Desfavor Explica: A história dos cães.
| Sally | Desfavor Explica | 66 comentários em Desfavor Explica: A história dos cães.

Se alguém perguntar de onde vieram os cães, a resposta está na ponta da língua: “do lobo!”. Mas a história é muito mais interessante do que isso. Desfavor Explica: a história dos cães.
Os cães foram os primeiros animais a serem domesticados pelos seres humanos, estima-se que isso tenha ocorrida há cerca de 14 mil anos (enquanto os gatos contam com “apenas” 9 mil anos de domesticação). A dobradinha de cães com humanos deu tão certo porque foi um bom negócio para ambos. Há 15 mil anos atrás, o ser humano deixa de ser nômade e passa a fixar residência em uma espécie de vilas rudimentares. Tudo isso graças à agricultura: ao aprender a plantar, isso os obrigou a se fixar um um único local de modo a cuidar de sua plantação. Como qualquer aglomerado de gente, ao final do dia geravam restos de comida e lixo nas proximidades dessas vilas. Muitos animais, dentre eles o lobo, via nestes restos um ótimo jantar, fazendo com que comecem a aparecer pelas proximidades regularmente.
Ocorre que no entorno desses restos havia pessoas, ninguém andava até muito longe para jogar o lixo fora e, como você pode imaginar, não havia serviço de coleta de lixo à época. Inicialmente isso foi um problema, porque os lobos são muito antissociais e relutavam muito em chegar perto dos humanos. Mesmo quando os humanos se afastavam, os lobos eram obrigados a pegar a comida com muita pressa, pois se um humano se aproximasse eles sairiam correndo. Assim, os lobos tinham uma fonte meio rudimentar e incômoda de comida, que nem sempre conseguiam alcançar.
O tempo foi passando, estes lobos foram procriando. Por um desses acasos da natureza, nasceram um que outro filhote destes lobos mais corajosinhos, que por um revertério qualquer, não tinha tanto medo dos humanos. Em toda família, até mesmo em uma de lobos, sempre nasce um maluco. Pequenos psicopatas de rabo, destemidos, que não se intimidavam com a presença humana. Começaram a se dar bem: fartura de comida, bastava ignorar aquele macaco pelado que estava nas redondezas. Na mãe natureza, quem come melhor vive mais, cruza mais e passa mais seus genes adiante. Resultado: a eclosão de uma geração de lobos que não tinha medo de humanos. Além da questão genética, é preciso levar em conta que os filhotes destes pais destemidos aprendiam desde pequenos, ao observar o comportamento de seus pais, que não era preciso temer o homem, que poderiam se aproximar. Ao ver os pais comendo despreocupadamente perto de humanos, os filhotes reforçavam esse comportamento.
Em contrapartida, o ser humano também estava achando bacana o processo. Para o homem, também era muito produtivo ter estes lobos à sua volta: os lobos não os atacavam e ainda davam alerta quando predadores se aproximavam, tomando conta da área. O homem podia dormir em paz, pois acabara de adquirir um ótimo vigia noturno. Nessa via de mão dupla, ambos, homens e lobos, começaram a conviver cada vez mais. Os lobos que eram mais ariscos nem se aproximavam e os que eram mais dóceis acabaram montando acampamento ali, na entrada das “vilas” humanas. O mundo dos lobos estava dividido em dois. E esta convivência acabou por aproximar mais ainda o homem do lobo. Com o tempo, criou-se uma geração de lobos que já não sabia mais caçar, pois desde sempre estava habituada a comer os restos. Com isso tinham que forçosamente viver nas redondezas e acabavam se esbarrando com humanos mais cedo ou mais tarde.
Foi quando se deu o primeiro passo para o contato físico. Como já foi explicado em outro texto, nós humanos temos uma atração incontrolável por filhotes de mamíferos, pois nos remetem a nossos próprios filhotes, despertando instintos de amor e acolhimento. Não demorou para humanos se encantarem pela fofura que são os filhotinhos de lobos e começarem e trazê-los para perto de si. Em contrapartida, os filhotes, por serem curiosos e inconsequentes muitas vezes “invadiam” o território humano para pedir comida quando estes faziam suas refeições. Difícil resistir a um olhar pedinte de filhote. Não demorou muito, o ser humano estava abraçando e adotando filhotes desse lobo manso. Mas… como surgiu o afeto em si? De onde vem tanto amor recíproco? Tecnicamente já sabemos como foi a aproximação, mas vamos aprofundar e entender o nascimento de uma relação de amor tão sólida.
Não é brincadeira, está cientificamente comprovado que cães nos conquistam. Porque amamos tantos os cachorros? Sim, como eu disse, eles são uma gracinha, mas vai muito além disso. Boa parte da culpa é de um hormônio chamado Ocitocina, responsável pela sensação de afeto e apego por outras pessoas. A ideia original da mãe natureza era usar a Ocitocina para unir bandos ou famílias de modo a aumentar as chances de sobrevivência do ser humano. Por exemplo, quando uma mulher tem um filho, os níveis de Ocitocina sobem absurdamente após o parto. É a mãe natureza assegurando a sobrevivência da espécie. Pois bem, por alguma razão que ainda não se entende bem, os malandrinhos de rabo criaram mecanismos para conseguir despertar a produção de Ocitocina nos seres humanos.
Estudos realizados com voluntários mostram que os níveis de Ocitocina disparam ao brincar com um cão. Cientistas acreditam que a coisa se dá quando eles nos olham nos olhos, um tipo de comunicação que nós humanos costumamos reservar apenas para pessoas queridas. Isso engana nosso cérebro, pois ao travar uma comunicação visual com os meliantes quadrúpedes se subentende que são entes queridos. Além disso, os cães nos entendem, capacidade que nenhum outro animal desenvolveu tão bem. Esconde um brinquedo debaixo de um balde e o embaralhe com outros dois. Chame o cão e aponte ou olhe fixo para o balde onde está o brinquedo. Ele vai entender e vai encontrá-lo, dificilmente isso dê certo com outro animal.
Cães aprenderam a nos entender porque para eles era muito benéfico andar com humanos. Cães sabem distinguir expressões faciais, nosso tom de voz e mais uma série de nuances. Não é exagero dizer que seu cão te entende melhor do que muitos seres humanos, afinal, ele é resultado de um animal que passou séculos observando e decifrando o ser humano. Além de fazerem um esforço enorme de observação para nos entender, cães gostam de nos imitar, o que torna ainda mais fácil o convívio. O cachorro segue um líder e se adapta as regras dele, é um animal moldável por natureza. É provável que seu cão durma na hora em que você dormir e acorde na hora em que você acordar, por exemplo. Tudo isso estreita laços e facilita a convivência.
Esse emprenho ao longo dos séculos não foi apenas por nos observar e nos decifrar. O cão também se esforçam para se fazer entender. Observando nossas vocalizações e nossas reações, eles desenvolveram diversos tipos de latido com a intenção de serem compreendidos. Você já viu um lobo latindo? Não, né? Cães desenvolveram latidos específicos para conversar conosco, já que o humano é uma criatura muito vocal. Mais: desenvolveram um padrão de latidos que pudéssemos entender. Não é difícil, mesmo para quem não é o dono, distinguir um latido de alerta ou um latido pedinte. Sim, eles se moldaram na nossa fôrma, por isso os amamos tanto. Estão, cada vez mais, virando humanos quadrúpedes. Eles sabem muito bem, após poucas tentativas e erros, quem é que se comove com eles, quem lhes dá moral, e exploram essa pessoa. Mais: eles aprendem também como obter os melhores resultados dessa pessoa.
Ser compreendido é um alento para o ser humano. Mais: cães além de fazer um esforço para nos entender, também se esforçam para nos dar aquilo que queremos. Tem muito ser humanos que não faz isso! Essa combinação fatal de Ocitocina com a malandragem canina deu e dá um bug no nosso cérebro, que nos faz amar os cachorros como se de fato fossem um membro da nossa família. Isso explica porque passamos a noite em claro se ele não está bem, porque sentimos saudades ou porque muitas vezes os tratamos como filhos. Existe uma explicação científica, não é loucura da sua cabeça. E nessa eles nos ganharam e entraram de vez nas nossas vidas.
Graças a essa combinação de fatores, em pouco tempo virou rotina estes lobos mansos semi-cães circularem entre os humanos, como parceiros. Eles eram bons companheiros na hora das caçadas, mantinham animais distantes das plantações, davam alerta caso algum predador se aproximasse no meio da noite. Assim, quanto melhor o lobo servia ao homem, mais bem cuidado ele era. E, como eu já disse, quem come mais cruza mais e passa mais seus genes adiante. Os filhotes que cresciam a permaneciam dóceis eram mantidos, os que se mostravam agressivos eram mortos. Ocorreu aí uma seleção involuntária, de modo a que lobos que mantivessem o comportamento desejado (comportamento de filhotes na vida adulta) sobrevivessem e ganhassem muita comida cuidado. Foram os que passaram os genes adiante, reforçando cada vez mais esse comportamento.
Ao menos era isso que se pensava. Hoje existe uma teoria que diz que na verdade esses lobos semi-cães teriam a capacidade de perceber que um comportamento mais bocó agradava os humanos e emulavam esse comportamento, para em troca receber mimos e comida. Ao serem recompensados por um comportamento infantilizado, eles rapidamente se adaptaram, muitas vezes fingindo. Sim, o cão tem essa capacidade de “vou dar a este humano o que ele quer, assim ganho algo gostoso em troca”. Eles podem ser sociopatas com rabo quando querem. Eles nos manipulam, podem ter certeza disso. E a gente adora. Por sinal, cães fingem conosco até hoje. Não que não nos amem, eles nos amam e muito, mas muitas vezes eles nos dão o que queremos para nos agradar. Como este, alguns poucos instintos dessa época ainda sobraram, mas nós humanos, bicho bobo toda a vida, preferimos humanizá-los e atribuir a eles sentimentos que não existem do que compreender a verdadeira origem do seu comportamento.
Por exemplo, um cão que insiste em lamber seu rosto, principalmente sua boca não está tentando te beijar. É um hábito antigo de filhotes, que ativava a regurgitação de suas mães: o cão lambia a boca da mamãe e ela vomitava comida para ele. Buscar a bolinha e trazer de volta nada mais é do que a repetição do comportamento de buscar uma presa e trazê-la à matilha. Levantar a pata e mijar alto no poste? Era a forma dos lobos marcarem território. A verdade é que boa parte do comportamento dos cães encontra explicação na sua origem e não em sentimentos humanizados.
Já reparou que quase todos os cães antes de deitar dão uma (ou mais de uma) rodadinha? Giram em torno de si mesmos e deitam. Não, seu cão não é maluco nem tem TOC, existe um bom motivo pelo qual ele faz isso. É herança dos tempos em que cães eram selvagens e tinham que se preocupar com predadores. O cão gira para identificar para qual direção está o vendo, de modo a se posicionar com o focinho voltado para a direção para onde vai a brisa. Isso porque se um predador chegasse nele sentindo seu cheiro, ele não estaria de costas na hora do ataque e teria mais chances de sobrevivência. Deixa o bicho rodar, ele sabe o que faz.
Voltando à história… Nesse ponto, já podemos falar em cães, não em lobos. Uma parceria firmada com humanos, uma dependência deles para se alimentar (principal critério para definir um animal domesticado) não deixam dúvidas que não eram mais lobos. A bilateralidade regia a relação entre cães e humanos. Os cães tinham que trabalhar para merecer seu lugar na matilha humana: cuidar do território, caçar etc. Porém, passaram-se os séculos e a realidade do homem mudou.
Indústrias, urbanização e outros fatores fizeram com que os cães perdessem suas funções. O humano não dependia mais da ajuda do cão para comer, pois ele não caçava mais ele comprava ou trocava comida agora. A parceria acabou, e como sempre, quando o ser humano está por cima e não depende mais de algo, ele tende a sacanear. Se o cão não servia mais como parceiro, serviria agora como status, como objeto de consumo, como mero acompanhante.
O cão não era mais empregado do dono, passou a ser visto como filho do dono, como objeto de ostentação. Sua única função nas metrópoles era existir. Por mais que ainda existisse uma que outra função como caçar roedores ou ser guardião da casa, o ser humano não dependia mais do cão como antes. Ter um cão deixa de ser necessidade e passa a ser escolha, e, porque não, luxo. Afinal, sustentar um cão não era para qualquer um. O ser humano então decidir mexer em time que estava ganhando. Cães pararam de ser peneirados pela sua funcionalidade e passaram a ser selecionados pela sua aparência. Foi quando começaram a se desenvolver a maior parte das raças.
Surge também o Pedigree, um documento bobo que conferia status ao cão, designando-o como de “raça pura”. O problema é que graças a essa súbita importância que passamos a dar para a aparência do cão em detrimento de sua funcionalidade, nós humanos perdemos a mão e, em alguns casos, sacaneamos os bichos. Patas muito curtas, focinhos muito achatados, excesso de pele e outras desproporções que terminaram por prejudicar os animais foram cometidas. Os coitadinhos pagam o preço até hoje, com dificuldades respiratórias, problemas de pele e em muitos casos doenças congênitas.
Pode observar, se uma raça teve em algum momento um boom de procura, é certo que ela virá com uma carga genética complicada. Isso porque na tentativa de obter filhotes com certas características reforçadas, se cruzavam parentes, algo não recomendado. Exemplo típico: cães da raça Collie, a popular Lassie. Com a série de televisão estrelada por esta raça a procura subiu do dia para a noite. Como havia poucos exemplares, cruzaram parente com parente mesmo, na tentativa de obter filhotes rapidamente e com isso lucrar. Resultado: uma linhagem com pouca variedade genética e com muitos problemas em decorrência desta escolha errada. Estima-se que cerca de 80% dos cães desta raça acabem seus dias cegos ou com problemas de visão. O homem é corno e cruel, mata a baleia que não chifra e é fiel.
Mas a aparência não foi a única pisada de bola que demos com os cães. Ao se tornarem objetos quase que decorativos, sem uma função concreta, acabamos por abandoná-los afetivamente e negligenciar suas necessidades. Cães que precisam se exercitar por horas são condenados a um, com sorte dois passeios por dia e meia hora de brincadeira. No resto do dia os donos estão muito ocupados trabalhando, em seu lazer ou cuidando da família. Resultado: cães frustrados, com excesso de energia, que começam a apresentar problemas comportamentais. O que o ser humano faz? Reflete e passa a dar ao cão aquilo que ele precisa? Não. Os chama de mal educados por eles se portarem como cães. Em casos mais extremos, até mesmo os abandona. Mas tem uma novidade aí, a nova babaquice da vez é medicar cães para que eles fiquem quietos. Hoje, nos EUA, estima-se que cerca de 80% dos cães estão sob efeito de alguma medicação que atua de forma calmante. Cabe ao dono educar seu cachorro, se o cachorro é um mal educado, a culpa é do dono e não do cão. Mas infelizmente quem paga é o animal.
Não é sacanagem fazer isso com quem historicamente sempre nos ajudou e até hoje se desdobra para tentar descobrir o que você quer e te agradar? É hora do ser humano ter vergonha na cara e começar a retribuir o mínimo que ele deve aos cães: dignidade. Tenham vergonha na cara e só aceitem a responsabilidade de ter um cão se puderem prover a ele muito tempo, muito exercício e muito afeto. Essa linda história de amor está tomando rumos escrotos e preocupantes. Como sempre, o ser humano acaba estragando o que constrói de mais bonito graças ao seu egoísmo. Torço para que esta história entre homens e cães não tenha um final infeliz.
Eu fico deseperada quando vejo a quantidade de cachorro q tem “jogado” na rua aqui no Chile! Juro, nunca vi tanto cachorro abandonado por metro quadrado!!! Infelizmente eu não tenho condições de ajudar, mas me dá um aperto no coração saber que os coitadinhos tão lá, tristes e sozinhos e que há tanta gente má… Eu, o único q posso fazer, é conversar com eles e fazer um carinho quando passo por perto… Amo cachorros, gatos e afins…
Adorei o texto, Sally! Quanto a ter cachorros de raça ou srd, já tive dos dois tipos e pra mim tanto faz, amo de qualquer maneira…
São cães de rua que cruzam e povoam ainda mais as ruas ou são cães ABANDONADOS pela pessoas? Olha, sinceramente, não consigo nem começar a entender uma pessoa que abandona seu próprio cão. Para mim isso é um forte indício de psicopatia.
No CHile eu só vi cachorros gordos e fofos, mesmo os de rua. Quem é que superalimenta aqueles grandões abandonados de Santiago?
Tem alguns cachorros de rua em Santiago que são cuidados por pessoas que estão sempre por alí, por isso são grandes e gordos… Mas isso é limitado… A grande maioria, fora de Santiago principalmente, é jogado ao vento… Olha Sally, eu não sei se foram procriando ou se foram abandonados… Mas a verdade é que me dá igual! Afinal, pra eles procriarem nas ruas, uma hora ou outra, alguém teve que se desfazer de algum deles…
Perguntei isso porque existem países onde as pessoas abandonam cachorro sem o menor problema quando eles se mostram “inconvenientes”. Por exemplo, quando a família quer sair de férias e não tem com quem deixar o cachorro. Certas épocas do ano é um festival de abandono. Isso não me entra na cabeça!
Ah sim! Andei pesquisando por aqui, e também fazem isso… Pq a pessoa adota ou compra um cachorro se sabe que depois não vai poder cuidar???
Como pode, na balança de prioridades de alguém, entre um cão que deveria ser parte da família e uma viagem, a pessoa escolher uma viagem? Sério mesmo, nunca vai entrar na minha cabeça!
Já li em algum lugar que a França é um dos campeões nisso aí.
E ainda vem gente, religiosa em sua maioria, dizer que animais “não-humanos” não tem consciência.
Eu acho um afronte à inteligência dizer que um cachorro não tem consciência.
É normal o “povo de deus” se achar especial demais e querer ser o foda no Universo. Mas é preciso entender que da mesma forma que espécies andam, correm, voam, comem, se reproduzem de formas diferentes, certamente tem consciências diferentes.
Da mesma forma que temos genes em comum, porém, dispostos em sequências diferentes, o mesmo pode-se perfeitamente aplicar a consciência: disposta em formatos diferentes em diferentes espécies.
Claro que tem. Já escrevi um texto sobre isso: a ciência comprovou através de uma série de experimentos recentes que animais sentem inclusive compaixão e empatia, sentimentos que se acreditava serem exclusividade de seres humanos. Todos os cães merecem o céu, menos o Satanás.
Eu amo cães, a minha morreu e chorei o dia inteiro, acho que só por pai e mãe que eu iria ficar assim também. Até hoje sinto falta e se vejo fotos ou falam sobre cachorros, deprimo.
Bom saber que existe uma explicação plausível para esse meu retardo com cães.
Queria ler algo mais sobre a evolução de cada uma das raças… Que porra de misturas fizeram para o Tekel parecer uma linguiça???? Essas coisas…
Essa mistura toda é culpa dos humanos, naquela fase onde cão perdeu sua utilidade de trabalho e passou a ser símbolo de status. Aconteceu o seguinte: cães diferentes passaram a ser vistos como uma novidade, como algo que chamava a atenção. Daí se nascia um cachorrinho um pouquinho mais alongado, pegavam e cruzavam com outro que também fosse mais alongado, para tentar potencializar esse diferencial. Ao longo de séculos dessa “seleção não natural” os bichinhos tiveram essas características levadas ao extremo: corpo de salsicha, focinho chato, muitas rugas, etc, etc. A culpa é do homem mesmo.
Essa mistura toda é culpa dos humanos, naquela fase onde cão perdeu sua utilidade de trabalho e passou a ser símbolo de status. Aconteceu o seguinte: cães diferentes passaram a ser vistos como uma novidade, como algo que chamava a atenção. Daí se nascia um cachorrinho um pouquinho mais alongado, pegavam e cruzavam com outro que também fosse mais alongado, para tentar potencializar esse diferencial. Ao longo de séculos dessa “seleção não natural” os bichinhos tiveram essas características levadas ao extremo: corpo de salsicha, focinho chato, muitas rugas, etc, etc. A culpa é do homem mesmo.
No caso do Tekel, tinha sua utilidade: ele entrava na toca de roedores e outros animais por causa do seu corpo alongado e os caçava mesmo quando eles se enfiavam lá no fundo.
Tem alguns produzidas “pela natureza” e reproduzidas pelo homem, como o Basset Hound, que é pata curta mas resultante de uma mutação (o resto do cachorro é de tamanho “normal”). Ele era parecido com o Bloodhound antes de ser “encurtado”.
O Golden vem de uma seleção de Labradores e cães locais (raças que não existem mais). E, por sua vez, o Labrador era criado junto com o Terra Nova numa raça única chamada de cão de saint john. Com a seleção humana, os cães grandes e peludos se tornaram os Terra Nova atuais e os menores e de pêlos mais curtos, foram selecionados para recuperarem a caça na grã bretanha e tornaram-se os Labradores atuais.
Tem histórias legais como a miniaturização do Collie (que é chamado de Pastor de Shetland), e é uma raça usada para cuidar de mini-ovelhas da ilha.
Características físicas como o excesso de pele do Fila Brasileiro tb foram escolhidas para aspectos funcionais: no caso para ele não ser atingido na garganta ao se deparar com predadores como onças.
De forma geral, excetuando-se características muito exageradas ou de cães de companhia, as características foram escolhidas para o melhor desempenho de uma função.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=728139987212470&set=a.492475780778893.128997.100000494252207&type=1&theater
Quando pensa que já se viu de tudo.
Evasão de privacidade… DEZ!
Ótimo texto, Sally. Adoro meus cães e, depois do que li, passei a entender melhor o comportamento deles.
Aprender de onde veio ajuda a gente a compreender para onde vai
OFF-TOPIC (Pode entrar no Top Des): http://musica.terra.com.br/rock-in-rio/contra-rock-do-diabo-pastor-viaja-de-maceio-para-catequizar-metaleiros,46fb1b5e79731410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html
O Somir vai adorar esta: http://br.mulher.yahoo.com/fotos/eles-vivem-de-amor-veja-fotos-da-vida-secreta-de-uma-rainbow-famiily-1379696731-slideshow/beleza-natural-grupo-n%C3%B4made-mostra-que-a-vida-%C3%A9-f%C3%A1cil-de-ser-vivida-photo-1379696329897.html
aff
Uia Sally, Desfavor e o Cracked em conexão nessa sexta-feira! Amor sem tamanho pelos dois sites.
http://www.cracked.com/article_20572_5-incredible-ways-dogs-can-read-your-mind.html
Nossa… que coincidência!
Salvem as mariposas azuis!
Bacana o texto mas eu nao curto caes, entao devo ser desprovido de Ocitocina. Curto muito gatos. Gatos sao foda!
Obs: Esse seu calmante vende sem receita? Se vender me diga o nome, porque os de passiflora que comprei nao me adiantam nada.
Que calmante “meu”?
E falando na parada da novela do mensalão, vi que numa das fotos divulgadas a Susana Vieira estava presente e aproveitei pra jogar o processa eu dela lá. Exemplo de pessoa, não?
Essa aí está tão caída na mídia que não vai aparecer UM para defender
AHAHAHAHAHAHAHAHA http://50tonsdeluto.tumblr.com/?og=1
Só debochando mesmo…
Adorei!!!!! Amo cães! Tenho um que me entende melhor do que qualquer ser humano e agora finalmente entendi o porquê!
Gostaria de sugerir um texto sobre a origem dos gatos. Por que esses felinos não são selvagens como leões e tigres e por que aceitam ser domesticados por nós.
Boa ideia, Marina!
É… também ficaria curioso com um texto desses dado que gosto mais de gatos do que de cães, confesso! o motivo principal é que cachorro (pelo menos os da minha mãe lá em casa!) late só nas horas erradas, na hora que estou trabalhando em algo pesado e que me exige o ápice de concentração (como por ex. tradução!). Além do mais, outro motivo é que não tenho saco pra ficar correndo e rolando chão abaixo com cachorro… arrgh! Por outro lado, gatos neste sentido são mais tranquilos! Não precisa ficar pegando toda hora, não são carentes, são independentes e só chegam a ti qdo querem alguma coisa!
Eu ja ia pedir um texto sobre gatos também!
Sobre gatos tem, mas sobre a origem deles não. Vou providenciar!
Eu sempre preferi os srd. Em todas as espécies. Mas gente sdr não perdoa: é nazi até na hora de esolher bicho: só quer pedigree. E depois eu é que sou racista?
Bacana seu raciocínio, você acha que quem prefere um cão de raça é NAZISTA. Não vou nem tentar argumentar porque não vale a pena…
Se a preferencia for inegociável e exclusivista e quem prefere for srd, é o que então?
Já disse: acusar quem tem cão de raça de ser nazista é de uma ignorância e banalização do termo tão grotescos que eu me recuso a discutir.
Vc de novo está distorcendo o que eu disse pra ter razão a qualquer preço.
Quem coloca a raça, de bicho ou gente, como centro de tudo e/ou como fator de extrema importancia, é nazinho sim. E perceba que quem age assim é, geralmente, gente sem raça.
Sua burrice me faz jogar a toalha. Sem condiçoes de dialogo
Burrice pq sou de Salvador ou pq discordo de vc ou, ainda, pq, me recuso a acietar distorções de meus posts. Ou quem sabe, pq sei discordar sem ser extremista ou etnocentrica?
Larissa de Salvador: caso não tenha ficado claro das outras vezes, vou repetir mais uma vez. Não vou discutir com você.
“Se a preferencia for inegociável e exclusivista e quem prefere for srd, é o que então?”
Como você mesma disse, é PREFERÊNCIA. Se eu prefiro e escolho namorar exclusivamente brasileiros, ou negros, ou brancos, ou japoneses, ou argentinos eu sou nazista? Esse politicamente correto de não poder nem “preferir” nada me incomoda num nível…
Preferir não é excluir. Falo daquela preferencia extrema que exclui sem exceção e incondicionalmente. Se a preferencia sem exceção pelo semelhante já é extremista, imagine pelo diferente. Com bicho é ainda pior: quem só quer animal de raça não gosta de animal, talvez de status, mas não de animal. Observe que quem age assim geralmente é gente srd.
Acho muito bacanas as campanhas “Não compre, adote”, mas cada caso é um caso. A irmã do meu padrasto tem um canil de cães de pequeno porte, certamente eles são muto bem cuidadinhos, e eu me sinto pessoalmente ofendida quando acham que todo dono de canil é algum tipo de neonazista. :(
E não é mesmo! Onde já se viu? Ser nazista porque compra ou cria cães de raça! É o exemplo clássico de radicalismo e banalização do termo. Tudo agora é “nazismo”, “fascismo” e similares. Me poupe, nazismo é algo beeeem diferente.
Até porque o nazismo não foi o pioneiro da eugenia e tampouco foi o primeiro regime a dar cabo de grupos étnicos. Os alemães meramente copiaram o que os americanos vinham fazendo como política pública de saúde e de extermínio desde o século XIX (e continuaram até 1960), inclusive com ajuda de empresas americanas nesse processo.
Distorcendo pra ter razão a qualquer preço ! Que coisa mais infantil ! Vc quer ter razão ou nazirazão?
A veia baiana cedo ou tarde fala mais alto… Lamentável
ISSO, ISSO, ISSO ! FINALMENTE. DEMOROU MAIS ACONTECEU ! ENTÃO VIVA ! HAHAHAHAHAHAH A MÁSCARA DE CRÍTICA POLITIZADA CAIU: QUEM DISCORDA HÁ QUE SER DE ALGUMA FORMA INFERIORIZADO, NÉ? NAZIETNOCENTRISTA !
É a revelação da veia argentina que está falando por aqui há bem mais tempo do que a veia baiana: obrigada por provar meus muitos pontos, dentre eles: gente mal resolvida com a propria condição latinoamericana só pode mesmo apelar para essa forma de discordar:
1 – distorcendo a fala do outro pra ter “razão” (poder – eu diria) a qualquer preço (em meu dicionário chama-se falta de integridade ou autodesonestidade);
2 – insultando gratuita e irreciprocamente (ou ao menos tentando) quem todo o tempo tem debatido aqui o mais respeitosamente possível mesmo ao se deparar com exageros desrespeitosos;
3- estereotipando, estigmatizando, condenando, julgando, discriminando negativamente com base em simple padrões/conceitos gostos pessoais como se fossem absolutas verdades científicas;
4 – nazigeneralizando arbitrariamente, metralhando para todos os lados indiscriminadamente com a clara intenção e necessidade de agredir para destruir e não de criticar para reconstruir;
5 – intolerando etnocentrica, ilimitada e descriteriosamente simples diferenças ou dessemelhanças de cultura/gosto ainda que nenhuma delas configure nenhum abuso aos limites legais/éticos;
Grata uma vez mais por provar tantos pontos meus e ratificar minha missão neste tempo/espaço de vida. Continue a intolerar e a precisar atacar. Mantenha-se sendo, vivendo, desargumentando, reagindo desse jeito aí que vc merece ser e fazer. FICO REALIZADA QUANDO VEJO ALGUÉM FINALMENTE SE ENTREGAR, REVELAR SUA VERDADEIRA E MERECIDA ESSÊNCIA. Especialmente quando fui eu que contribui/ provoquei a queda da máscara.
Eu é jamais precisarei atacar nem me sentir atacada de nascença. Não por tão pouco. Reservo minha capacidade de me ofender para as grandes guerras da vida.
FIQUE COM A PAZ DE DEUS. HAHAHAHAHAH !
Ah, e pouco me importa se não passar pela moderação. Vc vai ler !
Não estou te inferiorizando por DISCORDAR e sim por usar argumentos burros e que não se sustentam para isso, Maria.
Tenha amor próprio, não volte na casa de quem te esculachou. Sério mesmo.
“Grata uma vez mais por provar tantos pontos meus e ratificar minha missão neste tempo/espaço de vida. Continue a intolerar e a precisar atacar. Mantenha-se sendo, vivendo, desargumentando, reagindo desse jeito aí que vc merece ser e fazer. FICO REALIZADA QUANDO VEJO ALGUÉM FINALMENTE SE ENTREGAR, REVELAR SUA VERDADEIRA E MERECIDA ESSÊNCIA. Especialmente quando fui eu que contribui/ provoquei a queda da máscara”.
Engraçado ela ter levado três dias para responder isso aqui, sobretudo quando fez comentários em vários outros tópicos nesse meio tempo.
Nesse sentido, sinto enveja, muita enveja, por Valsador ser mais um daqueles textos (li há alguns dias apenas) que nos trazem o que há de melhor do BM.
Incrível como é padrão recorrente surgirem pessoas assim por aqui, que precisam de desconhecidos que desprezam para ratificar sua missão de vida. Dá um bom tema para uma próxima postagem, não?
Até porque há tanta coisa pior para se indignar, sobretudo onde ela nasceu e persiste em morar, e ela, como baiana típica que afirma não ser, não faz nada a respeito…
Incrível, né? A raiva que se pode despertar em pessoas que nem te conhecem. Gente que diz ter missões muito importantes e gasta tempo e energia batendo boca com uma completa estranha na internet. Essas incoerências são rotineiras em Salvador, todo dia, toda hora, em todos os lugares. Por isso eu não aguentei ficar nesse lugar.
Dani, conheço esse mundo e são duas coisas beeeeem distintas. O cara do pet shop que tem quatro ou cinco cachorros dentro de uma gaiola pequena, que só tira os bichos de lá para procriarem, cruza a fêmea em todos os cios, cruza cachorro doente, mata filhote que não dá para vender e os velhinhos.
Mas tem o cara que tem baias super limpas, espaçosas, que faz exames controlando as doenças genéticas, que dá boa ração, vacinas, cuida dos velhinhos, doa filhotes fora do padrão, conhece a raça e preserva a mesma saudável e previsível, que é o que as pessoas procuram.
Da mesma forma, tem dois tipos de protetores de cachorros de rua. Um que é o que ajuda dentro das suas possibilidades, gerencia o lugar como uma empresa, prestando contas, prevendo custos e gastos, cuidando dos que estão sob seu controle como se fossem cães de casa, com boa ração, cuidados veterinários, espaço, banhos.
Mas tem tb aquele que pega um monte de cachorro que não pode sustentar, que os mantém em condições precárias, usa os mesmos para fazerem dinheiro e ficam fazendo campanhas ridículas para apagar incêndio com balde de água furado. Esses porras ainda morrem ou ficam doentes e me mandam email pedindo ajuda “urgente” porque tem 150 cachorros passando fome, sede e comendo uns aos outros (sim, já vi) ou sendo despejado de algum lugar. Não consigo achar isso melhor do que um bom criador de cachorros de raça, joguem pedras.
SRDs são ótimos se vc souber lidar com cachorros. Um SRD filhote pode estar pequeno hj e ficar do tamanho de um Dogue Alemão em um ano. Um SRD pode ser um excelente cão de guarda ou um medroso incorrigível.
Se vc escolher um adulto, minimiza boa parte dessas incertezas, mas sempre pode haver alguma surpresa.
Quem quer previsibilidade fatalmente vai acabar escolhendo um cachorro de raça (o próximo passo seria procurar um bom criador, mas isso fica pra outro texto, basta dizer que de criadores ruins a previsibilidade é a mesma de um SRD). Se vc mora em um ap ou escolhe um virinha adulto, ou procura uma raça pequena. Se tem crianças pequenas, ou procura um virinha adulto que demonstre gostar delas, ou procura uma raça que seja alegre, dócil e resistente. Enfim… querer previsibilidade não é ruim, muito menos nazista (ao contrário de achar que todo mundo TEM QUE fazer x coisa e pensar de y maneira porque vc acha que é melhor).
É ótimo adotar um cachorro que precise, eu mesma tenho e incentivo que façam (e ajudo a escolher), mas nem todo mundo pode ou quer.
Sally, tô querendo saber se o desfavor da semana é aquele envolvendo o “normal e acima da média” que entrou em processo contra a Coca.
Não que a coca não seja um veneno ou mesmo que não seja possível que tenha ocorrido mesmo o problema de terem os tais vestigios parecendo uma cabeça de rato dentro da Coca e sim porque o vegan maluco (redundância) atribui efeitos típicos de remédios antipsicóticos a bebida.
Não, tem coisa muito mais grave acontecendo do que um rato dentro de uma Coca-Cola!
Eu me lembro bem da explicação que você deu quanto ao produto colocado como acidulante na Coca.
Apesar de haver equívocos quanto a uma suposta proibição da comercialização de tal “complemento”, você deu uma boa explicação quanto a como tal ácido agiria, tanto que foi por ai (e pela minha comparação do gosto da coca “velha” com o Biotônico) que liguei que o famoso Biotônico Fontoura tinha a mesma substância em sua composição.
O desfavor não é nem o rato dentro da coca (algo a se discutir) e sim a repercussão que isso tá tomando.
As pessoas comem naquele famoso fast food suíço, o “Rabibis”, mesmo depois de divulgarem pregos, baratas, plástico e outros objetos estranhos dentro do lanche. Tb já ouvi de uma eng de alimentos que demitiram uma colega de classe dela que se recusou a misturar carne “velha” com carne boa.
Aqui se alguém faltar porque passou mal depois de comer nesses lugares, tem o dia descontado sem dó.
Existem lugares que são notoriamente imundos, não dá para reclamar que comeu no Bob’s e passou mal, por exemplo.
Só de passar perto da Subway, já sinto um cheiro estranho que me lembra a vômito. Se eu pego um lanche “congelado” de lá, aí é que vomito mesmo.
Em tempo, aquelas esfihas do Habibs são uma merda esfarinhada de lascar e os outros “salgados” estão longe de ser aquelas coisas.
O apelo deles está no preço, que é aparentemente menos pior do que o de outras redes fast-food, mas o que “barateiam” no salgadinho (que mal serve de aperitivo), tentam “compensar” no suco ou no refrigerante.
Este é o caso: https://esaj.tjsp.jus.br/cpo/pg/show.do?processo.foro=100&processo.codigo=2SZX4KPVY0000
Tem gente medicando os filhos por motivos semelhantes.
Sim, Geração Ritalina. Mas mandar que os outros pensem duas vezes antes de ter filho custa 900 comentários chatos, prefiro mandar que as pessoas pensem antes de ter cães…
Tem gente SE medicando por motivos semelhantes… O ser humano é fascinante…