FAQ: Coronavírus – 23

A maioria dos doentes são jovens, isso quer dizer que agora os jovens são grupo de risco?

No Brasil e em muitos países do mundo os casos estão aumentando desproporcionalmente entre os mais novos. É fato que o número de hospitalizações e ocupação de leitos de UTI tem uma maioria de pessoas mais jovens, na contramão do que se viu no começo do vírus, quando eram maioria de idosos. Inclusive a deterioração da saúde, o agravamento do quadro da doença e até sua letalidade estão assustadoramente mais rápidos entre pessoas mais jovens.

Por qual motivo isso está acontecendo? Só quando for descoberta a causa poderemos afirmar se os jovens são um novo grupo de risco.

Há várias possibilidades. Pode ser que as variantes sejam mais agressivas entre pessoas mais jovens (quanto mais jovem um corpo, mais potência ele tem para criar uma tempestade inflamatória e reagir dessa forma desenfreada contra covid, por exemplo). Nesse caso, sim, os jovens passariam a ser o novo grupo de risco.

Porém, existem outras possibilidades. Há quem defenda que os mais novos estão ocupando mais leitos de hospital e morrendo mais graças à vacinação. Isso quer dizer que as vacinas estão salvando os idosos, primeiro grupo a ser vacinado na maior parte dos países, evitando que eles sejam hospitalizados e morram. Diante de idosos imunizados, sobra pros jovens.

Mas, entre todas as hipóteses que estão sendo levantadas, a mais assustadora é: não, jovens não são grupo de risco. O que estamos vendo é apenas o começo de uma nova onda de casos. E como todo começo de onda, quem se contamina primeiro são os jovens, pois são os que mais se expõe (seja por precisarem sair para trabalhar, seja por serem os mais irresponsáveis nos cuidados).

Não é um devaneio, na primeira onda aconteceu dessa forma: os primeiros casos foram sentidos pelos mais jovens e só depois é que começaram a chegar nos idosos, mas, como o vírus não era tão contagioso e não era tão letal, vimos poucos jovens internados.

Se isso se confirmar, o que nos espera é tenebroso, pois o desenrolar natural disso seria começar a ver os idosos progressivamente contaminados por esses jovens. E se com os jovens já foi esse massacre que vimos, imagina o que vai acontecer se esta hipótese se confirmar e a doença chegar nos idosos…

Se essa previsão terrível se mostrar verdadeira, o desdobramento é: uma grande quantidade de casos (pois há mais pessoas jovens), seguida por uma estabilização (ou até uma pequena queda dos casos) mas um aumento avassalador no número de mortes (pois há menos idosos, mas eles morrem mais). Eu desejo de todo coração que não seja esse o desdobramento.


Tem um bolsonarista discutindo comigo, dizendo que a própria OMS não indica o lockdown. Como responder?

Tenho escutado isso bastante. Dizer isso é uma aberração. Talvez nem seja maldade, talvez seja pelo fato da página oficial da OMS não dispor de uma versão em português, o que obriga a ler em inglês ou espanhol, dois idiomas que o brasileiro jura que domina, mas não entende nem 10% do que está sendo dito, muito menos escrito.

Vamos entender o que a OMS – Organização Mundial da Saúde, realmente falou. Vamos fazer isso em duas etapas: na primeira eu vou fazer uma tradução literal do texto que está no site oficial da OMS sobre lockdown e na segunda eu vou traduzir da linguagem técnica da OMS para uma linguagem simplificada, para que todos compreendam o que a OMS quis dizer.

Se quiser ler na íntegra, clique aqui.

“Medidas de distanciamento físico e restrição de movimento aplicadas em grande escala, chamadas frequentemente de “confinamento” (ou “lockdown”, dependendo do idioma em que você esteja lendo), podem desacelerar a transmissão de covid-19, ao limitar o contato entre as pessoas. 1

No entanto, essas medidas podem ter um profundo impacto negativo nas pessoas, nas comunidades e nas sociedades, considerando que levam praticamente à paralisação da vida social e econômica. Essas medidas afetam desproporcionalmente os grupos desfavorecidos, em particular as pessoas pobres, os imigrantes, pessoas deslocadas internamente e refugiados, que frequentemente vivem em locais superlotados, com poucos recursos e dependem do seu trabalho diário para sua subsistência. 2

A OMS reconhece que, em determinados momentos, alguns países não tiveram outra opção que não ordenar confinamento e outras medidas, como forma de ganhar tempo. 3

Os governos deverão aproveitar ao máximo o tempo que ganham ao aplicar essas medidas de confinamento e fazer tudo que for possível para reforçar suas capacidades, para detectar, isolar, fazer testes e prestar atendimento a todos os casos, fazer rastreio de contatos e colocar em quarentena a todos esses contatos e dar participação e empoderar a população para permitir conduzir uma resposta social, entre outras coisas. 4

A OMS confia que os países utilizarão intervenções específicas, onde e quando sejam necessárias, em função da situação local.” 5

Vamos para a Tecla SAP, uma tradução simples, curta e grossa do que a OMS está dizendo:

1 Como o lockdown limita o contato entre as pessoas, ele desacelera a transmissão do vírus. Não é a cura para a doença, mas é um recurso para se adotar enquanto a cura não chega, para desafogar hospitais e sistema de saúde. Quando houver muitos casos, é preciso fazer, caso contrário o sistema de saúde vai colapsar e aí vai morrer todo mundo: quem tem coronavírus ou qualquer pessoa que precise de um hospital.

2 Sabemos de todas as implicações sociais e econômicas que um lockdown gera e sabemos ainda que ele prejudica os mais pobres ou mais vulneráveis. Cabe a cada governo proteger essas pessoas, fazendo sua parte para frear os contágios quando eles estiverem fora de controle.

3 Apesar de sabermos de todas as implicações sociais e econômicas que um lockdown gera e que ele prejudica os mais pobres ou mais vulneráveis, sabemos também que muitos países não tiveram escolha, ou faziam lockdown ou aconteceria um massacre, com efeitos muito piores do que o lockdown em si.

4 Quando a coisa sair do controle de tal forma que a única medida capaz de evitar colapso e muitas mortes for o lockdown, os governos devem encontrar mecanismos para amparar a população, sobretudo os mais vulneráveis, de modo a que estes possam permanecer em suas casa com condições dignas, o que, no Brasil, seria através de um auxílio emergencial decente, capaz de prover o sustento da pessoa e da sua família (sim, tem dinheiro para isso, vá no portal da transparência e veja o quanto o governo gasta por mês com luxos). Os governos também devem aproveitar a redução de casos que o lockdown gera para testar, fazer rastreio de contatos, isolar os infectados e as pessoas com as quais ele teve contato, bem como aprimorar seu sistema de saúde.

5 Vocês não serão idiotas de deixar de aplicar uma medida dessas se ela for realmente necessária, certo?

Então, o que OMS diz é: lockdown funciona, mas causa alguns problemas que devem ser mitigados pelo governo do país. Lockdown é um mal necessário em casos extremos.

Resumo: o Brasil, no ponto em que chegou, não vai conseguir combater a pandemia só com vacinas. Se ficar só nas vacinas, se não reduzir os contágios até todas as pessoas serem vacinadas, vai acabar matando muita gente de forma desnecessária e/ou criando uma variante que escape às vacinas e obrigando que o mundo todo tenha que ser revacinado.


O que é “hesitância vacinal”?

É o termo pelo qual se escolheu designar pessoas que apresentam, temporaria ou permanentemente, alguma resistência a tomar a vacina. Não são negacionistas, pois não estão convictos e não tem argumentos para refutar a vacina, são apenas pessoas com medos e receios, geralmente gerados por informações conflitantes que chegam a elas distorcidas. Não me pergunte por qual motivo não é “hesitação vacinal” e sim “hesitância vacinal”.

É por isso que desde o dia 1 da pandemia nós somos extremamente radicais com o que se diz de vacina, método científico e tudo mais que envolve o papel da ciência no combate à pandemia: existe um grupo de pessoas maior do que a gente imagina que ainda está “em cima do muro”, na dúvida sobre tomar ou não a vacina. Qualquer palavra mal interpretada pode fazer com que essas pessoas pendam para o outro lado e deixem de se vacinar.

Basicamente não são pessoas ignorantes, a principal causa da hesitância vacinal é o medo, geralmente desencadeado pela desinformação. Some-se a isso o fato de que tomar uma vacina não é, por si só, um processo agradável (provavelmente a pessoa vai ter que se expor a mais gente, fazer fila, poderá ter efeitos colaterais etc.) e mais gente do que imaginamos tem algum grau de fobia de agulhas ou de ser espetada.

Muitas vezes as pessoas não externam esse receio, essa dúvida, esse dilema sobre tomar ou não vacina, por medo de serem hostilizadas, repreendidas ou ridicularizadas. Não é necessariamente algo racional, a pessoa simplesmente tem receios, sente um desconforto ao pensar no assunto ou não se sente segura o suficiente para tomar a vacina com convicção.

No Brasil ainda tem o agravante de uma desconfiança permanente (e com razão). Quando tem médico irresponsável o suficiente para fazer nebulização de cloroquina mesmo sabendo que o procedimento já matou mais pessoas, quando engenheiro faz piscina que desaba na garagem do prédio, quando todo mundo erra e mente para todo mundo sem critério, isso cria uma sensação geral de desconfiança. Sempre ter que desconfiar de tudo, como mecanismo de sobrevivência gera efeitos colaterais como a hesitância vacinal. E, como eu disse, eu entendo, isso é de fato compreensível no Brasil.

Então, para tranquilizar essa parcela da população é importante divulgar informações claras, em terminologia acessível e o mais verdadeiras possível. Não é para dizer que está tudo bem com a vacina da AstraZeneca e que é mentira que ela causa coágulos, por exemplo. Mentir é pior, pois cedo ou tarde a pessoa tem acesso à verdade e quem mente fica desacreditado. Mas é preciso ter cuidado em como se falam as coisas.

Estampar manchete falando que o país tal baniu a vacina tal é babaquice. Sim, alguns países deixaram de aplicar a Covishield, a vacina da AstraZeneca (também conhecida como Vacina de Oxford), mas isso não pode ser jogado assim. Fica parecendo que a vacina não presta ou que é perigosa e sabemos que isso não é verdade. Se a vacina fosse perigosa, a Angela Merkel não a teria tomado publicamente, mas isso não recebe tanto destaque quanto os possíveis efeitos colaterais, divulgados fora de contexto. O cuidado e a clareza com os quais se passa a informação é essencial. Infelizmente a mídia está mais preocupada com cliques e visualizações e muitas vezes erra o tom.

Vivemos tempos difíceis e, para que eles melhores, todos tem que fazer sua parte. Todos nós temos responsabilidade nessa pandemia, acabou aquele esquema que só quem tem poder é responsável. Você não sabe quem está lendo ou escutando o que você diz. Pode ser uma pessoa em hesitância vacinal, que toma uma decisão errada depois de um comentário seu. Por isso, é contraproducente especular algo negativo sobre vacinas: se for algo provado, nós seremos os primeiros a dizer e a recomendar que ninguém tome, mas só quando estiver provado. Até lá, é leviano falar.

Então, quem produz conteúdo sobre coronavírus, não importa se é para o jornal mais vendido do mundo ou se é um mero comentário no Desfavor, tem que ter a responsabilidade de falar apropriadamente. Ou saímos todos juntos dessa pandemia, ou ninguém sai. Precisamos que todos se vacinem e as vacinas que estão disponíveis no Brasil são, sem sombra de dúvidas, seguras.


Sei que toda hora alguém pergunta isso, mas como estão as variantes? Alguma em especial que mereça preocupação?

Pode perguntar sobre variante todas as semanas, pois, infelizmente, todas as semanas vai ter novidade se o mundo continuar nessa progressão de contágios.

Na Califórnia encontraram uma variante preocupante, que gera aumento de casos, o que indica um vírus mais transmissível. Ela é classificada como “mutante dupla” pois tem duas mutações importantes: uma a torna mais transmissível e outra o torna mais resistente ao nosso sistema imunológico. Ao que tudo indica, ela é uma derivação de outra variante que havia sido identificada anteriormente na Índia.

Na Índia se especula que o aumento desenfreado de casos e mortes seja causado, em parte, por uma nova variante (B1617). Digo “em parte” pois nos últimos meses a Índia passou por diversas festas religiosas com atividades coletivas, estimuladas pelo governo, muitos deles, além de aglomeração (papo de 150 milhões de pessoas em um evento) também tem peregrinação, o que piora ainda mais o espalhamento do vírus.

Isso afeta o mundo todo, pois a Índia um dos maiores exportadores de medicamentos e vacinas no mundo e deixou de exportar para tentar vacinar o máximo de pessoas que pode no país. Isso vai deixar meio mundo sem as doses já pagas da vacina da AstraZeneca. Sem contar as chances enormes de surgir uma nova variante bem complicada por lá.

Na Tanzânia encontraram uma variante com 34 mutações, ainda não se sabe ao certo as consequências dela, mas, com tantas mutações, estima-se que tenha potencial para ser bem prejudicial. Indonésia também encontraram uma variante que parece ter alguma capacidade de driblar o sistema imune.

A essa altura, o problema não é mais a variante X ou Y e sim a imagem global que está se formando: em diferentes pontos do mundo estão aparecendo, simultaneamente variantes que parecem cada vez mais eficientes em escapar do sistema imune e em contaminar com mais facilidade. O vírus está “aprendendo” como se faz. Se a coisa continuar correndo solta, as perspectivas não são boas: cedo ou tarde vai surgir alguma que escape às vacinas.

Em todo o mundo já foram detectadas mais de mil variantes, o que é um número muito alto, especialmente se levarmos em conta que nem todos os países têm capacidade para fazer esse rastreamento. Dessas, pelos menos cem circulam no Brasil. E agora que o Brasil não é mais o único problema, pois conseguiu desgraçar seus vizinhos espalhando sua variante mais famosa, a P1, de Manaus, a situação está ainda pior. Por hora, as maiores preocupações são Índia e Brasil, mas semana que vem isso pode ter mudado, é tudo muito instável.

Até aqui, a ciência reconhece que já existe um “escape parcial” de novas mutações a vacinas, ou seja, algumas mutações teriam a capacidade de reduzir parcialmente os efeitos de algumas vacinas. Isso não está recebendo a atenção que merece. Isso é um puta sinal de alerta.

Uma pergunta que me fazem muito: é possível que o coronavírus não tenha capacidade de mudar o suficiente para conseguir escapar das vacinas? Resposta: não sabemos. Pode ser que ele não consiga, mas, tudo que aconteceu até aqui aponta para o lado contrário: parece ser um vírus com grande capacidade de mutação e que vem se adaptando bem e rápido ao ser humano.

Com esse boom de casos na Índia e com o descontrole do Brasil, infelizmente, uma mutação que escape às vacinas parece ser mais uma questão se “quando” do que uma questão de “se”.

Para me chamar de alarmista, para dizer que tem que jogar uma bomba na Índia (ignorando que o Brasil está fazendo igual) ou ainda para dizer que toda grande merda que acontece no mundo tem sempre um dedo da religião: sally@desfavor.com

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Comments (12)

  • Sim, a religião tem um grande dedo nessa tragédia, países que controlaram a pandemia são menos religiosos. Me pergunto se não deveríamos adotar a estratégia da Indonésia, que decidiu vacinar primeiro os jovens, que precisam trabalhar e se deslocar. Jacarta tb vai multar e tirar a assistência social de quem recusar a vacina.

    • Não parece uma boa ideia não. Sem vacina, idosos, que são mais vulneráveis, estariam causando o dobro de lotação hospitalar.

  • Eu me pergunto, sem medo ou raiva da realidade ou coisa do tipo, como seria viver em um futuro tipo aqueles de ficção científica distópica… No nosso caso, essa doença mutou tanto que ela nos deixa numa situação como se ocorresse um inverno nuclear. Tudo desabitado, o ambiente externo é tóxico… Coisas assim. Como a tecnologia vai evoluir nesse tipo de mundo, como será a manutenção das sociedades. Simplesmente insistir no “velho normal” não vai funcionar, só vai acelerar essa distopia. Eu acreditava que isso ia durar uns cinco anos, mas pelo visto talvez leve décadas.

    • O mundo como o conhecíamos não vai mais existir (e isso não é necessariamente uma coisa ruim). Quem não exercitar a resiliência não vai sobreviver a isso com saúde mental.

      • Sally… quando você diz que o mundo de antes não vai mais existir, vc quer dizer que tipo… nunca mais mesmo? Será que nunca mais vamos ter a liberdade de ir e vir que tínhamos? E estou usando “nunca” como hipérbole… quero dizer no nosso tempo viável aqui nessa terra (mais 40, 50 anos…)

        • O mundo de antes é a dinâmica de antes. Vamos poder ir e vir sim, vamos poder fazer tudo que fazíamos antes, mas, vamos sofrer tantas transformações no caminho, que não vamos voltar para o exato ponto de partida.

          Se tudo se normalizasse hoje, você continuaria fazendo tudo que fazia exatamente do ponto onde parou? Provavelmente não, o confinamento nos fez perceber coisas, nos fez rever coisas, nos mudou. Quando nós mudamos, nossa realidade muda. Ou não… é só um devaneio meu.

  • Uma questão relevante, Sally: como um país que nunca teve Estado de bem-estar social que preste vai conseguir, por um milagre, prover seus cidadãos por 30, 60, 90 dias e forçá-los a ficar em “lockdown”?

    • Dinheiro o Brasil tem, vide as despesas exorbitantes que o Poder Público faz e as anistias bilhonárias que concede. O que falta é falta de vontade e isso, infelizmente, não se muda no diálogo.

      • Concordo, Sally. E o mais triste é que, independentemente do tamanho das – muitas – tragédias a que essa péssima administração do dinheiro público sempre leva, quase ninguém parece se importar…

  • É óbvio que tinha que aumentar os casos em mais jovens, pois é justamente o pessoal de 20 a 50 anos que está sustentando os chamados serviços essenciais. Quem pega condução lotada diariamente pra servir aos dondoquinhas que só ficam em casa é quem tinha que ter prioridade na vacinação.

    • Sempre foi esse grupo a pegar condução, ainda assim, em março do ano passado, a maioria de internados e mortos era de idosos. Mudou o vírus.

  • De tudo o que eu li, o que mais me deixou preocupado foi a questão das variantes, que em breve podem tornar inúteis as vacinas já existentes. O vírus se modifica rápido, essas novas versões são mais contagiosas e letais e, muito em parte devido à estupidez de uma multidão de pessoas, se espalha rapidamente. Apesar de tudo o que vem sendo feito no combate à doença, infelizmente, as perspectivas para o futuro próximo são preocupantes. E quanto tempo mais será que essa pandemia ainda irá durar?

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