Temperamento de cães pequenos.

“Cachorro pequeno é sempre mais nervosinho, né?”. “Quanto menores eles são, mais escândalo fazem”. “Não quero cachorro pequeno, eles são todos histéricos”. Não. O problema não está no tamanho do cachorro, aliás, quando falamos em comportamento, o problema nunca está no cachorro. É sempre gerado pelo humano e deve ser corrigido no humano, não no cão.

Existe esse mito de que cachorro pequeno é nervosinho, histérico e late muito, como se fosse uma coisa inata, que vem no DNA dos cães pequenos. Isso não é verdade. O que faz com que muitos cães pequenos apresentem este e ouros comportamentos incômodos aos humanos é reflexo do comportamento dos próprios humanos. Vamos tentar, só para variar, ver o mundo pelo olhar de um cachorro?

Cães pequenos recebem tratamento completamente diferente de cães médios ou grandes. O respeito que se tem um por um Chihuahua não é o mesmo que se teria por um Rottweiler. Um cão pequeno tem, por seu tamanho, uma aura involuntária de fofura e “inofensibilidade” que faz com que muita gente esqueça que são animais (e não brinquedos) com necessidades próprias, entre elas, que respeitem seu espaço pessoal. É fácil desrespeitar o espaço pessoal de um cão pequeno, pois ele não consegue te impedir.

Se você está andando na rua e passa uma pessoa com um Pit Bull na coleira, você mete a mão no cachorro? Provavelmente não. Se passar um Lulu da Pomerânia quão fortes temos que ser para não esticar o braço e fazer um carinho nesse bichinho de pelúcia que caminha?

“Mas Sally, é só um carinho, o que que tem?”. Sim. Para você. O cão pode não saber que é só um carinho ao ver um estranho indo em sua direção e tocando nele. Como você se sentiria se estivesse preso em uma coleira, sem poder fugir, passeando em uma rua cheia de animais gigantes que não falam sua língua e não seguem seus códigos sociais e se, de tempos em tempos, alguns deles se aproximassem repentinamente e colocassem a mão em você?

Ninguém respeita os cães pequenos. Ninguém respeita o espaço pessoal dos cães pequenos. É um cão, não um brinquedo. Como são pequenos, as pessoas pegam, levam, trazem, acordam, mudam de lugar, botam debaixo do sovaco e levam para o shopping. Não pode ser assim. Não importa o tamanho do cão, ele merece respeito. Ele tem que ter direito a um mínimo para uma existência digna.

Por exemplo, acordar sem motivo um cão que está dormindo é uma sacanagem. A casa onde o cachorro vive é a casa dele também e, por mais que ele não dite as regras (e não tem que ditar), ele precisa ter seu espaço pessoal respeitado, um lugar seguro onde possa descansar sem ser importunado, um lugar onde possa ficar em paz, onde possa comer e beber água tranquilo. É o mínimo.

Será que os cães pequenos têm seu espaço pessoal respeitado? A ideia deste texto veio quando eu soube que o cãozinho de uma Impopular foi pego no colo no meio da rua por uma pessoa estranha. Imagina que desagradável/assustador para o cão! Será que a pessoa faria o mesmo com um cão de médio porte, que ela pudesse levantar? Será que alguém teria coragem de pegar um Bull Terrier estranho, com aquela cara de poucos amigos, no colo?

Mesmo dentro de casa, pessoas que adquirem cães pequenos não costumam entender os limites do cão, pois tudo que ele faz parece fofinho. Cães pequenos são fofinhos peidando, são fofinhos zangados, são fofinhos até rosnando. É muito fácil desrespeitar um cão pequeno.

Quando um cão (qualquer cão) está descontente ou desconfortável ele emite alguns sinais silenciosos (que usaria para se comunicar com sua matilha) para dizer “isso está me incomodando, você poderia por favor parar com isso?”. É um aviso de boas, algo como “para com isso, eu não quero brigar com você, estou pedindo com educação para parar”. Vários. Várias vezes.

São os chamados “Calming Signals (ou Sinais de Apaziguamento), ou seja, é um aviso: “isso me incomoda, vamos resolver isso na boa sem violência? Você pode parar com isso sem que eu precise usar a força?”. Primeiro o cão dá vários desses sinais e, só depois, se o humano ignorar todos eles, é que o cão parte para o latido e eventual ataque. Pode ter certeza, se o seu cachorro latiu ou mordeu, foi o último recurso, ele tentou muita coisa antes.

Esses sinais de apaziguamento dificilmente são compreendidos pelos tutores, pois as pessoas tendem a interpretar os cães de acordo com a linguagem humana. Seu cão não é humano, ele não vai se comunicar como um humano, ele vai se comunicar como um cão e cabe a você aprender a linguagem dele. “Olha que bonitinho, ele está com soninho” disse um idiota quando o cão bocejou.

Tudo piora quando falamos de cães pequenos, onde os sinais acabam sendo vistos como comportamentos “fofinhos” em vez de um pedido de respeito. Como eu disse, tudo fica “fofinho” em um cão pequeno e isso é extremamente estressante para eles, pois nunca conseguem dar um aviso eficiente de “para com isso, está me incomodando”. Imagina o inferno que é viver assim.

Por exemplo, são sinais de desconforto lamber o próprio focinho ou os lábios com lambidinhas curtas e sucessivas, como quem está ajeitando a gengiva. Óbvio que tudo depende do contexto: se você está com um pedaço de carne na mão, provavelmente o cão estará se lambendo por estar salivando com vontade de comer, mas se ele está lambendo o focinho ou dando pequenas lambidinhas nos lábios em meio a uma interação, provavelmente indica desconforto.

Pegou o cachorro, abraçou, fez qualquer coisa e ele começou a fazer essa lambedura? Ele não está gostando, ele não está gostando e está te avisando. E pode ser seu próprio cachorro, alguns cães simplesmente não gostam de ser abraçados. Respeite.

Bocejar também é um sinal muito frequente de extremo desconforto. Novamente: observe o contexto. Se o cão está deitado na caminha, calmo, sem ninguém mexendo com ele, um bocejo pode ser apenas sono. Mas um bocejo no meio de qualquer interação é ser sinal de desconforto. O pior é que às vezes as pessoas pegam cães dos outros no colo, o bicho boceja e o estranho filho duma égua ainda diz “nossa, olha como ele está relaxado, tá até bocejando no meu colo”. Não, não está. Ele está estressado, dizendo que não gosta daquilo. Deixe o animal quieto!

São dezenas de Calming Signals: virar o rosto, virar o corpo de lado, virar o corpo de costas, olhar de ladinho (quando o branco do olho aparece), orelhas para trás, manter a boca fechada, rigidez na musculatura e muitos outros que todo tutor de cachorro tem a obrigação de saber.

Pois bem, é muito mais fácil ignorar qualquer um desses sinais em um cachorro pequeno e interpretar como algo “que bonitinho!”.

O cachorro tentou avisar de todas as formas que ele não estava gostando disso e foi ignorado. O que lhe resta? Latir. E mesmo assim, tem quem ache graça, ignore, fique até debochando dizendo “ai, ele está brabinho!”. Será que a pessoa reagiria assim se fosse um Pastor Alemão latindo para ela?

Quando o latido, que é o último recurso, não funciona, só resta ao cachorro morder. A culpa é do cachorro? Claro que não, é do humano, que não soube compreender e respeitar o que o cachorro estava dizendo. O cachorro, coitado, certamente estava avisando há horas, dias, semanas, meses que não estava gostando de algo e o humano o desrespeitou sucessivas vezes.

Some-se a esta ignorância, o fato do cão pequeno ser… pequeno. Não pela “genética” do cão pequeno e sim por sua visão de mundo. Tudo parece muito grande para o cão pequeno, ou seja, tudo pode ser mais assustador, pois tudo é capaz de machucar um cão pequeno. Uma mão humana não é nada para um Doberman, mas pode esmagar a cabeça de um Pincher. Isso potencializa a reação do cão quando uma pessoa desrespeita seu espaço pessoal.

Pense comigo: se um Pit Bull está dormindo na sua cama (na cama do cão), você o tiraria dali e o levaria à força para outro lugar? Provavelmente não. Se um Rottweiler estranho se retrai quando você estende a mão na direção dele, você recua, certo? Cães grandes recebem mais respeito que cães pequenos, por isso não precisam estar sempre nervosos e apreensivos, prontos para se defender.

Vamos deixar uma coisa clara: quem manda na casa é dono da casa. Você não pode deixar seu cachorro fazer tudo que ele quer. Mas isso não quer dizer que o cachorro tenha que fazer tudo que você quer. Ele tem que ter o direito a ter seu desconforto respeitado, a ter seu espaço respeitado, a ter suas necessidades respeitadas. O fato de poder carregar o cachorro não quer dizer que você tenha o direito de fazê-lo sempre que te der vontade.

É preciso traçar uma linha e ser coerente a ela. Um cachorro que precisa de um medicamento pode dar o Calming Signal que quiser, que vai tomar mesmo assim. Um cachorro que precisa ir ao veterinário pode fazer malabares de fogo para mostrar que não quer e será levado mesmo assim. Há regras. E cães gostam de regras, eles se sentem seguros. O que não pode é você forçar o animal a fazer o que ele não quer por um capricho seu, pois isso torna a vida dele um inferno – ele não é um brinquedo e merece respeito.

Acostumado a ser desrespeitado sucessivamente, esse cão pequeno acaba ficando muito reativo. Muitos até param de esboçar o Calming Signals pois percebem que ninguém respeita, nem adianta avisar de boas, partem direito para a mordida, que é a única coisa que esses humanos burros entendem.

E o humano burro toma uma mordida de um Pincher e pensa “que saco, eu não deveria ter comprado uma raça tão invocadinha”. Não, meu anjo, seu cachorro é fruto da sua criação. Um cão pequeno nervoso, que rosna e que ataca é reflexo do seu desrespeito com ele. Seu cachorro te mordeu por ter dado milhões de sinais antes que foram ignorados, até ele aprender que não adianta dar sinais, pois você não os respeita.

Por exemplo, se o seu cão quer dormir de barriga para cima em vez de ladinho, é um direito dele. Você não tem que se meter a escolher como ele dorme. O cachorro tem que ter um espaço seu, seguro, onde se sinta respeitado. Um cachorro não deve ser importunado enquanto come. Um cachorro tem que se sentir seguro na sua própria casa, caso contrário, será um cão reativo e até agressivo.

Nem precisa ir muito longe, tá cheio de vídeo na internet mostrando como as pessoas não respeitam o espaço pessoal dos cães pequenos. Gente deitando na caminha do cachorro, gente “brincando” de irritar o cachorro, gente que se diverte provocando o cachorro. Obviamente, ninguém faz isso com um cachorro grande, é sempre com os pequenos.

O cão tem que confiar no seu dono e, para isso, o dono tem que respeitar seu cão. Pra quê brincadeirinha babaca fingindo que vai jogar a bolinha e não joga? Pra quê isso? Se sentiu espertão enganando um cachorro? Parem com isso. Tenham uma relação de respeito e confiança com seus animais. Sejam confiáveis para seus cães. A coisa que um cão mais aprecia e que é determinante para que ele “escolha” quem será seu principal dono em uma casa é a coerência. Ela conta mais até do que a comida.

Foram feitos estudos para entender qual é o critério que os cães usam para escolher quem será seu “dono favorito”, por assim dizer, a pessoa com a qual ele terá uma conexão maior. Ao contrário do que se imaginava, não é a pessoa que lhe dá comida, é a pessoa mais coerente com ele, consistente em seus atos e falas, na qual ele pode confiar. E, às vezes, as pessoas minam a confiança que seu cão tem nelas sem nem perceber.

Se o seu cão come às 14H e às 13hs você chega perto dele e começa a dizer “Fulaninho hoje vai comer uma comidinha gostosa que eu estou preparando” e coisas do tipo, o cão só entende a palavra “comida” e fica na expectativa de receber comida. Não recebe. Isso vai abalando a confiança. Cães não entendem o conceito de “dentro de uma hora você vai ganhar comida”. Cães entendem “comida”, criam expectativa, a comida não vem e a confiança deles naquele humano cai.

Isso quer dizer que seu cachorro vai gostar menos de você? Provavelmente não. Ela vai continuar sendo amoroso, brincando e tudo, mas você não será um pilar de segurança para ele. E cães que não encontram segurança nos humanos que vivem com ele, não confiam nesses humanos para protegê-los, então, eles mesmos vivem atentos e reativos para se proteger, latindo para a pessoa que passa no corredor, para o barulho do elevador e até para uma mosca.

Quando mais coerente, mais consistente uma pessoa é com seu cão, mais segurança ele sente, logo, menos necessidade de se proteger do que ele considera “perigos”. Se meu cachorro escuta da minha boca a palavra “comer” ele sabe, ele tem 100% de certeza que no minuto seguinte ele vai receber seu pratinho de alimento. Se meu cachorro escuta da minha boca “passear”, ele tem 100% de certeza de que eu vou pegar a coleira e nós vamos sair. Então, esse cachorro que sabe que eu sou confiável, quando vê algo que ele acha ser um perigo, olha para mim. Se eu não me abalo, ele não encrenca com aquilo, afinal, eu sou confiável, se fosse um perigo, eu saberia.

O mesmo vale para as regras da casa: seja coerente. O cão não entende exceções. Ou pode subir na cama ou não pode. Não dá para deixar subir mas quando o namorado está na sua casa aí não pode. É assim que se constrói uma relação de confiança, sem isso o cão pode viver reativo, assustado ou com medo. O cão precisa saber exatamente o que pode e o que não pode numa casa e precisa saber que ninguém vai incomodá-lo quando ele fizer o que pode.

Ninguém vai enganá-lo, ninguém vai invadir seu espaço e quando ele der um sinal de algo que o desagrada, ninguém vai insistir naquilo por um capricho: pegar contra a vontade para levar ao veterinário? Ok. Pegar contra a vontade para tirar uma foto? Vai pra puta que pariu. Só passe por cima dos sinais apaziguadores do seu cão quando for estritamente necessário.

Um cão seguro das regras e seguro de que terá seu espaço pessoal respeitado não se comporta de forma histérica, seja ele grande, médio ou pequeno. Um cão que vive em uma casa que obedece a regras e rotina e que não tem seu espaço invadido, que não é “sacaneado” pelas pessoas que moram na casa, que é compreendido quando envia sinais de que não está gostando de algo, é sereno, equilibrado e feliz. Ele não precisa latir, pois ao primeiro sinal de apaziguamento seus tutores compreendem o que o incomoda e respeitam.

O que nos leva ao outro extremo: há casos de cães pequenos que latem muito e atacam pelo oposto, por não receberem qualquer limite. São dois extremos da mesma moeda e os dois levam ao mesmo problema comportamental: se não há regras na casa e o cão pode fazer tudo, qualquer contrariedade é motivo para um escândalo. Permitir tudo é outro caminho que leva ao mesmo destino: um animal desequilibrado. Como eu disse: cães gostam de regras e rotina, fazem com que eles se sintam seguros.

Se a caminha é dele, ele tem que saber que pode ficar ali sem ser importunado. Se ele pode subir no sofá, ele pode subir sempre. Se não pode, não pode subir nunca. Se ele der sinais de que está desconfortável com algo e for apenas um capricho seu, recue. Ele não vai se tornar “dominante” por isso. Por sinal, “dominância” é um mito (no qual eu mesma acreditava) que já foi desmentido pela ciência. Mas isso é tema para outro texto…

Uma casa precisa de regras consistentes, coerentes, de uma rotina. Um animal (inclusive o humano) precisa de paz, de silêncio, de harmonia. Se na sua casa todo mundo grita, faz barulho e fica nervoso, você não pode pretender que seu cachorro seja diferente. Acredite: se o seu pet tem um problema comportamental, provavelmente a raiz do problema é você. Não estou dizendo que você seja um mau tutor, estou dizendo que pode te faltar informação. Estude as necessidades do seu animal, pets precisam de muito mais do que água e comida.

Para dizer que isso tudo é frescura, para dizer que quando seu cão late em resposta você grita (desequilíbrio por cima de desequilíbrio) ou ainda para dizer que gato é mais fácil (não é): sally@desfavor.com

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Comments (12)

  • Temos que parar de nos comportar como boçais por qualquer motivo. Aliás, eis mais um dos motivos pelos quais não gostaria de ter pet em casa: se não posso perguntar ao cachorro o que ele quer, e ele não pode me responder como deveria, fico como estou – sem amolação alguma.

  • Hoje me lembrei desse post. Tava voltando pra casa e vinha uma velha passeando com um cachorrinho, de repente passaram por uma casa que tinha cachorro e o cachorrinho começou a latir pro cachorrão, claro que o cachorrão da casa revidou e ficou aquela latição dos infernos. Depois passei por eles e o cachorrinho me olhou e começou a latir pra mim! Mais a frente ele latia pro latão de lixo. Ah, se foder essas miniaturas que latem por qualquer coisa!

  • Acho simplesmente incrível quando eu percebo que sou a fonte segura pros meus cães quando eles se sentem ameaçados. É uma sensação de ao menos quanto a isso, meu dever está sendo cumprido como tutora.

    Entretanto… se alguém puder ajudar com alguma dica, fico grata:
    fiz a besteira de ao final da noite chamá-los para fazer xixi, dizendo a palavra xixi.
    Meu pug utiliza um medicamento para o coração, que eu ministro ao final da noite misturando com poucos grãos de ração, apenas para facilitar que ele engula o remédio, sempre após levá-lo para fazer xixi. (A outra pug ganha alguns grãos também, pois nunca os separei dessa rotina).
    Agora acabaram associando a palavra xixi à ração. Não é mais possível falar essa palavra sem que eles pensem que é hora de comer. Alguma dica para fazer essa desassociação?

  • Esse texto é ótimo até pra refletir sobre as relações entre humanos.

    A gente se comporta de acordo com o nível de ameaça que o outro aparenta. Will Smith (provavelmente) só subiu no palco porquê Chris Rock não é do tamanho de The Rock. É pelo mesmo motivo que a gente vê várias notícias de violência contra mulheres. O mesmo acontece com bullying nas escolas. Quem aparenta ser mais frágil “pode ser subjugado”.

    Jogar luz em temas assim é importante pra que a razão tome a frente, mesmo que o instinto de apertar, bater etc, surja, seja lá quem esteja na sua frente: Pets ou humanos.

    Tenho uma gata e, quando ela era novinha, eu era um desses desinformados e importunava muito ela, achando que tava tudo bem, que era só brincadeira. Aprendi com o tempo e observação, e hoje em dia, vira e mexe, tenho que encontrar algum lugar pra sentar pra assistir TV porquê a cidadã resolveu deitar/dormir na cadeira de balanço da frente da TV.

    Vi um relato na internet que ilustra bem como a gente se deixa levar por impulsos, mesmo os bem intencionados, e invade o espaço do outro… Uma mulher com um barrigão estava num supermercado e uma outra mulher achou bonita a barriga, veio sorrindo, encantada, passou a mão e perguntou quantos meses estava a gravidez. A da barriga respondeu que só era gorda, mesmo. A outra pediu desculpas, constrangida, e foi embora procurando um lugar pra enterrar a cabeça.

    A da barriga realmente estava grávida. Fez isso pra mostrar que barriga de grávida não é domínio público.

    É prestar atenção pra não se deixar levar demais nas relações com qualquer ser vivo. O espaço do outro é do outro.

  • Todo animal tem seus sinais. Até uma fucking tarântula.

    Mas né, não me surpreende que estressem seus animais de graça. Não respeitam nem criança (“na volta a gente compra/come o brocólis ou vou te jogar no orfanato/se não parar de chorar vai levar injeção”, e afins), quem dirá um animal.

    • E nem pensar em estudar a linguagem animal, vamos interpretar tudo que o animal diz ou faz com base no Universo Umbigo Humano. Francamente, quem decide cuidar de um animal tem obrigação de se informar sobre os sinais que ele dá para se comunicar. Mas, como você disse, não fazem nem pelo filhos, imagina se vão fazer por pets…

    • Esse texto é sobre o que fazer para sobreviver a um ataque de cachorro. A maior parte do que está ali ainda vale, pois cães atacam, seja pela razão que for (na maior parte das vezes é por medo). O texto fala mais sobre a conduta que um ser humano deve ter quando atacado por um cão.

  • O que me irrita é ver esses cães, principalmente os pinchers e chihuahuas sendo tão estressados pelos donos. A pessoa provoca o cão pq acha engraçadinho ele latindo, rosnando e atacando. Isso é estresse e pode ser perigoso pq pode até não doer tanto a mordida na sua mão, mas se ele ataca sua cara ou a cara de uma criança a conversa é outra.
    Eu já tive um e um monte de gente perguntava “nossa, como que ele é tão calminho, o meu é tão bravo”. Simples, uma mistura de adestramento, respeito e não provocar a raiva e o estresse do cachorro.

    • Imagina o inferno que é para o animal viver em uma casa onde ele é constantemente estressado e desrespeitado. Durante toda sua vida. Depois acham ruim que o bicho late muito. Se o seu cão “é histérico”, a culpa é 100% sua.

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