionária debochar de uma pessoa visivelmente de outro país! Se fosse um argentino fazendo isso com um brasileiro logo iam falar que é um povo arrogante…
Em francês “q” também se fala “cu” mas com o som do U diferente (tem que fazer biquinho achatado, bem dificil para brasileiros). E sendo uma pessoa de um outro pais que nao falava uma palavra da lingua eu me sentia humiliada se dessem risada de mim.
Pois é, não havia necessidade de debochar, mas a prestação de serviço no Brasil é péssima mesmo. E, para o brasileiro médio, tudo que difere daquilo que ele conhece costuma ser ridicularizado.
Ahh esse “q” com som de cu do francês tsc tsc…
Uma vez num congresso em que todos os presentes falavam EM FRANCES rolou umas risadas na platéia porque a palestrante estava falando lá sobre a CNPQ mas saiu com som de “cu”… no mínimo tenso! rs
O Papagaio está no pescoço do pirata – Francês também pode ter falsos cognatos traiçoeiros
O engraçado é que a nossa língua é a mais difícil de se aprender. Cada estado usa uma palavra diferente para o mesmo significado. Enfim.
Fiz um curso de dois anos de Espanhol, e confesso que me matei de estudar porque é muito complicado de entender e pronunciar certas palavras. Me dou bem com o inglês. O pior é que existe BM dizendo que Espanhol é muito mais fácil que o Inglês, mas o que eles não sabem é exatamente o que você explicou aqui Sally. Não há necessidade de enfeitar as palavras. O Espanhol é complicado e traiçoeiro. Até hoje não me dou bem com a língua, apesar de eu estar aprimorando. Já com o Inglês eu me dou super bem. É fácil e prático, já o Espanhol ainda me mata.
A conjugação dos verbos em inglês me parece muito mais fácil. Até a estrutura das palavras parece mais simples, geralmente se dá por agluninação, somando duas palavras que já existem e criando uma terceira.
Exato Sally! O Inglês em termos de estrutura é bem mais simples que outras línguas! Só uma coisinha ou outra que eu acho meio complicado na gramática dele mas… é simples de resolver!
Diferenças entre o espanhol da Argentina e da Espanha:
Na Espanha não se fala agarrar e sim coger que na Argentina significa fuder (voy a coger el autobús, coge a la nena que está llorando, espera que me coja la chaqueta)
Saco é só de dormir, o paletó é chaqueta mesmo, aro é pendiente e argola é aro, concha não é um termo grosseiro, é uma concha do mar ou o apelido de quem se chama Concepción, apelido na Espanha é apodo e buceta é coño.
Enojar é enfadar, enojado = enfadado, o resto é igual.
Eu conheço um caso de uma portuguesa que falou pra uma espanhola: Carmen, tienes mucha graça. A espanhola entendeu que tava chamando ela de gorda, pois grasa é gordura, graça é gracia.
Eu achava que coño era caralho…
No portugues de portugal tem a variante cona, por isso o termo coño (pronúncia similar a conho) não me surpreendeu.
cona é buceta ou caralho?
Cona é buceta. Aprendi isso jogando online. O que me mandavam cona da mãe era uma enormidade…A não ser que quisessem chamar de traveco.
cona é buceta, cara Sally.
Eu sempre falei isso! Brasileiro ACHA que fala espanhol! É muita vergolha alheia! Já vi gente pedindo pra tirar uma “fueto”… Terrível!
Concha é buceta em todo lado que se fala espanhol, Sally, não só na argentina… Quer mandar alguém se foder? Mande a “la concha de su madre”, people! hahahahaha…
Ahhh, a palavra “exquisita”… Um dia fiz caipiroska aqui e disseram que tava exquisita… Eu achei meio estranho… Mas aí perguntei o que significava, pq sabia q as coisas podiam ser diferentes, e me explicaram que é pq tava “gostosa”… Tanto é que aqui as meninas falam: “pasó un chico muy exquisito frente a mi”… O gostosão! hehehe…
Ah! E uma palavra que sentí falta no seu texto: Tirar! Tirar não é tirar a roupa, é atirar alguma coisa longe! Portanto, se você vai tirar a roupa em espanhol, vc não vai ficar nú, vai atirar a roupa em algum lugar!
Rato nosso, também pode ser chamado de “rata”…
Tirar é jogar fora na Argentina. Tirar e roupa é quitar.
Falaram aí nos comentários que na espanha concha não significa buceta, que lá buceta é coño. Desconheço, para mim coño era caralho. Pelo visto não sou muito bem informada em baixarias espanholas!
kkkkkkkkk… Eu tmb só ouvi que “coño” é caralho… hahahahaha… Ahhh! E a mania do povo de colocar tudo que termina com “ão” como “ion”… CORACIÓN! AAAAIIII QUE DOR!
ION ou ITO: beijito, garfito, chicletito…
Ahhh, mas aqui no Chile, quando eles sabem que uma pessoa é brasileira, tmb colocam “inho” em tudo! “potinho, dolorzinho, puertinha, guatinha”… ¬¬’
A vingança!
“Fueto” é de lascar…
Sim, “fueto”é de fazer cair o cu da bunda
se liga no que eu achei http://www.kongregate.com/games/rickswah/sus-the-game-brazilian-hospital-simulator
Quero muito abrir isso…
Gente, que tenso!
E se o seu filho quiser catar conchinhas na praia, como ele deve pedir?
Em alguns paises existe o termo CONCHA DEL MAR, em outros chamam ostras ou caracoles
Como não sei falar espanhol, tendo a retorcer para a segunda pessoa do singular (tu) para me fazer entender em uma conversa com uma pessoa que fale espanhol e não português.
Basta falar em portugues de forma lenta, eles costumam entender, ate porque muito.da nossa cultura chega a eles, na.forma de.musica, programas de tv, etc
Torcida – de futebol – em espanhol é “porra”, não?
Embora eu também já tenha visto os termos “hinchada” e “peña”…
Hinchada é o que se usa na argentina
Na Argentina é “hinchada”, se pronuncia “intchada”
Achei! Uma foto de uma tela de TV tirada durante uma reprise da final da Copa de 70 em que a palavra “PORRA” aparece” Taí:
https://pbs.twimg.com/media/EWAMrymXkAI__9Y.jpg
Li num site de fãs dedicado a Chaves & Chapolin que os tradutores e dubladores da versão brasileira tinham que rebolar pra usar termos “equivalentes” na nossa língua e pra fazer com que as piadas que eram engraçadas no original continuassem engraçadas em português. No original, usavam termos estranhíssimos para nós como “torta de jamón”, “pegamento” e “água de Jamaica”… Não me lembro direito das traduções apresentadas naquele site, mas “torta de jamón” teria virado o famoso “sanduíche de presunto” – que no México teria de tudo menos presunto – e “pegamento” seria “cola”…
Muitas piadas se perderam, nao por culpa da dublagem, e sim das diferenças no idioma. Chaves fica bem mais engraçado no idioma original
tipo aquela piada no episódio do gato do kiko, onde eles perguntam “qual animal come com o rabo”? Eu acho que a tradução influenciou sim, já que a piada era cola “rabo” x cola “de grudar” deveriam ter perguntado “qual animal come com a cauda” pois assim ficaria cauda “rabo” x calda “doce”, o que não comprometeria a resposta ” Todos. Porque não podem tirar para comer”.
espero que dê pra entender.
É bem provável…
Eu acho fantástico quando todo mundo vai pra Acapulco e no episódio seguinte estão todos no Guarujá!
Sally, assim como o português do Brasil é diferente do de Portugal e o inglês britânico é diferente do americano, o espanhol da Espanha e o dos países latino-americanos também não são idênticos, certo? Aliás, o espanhol da Argentina seria diferente do espanhol do Uruguai, que por sua vez também seria diferente do do México, por exemplo?
Sim, eles tem suas diferenças, seja na pronuncia, seja em parte do vocabulario.
Por isso que eu amo o Desfavor, vai de um texto sobre cagar nas calças a um curso de espanhol express em menos de uma semana.
desfavor é sobre tudo e sobre nada…
Também gostei, podia ser um curso maior, uma coluna nos ensinando espanhol ou nos colocando ainda mais medo de tentar se expressar nessa língua.
Trabalhei numa multinacional e o chefe era peruano. Quando ele surtava eu recebia e-mails em português, espanhol e inglês numa mesma frase… eu tinha que me virar.
Mas a invejosa periguete (incompetente que dava pro chefe) vinda de Goiânia, que mal sabia o português volta e meia tentava arranhar no inglês e no espanhol… era ridículo… e ela fazia questão de falar em voz alta em conferências para mostrar pra uma filial inteira que ela era analfabeta em vários idiomas, jurando que estava pagando de poliglota.
O foda era quando ela tentava dizer em inglês o ‘tipo assim’ que ela incorporava como vírgula a cada frase em português e vc era obrigado a ouvir, totalmente fora de contexto um ‘like this’ aqui e acolá.
Ensinaria espanhol com o maior prazer para vocês! Nunca imaginei que fosse do interesse dos leitores!
\o/ êba!
Não tem a ver com espanhol, mas me lembrei da história do “pálido-paletó-palito” que meu pai me contou uma vez. Um grupo de executivos da matriz alemã da empresa em que meu pai trabalhava veio pra filial daqui pra passar alguns meses supervisionando um troço de agora não me recordo. Os “chucrutes engravatados”, claro, tiveram que aprender um mínimo de português pra conseguir se comunicar, mas reclamavam que as palavras no nosso idioma eram todas muito parecidas e os confundiam. Pra exemplificar, eles sempre citavam “pálido” passando as costas da mão no rosto como que querendo indicar palidez, “paletó” sacudindo os seus próprios pelos ombros e “palito” fazendo gesto de palitar os dentes. Pra eles, essas palavras soavam como se fosse tudo a mesma coisa…
Pede para um argentino dizer a frase: Cair no poço, não posso”. Poço e Posso saem iguais. Alguns fonemas brasileiro não existem em outros idiomas, o que torna muito difícil aprender a pronunciá-los. Eu mesma penei horrores para tentar falar um português minimamente decente.
Brasileiro também sempre se atrapalha em inglês com o “PULL” e “PUSH” nas portas das lojas, não?
Isso acontece comigo, mas nesse caso acho que é mais uma questão para neurociência: o cérebro está acostumado a puxar quando está escrito “puxe” e ao ver algo foneticamente parecido o primeiro impulso é esse. Ao menos eu me consolo com isso, mas pode ser que seja burrice minha mesmo… hahaha
Eu já vi o contrário, americano se atrapalhando na porta do banco que tinha escrito “PUXE”, não é só a gente.
Menos humilhante…
Que incrível. Comecei recentemente um curso de espanhol, essa foi a primeira aula que tivemos. Isso e tentar pronunciar “jarro vermelho” ou “jarro rojo”, o que é absurdamente difícil pra mim…
Eu prefiro TRAJE ROJO.
A pronúncia do “j” em espanhol é extremamente difícil para brasileiros porque em português não existe esse “som”
A sonoridade parece semelhante ao R forte. É comum o pessoal pronunciar Don Ruan na tentativa de assimilar o termo “Don Juan” em espanhol.
Não parece com R não, é mais sutil
É… Mas tá lotado de locutor e apresentador de TV por aí que carrega no “R” que fica parecendo que os infelizes têm o tal do “bichinho do ranram” (pigarro) na garganta quando falam de Don Juan e Julio Iglesias. Repita pra si mesma em voz alta o famoso trava-língua “o Rato Roeu a Roupa do Rei de Roma” forçando bem o R que você vai entender do que estou falando…
Mas quem faz isso são pessoas de fala hispânica ou brasileiros?
Brasileiros que ACHAM que sabem “hablar” espanhol “muy bien”…
Curioso que dificilmente se vê um argentino, que tem fama de arrogante, mandando ver em um português tosco…
Sally, falando ainda em argentinos, o que significa exatamente as expressões “boludo” e “pelotudo”?
São sinônimos. Literalmente significam uma pessoa com a região escrotal muito grande, mas os termos são usados para definir idiotas, imbecis, babacas.
Traduzindo: ESCROTÃO!
Deu vontade de voltar a estudar espanhol!!
Estude! Tem suas armadilhas, mas no geral é bem similar ao português
Sally, já ouviu falar de uma história que teria acontecido com o Garrincha no Chile durante a Copa de 1962? Sempre me pareceu mais uma das muitas histórias do folclore em torno dele espalhadas pelo Sandro Moreira – de quem ele era inclusive amigo íntimo -, mas vai que…. O “causo”: um repórter de uma rádio chilena teria pedido pro Garrincha encerrar uma entrevista se despedindo dos ouvintes com um “adiós” ao “micrófono”. E o Garrincha teria dito: “Adiós, micrófono”…
Nunca tinha ouvido, mas não duvido nada que seja verdade!
Você podia também ter mencionado o já clássico mico da abertura do Pan de 2007, no Rio. O mexicano Mario Vázquez Raña – presidente da ODEPA (Organização Desportiva Pan-Americana) -, começou seu discurso com “Hoy” (“hoje” em espanhol) e o Maracanã lotado em peso respondeu com um “Oooooooiiiiii”… Lembra?
É verdade… nossa, cheguei a ficar vermelha de vergonha alheia quando isso aconteceu! Hoy não é “oi” gente!
Haha! Cueca-cuela é sacanagem. Coca-Cola deve ser uma palavra entendida até em marte, até porque nem português é.
Pica…imagina o restaurante inteiro olhando, ia por o guardanapo na cara. Essa eu não sabia. Nem da busseta, tasa, tapa, tarado (se bem que nesse caso pode bater sim, tá te xingando de qualquer jeito), entre outras.
Na escola o prof de espanhol disse que não ia ensinar o alfabeto na minha turma porque já tinha dado problema na outra. Depois do Q a aula acabou porque o pessoal não parava de rir. Até fiz curso, mas não achei muito bom não, tinha coisa que ficava na base do adivinhation mesmo. Focavam mais na conversação aí ou a gente falava o que achava que era ou tinha que perguntar ” como se dice….”
Esse da embarazada eu lembro que tinha numa propaganda do CCAA. Tinha outra que o jogador dizia que ia “Matar e chutar a buela”.
Mexer a cadeira…lembrei daquela música “Heloísa mexe a cadeira”.
Sally, podia ter incluído um de seus lugares preferidos, a academia, que em espanhol quer dizer curso, certo?
Ficaram faltando vários que só lembrei depois: CURA é padre, ACADEMIA é curso…
Alto hue nessa!
“O seu saco é sujo quer dizer que o paletó é seu.” Vou usar essa frase como argumento quando tiver que discutir com mais algum teimoso que insistir que espanhol e português são quase a mesma coisa…
Cita o Papa Francisco: português é espanhol mal falado
Essa do “esquisita” – só que com outra grafia em espanhol – como sinônimo de comida excelente eu já conhecia. Há muitos anos, uma paquera de colegial tava fazendo curso de espanhol e um dia usou essa expressão em casa para elogiar o jantar que a mãe tinha feito. Ficou um clima meio estranho na hora – eu nem estava lá – , mas depois ele me contou isso dando risada…
Ops… “ELA me contou isso dando risada”… Foi mals…
Eu tenho a teoria que brasileiros e argentinos se estranham desde sempre não pelo futebol, e sim pelos falsos cognatos. São tantas possibilidades de mal entendidos…
Fica engraçado também desejar um “feliz ano nuevo”, nesse portunhol selvagem. É bom para quem tem hemorroidas. Aliás, os brasileiros com este mal devem estar sofrendo com os médicos cubanos, a lhes perguntar se “le pica?”
É bom alertar aos impopulares que “ano” é ânus e “año” é ano.
Importante demais! Nao falem ANO. Ano é anus!!!
Vixe!!! Eu entao desejei muitos anus novos quando eu estive no méxico esse ano… Que horror!!
Hahahahaha
Mas lá eles precisam, a comida é muito apimentada. :-)
Rs…
Trabalhei um tempo com dezenas de peruanos e, para quebrar o gelo, eles vieram me perguntar o que comíamos no Natal:
– Assamos perus, ora essa. E vocês?
O sujeito fechou a cara e saiu xingando sei lá o quê. Não sei o que ele disse depois ao restante dos peruanos sobre nossa conversa, porque todos eles, homens e mulheres, tentaram me agredir na saída do trabalho.
Um dia depois, (nem) tudo esclarecido (trocamos muitos tapas na saída, antes fossem os aperitivos mesmo), esse mesmo sujeito chegou para mim, do nada, perguntando se eu era surda…Mandei ele se foder. Daí ele pegou a caneta com a mão esquerda para eu entender do que se tratava…Ah, para eles, concha era buceta também, e um xingamento comum quando alguma coisa saía errada era “La concha de tu madre”…
E isso foi só um dos vários micos. Deu trauma de aprender espanhol.
La concha de tu madre é um xingamento muito comum, mas brasileiros não estão preparados para ele. Só de falar da mãe já ficam putos, imagina se meter a buceta da mãe…
acho que ele pensou que era uma piada com o país deles.
Gosto do CUECA CUELA. É batido, mas é um clássico. Mas a melhor besteirada no estilo que já ouvi foi minha irmã que me contou. Ela ouviu um professor da usp recebendo estrangeiros e dizendo ORAS BUELAS!
Eu vi uns brasileiros em Buenos Aires berrando que precisavam telefonar e procurando um OREJÓN
E pra não dizer “orejón” a gente diz o quê, então?
Orelhão é uma gíria, por causa do formato do telefone público brasileiro (que eu nem sei se ainda existe). Você pode pedir por un TELEFONO que eles vão entender perfeitamente. Mesmo telefone eles entendem. Até a simples mímica de colocar a mão como um fone na orelha. Tudo menos “orejón”
Existe sim, apesar de grande parte dos “orelhões”/”payphones” estarem em lástimável estado de conservação. Volta e meia eu vejo um ou outro aqui com o logotipo da Vivo na cobertura.
Mas ainda tem formato de orelhão?
Aham! Aqui em Ribeirão já se chegou a ter cabines telefônicas tipo aquelas de filme americano, só que o custo de manutenção era alto e por isso mesmo acabou se substituindo elas pela tradicional estrutura de metal com a armação em fibra de vidro que caracterizam o típico “orelhão”.
Em muitas partes do pais o orelhao foi substituido por cabines quadradas abertas
Aqui em Campinas fizeram umas cabines pré-fabricadas de concreto…
Deve ser quente pra caralho…
Acho que foi por isso que elas duraram pouco e hoje em dia elas nem são vistas mais por aí…
Duraram pouco? No Rio eu presenciei uns 30 anos de orelhão…
Sally, as cabines pré-fabricadas de concreto é que duraram pouco… Os orelhões velhos de guerra ainda estão por aqui, mas em menor número. Acho que as cabines de concreto eram uma tentativa – não muito bem-sucedida – de modernizar e substituir os orelhões…
Vou passar a reparar, não me lembro de ter visto orelhões por aí…
Putz, pode crer, eu lembro dessa tentativa… Faz muitos anos, não? E não durou muito tempo.
Finalmente achei uma foto de um desenho da tal cabine telefônica pré-fabricada de concreto: http://www.novomilenio.inf.br/santos/lendas/h0287c.jpg
Teve isso em outras cidades também.
Nunca mais vi orelhão no Rio. A Oi Telemerda deve ter tirado. Também nego vive só no celular que até os tels fixos tão indo pro lixo. Eu ja cancelei o meu.
Fato: todo pobre tem celular de última geração
Orejón!!!!!!!!!!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk…
Superou o Cueca-Cuela!!!
Terrível, né?
Acho que todo mundo meio que tem uma falsa impressao que espanhol e fácil e que não precisa se matricular em uma escola de idiomas pra se aperfeiçoar..muito bom Sally!
Isso que voce não entrou na parte de conjugar verbos,que se bem me lembro é a parte mais complexa da lingua espanhola…
Sim, muitos verbos irregulares. E não me pergunte porque, mas as pessoas confundem com palavras em italiano o tempo todo!
Tendo a fazer a confusão inversa. Creio que mais pro centro-sul pese o fato de boa parte ser sim ITALO-BRASILEIROS.
E a do RH ficou surpresa porque tinha colocado como objetivo de aperfeiçoamento os cursos no inglês e no espanhol.
Que aula!! Para reler infinitas vezes! Caso pessoal: momento constrangedor ao falar sobre “pinga” em Cuba… diz-se que é uma das piores formas de chamar o pênis… pior que c@r@lho! Lembrei também da lenda da Pajero… É mesmo punheta???
Sim, é punheta. Mas essa da pinga eu não conhecia…
Quer saber, Lica… Faz sentido.