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Desfavor Explica: Desfavor

| Sally | | 192 comentários em Desfavor Explica: Desfavor

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Muita gente passa pelo Desfavor e fica confusa, não entende a proposta. Então, para esclarecer de vez alguns pontos, decidi fazer um grande Tutorial Desfavor, assim, das próximas vezes em que tiver que prestar algum esclarecimento, apenas corto e colo o link para este texto. Também recomendo que passem este link para os marinheiros de primeira viagem, pois Desfavor não é algo fácil de se entender. Não me refiro ao conteúdo em si, por favor, logo eu que escrevo sobre se cagar nas calças! Falo das piadas internas, das referências, dos recursos de escrita e de todo o grande mecanismo de funcionamento particular. Não somos um blog, somos um mundinho.

Desfavor foi criado para ser impopular. Desfavor foi criado para ser secreto. Não temos redes sociais justamente por isso, o interesse é em não divulgar, em não viralizar. Preferimos “poucos” leitores assíduos e que compactuem com nossa filosofia nerd do que milhões de leitores que só venham aqui porque virou moda. Você não vai ver propaganda do Desfavor em lugar nenhum. E você também não vai ver publicidade dentro do Desfavor, porque publicidade engessa o que podemos dizer e nós não transigimos com isso. Desfavor é sem fins lucrativos, nunca ganhamos um centavo aqui, muito pelo contrário, nos custa dinheiro estar aqui. Somir e eu temos trabalhos paralelos que nos sustentam.

Desfavor não é temático. É sobre tudo. E sobre nada. Porém, temos colunas fixas, cada uma com sua peculiaridade, com uma proposta diferente. E esta proposta não se restringe apenas ao tema, ela também dita o tom da coluna. Se quiser conhecer quais são nossas colunas, basta dar uma lida na nossa Constituição. Em algumas somos mais acolhedores, em outras usamos recursos de escrita que destoam totalmente do que somos.

Leitor novo (que chega aqui por indicação, que fique claro) pode calhar de cair em um dia com uma coluna menos convencional, e achar que somos uns babacas. Justamente por isso temos a Constituição, logo na página inicial, pela qual todos passam obrigatoriamente antes de entrar em texto. Ali está explicada a proposta.

Quem cai em uma coluna mais acolhedora como Desfavor Explica,  também pode ser induzido a erro, achando que este é sempre um lugar culto e altamente educativo. Ambos estão errados. Nós somos tudo. Por momentos damos esporro, falamos sobre assuntos desagradáveis e até mentimos em dias temáticos. Por outros somos humanos, solidários, educativos. Tudo depende do tom da coluna na qual você cair e o tom é sempre proposital e pensado.

Por exemplo, é certo que qualquer texto da coluna Sally Surtada vai ser um texto falando sobre problemas de relacionamento sobre um ponto de vista… surtado. Porque a intenção é essa mesma. É reproduzir o que sente uma mulher quando chega a seu limite de paciência, quando está à beira de um ataque de nervos, quando pinga aquela última gota que transborda o copo de água. Vai ser um texto com palavrões, afinal, quem é que surta e não fala um palavrão?

Isso não quer dizer que eu seja assim o tempo todo. Todos nós temos alguns momentos Sally Surtada na vida. Mas da mesma forma com que escrevo um texto cheio de palavrão, revolta e ofensa voltada a homens, escrevo outras coisas mais acolhedoras e instrutivas. É preciso que o leitor entenda que o Desfavor é de momentos: há momentos para falar sério, há momentos para rir, há momentos para extravasar revolta, há momentos para usar recursos de escrita para dar ênfase a uma mensagem, há momentos para tudo.

Repito: somos tudo. Normal que no meio desse “tudo”, algo não te agrade. O lado bom é que o Desfavor é um grande bufê, você se serve do que você quer. Então, se você quer dar uma chance ao Desfavor, leia a proposta de cada coluna e comece por aquelas com a qual você tem mais afinidade. Duvido que alguém odeie tudo que já foi escrito aqui e duvido que não exista nada que se possa aproveitar nesses cinco anos de conteúdo.

Mas uma coisa você tem que saber sobre a gente: escrevemos bastante. Nossos textos tem por regra quatro páginas, sempre e na maior parte das vezes é até mais. Algumas colunas que são escritas a quatro mãos tem duas páginas do Somir e duas páginas minhas, mas o resultado final sempre são quatro páginas. Não é nossa vontade fazer postagens rápidas, notinhas, pequenos textos. E, independente do assunto tratado, tentamos sempre levar um novo ponto de vista ao leitor. Aquilo que já foi escrito e massificado em outras mídias não ganha espaço no Desfavor, ao menos não com o enfoque tradicional. As quatro páginas são uma forma de selecionar nosso público: quem não gosta de ler, vai passar longe. Quem não gosta de ler não nos interessa.

Sim, nós selecionamos nossos leitores. Isso mesmo, como Desfavor não é ganha-pão de nenhum de nós, é um mundinho que criamos para ter o direito de falarmos o que pensamos, nos permitimos excluir leitores que entendemos não ter o nosso perfil e o formato do Desfavor acaba sendo um filtro, por si só. Vocês, leitores são a família que nós escolhemos. Não fazemos questão de uma nata intelectual, não é isso, mas queremos pessoas que compreendam a proposta do Desfavor e estejam dispostas a aderir. O que vale mais aqui não é o texto e sim o ambiente e as pessoas.

Desfavor é atemporal. Uma postagem de 2009 pode ser muito útil mesmo em 2014. Mas também pode ficar datado, caso em que, apagaremos ou editaremos os textos, afinal, não faz sentido deixar no ar algo que não faz mais sentido ou se provou falso. Por isso, faz parte da dinâmica texto sumir, texto mudar. É necessário para acompanhar a realidade.

E ao contrário dos blogs no geral, não nos incomoda que pessoas comentem nos textos antigos, muito pelo contrário. Cada texto é um universo separado e, acreditem ou não, cada texto tem até um tipo de público específico. No Desfavor Explica sobre gatos, por exemplo, temos nossos leitores mais amáveis e educados. No Flertando com o Desastre sobre matar lagartixas temos um público nervoso, estressado, porque se está ali, é porque está passando por um mau momento. No Desfavor Explica sobre o lado negro da gravidez temos um público bem histérico e agressivo. Enfim, cada texto é um mundo e todos são atemporais. Pode comentar mesmo sendo texto antigo, que, se não for ameaça, eu vou responder.

Somos abertos a sugestões de texto. Claro que isso não quer dizer que necessariamente vamos acatar todas as sugestões. Algumas vezes por não saber o suficiente sobre o tema, outras por achar que não é adequado ao propósito da coluna e outras por achar que tudo sobre o assunto já foi dito. Mas, em qualquer caso, sugestões são sempre bem vindas. Além disso, também aceitamos textos de leitores, que publicamos em uma coluna chamada “Desfavor Convidado”. Publicamos TUDO que não seja contra a lei brasileira, mesmo que não concordemos. Não precisa se preocupar se o seu texto é “bom o bastante”. Não fazemos triagem além do respeito à lei, nem juízo de valor. Isso quer dizer que vamos publicar seu texto, mesmo que a gente discorde dele. Para ser sincera, procuramos nem comentar esse texto para não influenciar. É só mandar que a gente publica, inclusive de forma anônima.

Comentários. Comentários são uma parte fundamental do Desfavor. Em muitos de nossos textos, a melhor parte está justamente nos comentários. No texto se semeia, nos comentários se colhe. A troca de opiniões é enriquecedora, até porque, se a pessoa chegou ao final de quatro páginas de um texto, algum conteúdo ela tem. Não tenha medo de levar um fora ou uma patada nossa, eventualmente pode acontecer, mas isso não quer dizer que você não seja bem vindo. Somos uma família, família se estranha às vezes. Temos um grupo fixo de leitores, muitos dos quais nos acompanham por mais cinco anos (migraram do Orkut para cá) e nos conhecemos bem, temos intimidade, sabemos muito da vida um do outro, mas nem por isso você precisa se sentir um forasteiro e assistir calado. Somos receptivos. Meu pedido é sempre que comentem, porque acho que comentário acrescenta, mesmo quando é ruim. Mas, se você não se sente confortável, não comente. Só saiba que eu gostaria.

Uma coisa que é importante deixar clara é que o Desfavor ser desconhecido é uma opção nossa. É preciso partir dessa premissa para entender nossa filosofia. Odiamos evasão de privacidade, odiamos gente que quer quinze minutos de fama, odiamos selfie. Prezamos pelo anonimato. Exemplos rápidos: para bombar um texto no Google existem fórmulas, como por exemplo negritar palavras chave, usar tags, usar certos termos, certos títulos, certas formatações. Não é que a gente não faça isso, é pior, nós fazemos O CONTRÁRIO. Nós fazemos o Desfavor o menos palatável possível para fins de rankeamento, com a intenção que ele não seja encontrado. Não por ter algo a esconder, mas por não querer quantidade. Queremos que aqui chegue leitor por indicação, que tenha o nosso perfil, com o qual possamos criar uma relação de qualidade.

Outros efeitos colaterais desse apreço pelo anonimato: não relacionamos outros blogs, e por consequência, não somos relacionados. Não permitimos a divulgação de outros blogs e não colocamos títulos fáceis em nossos textos, que indiquem de imediato o assunto que vai ser tratado, são sempre referências. Queremos ser um portal secreto ao qual só se tem acesso só por indicação, uma Maçonaria, só que mais democrática e voltada para propagar conteúdo, fazer pensar, fazer refletir de uma forma que até então a pessoa não tinha encontrado.

Aliás, falando em democracia, é bom que saibam que isso não é uma democracia. Ouvimos e levamos em conta tudo que o leitor fala e não raro atendemos seu pedido, mas, ainda assim, isso não é uma democracia. Não é a vontade da maioria que bate o martelo aqui, somos Somir e eu. Eventualmente submetemos questões que achamos pertinentes a plebiscitos, geralmente através da coluna Ele Disse, Ela Disse, e aí sim nos comprometemos a cumprir o que a maioria decidir. Mas a regra é: isso não é uma democracia. Mas há liberdade de expressão. Nunca, em cinco anos, deixamos de aprovar algum comentário pelo fato de discordar dele. Sim, o fazemos, quando viola a lei, quando expõe a privacidade das pessoas, quando tem conteúdo explícito sensível. Mas por discordar, nunca. Há comentários discordando, nos chamando de burros e nos esculhambando aos montes espalhados pelo blog para comprovar. A única razão pela qual temos comentários moderados é para preservar a salubridade do local.

Por falar em comentários, eu respondo a todos os comentários. Nem sempre foi assim, no começo eu não respondia, mas hoje respondo. Pode ser que amanhã isso mude eu não possa mais responder. Esse é o problema de não monetizar: não temos como dar muitas garantias. Gostaríamos de postar diariamente (já prometemos várias vezes tentar, mas não conseguimos cumprir). Gostaríamos de responder a todos os comentário. Mas às vezes vida, trabalho, família, saúde e outros problemas acontecem.

Desfavor não é um blog, é um mundinho nosso que a gente criou para bater um papo com amigos e reunir pessoas que tenham uma filosofia de vida similar à nossa. Estávamos nos sentindo deslocados, sem pessoas com os mesmos interesses por perto, e resolvemos usar a internet de forma construtiva: reunir pessoas com as quais tenhamos afinidade.

Percebam que o Desfavor, por si só, é uma matriosca de filtros: blog (quem quer ler conteúdo escrito hoje em dia?) com muitas páginas (quem quer ler muito?) sobre temas nerds, difícil de encontrar (pois programado para não ser rankeado pelo Google), sem redes sociais, sem patrocinador, sem anunciar outros blogs, sem fazer permuta. Só chega aqui quem é indicado. Só fica aqui quem é muito nerd.

Desfavor é apolítico. Não por princípios, mas porque na nossa opinião o cenário político do Brasil na atualidade é um lixo e não existe ninguém que nos represente. Falamos mal de alguns políticos, mas jamais com intenções políticas. Nosso partido e o Partido do Estou de Saco Cheio. Não apoiamos ninguém, não fazemos campanha para ninguém. Apenas queremos fiscalizar quem está no poder, qualquer lado que seja,  para que não abuse desse poder.

Desfavor também é um blog ateu, o que não quer dizer que não aceitemos pessoas religiosas. Elas são sim muito bem vindas, desde que respeitem nosso ateísmo. Somos ateus sim, mas aquele ateísmo que é uma escolha, não uma “religião”, pois ateus que tratam o ateísmo como religião erram tanto quanto os religiosos que eles mesmos criticam. Aqui não tem fanatismo. De espécie alguma.

Temos carinho pelo leitor, temos uma relação pessoal se o leitor permitir essa aproximação. Isso fica mais aparente em mim do que no Somir, porque ele é meio morto por dentro, meio insensível. Desenvolvemos verdadeiras relações de amizade e ajudamos nossos leitores naquilo que podemos. Na verdade, ajudamos qualquer pessoa que nos peça ajuda naquilo que podemos. E já ajudamos bastante gente por aqui. Isso me dá o maior orgulho.

Acabamos virando amigos de muitos leitores e conhecendo-os pessoalmente. Por exemplo, a virada deste ano eu passei na casa de uma grande amiga que conheci por ser leitora do Desfavor. Se você se identifica com o Desfavor, é provável que faça bons amigos por aqui. E se por um acaso não entender uma piada, uma citação, uma imagem, um recurso de escrita ou uma referência, pode perguntar que a gente responde. Desfavor é cheio de piada interna e quem acaba de chegar pode ficar meio perdido.

Por mais que muitos não acreditem, não é e nunca foi nossa intenção ofender aqui. Sim, eventualmente a gente pode acabar ofendendo alguém, porque nem sempre a pessoa entende a intenção. Aconteceu? Deixa um comentário. A gente vai responder. A gente vai se explicar. E se, ainda assim, a pessoa continuar a se sentir ofendida, não temos qualquer problema em tirar o texto do ar, afinal, a intenção nunca foi ofender, e, se ofendemos, obviamente falhamos.

Eventualmente usamos um tom mais agressivo, principalmente em dias temáticos, onde temos que falar sobre coisas que já foram muito faladas e a forma convencional seria chover no molhado, mas não de forma gratuita e sim como recurso. Não temos a intenção de destruir a vida de ninguém e você nunca verá nossos leitores em bando detonando uma pessoa nos comentários, não fazemos covardias. Não endossamos covardias.

O que é discutido no Desfavor, fica no Desfavor. Por favor não leve nada daqui para redes sociais. É nosso mundo e nele falamos o que queremos, mas não vamos na “casa” dos outros importunar ninguém. Nós queremos apenas atrair pessoas que pensem como a gente: que saiam de extremos, que queiram exercitar criatividade e que possam falar sobre tudo.

Para dizer que o texto foi chato porque você é leitor antigo e já sabia de tudo isso, para me testar e me xingar bastante só para ver se eu sou hipócrita e recuso seu comentário ou ainda para me testar deixando algo criminoso (não será aprovado): sally@desfavor.com

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