Morar com os pais.

Vamos falar sobre um assunto sensível? Morar com os pais.

Convencionou-se estabelecer que morar com os pais é sinônimo de fracasso, mas, será que é mesmo? Você já parou para pensar de onde vem essa “regra” socialmente repetida sem qualquer reflexão?

Em outras culturas, como a americana, da qual o brasileiro bebe a baldadas, morar com os pais depois da idade adulta tende a ser visto como sinônimo de fracasso ou disfuncionalidade. Mas existe um contexto muito diferente da realidade brasileira.

No modelo social deles, com 18 anos os adolescentes saem de casa para fazer faculdade e lá o sistema educacional não se baseia em domicílio, a melhor faculdade para o que você quer ou a faculdade que vai te aceitar quase nunca ficam perto de casa. Então, quem quer cursar faculdade fatalmente sai da casa dos pais.

Ir para a faculdade é um rito de passagem nos EUA. Algo para o qual as famílias se preparam por toda a vida. Quando a criança ainda é um bebê os pais já começam a juntar dinheiro pensando nesse momento. Além disso, existe uma infraestrutura que vai desde dormitórios até trabalhos temporários para acolher os jovens universitários que chegam, de modo a que eles possam se sustentar longe dos pais.

Então, nos EUA, quem continua com os pais não conseguiu ser aprovado em nenhuma universidade ou não quer estudar – e ambos os casos são vistos com demérito, uma vez que lá você tem que fazer um enorme esforço para não ser aprovado em lugar nenhum.

Não dá para pegar o mesmo modelo e aplicar no Brasil, seria como tentar encaixar um quadrado no buraco para um círculo. No Brasil, muitas vezes quem já está formado e inserido no mercado de trabalho não consegue arcar com os custos de vida de morar sozinho.

Nos EUA, qualquer trabalho é digno e minimamente remunerado para a pessoa sobreviver com dignidade. No Brasil, tem advogado ganhando 2000 reais. Muito emprego de meio expediente paga mais nos EUA do que o salário de um diplomado no Brasil.

Mesmo em outros países sem essa cultura de sair de casa para a universidade, morar sozinho pode ser muito mais fácil. Em países estruturados, onde os serviços públicos funcionam e a pessoa não tem que pagar nada além dos impostos, aluguel e comida, o esforço acaba sendo menor.

O Brasil é um país ridiculamente caro se você quer algum conforto ou segurança. Muitas vezes as pessoas acabam pagando triplamente por um serviço: sofrem desconto no salário para a saúde pública, pagam um plano de saúde particular pois não querem morrer na fila de espera de hospital público e, quando a coisa aperta e precisam de um bom especialista ou atendimento rápido, acabam pagando uma consulta particular. É bizarro. Não tem salário que aguente isso.

Além de tudo isso, a estrutura social mudou. A regra não é mais casar com 18 anos e ir morar com o marido. Antigamente, era um sinal de problema ou disfuncionalidade quando a pessoa relutava em casar jovem e sair da casa dos pais. Hoje existem outras prioridades.

Vamos combinar que é muito mais fácil sair da casa dos pais em pares, casando, pois as contas da casa serão divididas. Se as pessoas estão demorando mais a casar, isso significa que terão que arcar sozinhas com todas as despesas e, muitas vezes essas despesas têm acréscimos indecentemente exorbitantes, como é o caso de condomínio, que muitas vezes sobrepassa o valor do aluguel.

A quantidade de despesas dos dias atuais é absurdamente maior do que nos tempos em que nossos pais ou avós casaram. Antigamente, com um fogão e uma geladeira as pessoas se viraram. Hoje é preciso mais, e nem me refiro a nenhum luxo. É preciso, por exemplo, pagar a conta do celular e ter internet em casa.

Tempos diferentes, sociedades diferentes, costumes diferentes, custo de vida diferentes e remuneração diferentes. No Brasil é perfeitamente possível ser capaz, competente, estudioso, trabalhador e, ainda assim, não conseguir morar sozinho tão cedo quanto se gostaria. E é uma bosta que isso seja visto como um fracasso, pois faz com que a pessoa se sinta triste, desmotivada e com baixa autoestima.

Vejo muita gente tripudiando de quem mora com os pais, mas, quando você vai olhar de perto para essas pessoas tem alguém (um familiar, um cônjuge, uma herança) bancando boa parte do seu custo de vida. Morar sozinho para papai bancar plano de saúde, colégio dos filhos ou aluguel não é morar sozinho, é morar financiado pelo pai. Morar sozinho para que a mamãe te ajude com as suas obrigações não é morar sozinho, é codependência à distância. Então, antes de apontar o dedo e desmerecer quem mora com os pais, as pessoas deveriam olhar um pouco para suas vidas.

E, veja bem, nada contra, queria eu ter pais me financiando, o ponto é: se você não tem sua independência financeira, não faz sentido criticar quem mora com os pais. Ao menos quem mora com os pais não está se fazendo passar por algo que não é.

Depois desta breve introdução objetiva, vamos para a parte principal do texto, a subjetiva: quem disse que é errado querer morar com os pais depois de adulto? De onde saiu essa “verdade”?

Obviamente se é uma situação desconfortável para a pessoa, se ela reclama, se ela está infeliz, não faz sentido continuar debaixo do mesmo teto. Mas, se funciona, se dá certo, se todos os envolvidos estão felizes, onde está escrito que é demérito morar com os pais? Repetir uma premissa milhões de vezes não a torna verdadeira, mas pode fazer com que muita gente acredite que ela é verdadeira.

Acho mais saudável morar com os pais mantendo uma relação de respeito e boa convivência do que se meter em um casamento problemático com uma pessoa sem saúde mental só para sair da casa dos pais (e vejo isso acontecer bastante).

É preocupante as coisas que as pessoas fazem para sair da casa dos pais: desde se juntar com homem abusador/agressor até se endividar entrando em um buraco financeiro quase que irreversível. Em algum momento, com base em critérios que passam longe da realidade do Brasil, alguém determinou que morar com os pais é humilhante e todo mundo abraçou essa teoria sem questionar. Que tal parar para questionar?

É possível morar com os pais e manter sua privacidade, é possível morar com os pais e manter um ambiente de respeito e ajuda mútua, é possível morar com os pais mesmo tendo condições financeiras para não mais morar com os pais, por opção, sem que, para isso, exista algo de errado com a pessoa.

Tudo é negociável, adaptável, conversável. Existem infinitas possibilidades. Se nenhuma delas te atender, perfeito, morar sozinho é uma opção válida. O que não pode é se forçar a sair da casa dos pais para uma situação muito ruim só porque “tem que” sair da casa dos pais se não é um perdedor.

Sim, existem situações em que morar com os pais é uma derrota: quando há conflito, atrito, quando os envolvidos estão infelizes, quando há incompatibilidades irreconciliáveis ou problemas de tal tamanho que a convivência se torna um sofrimento. Continuar nessa situação é uma derrota, mas não por morar com os pais e sim por morar com pessoas que te fazem mal.

O simples fato de morar com os pais não é uma derrota. E está na hora de parar de ver como uma derrota. É apenas uma crença, sem qualquer embasamento, que se convencionou abraçar e propagar. Uma crença idiota que está minando a autoestima de muita gente que não consegue sair da casa dos pais ou que não quer sair da casa dos pais.

Se não impacta sua vida negativamente, se você consegue ter sua privacidade, seus relacionamentos, uma rotina saudável em um clima harmonioso, qual é o problema de morar com os pais? No que isso tanto incomoda aos outros?

Eu vou além: acho muito bonito quando um filho decide coabitar com seus pais na velhice, principalmente quando um dele falece e o outro fica sozinho, em uma situação de vulnerabilidade. Não acho que isso esteja envolto em uma aura de derrota e sim de gratidão. Cuidar de quem cuidou de você é o mínimo que se espera de um ser humano decente.

Mas o jovem… ah o jovem… Muitas vezes ele não sabe conviver, o defeito está nele e acaba sendo projetado para os pais. O jovem se sente oprimido, ultrajado, acha os pais as piores pessoas e sai de casa na marra, se fodendo todo para isso, apenas para descobrir, anos depois, quando tentar se relacionar e coabitar com alguém que “todas as pessoas são tóxicas”, ou seja, que o problema está nele. Desconfie de quem passou duas décadas com os pais e não aprendeu a conviver, salvo casos extremos, o pau no cu é o filho.

Sair da casa dos pais é emocionalmente fácil. Eu bato palmas é para quem consegue ficar, conviver, ser amigo, ser companheiro, ter uma ótima relação de afeto, cuidado e carinho. Se dar bem com os pais morando longe é fácil, não é mérito. Mas as pessoas adoram projetar: se minha vida com meus pais é um inferno então a vida de todo mundo com todos os pais é um inferno e quem mora com os pais é um fracassado. Se seus pais são pessoas bacanas, não é fracasso, é gratidão que chama.

É curioso como uma série de outras escolhas que impactam a sociedade de forma negativa acabam recebendo menos críticas do que morar com os pais, que não causa qualquer dano social. Isso empurra as pessoas para péssimas escolhas e muitas vezes as coloca em situação de violência.

Existe uma crença muito enraizada de que morar com os pais é sinônimo de fracasso, tanto é que as pessoas topam fracassos muito piores (como coabitar com um parceiro desrespeitoso) para não se encontrarem nessa situação: é melhor ficar em uma situação que é socialmente aceitável mas pior do que em uma situação socialmente inaceitável mas melhor.

Não estou militando para que todos morem com seus pais, em alguns casos de fato não é saudável ou não é o melhor para a pessoa. Mas decretar que quem mora com os pais, em qualquer caso, qualquer realidade, é disfuncional ou fracassado? Aí não. Aí é preconceito, é generalização burra, é mera repetição do que a sociedade prega. Uma sociedade que, por sinal, está bem doente.

Muitos “tem que” vem caindo nos últimos tempos: tem que casar, tem que ter filhos, tem que ter diploma universitário… Eram “tem que” que geravam profunda infelicidade em quem se sentia obrigado por eles. Querer fazer é uma coisa, ser obrigado a fazer pois “tem que” é outra. Então, acho que chegou a hora do “tem que” sair da casa dos pais cair também. Se todos os envolvidos querem e se existe uma relação harmoniosa, não tem que porra nenhuma.

Conheço pessoas que vivem com os pais que levam uma vida muito mais plena, feliz e saudável do que gente que saiu da casa dos pais para condições emocionalmente insalubres. Sair da casa dos pais não é o caminho para o sucesso, a realização e a saúde mental. Por sinal, é um tremendo estelionato que se convença alguém que que o caminho é esse: a pessoa o trilha com muito esforço e a recompensa não chega.

Sucesso é um conceito subjetivo resultado de um somatório de fatores e não será a sociedade a te dizer quais são eles, você tem que descobrir sozinho. O que é sucesso para você pode não ser sucesso para mim e vice-versa. Não tem que comprar o conceito pronto de sucesso socialmente aceito, sobretudo quando vem de uma sociedade encharcada de Rivotril, após se violentar por uma série de “tem que”.

Aproveite a oportunidade e reflita sobre todas as crenças que entraram na sua cabeça e que te obrigam (mesmo que você não perceba). Acordar tarde é coisa de vagabundo? Mulher só se realiza quando tem filhos? São os ricos os causadores da pobreza no mundo? Revisite conceitos que acabaram entrando por osmose, pode ser libertador.

Quer morar com os pais e todos os envolvidos estão felizes e de acordo? More. Não tem nada de errado nisso. Pau no cu da sociedade.

Para dizer que é independente mas seus pais cuidam dos seus filhos enquanto você trabalha, para dizer que é independente mas leva a roupa para lavar na casa da mãe ou ainda para dizer que é independente mas sua mãe faz sua comida: sally@desfavor.com

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Comments (30)

  • Nos EUA eles julgam quem mora com os pais, e muitos destes que julgam tem o aluguel pago por eles. É uma coisa muito cultural e com recortes raciais.

  • Nos EUA, qualquer trabalho é digno e minimamente remunerado para a pessoa sobreviver com dignidade. No Brasil, tem advogado ganhando 2000 reais. Muito emprego de meio expediente paga mais nos EUA do que o salário de um diplomado no Brasil.

    Juizes e até mesmo o ex-presidente Bolsonaro andaram reclamando dos valores de seus vencimentos que no cambio atual, não permitem grandes luxos.

    • Sim, eu vi promotora que ganha mais de 50 mil dizendo que passaria necessidade se o marido não ganhasse bem. É o tipo de situação que me desperta um desejo quase que incontrolável de violência física.

  • Nunca morei lá, mas, pelo que vejo daqui de fora, eu acho que nos EUA, a impressão geral que se tem sobre quem ainda mora com os pais depois dos 18 anos é a de que o sujeito é um crianção, imaturo e com problemas para amadurecer e ser enfim dono do próprio nariz.

  • Vou deixar um off topic aqui, mas só por ser relevante: vai ter alguma cobertura da participação de ontem do Pilha no Superpop, falando sobre o Gugu?
    Grata!

    • Infelizmente o próximo texto é do Somir e ele não costuma ser muito inclinado a falar sobre o assunto. Vou assistir a esta maravilha e, se houver material de qualidade, tentar enviar uma postagem!

      • Olha, pra mim, pelo menos, ver o Pilha reclamando que um monte de subcelebridade que conhecia o Gugu está se metendo na questão da herança e da sexualidade do apresentador sendo que era exatamente o que ele estava fazendo no Superpop é sempre um material de qualidade…

  • Lembro desse assunto começar a sair na mídia uns 15 anos atrás, principalmente na Itália.

    A motivação era puramente econômica. O país passava por recessão por conta da crise do euro e os políticos queriam que os jovens saíssem de casa a fim de fomentar o consumo e a compra/aluguel de imóveis.

    Enquanto alguns políticos propunham pagar 500 euros como incentivo para os jovens saírem, grande parte da mídia mostravam exemplos extremos que demonizavam os jovens como indolentes e preguiçosos.

    Só que se esqueciam que, em parte, o fenômeno dos bamboccioni era culpa do próprio envelhecimento da força de trabalho, motivada pelo aumento da idade mínima para aposentadoria, reformas trabalhistas e o proprio aumento do custo de vida que fez com que os mais velhos seguissem 5, 10 anos trabalhando a mais, o que causou naturalmente o encolhimento de postos de trabalho justamente para a parcela mais jovem da população. Além disso, por estar altamente endividada, o país não poderia se dar ao luxo de subsidiar (tantas) moradias baratas assim como ocorria na França e na Escandinávia.

    Inclusive uma ministra do trabalho aconselhara cinicamente para os jovens italianos aprenderem idiomas para buscar trabalho fora. Aí descobriram que a filha de uns 30 anos ainda não saíra de casa e teve um emprego arranjado na faculdade onde o pai lecionava.

  • Tema complicado e delicado, afinal, parece que em muitos ainda reside essa ideia incrustada de que morar com os pais é sinal de fracasso.

    Eu, recentemente, tive a péssima experiência de ter que voltar pra casa da mãe pra ter que cuidar dela no período da pandemia. Foi o caos, já que depois de adulto, formado e tal, com seus gostos e preferências, com suas manias, ter que chegar num lugar em que nada disso é respeitado e ainda ter que conviver com uma pessoa complicada, olha… Ainda bem que foi por pouco tempo.

    Na adolescência, não via a hora de sair de casa, porque não aguentava mais a convivência com minha mãe. Mas foi saindo de casa que percebi mesmo que não era fácil se manter.

    • Voltar a morar com os pais é muito desafiador: depois que a pessoa passa pela experiência de viver sozinha e fazer tudo do seu jeito, é um esforço enorme se readaptar na convivência, principalmente quando ela não das melhores. Se a convivência é sofrida, e no seu caso eu sei que existe um motivo de força maior que justifica totalmente você não querer morar lá, tem mais é que sair.

  • Pior que sair da casa dos pais creio que seja voltar para a casa dos pais
    após comprovar a dificuldade que é arcar com as despesas.
    Aquela guria fez isso: saiu da casa dos pais toda cheia de si, jurando nunca mais pisar naquela casa conservadora,
    e, após negativar seu cartão de crédito e se encher de dívidas, aos 29 nos, voltou para a casa dos pais.
    Ficou fora pouco mais de um ano.
    Fica a lição: não jogue pedras na ida, pode precisar voltar pelo mesmo caminho.

    • É difícil ter que reaprender a conviver com os pais quando já se morou sozinha. É muito difícil.
      De qualquer forma, eu recomendo que todos saiam da casa dos pais de boa, sem briga, pois, por mais que essas pessoas tenham errado, eu suponho que queriam o melhor para os filhos. De posse do conhecimento e das ferramentas que tinham, fizeram seu melhor.
      Tudo o que fazemos com os nossos pais (de bom e de ruim) retorna na nossa mente quando eles falecem e, acredite, vai ser muito mais fácil de lidar se forem mais coisas boas.

  • Eu morei com os pais até eles morrerem. Quem quer ser solteiro é mais fácil, sempre fui gay com relacionamento aberto. Quando precisei pagar as contas sem a aposentadoria de papai e mamãe foi bem difícil. Só um salário é uma luta diária pra equilibrar as contas no país fodido.

    • Olha, eu conheço pessoas casadas que moram com os pais sem qualquer problema, cada um em um andar da casa, tem dias que sequer se encontram. Tudo depende da dinâmica da casa e das pessoas.

  • Você não pode morar com os pais se não tem mais eles *meme do dedo na têmpora

    Pela lógica de quem critica aqueles que moram com os pais, quem não tem pai ou mãe desde criança então vive no god mode, né?

    E eu sei do segredinho sujo de muitos que adoram arrotar “ain vive com os pais”: adora aqueeeeela ajudinha marota no fim do mês do papai ou da mamãe mesmo sendo diplomado, casado e com filhos, porque sozinho não dá conta e já estourou os limites de empréstimos nos bancos.

    • Pois é, eu fico com essa impressão: que quem se preocupa com a vida alheia a ponto de apontar um suposto fracasso de quem mora com os pais está, na verdade, projetando o fracasso que vê em si mesmo. Uma pena ver tanta gente medindo sucesso/fracasso por algo tão superficial.

  • Moro em Portugal (ou na África do Norte, como você às vezes se refere). Meu maior motivo para não ter casa própria: os preços das casas (e aluguéis também) aqui estão CAROS PARA UM CARALHO.

    O máximo que consegui foi ir morar com minha namorada e meus sogros, que são super gente boa.

    Para arranjar casa aqui tá foda. Turistas e estrangeiros ricos comprando casa e inflacionando os preços enquanto os ordenados continuam uma merda.

    Não me vejo como um fracassado por isso, até porque muita gente está no mesmo barco, mas se está cada vez mais complicado para adultos de 30 e poucos anos para saírem da casa dos pais, imagina para os mais jovens.

  • Eu estou com a Maya nessa. Sempre me vi casado e com filhos ( Eu nasci velho, eu assumo ) então foi natural para mim sempre fez sentido que uma hora eu teria que sair da casa dos meus pais. Mas hoje, vejo que mesmo que eu não tivesse me casado eu teria de qualquer maneira a minha propria casa, eu valorizo muito a liberade de sair quando quer e chegar quando quer, se quiser ficar o dia inteiro sem nem sequer abrir a porta da casa, ou simplesmente passar uma semana longe dela, resumindo todo o bonus que esse pacote traz, claro que existe todo custo, mas a vida adulta é isso aí mesmo.

    Eu tenho um filho de 15 anos, e as vezes as sextas feiras depois do trabalho eu só quero paz e sossego então ele sabe que quando eu chegar em casa à noite, não vai poder ter nenhum amigo dele em casa, e as vezes nem no fim de semana. Regra que ele não vai ter que respeitar se ele tiver a casa dele quando crescer, esse é meu ponto. Por isso desde já eu estimulo ele a fazer o necessário para quando for adulto sair de casa e ter a dele.

    • Não acho que morar com os pais impeça nada disso (sair quando quer, chegar quando quer etc.) mas, se o que te faz feliz é morar em outra casa, está certíssimo.

  • Depois de pensar bastante, cheguei à conclusão de que quero sair mesmo e estou me movimentando pra isso. Amo meus pais e sou grata por tudo que vivemos, mas sinto que chegou a hora de ter o meu canto, com as minhas regras e as minhas referências.

    Mas é aquilo: essa é a minha verdade, não necessariamente precisa ser assim pra todo mundo… Obrigada pela reflexão, Sally. Muitas vezes a gente julga o mundo pela nossa régua e nem se dá conta.

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