Insatisfação.

Desfavor é um microuniverso que reflete, em escala bem menor, o que acontece em no macro. Por isso, sempre prestamos muita atenção nos comentários, desde os mais torpes, até os mais sofisticados: eles costumam funcionar como um termômetro para indicar o que se passa lá fora.

São mais de dez anos (artifício usado para quando você esquece quantos anos seu blog tem) lendo, respondendo ou bloqueando comentários. Isso permite que se observem algumas mudanças sociais bastante interessantes. Hoje quero falar sobre o que me parece ser uma delas: como a insatisfação mudou ao longo dos anos.

Insatisfação significa não estar satisfeito, estar descontente com algo, estar inconformado. A insatisfação, em tese, teria uma função: se não estamos satisfeitos com algo, o desconforto que ela gera nos impulsiona a fazer algo para sair dessa situação.

Mas, eu estou sentindo algo estranho no ar quando observo a insatisfação atualmente. Pode ser só impressão minha? Pode, e frequentemente é, mas não custa compartilhar. Vai que ajuda alguém…

Acho que o termo que melhor define o que venho observando é “confusão”. Se perdeu a noção do que é e para que serve a insatisfação. Está todo mundo insatisfeito o tempo todo e isso gera um grau de infelicidade e confusão mental absurdos. A insatisfação perdeu sua função e passou a ser um status social: a pessoa inconformada é vista como combativa, com valor agregado e até como uma pessoa sábia: “quem não está inconformado é por não estar entendendo o que está acontecendo”. Será?

Para fins didáticos, vamos classificar a insatisfação em duas categorias: Insatisfação Positiva e Insatisfação Inútil. Não que isso exista, não existe, acabei de inventar.

Insatisfação Positiva é aquela que, como dito anteriormente, nos gera um desconforto que serve de combustível para a gente se mexer e mudar o que quer que esteja nos incomodando ou, se não conseguirmos mudar, nos faz procurar por ajuda para tentar mudar.

Insatisfação Inútil (fiz um esforço para não usar a banalizada palavra “tóxica” no nome) é aquela apresentada diante de situações que não podem ser mudadas ou situações que, quando confrontadas com outras da vida da pessoa, se mostram fúteis, pequenas, desnecessárias.

O que eu estou observando nos comentários do Desfavor, e que talvez seja um reflexo do que acontece neste momento no Brasil: a Insatisfação Positiva está diminuindo e a Insatisfação Inútil está aumentando assustadoramente.

O resultado prático disso é que, no que diz respeito a tomar uma atitude, a fazer algo, a mudar a própria vida, as pessoas parecem cada vez mais acomodadas. Talvez por não ter o combustível (Insatisfação Positiva) para fazê-las se mexer e sair do lugar.

Um exemplo é o sem fim de pessoas que saíram para trabalhar no auge da pandemia, pegando transporte público, enfrentando aglomerações, quando estava ao alcance delas (está ao alcance de qualquer pessoa, por mais difícil que seja) mudar sua realidade e trabalhar sem sair da sua casa.

Ao mesmo tempo, aumentou exponencialmente a Insatisfação Inútil. Vemos pessoas se revoltando absurdamente por muito pouco, por coisas que desconhecem, por coisas que nem são verdade. Então, vemos pessoas cada vez mais infelizes, pois insistem em se aborrecer por coisas pequenas ou por aquilo que não pode ser mudado.

Talvez estejamos chegando em um ponto onde as pessoas estão prestes a perder o discernimento sobre o quais são as coisas/situações/realidades que podem ser mudadas e quais não podem. Tem gente que parece achar que não tem poder para mudar de trabalho, mas tem poder para criar um mundo onde todos os homens tratarão as mulheres com respeito. Todo mundo aqui já deve ter visto alguém, em devaneio, achando que pode mudar ou controlar algo que não pode e voltando sua insatisfação para isso.

“Eu não vou me render a esse vírus, eu vou continuar saindo”. Bem, a pandemia é uma coisa que não pode ser mudada com a sua insatisfação. Você já está rendido nas mãos de um vírus altamente contagioso, querendo você ou não, gostando você ou não. O fato de você sair não destrói o vírus nem acaba com a pandemia, só te coloca em risco de contágio.

Não adianta ficar insatisfeito com a pandemia. Não se luta contra o que é. Ela é uma realidade que você, sozinho, não pode modificar. Quando estamos diante de uma realidade que não podemos modificar (pandemia, morte, doença incurável etc) é inútil ficar alimentando uma insatisfação. Ela é apenas sofrimento, não uma mola propulsora para sair da situação.

“Quer dizer então que agora eu tenho que gostar? Eu tenho que achar bonito?”. Não. Esse seria o outro extremo. O que eu quero dizer é que existem outras formas de lidar com isso, além da insatisfação. Tem a aceitação, tem a resiliência e, para as pessoas mais capazes, tem a possibilidade de ressignificar: tentar encontrar um aspecto positivo no meio da porcaria que aconteceu e tirar o máximo proveito dele.

Eu poderia passar dez páginas listando insatisfações com coisas irrelevantes que estão fazendo com que as pessoas percam sua saúde mental, seu tempo e sua energia. Briga de rede social, defender qualquer tipo de líder (de político a guru) e até mesmo brigar aqui, com a gente, nos comentários (sim, somos irrelevantes e sabemos disso). Mas, vocês sabem. Falamos sobre o assunto diversas vezes, inclusive esbarramos nele no texto de ontem.

“Mas para mim é relevante!”. Justamente aí reside o problema. Pessoas estão perdendo a noção do que pode ser revertido e do que não, do que é relevante e do que não. Desculpa, mas se você está com um parente que você sente afeto hospitalizado, vir aqui gritar com a gente é perder a noção do que é relevante. Se você tem filhos para criar e está nas redes sociais batendo boca, você está perdendo a noção do que é relevante.

E não digo isso como um dedo na cara, apontado em acusação. Digo como um chamado de volta à Terra, para que a vida e as insatisfações sejam repensadas.

Está nas suas mãos e de mais ninguém, você pode respirar fundo, dar um passo atrás e rever suas insatisfações. Pesar na balança e se perguntar, antes de deixar que a insatisfação se instaure: “isso é mesmo importante? Qual o grau de importância real disso na minha vida?”. Ou ainda “vale a pena brigar contra isso? Eu tenho a possibilidade de mudar isso?”

Sinto estar vendo nascer uma geração onde qualquer coisa que a incomode minimamente é motivo para insatisfação, e isso não é bom. Imagina o inferno que vira a vida de uma pessoa se, cada vez que algo não está de acordo com o que ela pensa, gerar insatisfação.

Coisas que não podem ser mudadas, se geram insatisfação, tem que ser como mola propulsora para trabalhar isso na mente até surgir aceitação ou ressignificação, não para barraquear com a família e em redes sociais.

Mas, parece que a grande moda do momento é estar insatisfeito com tudo. É graças a essa banalização da insatisfação que vemos essas pessoas emocionalmente retardadas que acham que pronome neutro é urgente em meio a uma pandemia, a crise, a fome.

Vão ser felizes! Se coisas pequenas que desagradam forem sempre promovidas a insatisfação, isso faz da pessoa uma insatisfeita. Se coisas que não podem ser mudadas gerarem insatisfação, veremos uma pessoa sempre insatisfeita. Ser feliz é muito mais legal do que estar insatisfeito.

E aí vem a pergunta chave: por qual motivo as pessoas estão fazendo isso com elas mesmas? Por quererem um mundo melhor? Por quererem uma vida melhor? Negativo. Tanto é que o nível de Insatisfação Positiva, aquela que te move a melhorar a vida, está caindo.

Vejo gente sofrer abusos morais severos no trabalho e suportar, pois “trabalho tá difícil de conseguir” (e a pessoa nem se mexe para tentar encontrar outro trabalho). Vejo gente suportar abusos emocionais severos em relacionamentos pois “eu não gosto de ficar sozinho(a)”. Onde deveria existir uma Insatisfação Positiva, que a impulsione a mudar, não existe.

Isso me leva a crer que: 1) as pessoas têm um ganho secundário enorme em ficar na merda; 2) a insatisfação que muitos sentem não é pensando neles e sim buscando um aval social.

Os ganhos secundários de suprimir a Insatisfação Positiva e ficar em uma situação merda que poderia ser mudada são muitos: a pessoa que sofre, que é vítima, ganha atenção, recebe menos cobranças, não tem que olhar para dentro de si e buscar o que está quebrado dentro dela que a levou a tal situação de abuso. É quase que um álibi para tudo que der errado não ser responsabilidade dela: não vai pra frente na vida? O patrão a odeia.

É também uma forma de se punir: algumas pessoas simplesmente não estão preparadas para serem felizes e ficam criando problema por cima de problema para assegurar de que isso não aconteça. Baixa autoestima faz isso: inconscientemente, a pessoa não se acha merecedora de nada bom e não permite que nada bom fique muito tempo na sua vida.

Em contrapartida, a pessoa pode estar apanhando em casa e no trabalho e tolerando, mas explode de insatisfação contra políticos, contra não poder ter pelos no sovaco sem ser criticada, contra não fazerem escova de dentes para pessoas de gênero neutro. Por qual motivo gastam sua indignação, tempo e energia com isso?

Para mostrar à sociedade como são bondosas, engajadas e como pertencem a um grupo. Para agradarem à sua bolha, para sentir pertinência e para serem aplaudidas por alguém. Para se sentirem úteis, batalhadoras e ativas. Para aplacar alguma culpa, com a sensação de estar, de alguma forma, lutando contra injustiças e promovendo um mundo melhor. Mas, spoiler: não procede. E não compensa.

O custo de viver em constante Insatisfação Inútil gera um constante mal-estar ao corpo e ao cérebro. A Insatisfação liberar hormônios do estresse que, sem que a pessoa perceba, se acumulam no corpo e geram consequências não apenas a seu emocional como também à sua saúde.

A Insatisfação Positiva pode gerar algum grau de estresse, mas ele é compensado pela recompensa que ocorre quando a pessoa se mexe e sai da realidade desagradável que se encontrava. Quando tudo que existe é insatisfação (pois o que quer que a gere não pode ser modificado), tudo que o corpo tem é estresse. A consequência disso é uma série de problemas de saúde físicos e mentais.

Ao mesmo tempo, não ter Insatisfação Positiva gera a mesma consequência: ao não ter o combustível para mudar o que pode ser mudado para que a pessoa viva melhor, o corpo é novamente sujeito a cargas diárias de estresse, que geram igualmente doenças físicas e emocionais.

Mal comparando, é como a dor: sentir dor o tempo todo, mesmo quando não há razão para isso, é incapacitante, mas nunca sentir dor é igualmente perigoso, pois quando a pessoa se queimar, se cortar ou se colocar em qualquer situação que seja uma agressão, não vai perceber e não vai fazer a agressão cessar.

É preciso abortar essa aura de “guerreiros” que a insatisfação está ganhando. Parece que, cada vez mais, quem é um insatisfeito é uma pessoa que luta por um mundo melhor, um inconformado com injustiças, quase que um herói da resistência. Não é. Não importa o que está acontecendo, se você não pode mudar essa realidade, estar insatisfeito com ela é apenas burrice e auto ataque. São apenas idiotas, cães latindo para carros que passam.

Sabe quem são os heróis? Os que tem a consciência de escolher suas batalhas, os que sabem ressignificar aquilo que não pode ser mudado e ajudam o resto a fazer o mesmo processo. Os que cultivam apenas a Insatisfação Positiva e a utilizam como catalisador para promover mudanças positivas. O resto está apenas cultivando discórdia, depressão, burnout, síndrome do pânico, insônia, distúrbios alimentares e muitos outros problemas.

Seu corpo é sábio: ele dispara alarmes para te avisar quando você está no caminho errado. Quem vive insatisfeito pelo que não pode mudar vai fazer tocar uma sirene. Quem não fica insatisfeito por algo desconfortável que pode ser mudado também vai acionar uma sirene. Não deixe chegar a esse ponto.

Sentimentos não são uma sentença: se eu estou insatisfeito com algo, é assim que vai ser. Pessoas tem o poder de transmutar, transformar ou até eliminar alguns sentimentos. Quando você se sentir insatisfeito com algo, não abrace a insatisfação antes de analisá-la criteriosamente.

Isso é mesmo importante? Você tem o poder de mudar isso? Se a resposta for “não”, esse sentimento é uma grande perda de tempo e deve ser abandonado. O problema é que muitas pessoas fizeram dessa eterna insatisfação inútil uma “marca registrada”, elas acham que viraram isso. Você não é as suas insatisfações. Não permita que elas definam quem você é.

Ao mesmo tempo, é importante estar sempre revisitando as situações à nossa volta que podemos mudar: mudar tal coisa vai dar trabalho, mas não vai ser melhor para mim no final das contas? Eu não deveria estar insatisfeito com isso pois mereço algo melhor que posso conseguir? Eu faço tal coisa do mesmo jeito todo santo dia há meses/anos, será que não tem um jeito melhor de fazer?

Faça o teste, por uma semana que seja: reveja se suas insatisfações não são completamente inúteis e merecem ser transformadas em outro sentimento e reveja se essas insatisfações inúteis não ofuscaram a Insatisfação Positiva, que deveria estar presente em vários momentos, mas não esteve.

Não é uma acusação, uma agressão ou um esporro. É um convite. Repense suas insatisfações e a forma como lida com elas. Se forem inúteis, se o que as causa não pode ser modificado, abandone-as.

Para dizer que está insatisfeito com este texto, para dizer que quem está satisfeito é um acomodado ou ainda para dizer que é melhor eu voltar a falar de covid mesmo: sally@desfavor.com

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Comments (30)

  • Ah, a taxonomia. Se as pessoas aprendessem mais taxonomia o mundo seria muito melhor. Nela a gente aprende que classificações e definições baseadas em características negativas ou ausência e refutação não servem para nada e não tem sentido evolutivo. Quer evoluir? Seja positivo!

  • Estou muito insatisfeito porque o mundo tá caminhando pro abismo. Em pleno 2021 agora o grupo terrorista do Taleban toma conta de um país e o objetivo já dito é tomar o mundo e vão conseguir porque mulher lá é feita pra procriar futuros terroristinhas. E a China apoia esses lixos só pra ir contra os EUA. Por que o mundo em vez de ser ateu fica acreditando nessas merdas?

    • Pelo fato das pessoas estarem desconectadas de si mesmas, só se dedicarem ao material e por isso sentirem um vazio enorme, o acaba com que precisem de muletas como religião.

    • Taliban no Brasil duvido que se sustente, em pouco tempo já teria “Mesquita Universal do Reino de Allah”, com o líder Cleyton Mohammed, ex drogado e casado com a Rayanny Aisha, ex prostituta.

  • “Isso me leva a crer que: 1) as pessoas têm um ganho secundário enorme em ficar na merda; 2) a insatisfação que muitos sentem não é pensando neles e sim buscando um aval social.”

    Eu acrescentaria aí aquela leitura psicanalítica clichê de que a pessoa, lá no fundo, tem prazer nisso, em ficar na merda, no sofrimento e tal. Sofrimento que gera prazer, mas a pessoa não se dá conta disso.

    E quanto a olhar para dentro de si mesmo, olha… Como isso é difícil! Tanto para quem minimamente se propõe a, quanto para esses tantos aí insatisfeitos com tudo e que nem sequer se dão a chance de.

    • Pode ser. Pode ser que a pessoa se sinta um grande exemplo de superação se colocando em situações de sofrimento e passando por elas. Mas isso tem um custo, uma hora o corpo entra em parafuso de tanto sofrer.

  • Bernardino Teixeira

    Na minha tola e singela opinião, não adianta ficar puto/puta/pute (desculpe, não resisti) com o mundo que está à nossa volta; pdps e boçais sempre existiram, existem e existirão.
    Procuro fazer cara de paisagem quando converso com um bolsonarista, lulista, vegano, praticante de crossfit, entre outras denominações.
    É bom procurar fazer o que se gosta (e for algo barato e simples, parabéns!) e cultivar a saúde mental sem o auxílio de antidepressivos (uma tarefa hercúlea, mas possível).
    A merd@ está em todos os lugares; sempre é bom fazer um esforço para que ela não entre na mente.

    • Se você puder mudar essa realidade, talvez seja salutar ficar puto, pois isso te move a tentar melhorar a situação.

      Mas, se é algo que não pode ser modificado, é apenas você, inutilmente, inundando seu corpo com hormônios do estresse e minando a sua saúde.

  • Pelo jeito hoje em dia é “trendy” viver insatisfeito com tudo, ter depressão, ansiedade e síndrome do pânico. E quem não concordar é narcisista!
    É triste ver problemas mentais sérios virando uma modinha de Instagram e tiktok.
    Ótimo texto, senti uma vibe meio Jordan Peterson nele. Você já leu algo dele?

    • Nunca li. Ele é bom?

      Parece que hoje em dia só tem valor, só é “guerreiro”, só é digno de admiração quem ultrapassar constantes sofrimentos. Não basta ser um obstáculo, tem que envolver sofrimento. Aquela insatisfação doída, motivo de reclamação, de estresse, de dor. Deus me dibre de viver assim.

      • Sim, ele é ótimo. Quer dizer, pra lacrolandia ele é só um macho escroto hetero opressor. Isso pq ele diz na lata oq esse pessoal odeia escutar, aquelas verdades incômodas, e seu texto me lembrou muito ele.
        Tem várias aulas e palestras dele no YouTube, ele é psicólogo e foi professor em Harvard.
        Tem os livros tb. “12 regras para vida” e o “além da ordem”. Esse último, inclusive, gerou uma onda de chororô nesse pessoal, e eles tentaram barrar a publicação do livro.

  • No fim das contas, o que importa nem é tanto o que acontece conosco, mas sim a forma como lidamos com o que acontece conosco. Ou como diz o velho clichê: “A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”.

  • Muito legal sua observação e apontamento.
    É o que eu chamo de síndrome da reclamação sem sentido. Sempre pensei que se vc ñ está satisfeito com algo 1) tem solução? Se tiver corra atrás e faça sua parte. Ficar reclamando o tempo todo não vai ajudar e ainda atrapalha sua visão e discernimento. 2) não tem solução? Aceite que ñ tem e conviva com isso da melhor forma possível. É o que uso como mantra e tem me ajudado a me manter estável nessa pandemia e na vida.
    Equilíbrio é sempre bem vindo.

    • O problema é que hoje, as pessoas estão perdendo a noção do que tem solução e do que não tem. Coisas que não podem ser solucionadas pelo ato de uma pessoa são tratadas como se pudessem. As pessoas querem mudar o mundo para que o mundo se adeque a elas, é quase esquizofrênico.

    • O problema nem é a internet, acho. O problema é o uso que se faz da internet. Se fizer um uso produtivo, ela só gera coisas boas.

  • O seu otimismo que é um absurdo. Ainda não caiu a ficha que somos a geração do final dos tempos? Não existe mundo melhor. Até pra quem mora em país rico não adianta nada porque o clima fodeu sem volta. Calorão, frio extremo catástrofes cada vez piores matando em país bom, vamos viver pra sempre em pandemia até em país bom. Quem mora em país ruim, além da pandemia eterna ai da tem inflação, violência, no RJ a água de esgoto da Cedae como se fosse tratada, em setembro tá previsto racionamento e apagão. Na real, quem pega virose e morre tá no lucro, melhor que viver isso.

    • Não é otimismo, é consciência.

      Mesmo que o mundo acabe nos próximos 5 anos, custa viver esses cinco anos de forma menos neurótica, estressada e revendo as prioridades?

      • Eu super entendo e concordo com o que a Sally está falando. Apesar da pandemia, e de todas as restrições, medos e ansiedade que vem com ela, para mim os últimos dois anos tem sido incríveis porque estou conseguindo me reinventar e evoluir minha personalidade (e olha que aconteceu muita m… no caminho).
        Prefiro viver assim do que viver amargurada, passiva, no cinismo, no medo.

        (aliás, esse é um mantra da Sally que eu trouxe para a vida: “saiam do medo”)

        • Que bom, Morgana!

          O que nos acontece nem sempre é uma escolha, mas como reagimos ao que nos acontece, pode ser escolhido sim. Fico muito feliz em saber que você está tirando o melhor que pode dessa situação.

        • Realmente não entendeu nada, o ponto do texto é que se chegue em uma visão mais ampla, tirar o antolho da fuça e enxergar o macro, analisar e ver o que realmente está ao seu alcance e que será útil ser modificado.

          É levar uma vida mais leve, descomplicada e menos implicante como se tudo fosse problema. Sair de grupinhos (como no seu caso o que vive por conta de notícias catastróficas) e mudar a realidade no seu entorno nem que seja somente a sua.

          A vida é pra ser vivida, leve e descomplicada, sem se deixar levar por pouca coisa, sem se deixar afetar por pouca coisa.

          ” Não é otimismo, é consciência” fiz uso dessa frase a alguns dias explicando uma idéia de negócio para um conhecido, que teve a mesma reação e me chamou de otimista e sonhador. Tem gente que não tem visão e quando vê alguém próximo com idéias e pensamentos conscientes diferentes da dela te desacreditam.

          Mais de dez anos (hahaha) q acompanho vocês e sempre me surpreendo.
          Parabéns Sally, ótimo texto. Épico!!

          • Obrigada!

            Parece que tem gente que acredita que, para não ser alienado, tem que ficar se aborrecendo, se estressando, se revoltando contra tudo. Além disso, o texto é apenas um convite, quem não se interessar pelo convite, pode apenas não aceitá-lo.

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