Efeito Placebo

Um remédio simulado, uma substância ou intervenção que não tem efeito direto em doenças, mas, que mesmo assim, faz o paciente melhorar. Tratado por muitos como sinônimo de ignorância ou pouca inteligência, ele pode afetar a todos nós, pois a mente de qualquer pessoa é capaz de se sobrepor ao físico, ao corpo e ao racional. Desfavor explica: Efeito Placebo.

O termo Placebo vem do latim, em uma tradução livre, significa algo como “agradar”. Justamente é esse o princípio: se o remédio, tratamento ou terapia cai no gosto do paciente e gera uma expectativa de cura, o Efeito Placebo pode acontecer – e com mais frequência do que se imagina.

Placebo não é necessariamente um medicamento. Ele pode ser um procedimento, uma terapia ou um tratamento. Por exemplo, um estudo com pacientes com Síndrome do Intestino Irritável mostrou consideráveis melhoras em pacientes submetidos a “acupuntura”.

Está entre aspas, pois era acupuntura placebo, feita com agulhas falsas que não perfuram a pele. Percebeu-se um índice de melhora surpreendente, relacionado não apenas à acupuntura, como também ao atendimento médico: quanto mais atenção eles recebiam do médico, quanto maior a relação de confiança, mais eles melhoravam. Médicos acolhedores criam maior expectativa de cura.

Existem até casos de cirurgias placebo muito bem-sucedidas. Um exemplo que ficou conhecido foi um estudo de pacientes com artrose que passaram por uma “operação placebo”, procedimento no qual se fazem pequenas incisões no paciente, sem qualquer ação médica. Só cortes mesmo. Estes pacientes da “operação placebo” obtiveram os mesmos resultados dos pacientes que passaram pela cirurgia convencional.

Durante muito tempo, o placebo foi usado apenas como parâmetro para comprovar (ou não) a eficácia de um medicamento ou tratamento (papo técnico: duplo-cego): um grupo recebia o medicamento real e outro recebia um placebo (e ninguém sabia o que estaca recebendo). Se o grupo que recebia o medicamento real tivesse melhores resultados, era sinal de que ele era eficiente.

Mas, com o tempo se percebeu que o grau de melhora nos grupos que fazem uso de placebo era impressionante. Em alguns casos, cerca de 40% dos voluntários que recebiam placebo mostraram melhoras significativas. Isso fez com que a ciência comece a questionar o que estava gerando essa melhora. Foi quando se começou a estudar o Efeito Placebo e perceber que, em alguns casos, o poder da sugestão pode curar.

Não é misticismo. O Efeito Placebo é cientificamente comprovado e explicado. Quando uma pessoa é exposta a algo que ela acredita que possa ajudá-la, curá-la ou atenuar um desconforto, isso afeta áreas do cérebro que processam as emoções.

Isso foi visto e comprovado por exames de imagem. Mapeando as áreas do cérebro que respondem à expectativa de estar tomando um medicamento ou fazendo um tratamento que funciona, foi possível investigar como a atividade dessas regiões cerebrais impacta o corpo.

Descobriu-se que essa atividade cerebral influencia não apenas o estado emocional, mas também outros processos do corpo, como o nível dos hormônios, o sistema imunológico e o sistema nervoso periférico.

Então, ter a expectativa de uma melhora pode desencadear respostas físicas reais. Falso é apenas o remédio, o efeito que ele provoca é muito verdadeiro. A expectativa de melhora pode, só para citar alguns exemplos já comprovados pela ciência, mudar a percepção de dor, aliviar inflamações ou reduzir o tremor causado por mal de Parkinson.

É isso que a gente quer dizer quando repetimos que sua mente cria realidade. Não é aquele papo furado de “O Segredo”, é um processo bioquímico cerebral com consequências concretas, comprovadas e reais que impactam o corpo.

“Mas Sally, quem te garante que é a mente? E se o conteúdo do placebo de fato curar a pessoa?”. Simples: quando a pessoa descobre que era um placebo, o efeito cessa imediatamente.

Por isso, muitos defendem que o funcionamento do mecanismo do placebo está ligado a um mecanismo chamado “atenção seletiva”. Em um resumo muito grosseiro, a pessoa para de canalizar sua atenção para a dor, para os sintomas da doença e passa a olhar para a perspectiva de cura, fazendo com que a mente perceba isso de forma prioritária, deixando a dor e demais sintomas em segundo plano.

E não é algo estranho à ciência, há muitos exemplos práticos que talvez vocês tenham experimentado (e que a ciência já provou) de como nosso foco de atenção pode jogar muito a favor ou contra. Talvez por isso, independente de placebo, pessoas que encaram doenças com uma atitude mais positiva sobrevivam mais. O estado de ânimo e o lugar onde você decide colocar o foco afetam sim o resultado final.

Um exemplo extremo: é muito comum que soldados em campo de batalha nem ao menos percebam que estão feridos até que alguém lhes diga ou o combate pare. Como sua atenção está toda voltada para a batalha, isso gera uma série de reações químicas no corpo que fazem com que a sensação de dor ou do ferimento fique em segundo plano.

E a coisa é mais sofisticada do que você pensa: há nuances dentro dos placebos, de acordo com as crenças que você tenha na sua mente.

Já foi comprovado que a forma de tomar uma pílula tende a influenciar na eficiência do placebo (por exemplo, tomar duas pílulas de uma vez, uma vez por dia, gera melhores efeitos placebo do que tomar a mesa pílula, uma por vez, uma duas vezes por dia), o tamanho do comprimido (quanto maior, melhor costuma ser o efeito) e até sua cor influencia (pílulas azuis costumam ter melhores efeitos relaxantes, enquanto vermelhas funcionam da forma contrária).

Injeções de placebo são mais eficientes do que pílulas de placebo, quando prescritas para a mesma doença. Remédios placebo oferecidos como sendo de um grande laboratório são mais eficientes do que placebos de laboratórios desconhecidos ou genéricos. Quanto mais longo e complexo é o tratamento com placebos, maiores as chances de gerar efeito. Estes e muitos outros detalhes podem influenciar no Efeito Placebo, pois corroboram com crenças que temos em nossas mentes.

Tem toda uma técnica de como enganar sua mente melhor. Se você ficou curioso para saber mais, tem um vídeo bem didático sobre as “técnicas” de placebo, vou deixar o link aqui. Está em inglês, mas é bem simples, bem fácil de entender.

Neste ponto, você pode estar se perguntando: se o placebo apenas impede que a gente sinta o que fato está ali, como é possível que pessoas tenham se curado tomando placebos? É uma pergunta complicada, para a qual, acredito que ninguém tenha uma resposta definitiva.

Se, em tese, a doença continua e a pessoa apenas para de sentir seus sintomas, a evolução esperada disso é que a pessoa continue doente, apenas sem perceber. Mas há casos ainda não explicados de pessoas que apresentaram uma suposta cura (exames constataram que não é que a pessoa não perceba os sintomas, a doença de fato deixou de existir). Não tem como dar certeza de nada, já que doenças podem apresentar remissão espontânea por razões desconhecidas.

Para alguns é a teoria da mente criar realidade levada à última instância: se você tirar totalmente o foco de algo prejudicial, esse algo tende a sumir, pois, se alguma forma que eu nem pretendo fingir que sei explicar, o que acontece no nosso corpo e no nosso entorno precisam de um observador para lhe dar realidade e, se você cortar o suprimento que a alimenta (não dando atenção, não colocando foco, não canalizando energia para aquilo), ela morre “de fome”.

Lembram do texto sobre a Fenda Dupla? Que dependendo do observador, a luz pode ser onda ou partícula? Pois é, seria algo nessa linha: o olhar do observador tem o poder de modificar a realidade – ou a forma como vemos a realidade. O que nos leva a outra pergunta: o que é a realidade? Tem quem diga que a realidade é o corpo são e que a doença é que é um problema da mente, que a cria. Mas, vamos parar por aqui, pois a progressão de pensamentos está saindo do controle. Voltemos ao Efeito Placebo.

Não importa a teoria que o explique, o Efeito Placebo é uma realidade e, em alguns casos, tem o poder de promover melhoras significativas ou até uma “cura”, desde que a pessoa acredite piamente que está sendo tratada com algo eficaz. O que nos leva a um dilema ético: se uma pessoa tem uma doença para a qual a ciência não oferece cura nem tratamento satisfatório, não seria um gesto até humanitário tentar dar um placebo para melhorar sua qualidade de vida?

Para alguns sim. Se a mente cria realidade e podemos ajudar a mente dessa pessoa a criar uma realidade melhor (ou olhar para uma realidade melhor, ou focar em uma realidade melhor), por qual motivo devemos sujeitá-la ao sofrimento?

Mas, para a maioria, a proposta não é aceitável, pela premissa do placebo: o médico tem que mentir para o paciente. Se tornarmos permitido enganar pacientes em nome do seu bem-estar, abriremos uma porta muito, mas muito perigosa. Imagina a quantidade de charlatão que vai começar a vender “medicamentos” por aí se não precisar de uma comprovação de resultados!

Dentro da ética ou não, o tratamento com placebos já foi feito diversas vezes no Brasil. Um caso famoso ocorreu no Hospital São Paulo (na capital paulista), quando testavam um remédio contra epilepsia. Selecionaram voluntários com casos graves, pessoas que tinham mais de uma crise epilética por semana e que não faziam uso de nenhum medicamento.

Muitos voluntários que tomaram placebo pararam de ter crises. Um deles, que a literatura médica chama de “João” (não sei se é o nome real) chamou a atenção: era um homem que tinha pelo menos três crises epiléticas toda semana e, com o placebo, ficou seis meses sem ter nenhuma. A conclusão foi a de que dois fatores foram determinantes para esse resultado especialmente surpreendente com ele.

O primeiro foi a confiança do paciente. Por ser um homem muito humilde e ver os médicos quase como divindades, acreditando e confiando muito no tratamento, João usufruiu de um Efeito Placebo mais potente. O segundo foi a atenção especial que ele recebeu, como recebe qualquer voluntário desse tipo de estudo. Ao contrário de uma rotina de fila, espera, atendimento desumanizado, João recebia muita atenção, todos perguntavam como ele se sentia, explicavam passo a passo dos procedimentos com calma e o acompanhavam semanalmente.

Quando acabou o teste, os médicos ficaram pesarosos de dizer a verdade a João, pois sabiam que se revelado que ele tomou um placebo, as crises provavelmente voltariam. Então, mesmo após o fim do estudo, continuaram recebendo João e dando o placebo, e João continuou muito bem.

Porém, existe um meio-termo nesse dilema de ter que mentir para que o paciente melhore: não importa o caso, com ou sem remédio falso, ter um médico atencioso, amoroso e que dedique bastante tempo a seu paciente sempre ajuda no prognóstico e também gera algum Efeito Placebo.

E falo não apenas com pacientes, mas com os médicos também. Vocês fizeram um juramento de curar pessoas, escutem bem: o tipo de atendimento que vocês dão pode ser a diferença entre curar pessoas ou não. Não olhar na cara do paciente, não tocar o paciente, não auscultar, não realizar um exame clínico decente, não perder qualquer 15 minutos conversando com o paciente e de fato escutando o que ele tem para dizer pode dificultar ou até impedir sua melhora.

Então, para o leitor: não se conforme com um médico que te atenda “express”, que não te escuta, que não faz um exame clínico detalhado, que quando você fala não demonstra interesse. E para os médicos: se você faz atendimento em poucos minutos, você é um bosta, não importa o grau de estudo que tenha. Vire gente e atenda direito, tenha vergonha nessa cara.

E ainda tem um agravante nessa equação com o médico: o Efeito Placebo vale para ambos os lados. Pode fazer uma pessoa se sentir melhor, se sentir sem dor ou até se curar, mas também pode fazer com que uma pessoa se sinta pior, aumente sua dor ou até adoecer (quando provoca a piora, passa a se chamar “Nocebo”). Tudo depende no que a pessoa está acreditando, ou seja, a expectativa que sua mente tem daquele tratamento.

Então, médicos que “assustam” o paciente com falta de cuidado com as palavras, podem acabar contribuindo para uma piora no seu quadro. Obviamente médicos não devem mentir para pacientes, mas existem diferentes formas de dizer a mesma coisa. Isso deveria ser ensinado em faculdade.

O que o paciente é levado a crer é tão poderoso que um mesmo placebo pode provocar melhora ou piora em pacientes. Um experimento sobre alergia comprovou isso: os voluntários recebiam uma injeção que desencadearia uma reação alérgica (de verdade, aplicavam histamina) e depois testariam um creme. Foram divididos em dois grupos, mas, ao contrário dos testes padrão, onde um grupo recebe medicamento real e outro o placebo, neste, ambos receberam placebo.

A diferença é que foi dito a um grupo que o creme melhorava a alergia e para o outro foi dito que o creme piorava a alergia. Além disso, a forma como os médicos tratavam os pacientes e até o ambiente eram diferentes: para alguns os médicos eram atenciosos e o consultório era organizado e para outros os médicos eram ríspidos, o consultório era uma bagunça e falavam coisas confusas.

O resultado foi na seguinte ordem: o que predominou para melhorar ou piorar a reação alérgica foi a expectativa do paciente. O grupo que achava que o creme iria curar a alergia de fato teve muito mais casos de melhora. Porém, se constatou que a relação do médico com o paciente é quase tão importante quanto, pois quando pessoas eram atendidas por médicos rudes, desleixados ou que não lhes davam a devida atenção elas não acreditavam que poderiam melhorar, mesmo que os médicos lhe digam isso.

A conclusão é que o tipo de atendimento que um médico te dá influencia diretamente ou inconscientemente (ou ambos) na expectativa de cura ou eficácia de um remédio. Isso quer dizer que se um médico atende bem, escuta, é afetuoso e preocupado e diz que um remédio funciona, a pessoa tende a acreditar com mais convicção, tornando mais provável o Efeito Placebo e também acentuando sua intensidade.

O Efeito Placebo é real, e ele não é algo ao qual pessoas ignorantes estão sujeitas. Todos nós temos cérebro, todos nós temos mente, portanto, todos nós estamos suscetíveis ao efeito placebo. Sofrer efeito placebo não é sinal de burrice, é sinal de ser humano. O Efeito Placebo funciona inclusive quando não se toma placebo: medicamentos que de fato funcionam podem ter seu efeito potencializado pelo Efeito Placebo e serem ainda mais eficientes do que normalmente seriam quando a pessoa os toma com grande certeza de que eles gerarão aquele resultado.

Pode acontecer até o inverso: a pessoa recebe um remédio que comprovadamente funciona, mas suas expectativas de que ele não funcione são tão grandes que, de alguma forma bloqueiam o funcionamento do remédio. Parece que, no final das contas, a mente está mais no comando do que a gente imagina.

Um dos casos mais famosos envolvendo Efeito Placebo e Nocebo é o caso de um paciente tratado como “Wright” (não achei o primeiro nome), nos EUA. Ele tinha câncer terminal, respirava por máquinas e implorou para ser incluído como voluntário em um estudo de um novo remédio (krebiozen).

Entrou no estudo e melhorou tanto que teve alta e foi para casa. Mas, poucas semanas depois, leu uma reportagem dizendo que o estudo do qual ele participou concluiu que o remédio era ineficiente. Em questão de dias estava hospitalizado e respirando por aparelhos novamente, à beira da morte.

Os médicos, percebendo o que estava acontecendo, disseram a ele que havia uma nova droga sendo testada e essa sim funcionaria. Deram um novo placebo. Novamente, ele melhorou e foi para casa. Quando ele leu uma matéria desacreditando essa nova droga, em questão de dias foi internado novamente e morreu.

Alguém pode estar pensando “nossa, que sujeito influenciável”. Todos somos, em maior ou menor grau, dependendo de quem nos fala, de qual alegoria se nos apresenta, de qual contexto a coisa se desenrola. Principalmente quando estamos à beira da morte. Sua percepção é outra quando você é confrontado com esse tipo de situação extrema. E provavelmente, mesmo sem estar à beira da morte, todos nós alguma vez já vivenciamos o Efeito Placebo sem nem ao menos saber.

Eu já tomei um remédio para uma coisa que curou meus sintomas e, dias depois, fui perceber que me enganei e tomei na verdade um remédio para outra coisa. O que fez meus sintomas desaparecerem foi o Efeito Placebo, pois a droga que eu tomei não tratava aqueles sintomas.

Efeito Placebo não é ilusão da sua cabeça, na sua cabeça só está a crença de que aquilo funciona, o resto são manifestações reais do seu corpo. E na verdade, talvez nem precise ser remédio para fazer efeito placebo. Para algumas pessoas, se falar que um Orixá, um Santo ou um Espírito vai curá-los, a cura pode acontecer – de dentro para fora. O Orixá, Santo ou Espírito é a alegoria que a pessoa usa para acessar a cura que está dentro dela.

Inclusive já testaram placebo de curandeirismo. O médico alemão Edzard Ernst fez um experimento expondo pacientes com dores crônicas a curandeiros – metade eram curandeiros reais e a outra metade eram atores simulando ser curandeiros, mas os pacientes achavam que todos eram curandeiros. O resultado? Os atores foram mais bem sucedidos reduzindo a dor dos pacientes, provavelmente por encenarem rituais mais… enfáticos.

Então, não é vergonha sofrer do Efeito Placebo. Todo ser humano tem esse potencial. Vergonha é brigar com ele em vez de tirar o que ele tem de positivo: a percepção do poder que sua mente pode ter.

Hoje, sabemos que para que o Efeito Placebo opere em sua máxima potência, três fatores são necessários: 1) o paciente precisa ter uma grande vontade de se curar; 2) o paciente precisa ter total confiança que a substância ou terapia que está fazendo tem poder curativo; 3) o paciente precisa confiar em quem o atende e indica essa terapia.

Talvez você já tenha escutado algo sobre “o poder curativo da fé”. É outra forma de falar do Efeito Placebo, revestido de uma alegoria religiosa. Quem cura é a mente, atribuam a isso a alegoria que quiserem e, se estão tentando ajudar alguém, atribuam a alegoria que essa pessoa vai abraçar melhor. Óbvio que ninguém deve deixar de fazer o tratamento médico indicado, mas acreditar em uma cura alegórica em conjunto pode ajudar.

Emoções comprovadamente podem desencadear reações físicas, ninguém com um mínimo de conhecimento científico vai negar isso. A capacidade de cura não é apenas externa, ela é interna também. Ainda não se entende bem como esse mecanismo funciona, mas a ciência não nega que ele exista.

Então, este texto não é para te induzir a dar pílula de açúcar a quem está doente na esperança de que a pessoa se cure, é para que você reflita que tem um potencial de conseguir uma cura para qualquer coisa dentro de você. Pessoas como Somir e eu nunca poderão se beneficiar do efeito placebo, pois somos muito céticos, mas podemos nos beneficiar do princípio geral: a mente tem poder, inclusive de cura.

Se o saber que a terapia não funciona anula o Efeito Placebo, o que acontece se a gente reverte isso e passa a acreditar que a terapia era só uma alegoria, a cura vem da mente, e esta sim tem comprovado poder curativo? Se for uma mente treinada, com força para desencadear esse processo, talvez você consiga resultados surpreendentes.

Para reclamar que escrevi o dobro do limite de páginas, para mostrar sua mediocridade e falta de compreensão e dizer que estamos pregando curandeirismo (sempre tem um) ou ainda para dizer que está pensando como prejudicar alguém com efeito Nocebo: sally@desfavor.com

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Comments (12)

  • É mais ou menos como a capacidade simpática. Você vê uma pessoa vomitando ou bocejando, seu cérebro recebe estímulo para imitar.

    Agora me pergunto quantos efeitos placebos ou nocebos sutis não nos expomos todos os dias e nem percebemos o quanto isso altera nosso humor ou nossa percepção…

  • O que eu acho mais interessante no efeito placebo é a questão de medicações com princípio ativo real que funcionam mais ou menos dependendo da “crença” de quem prescreve.

    Por exemplo, meu organismo nunca respondeu bem a Paracetamol, pra nenhum tipo de sintoma. Mas com Dipirona é tiro e queda.
    Se uma pessoa chega com dor pra mim (e ela já não tem a “crença” dela nas medicações), a chance da dor passar quando eu dou uma Dipirona é maior do que quando eu dou Paracetamol, simplesmente porque EU acredito que ela funciona melhor. Mesmo sabendo que o efeito dos dois é relativamente semelhante.
    Deve rolar alguma comunicação não-verbal que gera o efeito placebo, mas é muito claro pra mim, na minha experiência de vida e trabalho!

    • Nanda, que interessante!

      Quanto mais o médico acredita no medicamento, mais ele deve passar sinais de confiança ao paciente e isso deve ser sentido de alguma forma por ele, por seu inconsciente e por seu organismo! A mente humana é fascinante!

      • Frase de um artigo que o Dráuzio Varella publicou no site dele no ano passado: “O simples ato de tomar remédios receitados por pessoas em quem confiamos, pode ajudar na resposta terapêutica”.

          • Quanto mais cética, menos suscetível ao efeito placebo uma pessoa se torna, mas totalmente imune ninguém é. E o mais curioso nisso tudo é que, mesmo que o cérebro do Homo Sapiens seja o único em toda a Natureza que é capaz de estudar a si próprio, a própria mente humana é um mistério.

  • Creio eu que o efeito placebo funciona sim mas apenas em cérebros manipuláveis e fracos.
    Em alguém mais focado na realidade jamais irá funcionar.
    Já autorizei diversas vezes tentaram me hipnotizar, nao teve como, não largo o osso do meu controle mental.
    Conheço uma senhorita que desde muito criança ao se sentir um pouco pra baixo vai ao salão de beleza e lá passa o dia com 3 a 4 pessoas cuidando dela. Lava cabelo, corta, outra vem oferecer um chá com bolo numa bandeja de prata, copos de cristal, um docinho daqui a pouco, outra pessoa faz as unhas da mão, já tem outra pessoa esperando para fazer as unhas dos pés, daqui a pouco chega uma massagista com óleos essenciais, etc.
    E assim ela passou o dia. Ao término ela sai de lá com ares de princesa mais bela e no maior alto astral.
    Na verdade, a tarde, ela sai de lá quase com a mesma aparência que entrou cedo, mas o seu estado mental saiu
    em alto astral e todos os seus sentimentos de estar por baixo quando entrou se esvaiu como por mágica.
    Isso tem o mesmo efeito em mim? Podia ter, mas não tem. Viro um bicho em ter que esperar, em papo furado, em conversa vazia, em gente me pegando, em ser paparicada. Nada disso agrega algo na minha pessoa.
    Quero entrar, fazer o que fui fazer, pagar, sumir igual bolha de sabão e ir para o próximo compromisso, mesmo que esse próximo compromisso seja ir para casa, vestir aquela roupa velha e fazer o que gosto de fazer, deitar no sofá e abrir um livro.
    Cada um se permite usar o efeito placebo que acredita, eu não acredito em nada e em nenhum.
    Meu nome pode ser São Tomé.

    • Você está engando e é contra esse tipo de pensamento que eu fiz este texto. O efeito placebo independe de inteligência, cultura ou “cérebros fracos”. Não é questão de opinião, é cientificamente provado.

        • O que eu quis dizer é que placebo como “isca” não funcionaria para Somir ou para mim. Um exemplo para deixar mais claro: a mãe de uma conhecida estava com câncer, não havia tratamento possível e ela decidiu dizer à mãe que conseguiu um remédio milagroso com um médium. Deu Tic Tac para a mãe engolir, na esperança de que ela melhore, pois ela acreditava piamente em mediunidade.

          Isso não colaria com a gente, pois eu não vou tomar um comprimido desconhecido que não foi prescrito por um médico, muito menos acreditar na sua eficácia se a ciência não comprovar que funciona. Então, eu nunca poderia me beneficiar, não por ter um cérebro “superior” (não tenho) e sim por ter ceticismo com tratamentos alternativos e exigir comprovação científica para tudo que tomo.

          Como dificilmente um médico vai mentir para o paciente, o único jeito de que eu tome um placebo é como no caso em que contei no texto: por engano meu, achando que estava tomando uma coisa e tomei outra. E funcionou.

          • É uma troca, também: eu não vou ter as vantagens de um possível placebo/simpatia/reza, mas também nunca vou ver fantasma ou ficar com medo de ameaças sobrenaturais.

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