
Prepare sua empresa.
| Sally | Flertando com o desastre | 19 comentários em Prepare sua empresa.
Ter uma empresa, qualquer empresa, em pleno 2020, presume saber que as mudanças no mundo acontecem de forma muito rápida e que há a constante necessidade de se reinventar para se manter no mercado. Quem não sabe que hoje é necessário aplicar permanentemente criatividade, inventividade e inovação para se manter vivo no mercado não deveria empreender, pois vai quebrar.
Independente da realidade de mercado em determinado momento, o risco é permanente, para qualquer empreendimento. Algumas décadas atrás, seria impensável deduzir que a Blockbuster poderia quebrar um dia, mas o streaming e a internet fizeram a maior rede de locadoras do mundo se afundar. A qualquer momento, o tempo todo, pode aparecer uma nova realidade que torne seu negócio obsoleto. São as regras do jogo, são as regras do mercado. Quem não gosta, não jogue. Vai trabalhar para patrão, que ele assume o risco.
Mas, ao que tudo indica, por mais que o brasileiro tenha consciência do que é o capitalismo (se beneficie bastante dele só quando convém), dos riscos do mercado e do que é preciso para empreender. Quando algo frustra suas expectativas, ele regride e se comporta como uma criança: chora, chora e chora gritando “mas eu não queeeeeero”. Não é sobre o que você quer. O mercado está cagando baldes para o que você quer, você não é tão importante.
É o típico caso de taxistas querendo que o governo proíba o Uber. Irmão, alguém inventou uma coisa melhor, mais prática e mais barata. Aceita que dói menos. Imagina se os condutores de charrete apelassem para o governo para proibir que as indústrias produzam carros? Esse pensamento idiota e protecionista é um câncer para a sociedade, pois só atrasa o progresso e cria vítimas pedindo colo o tempo todo.
Estamos vendo essa ladainha se repetir com o Coronavírus. O brasileróide (mistura de brasileiro com debilóide) berrando contra isolamento social, quarentena e lockdown pois o SEU negócio vai sofrer. Olha o grau de desconexão com a realidade: transformar um país no epicentro mundial de um vírus que pode ser letal para que a quitanda tralálá não feche. Em uma situação como essa, se pensa na coletividade, não na sua empresa. Querer que haja preocupação se salvar a sua empresa é um devaneio infantil.
Quem se comporta assim, perdão pela grosseria, é retardado mental. Um boçal infantilizado que não sabe reagir diante das adversidades e tem mais é que quebrar mesmo, pois não tem o que é necessário para empreender. Pretender que um país, um estado ou uma cidade decida uma questão importante de modo a não prejudicar sua empresa só pode ser algum tipo de retardo mental. O país não está a serviço da sua empresa ou do que você quer.
Conheço muitos empreendedores que tiveram suas atividades 100% prejudicadas pela pandemia e que, ainda assim, estão faturando mais do que nunca. É que eles não ficaram parados chorando e esperneando, esperando por socorro vir de cima, esperando por decisões que os favoreçam. Eles rapidamente se reinventaram e trataram de adaptar seus produtos e serviços para que sejam essenciais ao consumidor durante esta fase.
Quem sabe empreender sabe que é preciso ter uma reserva de dinheiro para viabilizar qualquer reinvenção. Uma pandemia não é a única coisa que pode derreter seu negócio, como eu disse, o risco é constante. O mercado oscila, a ciência dá saltos exponenciais. Pode ser que algo que será inventando dentro de dois meses deixe seu negócio totalmente obsoleto. Quem não está constantemente preparado para isso, vai falir.
Existe uma infinidade de adaptações que podem ser adotadas para adequar a empresa a essa nova realidade. Onde alguns só conseguem ver crise, outros percebem oportunidades. O empreendedor que não está sempre em busca das oportunidades, vai quebrar. Não se pode parar uma grande mudança com as mãos, tem que surfar na onde e se adaptar a ela.
Em vez de reclamar, choramingar e colocar a culpa em terceiros, um bom empreendedor foca na oportunidade. Há quem chore, há quem venda lenços, qual dos dois você quer ser? Então, em vez de lamentar, reclamar ou reivindicar o que é melhor para sua empresa, arregace as mangas e vasculhe por oportunidades. Seja criativo, reinvente seu produto ou serviço para que ele seja muito procurado durante a pandemia e lucre.
Em parte, acredito que essa estagnação dos empreendedores se deve à negação: gripezinha, não vai chegar aqui por causa do calor, o vírus já está indo embora. Não está. E pela demora em decretar uma quarentena, é provável que boa parte do país precise entrar em lockdown, modalidade muito mais restritiva, que agride de forma muito mais violenta o empreendedor.
Portanto, ou você dá um jeito de transformar seu serviço em algo essencial, ou ficará meses de portas fechadas sem poder sequer funcionar. Não é ameaça, é dica de amiga. Estou cantando a bola antes de acontecer. Quem escutar, terá tempo para se preparar e terá maiores chances de sobreviver a esse período de adversidades.
Basta olhar para os outros países que se recusaram a parar, como por exemplo, Itália e EUA, que só pararam quando era tarde demais. O empreendedor teve a oportunidade de ver o que acontece antes de chegar aqui, portanto, de antever as dificuldades que viriam e se adiantar a ela, planejando uma solução. Em vez disso, a maioria ficou travada na negação, achando que Europa e EUA tomaram no cu, mas, por algum motivo, na Bananolândia, daria tudo certo.
Não deu. Está dando muito errado, e vai piorar muito mais. Hora de começar a se mexer em vez de ficar resmungando que se decretar lockdown SEU negócio vai falir. Foda-se o SEU negócio, é uma decisão pensando em vidas, saúde e bem-estar coletivo. Seu negócio é insignificante perto disso. Ninguém vai fazer o que você quer, ninguém vai te pegar no colo e te socorrer. Capitalismo é Darwin empresarial: apenas os mais aptos sobrevivem. Não espere colo e não se sinta traído quando o colo não vier. Depende só de você.
“Mas Sally, não sei o que fazer, mesmo o mercado de venda de máscaras está saturado”. Meu anjo, quem segue tendências está atrasado. Se você segue tendências, vai quebrar. Invente algo novo. Um dos fundadores do WhatsApp era faxineiro, tenho certeza de que você também consegue. Não precisa de fortunas ou de tecnologia de ponta, basta criatividade. Ofereça o que mais ninguém oferece no seu nicho, pense à frente, anteveja necessidades. Seja o primeiro a disponibilizar um produto ou serviço. Isso é empreender, o resto é brincar de quitanda.
Sei que não é fácil, mas é possível. Muitas grandes empresas não vão conseguir e vão fechar, a maioria por ser comandada por dinossauros obsoletos, dos tempos onde bastava um bom produto e um bom marketing para vender. Esse tempo acabou. Qualquer produto ou serviço pode ser totalmente esvaziado, tornado obsoleto ou inútil a qualquer momento e isso não é nada pessoal com você, são as leis do mercado.
Aprenda a se adaptar, a ser flexível, a ser criativo. Para ontem. Ou você vai quebrar, se não nesse, em qualquer outro imprevisto que afete seu negócio. Aprenda algo sobre futurismo, antever tendências, e esteja um passo à frente da sua concorrência. Melhor ainda: seja você aquele que vai quebrar seu próprio negócio, apresentando algo ainda melhor que o torne obsoleto.
Se você tem uma cooperativa de motoristas, por exemplo, saiba que em questão de anos teremos carros automáticos, que dirigirão melhor do que seres humanos e serão mais baratos para o consumidor. Então, faça como a Uber e comece a se preparar para ter apenas carros automatizados e quebre você mesmo seu negócio, sendo o primeiro a oferecer inovação. Não espere a desgraça acontecer. Inove. Sempre. Obrigatoriamente. Se ficar inerte, o mundo te atropela.
Chorar e reclamar não é uma opção para quem quer empreender. Arregaçar as mangas e pensar em plano B, C, D sim. A pior coisa é não fazer nada esperando que a situação melhore. Enquanto você não faz nada, metade da sua concorrência faz, e isso vai te levar à falência. Na inércia, você coloca a sua empresa nas mãos do destino.
Quem se planeja tem futuro, quem não se planeja tem destino. Algo saiu dos trilhos? Hora de pensar imediatamente em alternativas para sua empresa. Nada de gastar energia com reclamação, vitimismo ou se ressentindo de uma ajuda externa que não vem. Foco 100% em reinventar seu negócio, o quanto antes. Sem choro, sem sofrimento, sem autopiedade, o mercado é isso aí, se não gosta, não participe.
Não sabe o que fazer? Consulte outras pessoas, reúna sócios ou até funcionários e faça um brainstorm. Vá por tentativa e erro. Estudo o mercado, a nova realidade e teste. Faça cursos online (existem dezenas de cursos bons disponíveis de forma gratuita). O que não pode é ficar parado e depois ficar choramingando que “o Governo matou a sua empresa com lockdown”. Não. VOCÊ matou a sua empresa deixando-a estagnada quando os tempos mudaram. Chega de culpar fora. Você é responsável pelo sucesso ou pelo fracasso da sua empresa. Empreender é se arriscar a ter que lidar com todo tipo de imprevisto.
Assim como fizemos um texto sugerindo que você prepara sua mente para o que está por vir, agora fazemos o mesmo aviso a respeito de qualquer empresa ou negócio: o mundo está mudando, o mundo não será mais o mesmo, quem não se adaptar vai ser extirpado do mercado sem dó. Prepare-se, adapte sua empresa, inove.
E, daqui pra frente, se você não tinha essa premissa, passe a ter: empreender é estar atento ao futuro, ao que pode virar tendência ou até mesmo criar o futuro ou as tendências. Os tempos de empreendedor-administrador acabaram. Se ficar apenas na gestão das contas, vai quebrar.
Hora de pensar se quer mesmo empreender e, caso queira, o que vai fazer para adaptar a sua empresa à nova realidade que está chegando. Não é para, quem sabe um dia, pensar nisso. Faça já, hoje, agora. Pode me agradecer depois.
Para desacreditar o que estamos dizendo por ser mais fácil do que ter que se adaptar, para continuar colocando a culpa fora por ser mais fácil do que ter que se adaptar ou ainda para pedir sugestões de como se adaptar: sally@desfavor.com
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Gente, estou vendendo pack do pezinho. O kit com 50 fotos é cem reais. Interessados, chamem no probleminha. rs
Estava falando a respeito disso com um amigo esses dias. A maioria dos ramos pode se adaptar a períodos de quarentena aderindo ao delivery, ao home office ou aos esquemas de clique e retire. Soube de algumas academias que estão alugando equipamentos por mês para os alunos malharem em casa. Fiquei muito interessada, mas ainda não achei ninguém fazendo aqui. Estão preferindo chorar pra reabrir.
Um setor que não consigo imaginar se salvando nesta situação é o de festas. Não faço parte, mas uma amiga da família faz e tem passado dificuldades ultimamente.
Se não consegue se adaptar, tem que mudar o serviço e oferecer algo novo…
Imagina se os condutores de charrete apelassem para o governo para proibir que as indústrias produzam carros?
Acho que algo perto disso aconteceu. Não pra proibir a produção de carros motorizados, mas pra proibir o uso deles como táxis. https://i.imgur.com/i6zkptx.jpg
A HQ se chama “Sally Heathcote: Sufragista”, uma graphic novel que mistura ficção com realidade histórica.
Muitas empresas estão se adaptando para conter os estragos causados pela pandemia e/ou contornar os obstáculos colocados por ela. Spoiler: quem se adaptou e sobreviveu – ou até melhorou o rendimento – não volta nunca mais aos moldes antigos.
Pois é, é uma forma forçada de evoluir.
Um negócio que não tem erro é comida. Cada dia surgem novos, quentinha, brownie, açaí e todos tem clientes. Bom negócio também é ser entregador, basta ter uma bike é o único investimento. E isso de carro automático, não sei como funcionaria no Brasil na questão de roubos.
Lidar com fornecedor de alimentos no Brasil é um inferno na Terra…
Vender doces e pães caseiros ajuda a quebrar um galho nesta quarentena, brasileiro ama açúcar. E depois que a situação voltar ao normal, você já tem uma clientela pra comprar de você e te recomendar.
O maior problema de carro automático não é roubo. São as falhas de rede e o ônus com sensores de movimento que encarecem tal desventura, sem contar, é claro, a problemática legislativa.
Por conta disso, essa solução hi-tech tende a andar bem devagar, enquanto a solução low-tech de manter motoristas na direção se mantém.
A palavra é exatamente a que você menciona: negação. É impressionante como a humanidade não consegue aceitar nossa vulnerabilidade e finitude e que um cocozinho microscópico pode derrubar uma pessoa em questão de dias, um país em questão de meses. O pior é que nessa de não aceitar e continuar saindo de casa por qualquer motivo arrastam muitos com sua teimosia.
Trabalhos que (quase) certamente väo estar em alta pós quarentena:
-Pedreiro
Apesar do travalho pesado, um bom pedreiro pode cobrar mais de R$150 por dia e ganhar mais de R$4.000 por mês fácil.
-Mecânico
O brasileiro médio vive comprando carro pra comer gente, mas não costuma manjar muito de manutenção. E a tendência é que a venda de carros usados (que demandam mais manutenção) aumente, no pós quarentena não será todo mundo que vai arriscar empréstimo pra comprar carro novo.
-Eletrônica
Mesma lógica de manutenção do anterior, as pessoas vão preferir consertar do que comprar um novo e muita gente, ainda mais a nova geração que se diz “intelectual”, não sabe fazer consertos simples na própria casa (spoiler: é possível ser bom tanto em atividades manuais quanto intelectuais, não são coisas mutualmente excludentes). Máquina de lavar, geladeira, celular, televisão etc.
-Programação
É bom pra quem prefere ficar em casa, e tem a possibilidade de trabalhar pra empresas internacionais e ganhar em dólar/euro, ou até mesmo sair de vez do Bostil.
-Criação de conteúdo para internet
Já está em alta e continuará em alta, principalmente conteúdo em vídeo, porque infelizmente muita gente ficará desempregada e vai passar o dia inteiro em casa consumindo entretenimento.
Tudo o que eu falei tem cursos online. SENAI está oferecendo alguns cursos GRATUITOS por causa da quarentena. Mesmo que não haja o conhecimento prático, no caso do curso de mecânica, já ter a teoria na cabeça é muito bom.
Acho que novos trabalhos serão necessários e acabarão surgindo: consultoria SOS para empresas arrasadas, “fiscais de saúde” (seguranças que controlarão quem está saudável suficiente para entrar ou não em algum estabelecimento) e outros. É como eu disse: tem os que choram e os que vendem lenço. Tem muito lenço para vender.
Oi Sally.
Sabe a empresa onde eu trabalho? Já tem uns anos que faço esse papel de “consultor” lá… Uma coisa que notei com o tempo (não apenas lá, mas em outros lugares onde trabalhei, em contato diário com os sócios) foi que, em empresas de gestão familiar, há ao mesmo tempo uma carência desse tipo de papel e uma enorme resistência dos sócios em assumir isso.
Pela minha experiência, acho que seria uma área interessante, mas não faço idéia de como “vender” esse tipo de serviço, ou que competências específicas seriam desejáveis para desenvolver um bom trabalho. Se você ou algum outro usuário tiver algo a compartilhar a respeito, ficaria muito grato, pois não tenho com quem conversar de forma “produtiva” sobre assuntos como esse.
Cria essa função para você e joga no mercado! Bota o nome que você quiser: coach de empresa, gestor empresarial ou qualquer coisa que chame a atenção. Monta um site onde você explica de forma simples e fácil o que faz e qual serão os benefícios para a empresa e oferece uma primeira orientação gratuita. Certamente vai ter quem acabe te contratando.
1) Pedreiro tá seguindo com obras na quarentena, mesmo sendo no geral obras de autoconstrução.
2) Mecânico é considerado serviço “essencial” na quarentena, mas ainda assim está sentindo forte a queda no movimento. Se manutenção de veículos já não era o forte do Brasileiro Médio, com as restrições de movimentação então.
3) Eletrônica é um nicho relativamente saturado, mas que ainda assim muitas vezes o valor do conserto dá quase o valor do eletrônico novo. De qualquer forma pode ser de ajuda caso os preços inflacionem ainda mais.
4) Programação no sentido da área da automação tem futuro, mas no geral paga mal. Existem nichos que pagam em euro ou em dólar, mas são nichos e não é bom ficar se iludindo muito achando que por esse ser o campo do momento que ele vai passar a pagar bem. Se você capitanear o desenvolvimento de aplicativos, pode até ser que você tenha resultados melhores, mas vai depender também da sorte e do faro pra negócios.
5) Outra área afetada pela cultura do low-cost, que quando você pede algo “personalizado” se vem com trocentas soluções-padrão e nada direcionado de forma diferenciada. Seria um caminho interessante para ganhar dinheiro até os idos de 2010, quando as empresas ainda não tinham se rendido a zona de conforto das redes sociais. E pra quem está tentando a sorte como Youtuber ou coisa que o valha, bem… Quem pegou a onda, já pegou e quem não pegou provavelmente não pega mais.
Quem se comporta assim, perdão pela grosseria, é retardado mental. Um boçal infantilizado que não sabe reagir diante das adversidades e tem mais é que quebrar mesmo, pois não tem o que é necessário para empreender. Pretender que um país, um estado ou uma cidade decida uma questão importante de modo a não prejudicar sua empresa só pode ser algum tipo de retardo mental. O país não está a serviço da sua empresa ou do que você quer.
Descreveu perfeitamente o véio careca da Havan e outros boçais do mesmo naipe. Espero de todo o coração que o coronavírus carregue esse véio pra longe da nossa convivência.
Minha dica é: Compre ouro. O ideal é em barras pois possuem mais pureza, mas pode ser jóias também. Se não se sente seguro para guardar ouro físico dentro de casa, é possível deixar guardado no banco, mas aí tem que pagar. COMPRE. OURO.
O preço do ouro não está caindo?