Jornada Espiritual.

Aqui vem uma frase que você provavelmente não espera ouvir em um blog ateu: todos estamos em uma jornada espiritual nesta vida.

Espiritualidade não tem absolutamente nada a ver com religião. Infelizmente, religiosos conseguiram se apropriar desse termo e, a maior parte das pessoas, quase que no piloto automático, liga espiritualidade com religião. É mais ou menos o que as feministas fizeram: mesmo que você acredite que homens e mulheres devam ter os mesmos direitos, se dizer feminista acabou virando sinônimo de ressentimento com homem.

Se você continuou aqui depois do parágrafo anterior em vez de revirar os olhos, pensar “que idiota!”, golfar e fechar a página, você é capaz de entender o que vou escrever. Seja muito bem-vindo. Não vamos falar de misticismo, de teoria gratiluz, muito menos de paranormalidade. Vamos falar de algo básico que acabou esquecido e atropelado pelas prioridades do mundo moderno: a sua conexão com você mesmo e com o mundo.

Concorde você ou não, goste você ou não, todos nós estamos em uma jornada espiritual. E, se isso não tem relação com religião, então o que seria?

Difícil dar um conceito universal e concreto para algo tão subjetivo e abstrato. Posso te dar o meu conceito, mas, em última instância, você terá que buscar o seu conceito dentro de você. É uma jornada individual, personalíssima e indelegável. Acredito que a jornada espiritual é uma busca por se conhecer melhor, tentar ser a melhor versão de si mesmo e, só depois, tentar melhorar o mundo de alguma forma.

E também acredito que boa parte dos problemas de saúde mental que o mundo vem passando está diretamente relacionado com isso: pessoas que esqueceram que estão em uma jornada espiritual e que, apesar de poder escolher velocidade e trajeto, o percurso é obrigatório. Pessoas que fazem de tudo, mas se esquecem de olhar para si mesmas e pensar como poderiam ser melhores, como poderiam ter mais saúde mental, como poderiam evoluir espiritualmente.

Durante muito séculos essa questão espiritual foi monopólio de religiões: elas te diziam quais eram os rituais, elas te diziam o que fazer para ser uma pessoa melhor e elas te diziam o que fazer para melhorar o mundo. Porém, o tempo passou e a maior parte das religiões não se atualizou, tornando-se inviável no atual contexto social e, por consequência, perdendo adeptos, ao menos os praticantes.

A religião era como as rodinhas de treinamento de quem está aprendendo a andar de bicicleta: uma ajuda, um suporte, um guia. Quando as rodinhas foram removidas… bem, estamos caindo bastante. E estamos nos machucando. E tá tudo certo, é um processo de aprendizado. O que não pode é cair sucessivas vezes e não aprender. E essa é a razão pela qual eu resolvi escrever este texto.

Não, eu não sou guru, não sou coach, não sou sábia. Eu sou uma pessoa tão fodida como você, com problemas, medos e questões para resolver. Mas tem uma coisa na qual eu sou boa: organizar (pergunte ao Somir). Então, este texto não vai te dar respostas definitivas nem fórmulas de sucesso (e, cá entre nós, fuja de quem te der!), mas, quem sabe, talvez, com alguma sorte, te ajude a organizar ideias nas sua cabeça e isso te beneficie de alguma forma. Quando compreendemos melhor o que está acontecendo fica mais fácil agir.

Da forma como eu vejo, a jornada espiritual é algo necessário aos seres humanos. Não me atrevo a dizer de onde surgiu essa necessidade, se é biológica, se é uma construção social ou qualquer outro motivo. Apenas acredito que sem ela não ficamos bem.

E não apenas ela é necessária, como ainda deve contemplar dois aspectos: o individual (você se conhecendo e tentando ser melhor) e o coletivo (tentar tornar o mundo um lugar melhor). Porém, talvez não da forma como você esteja pensando ou como vendem os gurus: sem rituais, pompa e receitas. Apenas você, com a sua consciência, sem qualquer fórmula, sem qualquer alarde. Talvez muitos de vocês inclusive já o façam, sem nem perceber.

No entanto, é muito comum que a gente abrace um dos aspectos e negligencie o outro. Ou foca demais no individual e esquece o coletivo, ou olha só para o coletivo e esquece o individual. Daí, se vem um vazio, se pensa “mas eu estou na minha jornada espiritual, então, obviamente, não é esse o caminho para me sentir melhor”. É sim. Desde que você não negligencie nenhum desses dois aspectos e não se deixe contaminar pela torrente de merda, cagação de regra e conceitos “do mundo”.

Ninguém pode te dizer o que é ser uma pessoa melhor: fazer isso, fazer aquilo, deixar de fazer isso, deixar de fazer aquilo. Isso não é aprimoramento espiritual, é cagação de regra. Esse conceito do que é se tornar uma pessoa melhor está dentro de você e só você pode acessar. Deixe de ser preguiçoso e faça uma busca interna honesta, ignorando todas as crenças que a sociedade te atira desde o dia em que você nasceu.

Pense da seguinte forma: você tem um diamante dentro de você, soterrado por camadas e mais camadas de esterco. Você não tem que comprar um diamante. Você não tem que roubar o diamante de alguém. Pare de correr atrás do diamante, ele esteve com você o tempo todo. O que você precisa fazer é limpar essas muitas camadas de fezes até conseguir acessá-lo. Pare de procurar fora. Limpe dentro.

Felizmente, todos nós viemos de fábrica com uma bússola maravilhosa e muito eficiente para detectar esse “diamante”, ou, se preferirem, aquilo que nos torna melhores. Vamos chamar essa bússola de “sensação interna”. Você sabe quando fez merda, quando fez algo que não foi legal, quando vez algo que de alguma forma te violentou. Dói. A gente sente. Cada um sente de forma diferente, mas a gente sente culpa, desconforto, mal-estar, remorso, tristeza, apatia. E se a mente estiver bem quietinha, calma, serena, a gente sente muito claramente.

Da mesma forma você sabe quando fez algo bom, não por aquela sensação de euforia típica de coisas mundanas (um beijo, uma compra, uma promoção) e sim por uma profunda paz interna e bem-estar. Acredito que todo mundo aqui, alguma vez na vida, já tomou uma decisão com a mais absoluta certeza e serenidade de que era isso o que precisava ser feito. Essa sensação calma, certa e tranquila é a bússola que vai te guiar pela sua jornada espiritual.

“Mas Sally, minha bússola está quebrada, só faço merda”. Não, sua bússola não está quebrada, você é que não está sabendo ler. Vou repetir aqui uma pergunta que sempre faço: quanto tempo do seu dia você dedica para a sua mente? Aprender a acalmar a mente para poder ouvi-la, trabalhar sua saúde mental, aprender a ouvir? Ninguém chega em uma academia e levanta 100kg n o primeiro dia, é preciso treino. O mesmo vale para a sua mente.

E, não custa falar mais uma vez: esqueça as suas crenças sobre o que é ser bom. Não estamos falando de regras sociais. Fazer uma doação não significa ser bom. Rezar não significa ser bom. Fazer caridade não significa ser bom (acho até humilhante). Não é sobre o ato em si e sim sobre de onde ele vem. É possível matar alguém por pura crueldade e é possível matar alguém em um ato da mais absoluta compaixão (como por exemplo no caso de um paciente terminal em extremo sofrimento). Observe o real interesse que te move, não aquele que você quer que a sociedade pense que te move.

Não há regras. Não há manual. Não há listas. Não adianta tentar delegar isso a terceiros, você só vai saber se está se tornando uma pessoa melhor, evoluindo, se olhar para dentro e aprender a ler sua bússola interna, aprender a ouvir a sensação interna. Como está sua vida hoje? Como está sua mente? Como está seu emocional? Uma pessoa angustiada, ansiosa, com medo, com raiva ou com qualquer outro desequilíbrio certamente descuidou de sua jornada espiritual.

E, longe de mim dizer que retomar esta jornada cura qualquer problema. Negativo. Nunca. Jamais. Se há um problema instaurado, como por exemplo, depressão, ele precisa ser tratado à luz da ciência, para que a pessoa fique bem e tenha forças para reorganizar sua vida de um modo melhor, que não a leve mais por esse caminho ruim. Estou falando de algo mais abrangente: sem abraçar essa jornada espiritual, se preocupar com ela, se dedicar a ela, uma pessoa não vai se sentir plena, realizada e em paz.

Não há nem sequer a possibilidade de racionalizar este conceito, para saber se estamos no caminho certo, pois não é algo mensurável na ordem do racional, não é uma contagem de pontos. Na verdade, quando falamos de espiritualidade, o racional atrapalha. Nossa mente racional pode encontrar os motivos mais nobres, mais aceitáveis, mais plausíveis para justificar um ato que, aos olhos da sociedade, parece bonito, mas vez de um lugar de egoísmo, babaquice e escrotidão.

O que te diz se você está no caminho certo é sua sensação interna (você se sente pleno, em paz, tranquilo e equilibrado?) e sua vida (sua vida está fluindo com tranquilidade, com serenidade e as coisas estão se alinhando sem esforço?). A vida não deve ser sofrida, a vida não deve ser um sacrifício. Se for, tem algo para ser olhado e corrigido aí.

Então, mais uma vez: você está em uma jornada obrigatória para se tornar uma pessoa melhor, você está aqui para isso, não para conseguir ficar famoso, rico ou ser promovido. Não para casar, ter filhos ou adotar animais. Tá tudo bem realizar todas essas metas também, porém, o que não está bem é fazer delas seu propósito de vida, pois isso vai minar sua saúde mental.

Muita gente acha que a resposta para estar bem está nessas metas, mas, ao chegar nelas, vai descobrir que só elas não bastam. Se beleza, reconhecimento e dinheiro bastassem, ator de Hollywood não teria depressão. Obviamente, para seguir sua jornada não precisa fazer voto de pobreza, de feiura ou se tornar um hippie. Tudo pode ser conciliado, o que não pode é ter como propósito de vida unicamente questões “do mundo”, físicas, materiais.

Tem duas frases de Carl Jung que eu gosto muito: “tudo aquilo a que você resiste, persiste”, ou ainda “o que negas te submete, o que aceitas, te transforma”. Ou, em bom português, “aceita que dói menos”. É sobre isso. Hora de desfazer preconceitos e aceitar que todos estamos em uma jornada espiritual na qual o objetivo é sermos pessoas melhores e de alguma forma tentar contribuir para melhorar o mundo, mas sem metas, sem cobranças, sem listas de tarefas. Apenas dando o nosso melhor.

Pense nessa jornada espiritual como uma caminhada. Não tem tempo, não tem trajeto correto, só tem uma meta: ir em uma determinada direção (a que te torna uma pessoa melhor), no seu tempo, do seu jeito. Você pode se recusar a correr e ficar brincando de carrinho ou casinha no ponto de largada, às custas da sua saúde mental, ou pode começar a caminhar.

Perceba que você não tem que se tornar X ou Y para cumprir essa jornada. Não é sobre uma linha de chegada ou uma meta a cumprir, é sobre a jornada. É trilhar um caminho para se tornar uma pessoa melhor, o que quer que isso signifique para você. É aprender a olhar para dentro, se entender e entender o que ressoa com você, que atos, escolhas ou pensamentos te fazem bem. É se respeitar e não fazer coisas que te violentem, nem a você, nem aos demais. É viver em estabilidade emocional e não nesse inferno de alterar euforia com sofrimento.

E, depois, e apenas depois, de dominar a habilidade de se conhecer, de entender como ser uma pessoa melhor e de efetivamente adotar práticas, atitudes e formas de viver e pensar que te tornem uma pessoa melhor é que você pode partir para a segunda jornada: tentar ajudar a melhorar o mundo.

Só podemos dar o que temos, portanto, se o que você tem está uma bagunça, está ruim, está transtornado, é isso que você vai dar ao mundo, ainda que com a melhor das intenções. É preciso arrumar a própria casa antes de querer arrumar o mundo.

Mas, o que mais vemos é gente com a vida precisando de revisão focada em “salvar o mundo”. São boas pessoas? Não. São pessoas que pegam uma causa nobre e usam como manto para encobrir o fato de que não querem olhar e resolver suas próprias vidas. Para não olharem para a própria vida e as questões que precisam ser resolvidas, colocam o foco no externo: militam por uma causa, tenta salvar o mundo ou vão hatear alguém. Desconfiem de gente que ostenta esse desejo de salvar o mundo, é uma das piores red flags que eu já vi.

Esta segunda parte da jornada espiritual também segue os mesmos princípios da primeira: ignore os conceitos pré-estabelecidos do que é melhorar o mundo. Melhorar o mundo não é fazer doação, não é plantar uma árvore, não é nenhuma lista de atitudes universais. Isso normalmente são apenas subornos, barganhas, que uma mente atormentada usa para aplacar a culpa. Novamente, você vai ter que buscar dentro de você o que precisa ser feito, quando e como, observando o que a sua sensação interna te diz.

Pode ser que em alguma situação o que é melhor para o mundo seja dar uma paulada na cabeça de alguém (por exemplo, de uma pessoa que está ameaçando outra). Pode ser que em alguma situação o que é melhor para o mundo seja fazer uma piada. Novamente: não há fórmulas, não há roteiro a seguir, a não ser a sua consciência, a sua sensação interna, que, neste ponto, já estará muito bem treinada, pois você já colocou sua vida em ordem.

Sim, você vai sentir o que precisa ser feito, com muita consciência, tranquilidade e serenidade. Tem medo envolvido? Então você se perdeu da sua sensação interna e sua mente está um péssimo lugar. Volte duas casas e recoloque sua mente em ordem. Uma mente equilibrada não faz ou deixa de fazer algo na base do medo. Se há medo, há um erro básico de interpretação.

“Então quer dizer que se eu vejo um leão no meio da rua não devo me afastar, é essa a sua jornada espiritual? Você quer que eu morra?”. Não, Pessoa Quer Dizer. Se você encontrar um leão no meio da rua você deve se afastar, mas por consciência, por saber que aquilo não vai ser bom para você, e não tomado por medo agindo de forma impulsiva e insana. Inclusive, muitos animais conseguem farejar o medo, por causa dos hormônios que ele libera, fazendo com que eles tenham vontade de te atacar. Portanto, até no ridículo exemplo do leão, o melhor é agir a partir da consciência.

Para terminar, quando falamos em “melhorar o mundo” não é de forma alguma “mudar o mundo”. Mudar o mundo é um delírio egóico de quem quer fazer algo importante. Você é um grãozinho de areia insignificante, tudo que você tem que fazer é a sua parte e, se todo mundo fizer a sua parte (ou se muita gente fizer a sua parte), aí sim talvez o mundo mude. Mas isso não depende de você, e colocar uma meta que não depende de você é fazer um pacto com o sofrimento, portanto, foque apenas em melhorar o mundo, naquilo que estiver ao seu alcance. Se os outros vão fazer ou não, é problema deles. E se não fizerem, o inferno é aqui, a saúde mental deles vai cobrar o preço.

“Mas Sally, eu não sei nem por onde começar”. Comece se perguntando o que você tem feito para se tornar uma pessoa melhor. Se eu te perguntar o que você tem feito pela sua higiene, você certamente vai saber me dizer um rol de atitudes (escovar os dentes, tomar banho, etc.). Se eu te perguntar o que você tem feito para melhorar a sua saúde, você vai saber me dizer um rol de atitudes (dormir mais horas, evitar fast food, caminhar todos os dias, etc.). Pois bem, o que você tem feito para se tornar uma pessoa melhor? Para manter sua mente saudável? Para aprender a ouvir sua sensação interna?

Responda a essas perguntas com honestidade e continue dedicando alguma parte do seu dia para evoluir nessa jornada espiritual, para se tornar uma pessoa melhor e para, assim que possível, ajudar a tornar o mundo um lugar melhor. Não é esperar sobrar tempo e se sobrar faz. Não. Você só escova os dentes quando sobra tempo? É algo importante o suficiente para merecer um lugar obrigatório no seu dia. Faça da forma que quiser, mas faça. É isso ou remedinho tarja preta.

Para dizer que gostava mais de mim quando eu não usava drogas (nem álcool eu bebo), para dizer que não entendeu nada (volta em alguns anos e relê) ou ainda para dizer que sua jornada é de sobrevivência (você sobrevive melhor com a mente no lugar certo): sally@desfavor.com

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Comments (8)

  • Nelson Gaudioso Lisbão

    Gostei muitíssimo do seu texto. As pessoas em geral confundem espiritualidade com religiosidade. Este erro tem levado muitos a serem escravizados por líderes religiosos. Quando você disse: “Pense nessa jornada espiritual como uma caminhada. Não tem tempo, não tem trajeto correto, só tem uma meta: ir em uma determinada direção (a que te torna uma pessoa melhor), no seu tempo, do seu jeito.” penso que você tem toda razão. Isto me lembrou a história do garoto que lançava ao mar as “estrelas do mar” que estavam morrendo na areia da praia. Um homem vendo o garoto fazendo isso perguntou: – Menino, por quê você faz isso? Não vê que existem tantas estrelas? Será impossível salvar todas elas. – O garoto se abaixou novamente, apanhou mais uma estrela, lançou-a ao mar e disse ao homem: – Fez diferença para essa aí.
    Seu texto está nos ensinando a sermos pessoas melhores, não importa quanto. O que importa é fazermos a diferença. Parabéns, muito obrigado.

    • Fico muito feliz que você tenha gostado, Neloson. Meu texto é uma forma de jogar mais uma estrela do mar de volta!

  • Mais um daqueles textos pra fazer pensar, refletir, dar uma sacolejada e ver se toma um jeito na vida… Ou algo do tipo. Já me peguei pensando nessas questões, o que acaba se esbarrando muito na parte profissional da coisa, afinal, me questiono: no que eu sou bom mesmo pra fazer? Qual meu papel na sociedade?

    Eu sei lá, ultimamente (considerando aí um médio prazo, desde a pandemia, desde que aconteceu tudo aquilo com mamma louca, desde que desisti do meu doutorad0) eu ando muito “assim”, sabe? Assim de tal maneira que nem sei bem definir. Ando “coisado”, como que dividido: por um lado, extremamente cansado, sem forças pra nada, desanimado, talvez até mesmo acomodado. De outro lado, com alguns projetos e pequenos sonhos a médio prazo, mas que ainda não tive coragem nem forças suficientes pra por em prática e alavancar de vez, ou pelo menos tentar pra saber se vai dar certo.

    Enquanto isso, eu continuo aqui trabalhando num empreguinho mahomeno, que não é bem minha área, pagando as contas, vivendo num ciclo vicioso de dinheiro entra dinheiro sai e parece que falta alguma coisa, um sal, um tempero a mais, sabe?

    Fiquei pensando também, já tô assim aos 30, imagina aos 40? Se isso é só uma fase ou vai durar anos a fio, também não sei, só sei que é um tanto agonizante.

    E bem, um ponto interessante no texto que merece ser destacado é sobre esse negócio de fazer as coisas com serenidade e tranquilidade, seguro de si e com essa paz de espírito interior, que é quase uma qualidade sensação que a gente experimenta do que um ato em si. eu tenho percebido, nesse sentido, que a única coisa que me deixa com essas sensação é ser o mais transparente possível com as pessoas ao meu redor. Quero dizer, eu tendo, o máximo possível, a tratar as pessoas de igual pra igual, independente se é a tia da limpeza ou o CEO da empresa ou o papa, e eu sou eu em todos os lugares, não preciso fingir ser outra coisa ou me mascarar temporariamente tendo em vista alguma outra coisa. Se isso já conta pontos na minha tal “jornada espiritual”, bem…

    • Eu acredito que esse papo de ter que alcançar um X propósito de vida é conversa para vender livro. Você pode fazer qualquer coisa, ainda que seja considerada “medíocre”, mas se fizer bem-feito, de coração e focado em melhorar a vida de outras pessoas, será tão valioso quando quem faz coisas tidas como “grandiosas”.

      Tenta ouvir a sua sensação interna e entender em que tipo de atividade você se sentiria realizado, uma hora essa sinal vem.

    • Sim, mas as pessoas parecem ter uma tara por “mudar o mundo” uma coisa meio egóica de grandiosidade camuflada de humildade…

  • Algo que me ajuda muito nesse caminho é a meditação. Sempre fico com a sensação de mente mais clara, atitudes mais calmas, menos reativas.

    Já leu Sidarta, do Herman Hesse, Sally? Acho que dialoga bastante com o seu texto e é um livro bem lindo

    • Não li, mas vou ler.
      Meditação é uma ótima ferramenta, mas eu sempre fico com um pé atrás de indicar, pois as pessoas sentam, ficam quietas e acham que isso é meditar. 99% das pessoas não meditam, apenas ficam sentadas.

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