
Síndrome de Burnout
| Sally | Desfavor Explica | 42 comentários em Síndrome de Burnout
Esgotamento físico e mental, muitas vezes sem uma razão aparente. Cansaço, sono excessivo, noites mal dormidas, insônia. Sensação de constante peso nos ombros, dor de cabeça e mal estar. Fadiga, apatia, perda do poder de concentração. Pessimismo, desânimo, baixa autoestima. Dores musculares na região do ombro costas e pescoço. Alterações de humor. Distúrbios do sono e gastrointestinais. Descaso com suas necessidades pessoais. Negação. Tremores, falta de ar, ansiedade. Reconheceu vários destes sintomas? Pois bem, eles podem ser um sinal que seu corpo percebeu o que você ainda não conseguiu admitir:seu trabalho está te deixando doente. Desfavor explica: Síndrome de Burnout.
A Síndrome de Burnout existe faz tempo, mas foi dado um nome a este conjunto de sintomas recentemente, na década de 70. Ela é, basicamente, todo o esgotamento físico e mental que decorra de um trabalho. Pode ser fruto de um trabalho exaustivo, como o de um soldado em uma guerra, mas também pode vir da infelicidade no local de trabalho, descontentamento com suas funções, estresse oriundo de um meio abusivo ou até mesmo da falta de descanso necessária, seja ela descanso semanal ou longos períodos sem férias.
Estima-se que no Brasil cerca de 30% da população sofra da Síndrome de Burnout. A maior parte nem desconfia que ela exista e por isso muitas vezes perde tempo em consultórios médicos buscando causas físicos para seu esgotamento. É como se ao entrar no seu local de trabalho alguém drenasse sua energia e o tempo que você passa ali dentro te consumisse, mesmo que você literalmente enrole e não faça nada durante seu dia de trabalho. Quem volta para casa é uma pessoa esgotada, fadigada e quase inútil para todo o resto das atividades no final do dia.
Os sintomas começam de forma leve, bem subjetivos: mero cansaço, impaciência, raras falhas de memória, desânimo, sono em excesso. Todos juntos ou apenas um deles, ou até mesmo nenhum deles, em vez destes, outros sintomas que indiquem estafa. Difícil catalogar, cada organismo reage de um jeito ao estresse. O caso é que pela subjetividade dos sintomas muitas vezes eles são ignorados. Todo mundo sabe o rol fechado de sintomas de um resfriado ou de dengue e isso facilita que a pessoa se perceba doente. Na Síndrome de Burnout é preciso ser um bom observador do corpo para detectar o que está errado e o denominador em comum: o estresse no trabalho.
E entendam por estresse no trabalho uma atividade que signifique algum tipo de violência para quem a pratica, não é necessário um chefe abusivo ou um trabalho com risco de morte para causar estresse em alguém. Com o passar dos anos, fomos nos conformando que nem sempre dá para fazer o que se gosta e, em nome disso, nos sujeitamos cada vez mais a violências no local de trabalho, em nome de uma suposta falta de opção. O simples fato de acordar todos os dias e ter que sair de casa para fazer algo que você não gosta pode sim detonar sua saúde, dependendo da forma como você lida com isso.
A literatura médica diz que as principais vítimas da Síndrome de Burnout são médicos, enfermeiros, professores, policiais, agentes penitenciários e bombeiros. Mas esse é um estudo clássico, feito em um tempo onde estas eram as profissões onde havia o maior índice de estresse. Talvez em dez anos exista uma nova pesquisa mostrando que, chutemos, mais da metade da população sofre de Burnout independente da profissão. Tem muito chefe por aí que é pior do que ver paciente morrendo todos os dias. Tem muita gente se violentando e fazendo o que não gosta para conseguir pagar as contas. A tendência é que esse número de fato aumente.
Em um primeiro momento, esta Síndrome pode ser revertida ou ao menos contida de forma postural: uma terapia pode ajudar a pessoa a tentar encarar seu trabalho por outro ângulo que não a violente ou desmotive a ponto de ver isso refletido no seu organismo. Porém, de um certo ponto em diante, quando o grau de estresse é tamanho que já se podem sentir danos ao organismo, não há mais força de vontade ou pensamento positivo que ajudem. É preciso se afastar daquilo para se desintoxicar. Quando a mente ignora o corpo, o corpo se vinga e ignora a mente: chegará um ponto onde você não vai conseguir ir trabalhar mesmo que queira se forçar a isso.
Isso ocorre porque o estresse constante estimula a produção de hormônios nocivos ao organismo, como cortisol e outros, que começam a minar a saúde da pessoa. Lembrando sempre que o estresse não necessariamente vem de agressões ou desrespeito, tanto que já se fala na versão Mommy Burnout, onde mulheres que não estavam emocionalmente preparadas para lidar com o desgaste que é um filho pequeno sofrem de um esgotamento por não conseguir lidar com a situação, que as pega de surpresa pelo grau de exigências. Em todos os casos, quando o psicológico chega ao ponto de gerar um desequilíbrio bioquímico, o uso de medicamentos pode ser indicado.
Terapia sem medicamentos, ok, pode ser. Medicamentos sem terapia, jamais. Nem para Burnout, nem para qualquer outra condição, pois o psicológico está inseparavelmente ligado. É como se tocasse um alarme contra incêndio e a pessoa em vez de apagar o fogo desligasse apenas o alarme. O fogo vai continuar lá queimando e o estrago será maior, pois ninguém estará ciente da extensão dos danos. A primeira providência é terapia, sempre. A segunda é remédio. Remédio não trata, remédio é uma muleta que permite que a pessoa se mantenha de pé enquanto ela se trata na terapia.
A grande questão é como saber se você tem a Síndrome de Burnout. Qualquer doença que dependa de um diagnóstico clínico virou um tormento nos tempos atuais, onde os médicos mal olham para a cara dos pacientes e preferem prescrever remédios para se livrar do problema. Passamos mais tempo na sala de espera aguardando atendimento do que na consulta, sendo ouvidos. Para piorar a situação, existem muitas outras doenças com sintomas similares. Existem inclusive combinações que potencializam ou distorcem a Síndrome de Burnout, por exemplo, frequentemente associada à Síndrome do Edifício Doente.
Para ter um diagnóstico preciso, é fundamental procurar um bom médico. Entretanto, isso implica em dois fatores que nem sempre temos: sorte e dinheiro. Por isso, depois de ver o nível em que anda a medicina brasileira, contrariando tudo aquilo em que sempre acreditei e sempre preguei, eu sugiro que se você desconfia estar sofrendo de Burnout, se observe e procure se diagnosticar. Se você for minimamente esclarecido, tem mais chances de acertar do que um médico qualquer. Existem testes indicadores, que como o nome diz, são meros indicadores e não uma sentença definitiva, como por exemplo a Escala Likert. Podem ser um bom começo. Leia a respeito, se informe e se observe.
O grande diferencial estará na relação dos sintomas com o trabalho. Você se atrasa cronicamente para chegar ao trabalho mesmo tentando chegar na hora? Você sai do trabalho esgotado sem razão aparente? Comece a se fazer perguntas. Muitas vezes a pessoa está extremamente infeliz no seu trabalho, mas por precisar dele, não se permite perceber o mal que aquilo está lhe fazendo, já que acredita não ter a opção de sair. Sempre existe uma opção, por mais que seja a longo prazo, por mais que demore, por mais que qualquer coisa. Sempre existe uma opção.
Além de terapia e eventuais medicamentos (temporários, que fique claro), existem outras formas de atenuar o Burnout e melhorar a qualidade de vida da pessoa, enquanto ela não consegue fazer a transição do trabalho em que se encontra para outro menos sofrido. A primeira é admitir para si mesmo que o problema existe e se mexer para sair dele. Sim, apenas isso. Admitir o problema tira um grande peso das costas.
Evitar fugas, escapes e anestésicos como bebidas, medicamentos ou drogas usados com a intenção de atenuar o sofrimento também éum passo indispensável. Não permita que uma situação nociva fique tolerável. Uma vez traçado um plano para solucionar o problema, ou ao menos admitindo-o, mais recursos podem ser utilizados para atenuar o sofrimento nessa transição. Prática regular de atividade física é a principal forma natural de combater os hormônios relacionados ao estresse, que reduzem após exercícios, dando lugar a hormônios que geram sensação de bem estar. Uma boa noite de sono também é fundamental. Alimentação balanceada, uma rotina de sono suficiente também ajudam muito.
Caso a pessoa insista em negar para si mesma o que seu corpo está tentando lhe dizer, começa um efeito bola de neve. O estresse mina o sistema imunológico e o corpo começa a adoecer. Pode ser ostensivo, na forma de vários resfriados, conjuntivites e outras doenças oportunistas, ou, pior, pode ser silencioso na forma de uma doença avassaladora que, quando dá as caras, nem sempre é tratável.
O resultado final pode ser trágico: infarto, derrame e outras consequências sérias que podem levar à morte. É esta a resposta que eu dou para quem diz que não pode largar seu trabalho: e morrer, você pode?
Sempre se pode largar o seu trabalho, mesmo que para isso se demore anos alimentando um Plano B que um dia te permita se desvencilhar daquilo que te faz mal. O grande problema é que a pessoa com Síndrome de Burnout frequentemente já não tem forças para reagir, precisa que alguém lhe dê um “sacode”. Não raro são pessoas com filho para criar, que ainda assim, continuam a detonar a própria saúde em estado de negação, achando que o principal para aquele filho é o dinheiro. O principal para um filho é um pai e/ou uma mãe vivos.
Síndrome de Burnout existe, é uma realidade catalogada e classificada no Grupo V da CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) e, como qualquer doença, precisa de tratamento. Qualquer que seja ele: se afastar do que causa a doença, aprender a lidar de outra forma com isso, procurar ajuda, não importa a atitude ou as tentativas necessárias, certamente não é na inércia que se resolve o problema. Se você acredita sofrer de Síndrome de Burnout, faça-se um favor: saia da inércia HOJE. Qualquer coisa: macumba, terapia regressiva, cirurgia espiritual, psicanálise, orações. QUALQUER COISA, o primeiro passo é o mais difícil de dar, por isso, vale tudo para quebrar a inércia.
Síndrome de Burnout é real e pode matar. Por mais que muita gente (arrogante) pense o contrário, não é possível se acostumar a viver assim, um dia essa conta chega e o preço é quase sempre impossível de pagar se você demorar a confrontar o problema. Palavra de quem já teve.
Você sabe onde você vai estar daqui a dez anos? E daqui a quinze anos? E daqui a vinte anos? Eu sei. Você vai estar dentro do seu corpo. Portanto, não seja filho da puta com você mesmo e com as pessoas que te cercam e gostam de você: cuide bem dele.
Os sintomas que você citou, TODOS, todos, sem exceção eu tive nesses anos de escravidão no hospício chamado Call Center!
Quando você saiu, os sintomas passaram?
A psicóloga sugeriu que eu ficasse afastado desse ramo por uns tempos. Hoje não tenho mais tais sintomas.
Quase fiquei louco trabalhando como operador de telemarketing durantes uns três anos. Quer dizer, fiquei um pouco se que lado sim. Sally, ficar sentado por mais de 6 horas por dia era um problema, não uma vantagem.
Mas não pelo ficar sentado em si, né? Pelo que você fazia quando estava sentado. Ou não?
Pelos dois motivos. Minha bacia, esta sim, permanece afetada. Então, alem da estafa, tinha que suportar dores terríveis! Foi foda!
Sally acabei de ler seu texto. Já faz tempo que acredito que tenha essa síndrome.
Sofro muito aos domingos à noite, só consigo dormir bem as sextas e sábados, tenho sudorese noturna às vezes chegando a ter que trocar a roupa de cama. Uma falta de vontade, irritabilidade , falta de perspectiva nem vontade de viver . Zero de produtividade. Enxaqueca. Trabalho no negócio de família e não vejo meio de sair. To desgastada e sem férias desde 2010. Em 2014 viajei com a família por 7 dias com o telefone sempre ligado. Trabalho com meu marido. Então não desligo nunca. Faço yoga, tomei Prozac mas parei pois fiquei pior. acredito que eu saiba o que fazer mas não tenho forças para isso e quando começo eu paro.
Será que é mesmo burnout?
Cissa, pode ser sim. Se você não tem forças, procure se fortalecer. Faça uma terapia. Talvez jogar tudo para o alto não seja a única solução, talvez você consiga lidar com as coisas de outra forma. Quando temos coisas na vida que gostaríamos de mudar e não conseguimos, terapia pode ajudar. Você não merece viver assim!
Nossa, Sally! Acho q devo estar com essa síndrome! Eu enrolo o dia todo no trabalho, e mesmo assim não vejo a hora de ir embora… Tenho sono e dores o dia todo e me estresso rapidamente com coisas pequenas… Mas, mesmo sem saber se tenho isso ou não, já fiz um grande favor à mim mesma: Pedi as contas! Agora é esperar acabar janeiro e fevereiro e tchau!!!
O engraçado, é q realmente são a soma de pequenas coisas q nos vão levando a esse nível extremo de estresse… Não vejo a hra de sair daqui!
Você está infeliz no seu trabalho?
Nossa, demais!!! Tenho vontade de mandar meu chefe a merda a cada 5 minutos!
Começa a procurar outra coisa, não é bom para você viver assim…
Já tô procurando! Não aguentei, pedi as contas, mas trabalho até o fim de fevereiro, mas já tô buscando outro! Sem trabalho não fico, nem q demore um pouco pra achar, prefiro ficar meio sem grana q viver depressiva por causa de trabalho ruim…
Faz muito bem
Interessante ler sobre isto hoje, comecei a pesquisar sobre este assunto ha tres meses, quando fui diagnosticada pela psicologa da empresa c esta sindrome adquirida por stress, trabalho exaustivo, desvalorizacao profissional, questoes pessoais e longo periodo sem ferias. Senti todos os sintomas relatados, inclusive crises de choro constantes, e mesmo tomando remedio sem pausa, tive escapes menstruais. Conclusao, um dia simplesmente surtei, disse q nao ia mais voltar p la e a psicologa m arrumou um atestado MEDICO,pois ela nao podia por conta da empresa, que constava diarreia, e orientou ao meu chefe q adiantasse minhas ferias. Ele adiantou p dezembro, e desde entao, procuro outro lugar p trabalhar. Ah, no primeiro dia das ferias fui acometida de infecçao renal, q segundo a medica, esta relacionada ao q passei nestes ultimos meses.
Férias não resolvem. Quando a pessoa volta, todos os sintomas voltam junto… Procura outra coisa sim.
Interessante que essa síndrome pode ser facilmente confundida com depressão, ou ao menos um estágio dela. Confesso que recentemente, na pós-graduação passei por um quadro depressivo com sintomas bem parecidos com o da síndrome: Cansaço excessivo, sensação de esgotamento, vontade de nada, e aquela empolgação pela pesquisa, sabe? Parece temporariamente ter sumido. Tenso do mesmo modo passar por isso.
Mas foi por excesso de trabalho?
Sim, mas não só. Excesso de leituras, coisas pra entregar a prazos absurdos, ter que escrever com urgência coisas novas, ter que espremer meu cérebro pra isso… Mas isso são coisas comuns de uma pós, a causa mesmo foi um mix disso, problemas de família, falta de perspectivas na carreira, falta de dinheiro, e ainda estar sem bolsa e num empreguinho assim mahomeno mas que também era puxado.
Acho que um dos passos pra tentar resolver a questão do stress e cansaço no trabalho é procurar um emprego, ou até mesmo uma função ou cargo mais próximo do que você gosta de fazer. Algo mais relacionado ao que você tem mais afinidade. Por exemplo, se você não gosta de trabalhar com público, evitar departamentos como vendas. Às vezes, pedir pra mudar de setor dentro da mesma empresa pode ajudar você a se estressar menos no trabalho. E, quem sabe, não fica mais fácil de atingir um estado de fluxo fazendo o que se gosta, não é?
A propósito, li o texto sobre estado de fluxo, e sim, ajuda muito. Melhora o rendimento e não me sinto mais tão exausto quando atinjo determinado grau de foco na função.
Estado de fluxo torna o trabalho leve, imperceptível. É maravilhoso.
Eu tive uma estafa há alguns anos que resultou em um mês na UTI. Desenganaram minha esposa e família, mas tive sorte e consegui sair do hospital. Quando saí falei pra mim mesmo que nunca mais eu ia deixar acontecer isso comigo. Tirei um sabático fora do país, reciclei minha cabeça e botei as coisas no lugar. Esse texto da Sally não é só real, é de utilidade pública.
A gente sempre acha que dá para esticar a corda um pouquinho mais, até que a corda arrebenta.
Engraçado que no final de minha graduação tive um piri paque que começou com uma enxaqueca que também resultou num misto sabatico de tapa na cara de terapeuta + terapia de sono, já que o terapeuta veio me perguntar, “Ge, tem quanto tempo que tu não dorme? Mas dormir mesmo, pra valer, 8hs por dia?”
Ok que também tive lá uma parcela de culpa, pois sempre fui exigente demais, perfeccionista demais com tudo, daí…
Sabe o que é mais engraçado nessa história? É que a gente se ilude achando que o stress vai diminuir depois da graduação, na pós. E na pós a gente acha que quando acabar o mestrado melhora. E depois quando acabar o doutorado. E depois quando acabar o pós-doc. E depois quando passar num concurso. Passei por todas as fases, hoje sou chefe de um grupo de pesquisa com mais de 20 pessoas com tudo dando mais ou menos certo, e a carga e o stress só aumentou no percurso. A única coisa que diminuiu o stress foi a minha mudança de mentalidade, depois que eu quase morri (de verdade). Mas não recomendo experiencia de quase morte pra ninguém. Melhor se encontrar antes.
Para fazer meu comentario mais util, acho importante dizer que o que me tirou da merda foi terapia, meditacao e atividades novas (musica e teatro). Nao foi remedio.
Hmm bom saber, Fernando. Bom, de música e teatro estou bem servido, quase todo final de semana saio pra alguma coisa. Aqui em Curitiba o negócio não para e eu sempre brinco que aqui é o contrário, tenho que me segurar pra não sair de casa haha pq se não…
Tem uma diferenca importante entre assistir e participar. Pra lidar com stress é mais importante se engajar numa atividade artistica do que participar, no meu caso foi aprender a tocar um instrumento e entrar para um grupo de teatro. Pra mim funcionou por que enquanto eu fazia essas coisas me desligava do stress, ou seja, não ficava pensando no meu trabalho, no dos alunos, nas aulas, nas bancas, nos dead lines das agencias, revistas, etc.
Acho que seu comentário vai ajudar muita gente.
É porque não estudaram os operadores de telemarketing, senão ia ta lá no topo da lista também. Tipo de profissional que pode tratar Burnout seria psiquiatra ou neurologista?
Se precisar de remédio, psiquiatra. Mas remédio não trata, o que trata é terapia. Olhe pelo lado bom: ao menos você trabalha sentado. Tem gente que trata com público e ainda por cima ttrabalha de pé o dia todo…
O problema é que, assim como a internet, o telefone encoraja as pessoas a terem um comportamento muito agressivo, mais até do que teriam se estivessem frente à frente com aquela pessoa.
Mas… você se importa com o que dizem? Se sim, certamente tem que mudar de trabalho…
Logo que possível irei fazer isso.
O problema não é apenas ouvir o que é dito pelo cliente, embora admito que atender o Brasileiro médio é uma merda.
É a rotina da profissão na maioria das empresas.
Salário muito baixo, pouca (ou nenhuma valorização da mão de obra), demanda abusiva de trabalho e etc.
Você está fazendo algo para sair dessa situação?
Tentando terminar meus estudos, um pouco tarde talvez, mas estou na luta.
Se não me engano, os novos estudos apontam operadores de telemarketing como campeões de Burnout! É desumano… Desumano a ponto dos médicos do trabalho contratados pelas empresas encaminharem com frequência os funcionários pra pronto atendimentos, porque eles não podem dar atestado e aquelas pessoas estão doentes!
Em relação aos médicos, a mesma pesquisa mostra os médicos da porta do SUS (pronto atendimentos e centros de saúde) nas primeiras posições. Nem tanto pela questão de ver pacientes morrendo, mas pela sobrecarga de trabalho e sentimento de desvalorização…
(E MUITO longe de mim querer dizer que todo médico da porta é um coitado incompreendido, porque uma grande parte é ruim mesmo, um bando de incompetentes! Mas a maioria é boa, mas está doente e está “seguindo o bonde”… fico bem triste…)
Achava que os médicos campeões eram os que trabalhavam em UTI!
E essa sua decepção generalizada com a Medicina? Aconteceu algo sério ou foi um somatório de infinitas pequenas frustrações com médicos e mais médicos incompetentes?
Não se resume a uma experiência pessoal e sim à observação de muitos casos durante décadas
Não conhecia a síndrome… Importante conhecer. Mas, olha, vivemos em uma realidade tão opressora que dificilmente alguém não é frustrado com a própria profissão ou com o salário de fome que recebe… Pensei em todos os meus conhecidos e posso apontar apenas 2 que estão realmente satisfeitos com seus trabalhos.
E o que você disse sobre sempre haver uma opção é muito bonito, muito estimulante… Mas… Será mesmo? Mesmo? Pra todos? Nesta crise?
Tem gente que consegue se blindar e não se afeta pelo trabalho, muito pelo contrário, caga solenemente, mesmo que seja frustrante.
Eu acredito que sempre exista uma opção, não fácil, não imediata (pode demorar anos para construir. Não existe ninguém condenado a ficar estático onde está.