Névoa Mental
Ela é uma das sequelas mais relatadas por infectados pela atual cepa e covid e, ainda assim, muito pouco se fala a seu respeito. Talvez por ser difícil de descrever, ou por não existirem muitas respostas sobre sua causa, tratamento ou duração. Ainda assim, como vocês pediram, resolvemos falar sobre o pouco que se sabe a respeito. Desfavor Explica: Névoa Mental.
Névoa mental (também conhecida pelo nome em inglês “brain fog”) é algo muito difícil de descrever, pois pode gerar sintomas muito diferentes em cada pessoa (há cerca de 200 sintomas relatados). Estudos indicam que, pelo menos 30% das pessoas sentem algum grau de névoa mental nos meses seguintes ao diagnóstico de covid-19, mesmo que a doença se manifeste de uma forma leve ou até assintomática. O mais comum é não sentir nada durante e começar a sentir a Névoa Mental depois do coronavírus. Algumas vezes, meses depois.
Até então, a Névoa Mental é tratada como covid longa, ou seja, sintomas que decorrem da doença que continuam depois que a covid passou, por meses e às vezes anos. Não se chama de “sequela” pois para receber esse status, é preciso que tenha caráter permanente e, até onde se sabe, a Névoa Mental não é permanente, em algum momento se acredita que ela desapareça. Quando? Não sabemos. Em algumas pessoas dura semanas, em outras, anos.
Ela se caracteriza por algum tipo de dificuldade cognitiva que tira a pessoa do seu estado normal e, geralmente, faz com que ela perca agilidade mental, capacidade de concentração, de raciocínio, de aprendizado e memória. O nome é uma tentativa de explicar o que se sente: é como se a sua mente estivesse recoberta por uma névoa, que te impede de ver as coisas com clareza.
Trazendo para o mundo concreto, é como ter que encarar um dia cheio de compromissos estando bêbado. Se você, assim como eu, não bebe, é como ter que encarar um dia cheio de compromissos depois de estar uma ou duas noites sem dormir. Ou então como se estivesse sempre naquele estado sonado, de quando acordamos sobressaltados e ainda não estamos muito bem despertos.
Você consegue lembrar de alguma vez na sua vida em que saiu para uma festa, chegou muito tarde e, no dia seguinte, teve que acordar cedo para ir trabalhar? Lembra como foi a primeira hora desse dia? Quando você acordou estourado, cansado, bêbado de sono e foi se arrumar para ir ao trabalho? Pois bem, quem tem névoa mental está constantemente assim.
Consegue perceber a sensação? Um cansaço extremo, uma dificuldade em raciocinar, uma mente que não pega no tranco, um grande esforço para fazer tarefas rotineiras. Não é sobre sentir sono, é sobre sentir as sensações que a privação de sono nos desperta. Imagine como é ter que viver a vida assim, as 24h do dia, por semanas, meses ou até anos.
Definições técnicas de Névoa Mental te dirão que ela se compõe por um ou mais destes sintomas: dificuldade de concentração, fadiga, sono, dor de cabeça, perda de memória, dificuldade de aprendizado, dificuldade de compreensão. Há cerca de 200 sintomas listados, o que pode ser muito confuso. Não acho uma boa definição e vou te oferecer uma classificação que eu acho melhor em alguns parágrafos e que talvez te ajude a identificar de que ordem são as suas limitações.
Justamente por ser tão subjetivo, muitas pessoas sequer conseguem dar nome ao que sentem. Sabem que tem alguma coisa errada com elas, mas não tem ideia de por onde começar a verbalizar. Se a pessoa não tiver um tiquinho de autopercepção, pode achar que está “sempre cansada”. Se a pessoa não tiver uma boa autoestima, pode achar que ficou “burra”, já que é realmente difícil entender e aprender nesse estado. E se a pessoa for muito concreta, ela pode achar que “tem problemas de memória”. É um pouco mais sutil do que isso.
Para quem vê de fora é ainda mais difícil perceber, se quem está sofrendo com a Névoa Mental não conseguir explicar, quem está de fora pode achar que está diante de quadro depressivo, ao ver alguém que antes fazia mil coisas não fazendo quase nada e apresentando um estado que flerta com a apatia. Pode achar que a pessoa é preguiçosa. Pode achar que está usando drogas. Falo isso para alertar pais sobre seus filhos: se seu filho teve covid-19, pense duas vezes antes de cobrar e reclamar, antes certifique-se de que ele não está com Névoa Mental.
Ainda não se entende bem o mecanismo de funcionamento: há estudos que indicam que seria uma inflamação que danifica os vasos do cérebro, há outros que apontam uma inflamação no líquido que recobre o cérebro e há outras hipóteses. Acredita-se que seja reversível, mas certeza, ninguém tem. No Brasil, tem um belo estudo sendo conduzido por uma pesquisadora da UNICAMP chamada Clarissa Lin Yassuda, que, por ironia do destino, também acabou pegando covid-19 e sofrendo com Névoa Mental há dois anos.
Minha relutância em escrever este texto vem desde o ano passado: não se sabe o mecanismo que gera a Névoa Mental, não se sabe o quanto ela pode durar e não se sabe como medicá-la. Então, eu pensei “não vou escrever, pois não vou ter nada a dizer”. Até pegar covid-19, no fim do ano passado, e sofrer até hoje com a maldita Névoa Mental. O lado bom é que agora eu tenho algo a dizer: compartilhar o que se sente de uma forma mais fácil e o que funcionou comigo, para, quem sabe, ajudar outras pessoas que estejam passando por isso.
Na minha opinião, a definição de Névoa Mental não ajuda o leigo a entender o que é. Quando se diz que é um “problema cognitivo”, se mantém um leque muito aberto de opções. Cognição, segundo o dicionário, a capacidade de processar informações e transformá-las em conhecimento, com base em um conjunto de habilidades mentais e/ou cerebrais como a percepção, a atenção, a associação, a imaginação, o juízo, o raciocínio e a memória.
Então, se a sua cognição falha, pode ser por vários motivos. Eu dividi em três motivos básicos: concentração, raciocínio e memória. Geralmente é em um deles que o problema predomina.
Concentração é a capacidade de manter seu foco em uma tarefa ou pensamento. Por exemplo, ler um livro ou executar uma tarefa. Se você não consegue manter seu foco ali, ou vai fazer sofrer para fazer e fazer malfeito, ou vai desistir no meio do caminho. Sem concentração não conseguimos aprender, não conseguimos ler, não conseguimos executar tarefas complexas. Não tem absolutamente nada a ver com ser burro, preguiçoso ou desleixado. É a mente incapacitada de trabalhar por falta de foco.
Raciocínio é definido pelo dicionário como uma sequência de juízos ou argumentos para chegar a uma conclusão. Portanto, raciocinar é linkar todo o conhecimento que você tem sobre algo, toda a informação, combiná-lo e obter uma resposta a partir dessa combinação. Uma mente nublada, confusa, que não funciona bem não consegue sequer reunir todo o conhecimento que tem sobre algo, quem dirá juntá-lo e concluir algo. Não tem absolutamente nada a ver com burrice, com preguiça ou má vontade. É a mente incapacitada de trabalhar por falta de referências.
Memória é definida no dicionário como a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar (evocar) informações disponíveis. Então, se você está falando uma frase e a palavra some da sua cabeça, ou se você esquece um compromisso que estava marcado, ou não lembra para que lado fica a sua casa, estamos lidando com problemas de memória. Não é demência, não é preguiça, não é exagero. É a mente incapacitada de trabalhar por falta de informações básicas.
Tirando sono, fadiga e dor de cabeça, quase todos os outros sintomas giram em torno destes três itens. E, dependendo da intensidade e da forma como se manifeste, podem chegar a incapacitar uma pessoa que não tenha as ferramentas para lidar com as novas limitações. E é isso que quero fazer neste texto, dar ferramentas que ajudem a lidar com a Névoa Mental.
Não se entende o mecanismo que causa a Névoa Mental, mas se sabe que não é o coronavírus em si quem faz o ataque. Como já explicamos em várias colunas FAQ, o grande problema da covid-19 é o processo inflamatório gerado: para se defender do vírus, o corpo surta e começa a atacar tudo que vê – inclusive o próprio corpo. Então, há fortes indícios que este, assim como tantos outros desdobramentos de covid-19, seja por problemas inflamatórios.
E, quando falamos de problemas inflamatórios dos quais não conhecemos o mecanismo de ação, nos resta tentar medidas genéricas para “desinflamar” o corpo e o que quer que esteja acontecendo. Para isso, o ideal é reprogramar a rotina, de modo a colaborar com o seu corpo nessa batalha (ou ao menos não jogar contra ele). Quanto antes você fizer estas coisas, maiores as probabilidades de reduzir sua Névoa Mental. Vamos por tópicos.
Alimentação. Prefira alimentos naturais (aqueles que não foram modificados pelo ser humano) e evite alimentos que tem potencial inflamatório, como por exemplo carnes vermelhas, coisas com corantes, conservantes etc. Dica de alimentos naturais que parecem dar bons resultados: lentilha, grão de bico e limão. Além disso beba muita água. Não líquidos, água. Água sem gás, a boa e velha água. E se esquecer de comer ou beber, ponha um despertador.
Sono. É preciso dormir uma quantidade de horas adequadas para que seu corpo esteja perfeitamente descansado, ainda mais um corpo que está combatendo um processo inflamatório. Não existe conta matemática para isso, mas eu já te adianto que dificilmente uma pessoa acorda completamente descansada se não dormir pelo menos 8 horas por noite. Você saberá que acordou descansado quando acordar espontaneamente, sem sonolência, bem-disposto e com energia. E, para isso, não bastam apenas as oito horas de sono, é necessário que seja sono de qualidade: em um ambiente escuro, silencioso, tranquilo, sem interrupções, com temperatura adequada.
Descanso. Principalmente mental. Faça o mínimo de coisas possíveis. Não vai dar para continuar fazendo tudo que você fazia, o quanto antes você aceitar isso, melhor. Quanto menos você fizer, mais rápido a Névoa Mental vai passar. Não estou mandando parar tudo (eu mesma estou aqui), mas escolha suas batalhas. Você terá uma janela diária de atenção e disposição que, quando se fechar, não vai recarregar novamente no mesmo dia. É aquilo, aquilo é seu limite e quando chegar no seu limite, encerre seu dia.
E aprenda a planejar esta nova realidade: entenda o quanto você rende por dia e priorize o que couber nesse rendimento. Sabe que tem uma reunião importante no meio da tarde? Programe um dia tranquilo, para chegar apto a esta reunião. Tem um trabalho importante para entregar para amanhã? Comece por ele, se sobrar disponibilidade, você faz o resto.
Exercício. Pode ser apenas uma caminhada diária (de mais de 40 minutos, por favor), mas faça alguma coisa. Pule corda no quintal. Nade. Ligue música e dance, qualquer coisa que mantenha seu corpo em movimento, que te faça suar, que te faça cansar. Atividade física está intimamente ligada à saúde mental, apesar de muita gente gostar de colocá-la como antagonista, ela é a melhor amiga de uma mente sã. E, claro, atividade física não é exaustão, exaustão atrapalha. Apenas se exercite.
Observe-se. Observe o quanto o “novo você” rende por dia. Que atividades desgastam mais. Entenda exatamente o quanto de concentração, raciocínio e disponibilidade emocional você tem para um dia e distribua com sabedoria. Sabe quando uma pessoa executa uma tarefa cansativa, para de render, faz um intervalo para o café e volta com capacidade renovada? Pois é, isso não vai acontecer. Você tem uma cota para o dia, que não vai se renovar. Use com sabedoria.
Existirão dias melhores, e dias piores. Aproveite os dias melhores para fazer o que é mais importante para você. Tente remarcar os compromissos nos dias piores e não sinta vergonha em descansar, em não fazer nada ou em fazer coisas idiotas que mantenham a mente vazia. Joguinhos podem ajudar: está tudo muito confuso? Vai de Candy Crush e relaxa essa mente inflamada. Não é vagabundagem, é recomendação médica para o processo de cura: qualquer atividade simples que não te seja um esforço e seja um prazer ajuda.
Treine. Quando você quer ficar musculoso não chega na academia e levanta 100kg no primeiro dia, certo? Tem que começar leve e depois, quando a musculatura ficar mais forte, você pega mais pesado. O mesmo vale para treino mental. Comece lendo pequenos parágrafos, aquilo que sua mente conseguir. Exemplo: um parágrafo de um livro por dia. Ou três vezes ao dia. Por menor que seja, mantenha sua mente ativa e vá aumentando a atividade apenas quando se sentir melhor, não force. A ideia não é cruzar uma linha de chegada e sim manter a mente em movimento. Mas nunca deixe a mente parada, exercite algo, sem forçar.
Poupe-se. Não conte mais com a sua mente para armazenar nada. Quando menos tarefas ela tiver, mais ela descansa e mais rápido você melhora. Todos os compromissos agora vão para uma agenda. Todos. Desde reunião de trabalho a comprar cotonete, nada fica apenas como responsabilidade da sua mente, tudo será anotado. E, se possível, divida as tarefas que você faz com quem possa te ajudar, quanto menos coisas você fizer, mais rápido você vai melhorar.
Não parece, mas tarefas básicas como cozinhar, exigem planejamento, controle de tempo, organização e fiscalização, coisas que demandam mais do que a sua mente pode dar. Então, não tenha vergonha de delegar tarefas simples que sejam cansativas para você. E se você era chegado a fazer várias coisas ao mesmo tempo, esquece: aposente a função multitarefas, faça uma coisa de cada vez.
Aceite. Não fique frustrado cada vez que falhar em algo ou não puder fazer algo. Estamos diante de uma doença, não de uma falha sua. Há uma inflamação no seu cérebro. Por acaso alguém ficaria com raiva de uma pessoa que não consegue correr tão rápido como antes por ter uma inflamação no joelho?
Não lute contra, é uma realidade e se estressar só piora qualquer processo inflamatório. Eventualmente, as limitações podem ser chatas ou humilhantes (eu, por exemplo, se sair sozinha, me perco e não consigo voltar para casa). Paciência, faz parte. Não brigue, aceite. É temporário (assim se espera) e, quanto mais sereno você estiver nesse processo, mais rápido melhorará. Porém, não se iluda: a melhora pode nãos er rápida, pode durar anos. Mas ela vem. E quanto mais você colaborar, mais rápido ela chega.
Seja gentil consigo mesmo e comunique às pessoas à sua volta o que está acontecendo, para que elas funcionem como uma rede de apoio. De verdade, já vou te adiantando que, salvo que você esteja cercado de seres humanos excepcionais, uma rede de apoio para algo demorado tende a enfraquecer: no começo, quando ocorre o diagnóstico, todo mundo é só amores, só ajuda, mas depois…
Com o tempo, as pessoas esquecem, começam a ser tomadas por seus próprios problemas e, em algum ponto, você não vai receber tanta ajuda como recebia antes. Parece que as pessoas têm uma capacidade limitada de compreensão e ajuda.
Na cabeça das pessoas, depois de vários meses “já deve estar melhor”. Ou pior, podem pensar que é “psicológico”, que você apenas “está nervosa” (se a pessoa com névoa mental for mulher, quase 100% de chances disso acontecer). É uma boa forma de ver quantas pessoas na sua vida de fato estão dispostas a olhar e cuidar de você. Você vai descobrir que gostar de você muita gente gosta, mas cuidar de você… isso sim é raro.
“Mas Sally, como colocar tudo isso em prática?”. Vamos lá. A primeira coisa que você tem que fazer é tirar o máximo de responsabilidades e problemas das suas costas. Não vai ser possível tirar tudo, eu sei, mas o que puder sair, tem que sair. Delega para outra pessoa ou simplesmente abandona (eu abandonei muitos projetos).
Liste o que tem que continuar sendo sua responsabilidade e mantenha-se apenas com isso, não permite que te joguem mais nada nas costas. Consegue viver com isso? Se der conta, é seu ponto de partida. Se não, você vai ter que pagar para que pessoas façam algumas coisas que você fazia (arrumar a casa, terceirizar seu trabalho, etc). Se você tiver bons amigos, eles vão te ajudar com isso também.
Fique ao menos 90 dias fazendo esse básico que você determinou que consegue fazer. Se, e somente SE sentir alguma melhora, acrescente uma, e somente UMA nova responsabilidade na sua vida após esses 90 dias.
Exemplo: você tem que trabalhar, cuidar do seu filho e cuidar da casa. Fique 90 dias fazendo “apenas” isso. Se, depois de 90 dias você sentir menos névoa mental, incorpore mais uma coisa pequena no seu dia: pode ser uma tarefa nova, como por exemplo, a partir daquela data, você ficará responsável também por regar as plantas. Observe.
Se for um sofrimento executar a tarefa nova, abandone, ainda não é momento. Se for manejável, incorpore esta tarefa e espere mais 90 dias para cogitar em incluir mais alguma na sua rotina.
Este é o tempo médio que o cérebro leva para internalizar algo como um hábito, tornando sua execução mais fácil e natural. É com amor que digo isso: por mais que você sinta que dá para acrescentar algo antes dos 90 dias, não seja idiota. Espere. Estamos falando de uma inflamação cerebral, é coisa séria. Só acrescente tarefas depois desse prazo. Pega um calendário e marca. Enquanto a Névoa Mental durar, você só insere uma tarefa nova depois de 90 dias executando tarefas antigas.
Se, depois de 90 dias de inserida a nova tarefa (no caso, regar as plantas) você sentir que cabe mais uma, insira mais uma, e apenas mais uma. Novamente, se for um sofrimento, abandone. Se não, continue. E caminhe assim, inserindo algo a mais a cada 90 dias, até colocar de volta tudo que você fazia antes ou até a Névoa Mental sumir por completo (aí você faz o que você quiser).
E, por último, fique de olho na sua saúde mental. É muito possível cair em uma depressão ou entrar em crises de ansiedade quando você é tirado de você mesmo. O que você é, o que você faz, o que você pensa estão dormentes, seu cérebro está no modo avião, seu raciocínio está formigando. O que resta de você quando você não consegue pensar, opinar, trabalhar ou realizar suas atividades do dia a dia?
Então, é perfeitamente compreensível procurar ajuda de um profissional (profissional, não coach, não pastor, não centro espírita, não reiki, não barra de access, não tarô) para passar por esse período turbulento. Mas, ao mesmo tempo não se deixe pressionar: ficar puto com quem não te ajuda não é ansiedade nem qualquer problema digno de psicólogo, é uma indignação válida com egoístas filhos da puta que não te ajudam a superar uma doença que vai passar mais rápido se você receber ajuda.
E se você está convivendo com alguém que está passando por isso, seja gente, seja humano, seja decente, tenha um mínimo de amor e carinho pela pessoa e ajude ao máximo, pelo tempo necessário. E ajudar não é fazer o que você acha que pode ajudar (você não sabe), ajudar é sentar com a pessoa e perguntar COMO POSSO TE AJUDAR? e depois fazer o que a pessoa pedir.
Você não tem ideia do sacrifício que é a vida de alguém que vive com Névoa Mental. Talvez a pessoa não externe, mas qualquer tarefa é um enorme sacrifício. Seja humano e seja rede de apoio para essa pessoa. Não é para toda a vida, é temporário. E quanto mais você ajudar, mais rápido a pessoa melhora.
Para dizer que você nasceu com névoa mental, para dizer que Somir deveria escrever todos os textos até eu melhorar (ele se ofereceu) ou ainda para dizer que a maior parte das pessoas é tão tosca que nem vai fazer diferença ter Névoa Mental: sally@desfavor.com
Desfavores relacionados:
Etiquetas: cérebro, coronavírus, névoa mental, organização
Ana
Eu nem tive/tenho névoa mental, mas convivo com ansiedade. Essas dicas são úteis até pra mim.
Sally
Espero que ajudem, Ana!
Anônimo
Tem doença nova chegando, a Super Gonorreia, o Alicate vai pegar neste carnaval:
https://www.cnnbrasil.com.br/saude/supergonorreia-o-que-se-sabe-sobre-a-infeccao-resistente-aos-antibioticos/
Sally
Ou quem sabe junta tudo no organismo dele e cria uma versão ainda pior, a hipergonorreia
W.O.J.
Já estou passando adiante o link deste texto para o máximo de pessoas que eu posso. Espero que seja útil para alguém. Ah, e Sally, fiquei muito triste em saber que você teve covid. Torço para que agora esteja tudo bem ou, no mínimo, voltando aos eixos aos poucos. Estimo as melhoras e, daqui de longe, quero crer que você esteja cercada de pessoas que se importam com seu bem-estar e que possam te ajudar.
Sally
Estou bem, não tive uma versão grave. Mas sobrou a névoa mental, que é bastante desafiadora. Não recomendo a ninguém se arriscar voluntariamente achando que se pegar nada acontece. Dependendo de quem seja a pessoa e de qual seja seu trabalho, névoa mental pode ser incapacitante – e pode durar anos.