Religião – Você está fazendo isso errado.

Eu não entendo a estranha e contraditória relação que o brasileiro tem com religião e misticismo no geral. Pude observar por 40 anos de perto, mas nunca consegui entender, então, hoje compartilho minhas dúvidas com vocês, para que reflitam e, quem sabe, possam me explicar algo.

Brasileiro adora um misticismo. Mesmo quem se diz adepto de uma religião, sempre está com um pé no misticismo, fora dela: uma simpatia para conseguir algo, um ritual para atrair algo, uma consulta com taróloga para saber algo, um mapa astral para prever ou entender algo. Horóscopo, cristais, ervas, cores, toda sorte de misticismo está presente. E geralmente eles vão de encontro com a religião que a pessoa escolheu seguir, mas, por algum motivo, a pessoa nunca acha contraditório.

Na real, o brasileiro não acha contraditório nem mesmo desrespeitar as regras da própria religião, ele faz um mix do que ele gosta e manda vez. Nada contra, eu acho que religião não é para ser levada a sério mesmo, mas é curioso ver como gente que acha que leva a sério sua religião não o faz. Em algumas coisas são extremamente obedientes (no geral, aquelas que não implicam em um ônus muito grande ou que geram algum benefício), mas em outras, violam as regras abertamente e sem um pingo de constrangimento.

“Ah, mas eu não concordo com a regra X”. Beleza, provavelmente eu também não. Quando a gente não concorda, a gente não adere a essa religião. Religião não é self-service, onde você vai passando e pegando o que quer, é um pacote fechado: ou você abraça, ou você não abraça.

O mais curioso é que escolhem o que é preciso seguir e o que não, ignorando as regras que seria um sacrifício muito grande fazer e, quando o colega ao lado faz o mesmo, o julgam por não seguir as regras que eles entendem ser as que precisam ser cumpridas.

Ou seja, o brasileiro cria uma religião dentro da religião: no SEU catolicismo, não precisa casar virgem, pode usar anticoncepcional, mas não pode aborto. Se no catolicismo do outro puder aborto, o outro será um falso cristão, um escroto, um herege. Quem faz o que eu acho certo tem mérito, quem não faz o que eu acho certo não tem mérito. É a Religião Meu Umbigo.

Tem até a absurda figura do religioso “não praticante”. Meus queridos, religião é basicamente isso, colocar em prática ditames, regras e ensinamentos. Se você não pratica a religião, você não é adepto dessa religião. Só que a pessoa quer a pertinência de integrar aquele grupo, sem precisar mover um dedo ou fazer um sacrifício por isso.

Faz o diabo, bebe, fuma, usa drogas, sacaneia os outros, não vai à missa, não casa virgem, não faz nada do que se prega mas continua se dizendo católica: “é que eu sou católico não praticante”. É maravilhoso esse conceito. Eu sou alpinista não praticante. Não subo montanhas, mas quero me dizer alpinista. Esses são os mesmos que acham ruim quando lacrador que se sente mulher/homem/golfinho exige ser tratado como se sente. Haja hipocrisia.

Outro uso curioso da religião é utilizá-la para definir quem se é. Todos nós somos muito mais do que uma religião, ou uma profissão ou um status social qualquer. Mas existem pessoas que não gostam do que são, não sabem o que são ou não entendem o que são e se escondem atrás da definição religiosa. Deixar que uma religião defina o que você é me parece o máximo de mediocridade que alguém pode chegar.

“Eu sou evangélica”, era a resposta padrão de uma conhecida minha para quando perguntávamos se ela ia fazer ou deixar de fazer algo. As decisões de sua vida eram tomadas assim. Seu concordar ou discordar de algo, a forma como conduzia seu relacionamento, a forma como criava seus filhos, tudo estava atrelado a isso. Era uma bandeira que ela sacudia com orgulho na cara de quem quer que se aproxime, por acreditar que dela se presumia nobreza, bondade e outras qualidades admiráveis.

Deve ser mais fácil adquirir esse pacote fechado, simples e preto no branco de “ser” do que construir sua própria personalidade, pensando, questionando e experimentando. Se fizer tal coisa você é bom, se fizer tal coisa você é mau. Deve dar segurança ter essa “cartilha da vida”. Mas é medíocre demais, sem contar que não funciona, pois em algum momento a pessoa vai ficar infeliz quando se perceber engessada em uma cartilha que não segue o seu querer e sim regras que convém a aqueles que a inventaram.

Outra coisa que não entendo é quem ostenta religião como forma de passar uma mensagem. Pode ser um evangélico querendo te dizer como ele é virtuoso, mas também pode ser um “macumbeiro” querendo te intimidar. O que eu já vi de patricinha perdida na vida batendo no peito que é do Candomblé para aborrecer a mamãe, pagar de rebelde ou finalmente ser aceita em algum lugar mesmo sendo insuportável…

Vamos conversar sobre querer intimidar os outros usando Candomblé, Umbanda ou qualquer religião africana? Deixa eu te contar um segredo: só ignorante tem medo de uma religião por achar sua alegoria assustadora. Se orgulhar de assustar um bando de ignorantes me parece de uma pequenez sem limites e me diz que quem está mais assustado entre todos é o que tenta assustar. Apenas parem, estão passando vergonha.

“Meu pai Ogum vai isso, minha mãe iemanjá vai aquilo!”. Vai bem tomar no cu, que tal? Você, seu pai e sua mãe. Talvez vocês se achem diferentões pois a alegoria dessas religiões foge ao comum (sacrifício de animais e outras coisas que não são mainstream), mas deixa eu te falar uma coisa: é uma religião como outra qualquer, com as mesmas premissas, mesmos furos e mesmas contradições, só muda a alegoria.

Mas no Brasil a pessoa quer ser rebeldona, mesmo na vida adulta. Ela topa tudo para ser diferente, para se destacar. O grande medo do medíocre é que sua mediocridade venha à tona, então ele faz o que pode para se sentir diferente e especial. Tem patricinha na macumba e tem vira-lata no catolicismo, ambos achando que estão sendo únicos. Todos os religiosos são iguais, em que pese as mais diferentes alegorias: são pessoas que precisam de muletas para cruzar a vida.

E quando temos aquela família tradicional brasileira que diz ter medo, horror, pavor a macumba, mas faz uns rituaizinhos que são oriundos de religião africana? Tomam banho com uma erva tal para limpar as energias, limpam a casa com a erva tal, para afastar a inveja… O que tem de brasileiro macumbeiro sem saber que faz ritual de macumba… Por sinal, opinião impopular: espiritismo nada é que macumba mais branquinha. Podem reparar, tudo igual, mas com alegorias de branco.

Mas, entre todas as incongruências, contradições e descalabros que o brasileiro cria em nome da religião, o que mais me intriga é esse: se dizem tementes a um Deus que é o verdadeiro, que é forte, que os protege, mas… se cagam de medo o tempo todo, de tudo. Vivem inseguros, assustados, temerosos.

Medo da inveja, medo do olho gordo, medo do diabo, medo da macumba, medo de coisas darem errado na vida, medo de serem sacaneados, medo de serem traídos, medo, medo, medo. Qual é o ponto te ter um Deus que supostamente está cuidando de você, ser devoto a ele, se você continua tão assustado como antes?

Como vocês sabem, eu não acredito em nenhum dos “pacotes” que definem a Deus em religiões. Portanto, eu vivo a minha vida sem uma criatura mágica que está olhando por mim, cuidando de mim, me guiando e me protegendo. E, ainda assim, me considero mais segura e tranquila que a maior parte das pessoas que afirma ter um Deus cuidando delas.

Então, basicamente, minha pergunta é: o que está acontecendo? As pessoas não têm confiança no Deus em que elas escolheram e acreditam?

Vejamos, se é uma criatura onipresente com poderes sobre o céu a Terra, o lógico seria viver uma vida plena e feliz, sem muitas preocupações, fazendo o seu, com serenidade, afinal, seu Deus está olhando por você e, o que quer que aconteça, vem para o bem. Mesmo que a pessoa não entenda os desígnios divinos no momento do evento, deveria existir uma confiança de que o que quer que aconteça, Deus tem um plano para você e ele é bom.

Não digo relaxar e achar que Deus vai prover tudo, muito provavelmente Deus não gosta de acomodados. Digo ter confiança para encarar a vida. Faz o seu, faz bem-feito e para de sentir medo de tudo, desconfiar de tudo. Ter um Deus e viver assim tirar credibilidade desse Deus, não acham?

Eu me inclino a pensar que talvez essas pessoas não estejam tão certas assim a existência desse Deus. Ou, se acreditam no Deus e, ainda assim acreditam que coisas terríveis podem acontecer, é preciso perguntar que raios de Deus é esse que permite que coisas horríveis aconteçam com suas criaturas.

Ainda que a gente trabalhe com a ideia de “pecados” e suas consequências, um Deus que pune com dor e sofrimento não parece ser um Deus que eu queira ficar por perto. Nem mesmo pais que punem os filhos com dor e sofrimento são considerados bons pais. Se você acredita que algum erro seu justifica que o seu Deus te coloque em situações de dor e sofrimento, lamento informar, mas você e Deus tem uma relação abusiva.

Como pode uma pessoa que acredita que seu Deus é real, é justo, é bom, é poderoso e protege ficar com medo de uma macumbinha que a vizinha arriou em sua porta? A pessoa acha seu Deus uma bela bosta, não?

Como pode uma pessoa que acredita e repete que “Deus é amor” achar que, por seus pecados esse mesmo Deus lhe enviou uma punição repleta de sofrimento e dor? A pessoa acha seu Deus um sádico, não?

Sendo muito sincera aqui: a vida deveria ser mais fácil para quem tem religião. Apareceu uma situação difícil? Deus vai te guiar. Pede ajuda para ele, ele vai te mostrar o caminho e, ainda que você erre o caminho, ele vai te amparar. Eu não. Eu vou ter que decidir o caminho sozinha – e eu não sou onisciente, logo, as chances de erro são maiores.

Aconteceu uma situação que sai do seu controle? Pode orar para um Deus justo, amoroso, que cuida de suas criaturas. Ele vai te ajudar. Ele vai fazer o que for melhor para você, ainda que, em um primeiro momento, você não entenda bem o motivo. Eu não. Eu estou nas mãos do incontrolável e vou ter que viver com a incerteza, a impermanência e a imprevisibilidade.

Vocês, religiosos, tem uma bicicleta com rodinhas: seu Deus é seu parceiro de vida, sempre cuidando, sempre ajudando, sempre presente. E, ainda assim, reclamam para um caralho! Como é possível que tenham tanto medo, tanta tristeza, tanta depressão, tanta ansiedade? Eu estou jogando sozinha, mas vocês, vocês têm um segundo jogador no time… e ele tem poderes mágicos!

Então, quem acreditar em Deus, faça o favor e use isso da forma correta: parem de sentir medo, insegurança, culpa ou o que quer que esteja transtornando a mente de vocês.

Vocês têm uma criatura onipotente, onisciente e onipresente olhando por vocês, disposta a ajudar, a te amar e a te acolher. Vão tomar no cu, sabe? Se eu acreditasse que tenho isso na minha vida, eu não teria metade das preocupações que tenho! Vocês têm uma parceria que não sabem usar! Religião: vocês estão fazendo isso errado.

Hora de colocar a mão na consciência e me responder a uma pergunta. Se, mesmo com um ser mágico, poderoso e que quer te ajudar, você sente medo, insegurança ou se sente sozinho, vai ter que escolher entre duas opções: você não leva tanta fé assim na existência do seu Deus ou você não leva tanta fé assim no amor do seu Deus. Só isso explica. E me diga qual dos dois é, assim a gente pode desfazer esse mal-entendido de uma vez.

Não sou expert em religiões, mas te asseguro que uma coisa todas tem em comum: o amor. Deus é amor. Deus é perdão. Deus fez suas criaturas à sua imagem e semelhança, não faz o menor sentido puni-las por ser algo que ele mesmo criou. O que quer que você faça, se você se arrepender genuinamente, está perdoado. Você pode zerar cem anos de transgressões em um segundo. Então, se você acha que Deus quer te punir, você não entendeu direito as regras do jogo.

O que me leva a pensar que muita gente se enquadra na primeira hipótese: gostariam muito que Deus exista, mas não tem tanta certeza assim que ele de fato esteja ali. E isso acontece, na maior parte dos casos, pelo uso errado que as pessoas dão a Deus. Deus não é Papai Noel, para o qual você faz pedidos e espera ser atendido. Deus não é gênio da lâmpada para realizar desejos. Daí muita gente faz pedidos/desejos, não é atendida e fica com medo de que Deus não exista.

Fique tranquilo, se você acreditar em Deus, ele existe. Acreditar nele acessa uma força interior através de uma alegoria que pode sim te ajudar na vida. Mas, como eu disse, Deus não é Papai Noel, não adianta ficar pedindo coisas. Façam-me o favor e não condicionem a existência de Deus a terem seus desejos atendidos. A relação com Deus se dá pela fé, ou seja, a confiança absoluta ainda que não exista nenhuma evidência comprovando esta crença.

Querem acreditar em Deus? Tenham fé e acreditem plenamente, vivam felizes sabendo que tem um ser mágico ajudando na estrada da vida. Aceitem que o que quer que aconteça vem para o seu bem e sejam resilientes. Batalhem por aquilo que querem, mas sem medo ou ansiedade, afinal, Ele está lá, está vendo e está ajudando. E parem de importunar a nós, ateus, que temos problemas de sobra.

A que ponto chegamos, ateus ensinando religiosos a confiar em Deus…

Para dizer que este texto te ofendeu, mas você não sabe dizer exatamente como, para dizer que Deus vai me castigar por este texto (Deus tem mais o que fazer!) ou ainda para dizer que se tivesse um Deus olhando por você, você tinha nascido na Suíça: sally@desfavor.com

Se você encontrou algum erro na postagem, selecione o pedaço e digite Ctrl+Enter para nos avisar.

Etiquetas: ,

Comments (30)

  • Sei que nada sei e nada sou

    Tema complicado.
    Juro que queria acreditar em algo, em um ser mágico, superior e cheio de amor por mim, mas não consigo
    -um dia eu acreditei, depois cresci e o sonho acabou.
    Eh muito broxante não acreditar em nada, em ter que se virar sozinha na vida, em ser 100% responsável pelos proprios atos porque o ser mágico não tá nem aí pras merdas que faço quando faço.
    Eh broxante a vida ser finita, meu corpo ter prazo de validade e a única certeza é que eu me vou um dia, que estou na fila de ida, não importa se quero ou nao, um dia eu vou.
    Estudei muito, me dediquei a aprender tudo que apareceu para aprender, construí, plantei incontáveis árvores, tive filhos, eduquei bem, me dediquei, e uma hora eu me vou pra nunca mais voltar.
    Eh broxante saber que todos iremos, todos estamos na mesma fila esperando o dia final.
    Não eh só broxante, eh uma imensa merda essa certeza.

    • Tudo é questão de ponto de vista. Ainda que você acredite que seu corpo vai perecer, o que você é fica vivo através do seu legado, dos seus filhos, das suas obras e da forma como você tocou as pessoas. Acho que nosso erro, acima de tudo, é condicionar nossa existência à matéria, a um corpo. É um ponto de vista muito infeliz.

      • Por favor, perdoe-me por me intrometer em uma conversa sua com outra pessoa, Sally, mas tenho que te dizer que eu adorei essa resposta.

        • Não é intromissão não, aqui é uma grande mesa de bar com pessoas conversando.

          Infelizmente nós fomos educados para olhar apenas para o corpo e, quando ele se vai (seja nosso ou de uma pessoa amada), nos desesperamos. Eu sou a primeira a cair na armadilha do corpo. Seria tão bom se a gente pudesse repensar isso…

          • É desesperador porque quando a pessoa amada se vai, ficamos sem poder mais olhar nos olhos, ouvir a voz, abraçar… Tudo isso é importante e, claro, faz muita falta. Mas o que esse ente querido fez por e para nós, a forma como nos tocou e nos transformou, a importância que teve para o nosso crescimento e o legado que cosntriuiu… Isso é o que permanece, de uma forma ou de outra. E talvez esse “permancer”, nos corações e nas lembranças daqueles que por aqui ainda ficam, é que seja a verdadeira “imortalidade”, que tantos buscam…

            • Sim, o problema é que nós (e eu me incluo nisso) aprendemos a dar mais valor à matéria: ter a pessoa ao alcance da sua mão parece valer mais do que os sentimentos, a forma como levamos a pessoa dentro da gente, tudo que ela nos ensinou, toda a vivência, os exemplos e aprendizados. Pensando racionalmente é um absurdo que um corpo pese mais do que isso, mas eu sou a primeira a se desesperar quando o corpo se vai…

      • Sally, não se trata de “corpo” , para onde vai o fogo após apagarmos a vela?
        A vela eh o corpo, o fogo eh o espírito.
        O que deixamos nas memórias das pessoas eh a lembrança do calor do fogo,
        não eh o fogo em si. Era desse fogo a referência.

        • Entendi.

          Tem quem diga que se integra a ao planeta, tem quem diga que se integra a uma unidade à qual todos nós pertencemos e um dia retornaremos, tem quem diga que volte à Terra em outro corpo… tem quem diga tudo.

          Meu palpite: o que acontece é incognoscível, isto é, algo que não temos condições de cogitar ou compreender. Talvez um dia, ao partir, possamos entender, mas agora não me parece possível.

  • Eu sou atéia não praticante… Kkkk
    Não acredito em nada, mas não duvido da fé (das religiões tenho muitas dúvidas).

  • Que auge de texto… Ateus ensinando como que faz pros crentes e religião… rs
    Sally, acho que a ideia de “não praticante” é na vibe do tipo: ahh eu concordo com aqueles preceitos em teoria, só não pratico. Vale pro catolicismo, vale pra macumba, vale pra qualquer religião. A pessoa concorda com todo aquele discurso bonito do Kardek, por exemplo, ou discurso de bondade sem fim da umbanda, só não vai no terreiro, nem tomar passe…

  • Não sei como é nas outras religiões, mas todo evangélico que eu conheço só se converteu quando estava na maior merda, todo fodido e cheio de problema na vida. E nenhum deles, ao contrário do que acontecia na propaganda da TV, deu a volta por cima e reapareceu depois dizendo “Eu sou Universal”.

    • Sim, muitas religiões exploram o desespero e acabam fisgando pessoas com baixa autoestima que não acreditam que podem sair da merda sozinhas. Uma pena…

    • Eu não me sinto no direito de falar por toda uma classe. Posso falar por mim: eu não me sinto capaz de afirmar nem que sim, nem que não. O que posso dizer é que, de acordo com as minhas vivências, experiência e conhecimento, me parece mais provável que não exista vida após a morte, mas estou longe de ter a arrogância de afirmar que a MINHA OPINIÃO é uma verdade.

      E isso não significa que morremos e acaba tudo. Existem infinitas possibilidade de que não seja um fim. Não é preciso que exista reencarnação para que não seja o fim.

  • Em outras eras eu até diria que o certo era não ter religião, mas num país de chimpas com uma considerável parcela da população tendo QI abaixo de 90, até abaixo de 80 em alguns lugares, melhor eles fazendo self-service de cristianismo do que perder sua bússola do “Deus castiga, eu num vô pru Céu”.
    Apesar de que, realmente, tem o lado ruim de alguns chimpas fazerem merda, justificarem com “foi u diabu qui mi tentô” e os outros chimpas perdoarem eles por isso, mas, é a vida…

    • Eu me pergunto honestamente (e não sei a resposta) se religião de fato é freio social. A dinâmica da coisa não me parece muito útil: se você se arrepender sinceramente será perdoado… olha que freio de merda!

  • Tenho uma parenta que já foi em tudo que é canto, mas se declara católica (nível “vai pra Portugal e compra lembrancinhas abençoadas por padre”). Na umbanda, nunca mais voltou quando a entidade disse que ela era a culpada pelos problemas de disciplina da filha. No espiritismo também não ficou satisfeita. Mas consulta uma taróloga todo mês.

    Quando a mãe dela ficava doente, ela fazia corpo-mole para socorrer, pois a cartomante tinha previsto que a mãe morreria logo (já vai fazer cinco anos e ainda não morreu).

  • Há cerca de dez anos, eu tive uma vizinha de frente evangélica cuja filha adolescente engravidou já na primeira trepada, o filho mais velho morreu numa queda de moto e o marido sofreu um acidente que o fez se aposentar por invalidez. A tudo isso, que aconteceu quase que em sequência em sua vida, ela só respondia que era “provação” e que Deus estava testando a fé dela. A dita-cuja toda semana ia ao culto sem falta e deixava de comprar coisas pra ter dinheiro pro dízimo. No vidro traseiro do carro dela tinha uma adesivo “se Deus é por nós, quem será contra nós?” e ela só andava com camisetas com dizeres como “Fé” e “Jesus”.

  • Ana, ex-fundie

    “se você continua tão assustado como antes?” Geralmente é pessoa que foi convertida na base do medo. Pode-se considerar medo de qualquer coisa, medo de perder família, de acabar com um casamento, de perder controle sobre os filhos, da própria sexualidade, etc.

    Não quer que essas coisas aconteçam? Segue uma receitinha, e se der tudo errado, a pessoa se isenta da culpa.

    Tem também o caso de quem nasce em berço religioso, e cresce cercado por religiosos, então meramente esse fator familiar-comunitário muitas vezes é o que “causa” religião em alguém.

    E sinto muito cristãos progressistas. Uma pessoa que se diz feminista ou a favor de direitos LGBT+, defendendo um livro que diz “mulheres sejam submissas” e que sodomitas vão queimar no inferno ou devem morrer, é uma piada. “Ah, mas tem contexto”, “mas a gente não precisa mais seguir isso, é coisa da época”. Parem. Só parem.

    • Pois é, nada disso é compatível com a Bíblia. Uma das coisas mais curiosas é ver gays, que esta religião diz que são pecadores e que vão para o inferno, permanecerem no catolicismo. É problema de autoestima? Alô? Você NÃO É ACEITO AQUI e mesmo assim opta por continuar aqui?

    • Ana, cresci numa família evangélica (e moro numa região repleta de crentes das mais variadas vertentes rs) e sempre ouço que preciso frequentar uma igreja. Mas a real é: se eu não acredito em nada daquilo e tenho ideias que são incompatíveis com a Bíblia, pra quê vou estar lá? Acho triste que tanta gente adulta sucumba a esse tipo de pressão do meio…

  • Eu acho que no fundo muita gente não acredita mesmo. O que acontece é que em muitos lugares, como na região onde moro, por exemplo, as religiões acabam dominando a vida social e a cultura. Então, para a pessoa não se se sentir por fora, acaba aderindo mesmo não tendo fé alguma… Um efeito manada mesmo

    • Uma pena, a única coisa de bom que religião tem é ajudar a acessar um lugar de fé e confiança que pode, apesar dos pesares, gerar benefícios para a pessoa. Parece que religião no Brasil é o pior dos mundos: não tem os benefícios e tem todos os malefícios.

  • Olha, um dos fundadores do ISIS, Abu Bakr al-Baghdadi, era doutor em Estudos Islâmicos, então talvez seja mais seguro pra humanidade o cidadão médio não seguir sua religião certinho…

Deixe um comentário para W.O.J. Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: