
Músicas ruins que grudam.
| Sally | Desfavor Explica | 64 comentários em Músicas ruins que grudam.
Tudo começou quando passei uma semana inteira com a maldita música “Evidências” na cabeça. Quem já ficou com uma música ruim na cabeça sabe o inferno que é: o constante esforço para não cantar em público, de modo a não se queimar ou comprometer sua credibilidade profissional. Você contrataria os serviços de uma pessoa que passa pelos corredores cantando “Eu precisooooaceitaaaar que não dáááámaaaaais, pra separar as noooossasvidaaaaas…”? Não, né? Nem eu. Do limão fiz uma limonada e este episódio me inspirou a escrever o texto de hoje: Desfavor Explica: Músicas Ruins Que Grudam.
Acho que deve ser um consenso que músicas ruins grudam na nossa cabeça, eu não sou tão maluca assim, isso acontece com mais gente. Quando pior a música, mais pobre, humilhante, brega e simplória, mais ela fica na cabeça. Ouso dizer que algumas músicas são consenso nacional e um significativo grupo de pessoas já ficou com elas grudadas na cabeça, e Evidências me parece uma delas. Sério, Evidências tinha que ser o hino nacional do Brasil, os estádioscantariam cada trecho sem errar a letra e aos berros, com emoção.
Este fenômeno humilhante tem até nome: “earworm”, que traduzido significa algo como “verme de ouvido”. Sim, a música se instala como um parasita nos seus ouvidos e monta acampamento lá. Pouco se sabe sobre esta praga, mas já se descobriu que mulheres são mais suscetíveis a esse fenômeno. Pesquisei bastante sobre essa desgraça e, apesar do ser humano não saber muito sobre o assunto, acho que encontrei informações úteis.
Há um consenso que o principal estopim para um earworm se instalar é a cabeça vazia. Por algum bug cerebral, quando estamos com a cabeça desocupada, o cérebro preenche esse espaço de forma misteriosa com a música ruim, causando um desejo incontrolável de pensar nela ou cantá-la.Um estudo ainda em andamento está obtendo resultados que indicam que não apenas cabeças vazias, como também pessoas estressadas e cansadas tendem a abrir uma brecha para a entrada de earworms. Ainda não foi concluído, mas tudo leva a crer que esta teoria será confirmada.
Uma universidade japonesa resolveu mensurar a incidência dos “earworms” e descobriu que, em média, as pessoas pegam ao menos um por semana. Pode durar alguns minutos, algumas horas ou dias. Também foi estudado o estopim que faz o earworm surgir. Basicamente, costumam ser três fatores que podem aparecer juntos ou separados: 1) A já falada cabeça vazia (pessoas muito ocupadas ou imersas em uma tarefa ficam imunes ao earworm), tanto é que ele geralmente nasce quando não estamos focados em algo, por exemplo, andando na rua ou tomando banho ; 2) Excesso de exposição, se foi uma música muito tocada em alguma época, massificada ou se recentemente você a ouviu (ou leu uma postagem sobre isso no Desfavor, foi mal) é possível que desencadeie o processo e 3) A Letra, é provável que a letra da música tenha a ver com algo que está acontecendo na sua vida ou seja associada a algo. Há até quem diga que é nosso inconsciente que se encarrega de fixar a música ali para mandar um recado a você, teimoso, que insiste em não ver o ou negar algo.
Mas, por qual motivo sempre é uma música ruim? Estudos mostram que músicas simples, repetitivas e que tenham mudanças inesperadas são as favoritas do cérebro. Se pensarmos em “Evidências”, veremos que ela preenche esses requisitos. É uma música simplória, cuja primeira parte se repete exaustivamente de forma lenta e, depois do “eu preciso aceitar que não dá mais para separar as nossas vidas” há uma mudança inesperada, muda o tom, a cadência é até o conteúdo da letra (sai da declaração implícita para a declaração rasgada), a partir do “e nessa loucura, de dizer que não te quero”, partindo para uma nova parte igualmente repetitiva e medíocre. Assim, a música se alterna, preenchendo todos os requisitos.
Vamos pegar outra música ruim: “Rebolation”, que aderiu à mente de milhões alguns carnavais atrás: “Mão na cabeça que vai começaaaaaar…”. Música medíocre, letra banal e mudança inesperada. Uma parte cantada mais rápida, outra parte cantada mais lenta, se alternando e causando cócegas em nossos pobres cérebros bugados. Aliás, se você parar para pensar, verá que quase todos os axés e os sertanejos tem estas propriedades. Músicas internacionais também se valem desta armadilha, vou citar um exemplo descarado: “Total eclipse totheheart”. Começa de leve com um discreto “turnaround, Everynowandthen, I get a little bit lonely…” e vai em uma crescente tamanha que você termina a música aos berros, rasgando as roupas e puxando os cabelos, a partir do “Everynowandthen, I fall apart”.
Existem mestres em produzir (ou copiar) earworms, como o Latino, por exemplo. “Hoooje é feeeesta, lá no meu apê…”. Pronto, fodeu. Este filho duma puta do Latino só faz/copia música chiclete, desde os primórdios: “Me leva”, “Só você”, “Festa no apê”, “Renata”, “Umazinha”, “Kuduro”, “Amante profissional” e tantas outroshediondezas que já conhecemos. Latino deveria ser alçado ao posto de doença venérea de ouvido. No mercado internacional, merece menção Bon Jovi. Sem sacanagem, eu poderia citar mais de 20 músicas aqui, mas acho que a que melhor ilustra essa canalhice é “Livin´ On a Prayer”. Você começa cantarolando baixinho, dignamente “Tommy usedtoworkonthedocks…” e do nada, a música surta. Quando você vê, está ajoelhado, olhando para cima, de braços abertos gritando “Oh, we’rehalfwaythere…”.
Existe uma teoria de que isso seria um traço evolutivo: durante milhões de anos o ser humano médio não dispunha de escrita em larga escala, então, para passar adiante o conhecimento utilizava recursos como histórias e música. Cantigas que advertiam sobre perigos ou ensinavam lições valiosas. Não raro vemos hoje pessoas que tem mais facilidade de aprender informações cantadas, é um recurso muito comum em cursinhos pré-vestibular. Fato é que determinadas combinações de acordes e letras, que tenham as características já citadas ativam um mecanismo chamado “memória involuntária” no cérebro, que faz com que fixemos a música e que ela fique em looping na nossa cabeça.
Então, os requisitos para que estejamos propensos a earworma são: cabeça vazia, ouvir a música e/ou que a melodia ou a letra tenham algum significado especial naquele momento. Já os requisitos para queuma música se torne um earworm são: melodia simples, letra simples e mudança repentina na música. Mas calma, também há uma listinha de coisa que você pode fazer para tentar se livrar dessa praga: ocupar a cabeça, tentar colocar outro earworm no lugar ou ouvir a maltida música até promover um exorcismo musical e ela sair da sua cabeça.
Pois é, infelizmente não existe “cura” para o earworm, como ele vem, ele vai. Mas existem alguns truques que podem facilitar sua vida e encurtar o tempo que ele ficará grudado no seu cérebro, truques que a maioria de nós já descobriu meio que instintivamente.
Nesta semana do capeta onde fiquei cantando “Evidências”, também fiquei reclamando a respeito. Nossa queridíssima Lindamàr me deu um conselho sábio: “Fio de Cabelo”. Na mesma hora em que ela disse isso, “Fio de cabelo” substituiu “Evidências” na minha cabeça. Continua sendo humilhante? Sim, continua. Mas ao substituir uma música por outra, o earworm perde a força e vai embora mais rápido, ou seja, é provável que “Fio de cabelo” fique menos tempo na minha cabeça do que “Evidências” teria ficado: “E hooooje o que encontrei medeeeeeixou mais triste, um pedaaaaacinho dela que existeeee…”. Desculpa.
Então, substituir uma música ruim pela outra continua te deixando viciado, mas tira a força do earworm, é provável que no mesmo dia você se livre dele. Outra dica é ouvir a música à exaustão, até seu cérebro cansar dela. É como se você dessensibilizasse o cérebro, anulando o efeito do earworm. Muita gente faz isso instintivamente. Outra diga é se submeter a qualquer desafio intelectual que te prenda e chame sua atenção. A pessoa cognitivamente engajada mata seu earworm, pode ser uma coisa simples, como fazer palavras cruzadas ou qualquer outra atividade que represente um desafio e mantenha sua mente ocupada. Cada uma destas 3 opções funciona melhor para uma pessoa, teste e veja qual te ajuda mais com o eraworm.
Obviamente o fenômeno do earworm já é conhecido mundialmente e é claro que ele é explorado. Artistas e gravadoras já aprenderam o que faz cócegas no cérebro das pessoas e, voluntariamente, aprimoram técnicas e estudos para criar earworms cada vez mais grudentos. Há boatos não confirmados que “Poker face” da Lady Gaga nasceu milimetricamente pensado para ser um earworm, com a combinação mais grudenta que a ciência pôde desenhar. Some-se à isso a massificação da música, tocando em rádios, boates, festas e até em elevadores e pronto, temos uma epidemia.
Os publicitários também usam este recurso. Quem não lembra: “Poneis malditos, pôneis malditos…”. Jingles são earworms com mensagens publicitárias. Às vezes eles criam melodia e letra do zeros, às vezes pegam um earworm já existente e apenas adaptam a letra. E sim, consegue aumentar as vendas de um produto com isso, os pôneis malditos, por exemplo, deram um baita resultado.
Pelo visto, earworms são coisas da vida. Temos que aprender a lidar com eles. Ficam as dicas sobre como se livrar e também uma constatação: nunca julguem uma pessoa por ela estar cantando uma música merda, pode ser apenas um bug cerebral temporário.
Para xingar muito na internet por eu ter te deixado com alguma dessas músicas na cabeça, para contar quais são seus earworms mais recorrentes ou ainda para deixar um trechinho de alguma música earworm e sacanear todo mundo que vai ler: deixe seu comentário.
“Andou na prancha cuidado que o tubarão vai te pegar tã tã tã tã tã tã…olha a onda olha a onda pã pã”
Os comentários fizeram me lembrar deste maldito verme de ouvido.
Agora eu ficarei com ele durante a semana… HAHAHAHAHA
https://www.ahnegao.com.br/wp-content/uploads/2020/05/imsgens-26.jpg
– Meus dois mais novos earworms, ambos portugueses:
“O FILHO DO RECLUSO” (ou “reculuso” como o moleque parece dizer), de Júlio Miguel & Leninha:
https://www.youtube.com/watch?v=0H8DVuETncc
“PUTA MERDA, VIDA, CAGALHÕES” (sim, o nome da música é esse mesmo! e repetido no refrão!), de Nel Monteiro:
https://www.youtube.com/watch?v=LGGxsRej-lg
* Perdão, o nome da segunda música é “PUTA VIDA, MERDA, CAGALHÕES”. Graaaaaaande diferença, né?
Tava tocando “Deu Onda” na TV e eu fui dormir com a música na cabeça. Nossa não aguento mais ouvir Marília Mendonça e essas cantoras que cantam música de corno, dá vontade de gritar bem alto que essas músicas já deu e mesmo assim vão continuar tocando.
Sou solidária à sua dor.
Sally, já viu?
MULHER PUXA CANTORIA DE ”’EVIDÊNCIAS” NO METRÔ DE SP E VÍDEO VIRA VIRAL:
http://www.huffpostbrasil.com/2017/07/16/uma-mulher-comecou-a-cantar-evidencias-no-metro-de-sao-paulo-e_a_23032840/?ncid=fcbklnkbrhpmg00000004
Hahaha
Evidências tinha que ser o hino nacional do Brasil!
“Evidências” em versão metal:
https://www.youtube.com/watch?v=Tcd1dUnWOFc
Versão de “Evidências” para terraplanistas, dos Castro Brothers (o vídeo é dejaneiro de 2020, mas só vi agora):
https://www.youtube.com/watch?v=kUJwv-OJF1U
Sei que este texto foi pra informar antes de fazer rir. E conseguiu atingir o objetivo. Acontece que eu simplesmente não consigo parar de rir..Fiquei imaginando a Sally falando e cantando este texto, tipo ” Musica falada”, olha Sally, você daria um excelente Standup.
Impopular pode fazer pedidos?
Pede Desfavor!
Grava este post em audio, Sally, e poe aqui. Vai ser record de comentarios.
PS: O Lado Negro da Gravidez já chega perto dos 3000 comentários!? Serio isso?
RE – PS : Tá até demorando, diante de todos os tipos de sufocadas pela / sobre maternidade e aumento da intolerância “das parideiras contra os anti-parideiragens e os childfrees”…
Olhando por esse lado, e levando estes fatos em conta (O Lado Negro da Gravidez vai estar sempre atual) já devia ter uns 12 000!
Jingles de campanhas políticas – pelo menos no Brasil – são feitos propositalmente pra se tornarem earworms, não? Falando rapidamente, já posso citar três:
* o do “Ey-Ey-Eymael/ Um democrata cristão…” (que merda…)
* o do Marquinho Chedid: “Chedid/ Obá/ É no Marquinho que eu vou votar!/ Chedid-Chedid/ Chedid/ Obá/ É no Marquinho que eu vou votaaaaaaaaaaarrrrrr..” (com a melodia do refrão de “Djobi Djoba” do Gipsy Kings)
-Para quem não sabe ou não lembra, eis o link para a música original: https://www.youtube.com/watch?v=1_4YJ-ze6x4
* o do Luiz Lauro, ex-vereador, ex-deputado estadual e várias vezes candidato a prefeito de Campinas: “É Luiz Lauro, sim!/ É Luiz Lauro já!/ Para prefeito em Luiz Lauro eu vou votaaaaaaaarrrrr!”
Alguém lembra de mais algum?
Puta… Eymael, o democrata cristão é muito earworm!
Geralmente meus earworms são baseados mais em melodia do que na própria letra.
Ievan Polkka ficou na minha cabeça durante meses e até hoje eu não faço a menor ideia do que a música fala, hahahaha!
Malandramente foi meu earworm mais recente, mas a única coisa que eu sei da música é a primeira frase (Malaaandramente…) e depois só sei o ritmo, mesmo.
Enfim, é bizarro.
Puta que pariu… Malaaaaaandramente…
Um dos meus earworm é “Adocica”, do Beto Barbosa. Na época em que tocava no rádio direto durante o auge da lambada me passou batido, mas bem depois, quando eu já estava na faculdade, tive um colega que achava bacana martelar essa joça direto em toda viagem que fazíamos, com direito até a uso permanente da função “repeat” do tocador de CD do Escort dele. Imaginem o que é ser submetido à tortura de ficar horas e mais horas preso dentro de um carro na estrada ouvindo só isso várias e várias vezes seguidas sem parar… E mesmo agora, vários anos depois, é só eu falar nisso que a merda da música volta na minha cabeça! Por outro lado, talvez eu só tenha dado sorte com os hits escrotos dos últimos tempos – ou apenas não me expus a eles o suficiente -, mas ainda bem que nenhum grudou em mim.
Putz… “Adocica” é muito chiclete!
Meus amigos e eu depois de algum álcool riamos muito “recitando” músicas escrotas e adotei isso como truque. Quando a música ruim gruda vou pensando nos versos e fazendo comentários tipo “o fio de cabelo tá lá ainda? não lavou o paleto? porco, por isso tomou um pé na bunda” é estranho mas funciona pra mim. Quem sabe ajude mais alguém.
Sim, concordo em gênero, número e grau que Evidências deve se tornar o jovo Hino do Bostil.
Hey ya! – vira e mexe essa música chata volta a me atormentar.
A Araújo, é uma rede de farmácias (Que, aliás, vende DE TUDO. Acho mais fácil achar uma furadeira na Araújo do que o remédio que precisa) de BH e criou uma propaganda em forma de música com o telefone do delivery deles. ÓBVIO que todos os belo horizontinos sabem de cor o número, pq fizeram o earworm mais bem sucedido da história. “3270-5000 Aaarauuujoo” – geralmente é a parte que gruda e é exatamente o número.
Essa propaganda tem ANOS e eu nunca esqueci e acredito que nunca irei esquecer.
Parabéns ao publicitário que fez isso!
Sim, concordo em gênero, número e grau que Evidências deve se tornar o jovo Hino do Bostil.
Seria (e é) menos hipócrita que o “hino atual”…hahahahaha
Música merda é o que mais dá earworm. Justamente aquela que você deseja esquecer toma conta da mente, e requer muito esforço – e ouvir música boa – pra apagar. Sorte que nem sempre grudou música ruim, às vezes prende música boa
Sorte sua, comigo é sempre ruim!
Não conheço as músicas, mas acontece comigo também. A gente é chics, earworm lá em casa é Mozart.
Duvido. Música boa não gruda!
Curiosamente, posso dizer que gruda sim, mas acho que não da maneira que os earworms. Vai estudar piano pra ver uma coisa, tu fica 6 meses ou mais em cima de uma mesma partitura e me fala se tu não sai andando na rua cantarolando mesmo que sem perceber, e quiçá até andando no ritmo da música!
Você não conhece o allegro do concerto para piano nº21 em dó maior. Chiclete total. Pã parãparã, parãparã pãpãpã pãpãpã pãrãrãrã…
Mas geralmente o determinante para fazer grudar é a letra!
Tu diz o concerto 21 de Mozart? Na verdade conheço sim, mas nem acho tão chiclete assim se comparado a outras. Não cheguei a tocar este concerto no caso.
AEWW SALE VSE EH UMA MINA DAH HORA KURTI FOROH KKKKKKK TO ZUANU DI BOA KKKKKK
Só me faltava essa…
AI GENTE ELA FICA TRETANDO COM O CHITAOZINHO E XORORÓ, TADINHOS.
SALLY, O QUE É PIOR EM NIVEL CHITAO E XORORÓ: TER TRAZIDO A PUBLICO A MUSICA EVIDÊNCIAS OU JUNIOR?
Homofóbica!
Não podemos esquecer da música chiclete do momento: O seu sorriiiiso me dá ondaaaa, vc sentando mozão me deu onda, que vontade de te ter garota, eu gosto de vc fazer o que, o pai te ama (sendo a letra original: meu pau te ama). Letra grude além de romântica e educativa!
Engraçado, essa não colou na minha mente… Acho que são tantos anos de funk na moleira que eu adquiri resistência!
Queria eu ter essa resistência também, fiquei o fim do ano todo com ‘meu pau te ama’ na cabeça, não foi nada agradável!
A última praga sonora que grudou nos meus ouvidos foi “Ieiê, infieeeeeeeeeeeeellllllll, eu quero ver você morar num moteeeeeeeeeelllllllllll”, (aliás, que inferno essa cambada de sertanejas gorduchas que “tão na moda” agora, uma mais brega que a outra e todas com músicas-chiclete!)
Nossa… essa eu ainda não ouvi. Minha Nossa Senhora da Audição, me proteja dessas musicas ruins!
Não sei se tem alguma coisa a ver, mas recursos mnemônicos se encaixariam nisso?
Não sei, pode ser…
Eu vira e mexe pego um desses malditos earworms, mas um fenômeno muito legal que acontece comigo mais frequentemente é do nado vir um música de q gosto bastante, na maioria das vezes uma que não escuto há anos, décadas. Inclusive músicas q escutei pouquíssimas vezes, mas são muito foda.
Fico tão feliz nesses momentos quanto quando tenho um sonho muito da hora. Parecem prêmios que o cérebro me dá.
Ontem mesmo fiquei horas com Mr. Brownstone do Guns e uma meio lado B do Offspring martelando na cachola.
Mr.Brownstone é maravilhosa! Isso é um eargift!
hahaha, rindo da parte do Latino: Vamos lá, Sally, tem mais! tchururururu, jogou teu charme em mim, tchururururu, não resisti tô afim, tchururururu, mexeu com meu coração, tchururururu, como é gostosa a paixão!
Bostas que eu não aguento mais ouvir:
– toma aqui os 50 reais, aiaiaiaiaaaaaai….
– e o 10% aumenta e o coração não ‘guentaaaaaaaa….
– deixa esse cara de lado, você apenas escolheu o cara errado, sofre no presente por causa do seu passado, o que dianta chorar pelo leite derramado…
– êieieie….tanto amor ..tanto tempo…se soubesse tinha feito antes….
PS: episódios de “Siago Tomir” sempre me deixam com alguma música na cabeça. E quando eu estou andando na rua liga o mp3 automático no meu cérebro. Mas pelo menos são músicas que eu gosto.
Como você relaciona os Siago Tomir com músicas? É pelo conteúdo da letra?
Essas earworms já me acompanham há uns trinta anos: são aqueles forrós com letras dúbias de mau gosto, do tipo: “Talco no salão, para ter mais animação”, “Dá álcool para ele, Dá álllll-cool para ele cheirar”, “Tico mia na sala, tico mia…”. Um primo tocou uma fita inteira com essas músicas em uma tarde chuvosa na praia, enquanto meu cérebro ficou com o + apertado sem me dar conta…
Quando viajo a trabalho, seja de avião ou de ônibus, em que fico horas sentada, essas músicas tocam sem parar repetidamente na minha cabeça. Nem sempre uma boa leitura ajuda. Talvez seja culpa minha, adoro rir de qualquer bobagem…
De qualquer forma, ao ler sobre isso aqui, como vou encarar uma viagem de umas seis horas de ônibus daqui a pouco, vou testar esses truques…
Putz… Tico mia na caaamaaaaa…
Fodeu
Funcionou!!!!
Você ainda quer o Somir. As evidências estão aí.
Olha só… Quem diria…
Quando eu digo que homem é corporativista acima de qualquer desentendimento, as pessoas não acreditam!
Eu atualmente gosto do Somir. Ele tem sido respeitoso e cordial.
Se chupem
Nossa, quem dera eu ficasse com musicas do Bon Jovi na cabeça! Ou até da Lady Gaga!
Sabe que até Chitao e Xororó não me incomoda (essas músicas que a gente sofre cantando junto! Hahaha!)
Mas não… meu earworm predileto é Wesley Safadão… Ô praga!
(só uma observação: Evidências deve ser a música mais chiclete no mundo, pois é a musica mais cantada em karaokes por aí!)
Repito: Evidências deveria ser o hino nacional.
Felizmente nunca ouvi Wesley Safadão, desse eu consegui escapar
Quando citou Poker face, automaticamente me lembrei de Bad Romance. Sempre que a ouço fico por muito tempo na cabeça, principalmente aquele trecho meio “gago” da música (“roma-roma-ma!”), em looping eterno .
Tamo junta
Esse trecho em que se ouve “ro-ma-ma-ma” sempre me faz lembrar disso aqui:
https://youtu.be/2E5sxuSRg6A
(pronto… vocês tinham apenas o earworm… agora possuem uma representação visual dele também)
(De nada!)
Edit: ela realmente “sampleou” Ma Baker???
(Como pôde?)
Já ouvi falar desse “earworm” numas disciplinas no curso de música, “psicologia da música” e “musicoterapia”. Realmente, existem até estudos da área da neurociência que investigam a relação entre sons (enquanto materialidade física, ondas, frequência, amplitude, ressonância, timbre etc) e a forma com que ele é percebido pelo ouvido humano e a relação entre isso e o aparato psíquico da pessoa, bem como a reação que isso causa. Existe lá certa explicação do porquê uma música lenta instrumental te acalma, ou porquê um acorde tenso com 7a maior numa ópera de Wagner te deixa nervoso…
E em relação à letra grudar, também há estudos, mas na área da psicologia/psicolinguística que também apontam para esse caminho: a letra tem a ver com algo que está acontecendo na tua vida naquele momento, e há um processo de identificação entre a sua percepção subjetiva e a mensagem que a letra passa.
E também: em relação a criar “earworms”, sim, isso existe. Meu prof de arranjo e composição e o de produção musical já me diziam que, “quer criar um hit e fazer sucesso? A fórmula é usar a estrutura harmônica do pop (compasso em 4/4, 4 acordes maiores, uma cadência perfeita depois do 2o refrão e retorno pra tonalidade original e repetição incessante do mesmo tema/verso), e criar uma letra grudenta que repita várias vezes. O tal do “sertanejo universitário” (que em termos de estrutura harmônica não tem nada de sertanejo, é o mesmo do pop) vai pelo mesmo caminho. Aliás, se me permite um comentário a mais, é triste ver o cenário musical hoje sendo obstruído por isso, eu tenho sérias críticas ao pop atual por causa disso: não há novidade, não há surpresas harmônicas interessantes como no rock ou jazz/blues.
Enfim, interessante tudo isso…
P.S: eu ri nas partes cantadas tipo “Oh, we’rehalfwaythere…” e em “promover um exorcismo musical” hahaha
Não tem como cantar essa música sem berrar e rasgar as roupas. Ok, talvez sem rasgar as roupas…
Meu casamento quase acabou por causa do “Baile de Favela” ( que aliás ouvi a primeira vez aqui no Desfavor)… ninguém mais aguentava. Pior: meu filho de 4 anos também começou a cantar (vergonha)
Acho que há pessoas mais suscetíveis a isso… como é um pensamento obsessivo, pode estar ligado a transtornos de ansiedade também…
Proteja esta criança!!!! Não permita esse aterro sanitário musical entrando em seus ouvidos puros!