Com as várias denúncias de abusos que vão se acumulando contra Saul Klein, filho do fundador das Casas Bahia, podemos ver como o ser humano pode ser terrível, especialmente se tiver dinheiro e poder para bancar suas vontades. Mas, não é que as vítimas aceitavam o convite, voltavam e às vezes até tinham uma espécie de relação com o vilão?

Acho muito importante começar o texto dizendo que não duvido das garotas que o denunciaram. E que os relatos demonstram uma pessoa que precisa sim receber uma punição exemplar pelos abusos que cometeu. A partir do momento que se estabelece o crime, não é para ficar relativizando merecimento. O meu ponto não é dizer que essas garotas não têm direito de reclamar, evidente que têm; mas sim falar sobre a bizarrice que foi o processo de aliciamento delas.

Bizarrice da qual, entendendo de verdade ou não, elas participaram. O esquema de Klein não consistia em sequestrar meninas na rua e levar para uma prisão escondida, e sim em prometer uma carreira de modelo que rapidamente se transformava em prostituição com muitos abusos. Os abusos estão sendo investigados e provavelmente terminarão em condenação (quando a mídia vai pra cima, fica difícil subornar polícia e judiciário), mas o esquema… bom, esse deve continuar funcionando para quem quiser, e claro, puder pagar.

Porque segundo a lei brasileira, você pode pagar para uma pessoa em troca de sexo. Não é um contrato executável por vias legais, afinal, nenhuma pessoa pode ser obrigada a fazer sexo, mas caso as partes sejam adultas e sigam com a troca, não aconteceu um crime. Klein já se ferrou, e muito, por ter feito essa proposta (por intermédio de terceiros) para garotas menores de idade, mas o conceito geral não é criminoso. Com as menores de idade, não tem nem o que argumentar: crime e ponto desde a primeira proposta sexual. Mas algumas eram maiores.

E é aqui que temos que começar a pensar melhor sobre a situação que se desenvolvia: as jovens eram aliciadas com promessas de uma carreira de modelo, e já nos testes recebiam a indicação que o “dono da empresa” poderia fazer o que quisesse com elas, inclusive ter relações sexuais. Aqui existe uma zona cinza que precisa ser esclarecida: se não houve coação direta ou indireta nesse momento, eram mulheres aceitando se prostituir.

Porque não tem malabarismo mental que justifique fazer sexo para passar num teste para modelo, mesmo que a pessoa ache que faz parte do processo, isso se chama prostituição. Se não havia elemento externo forçando-as a continuar o teste que não fosse o desejo de conseguir mais dinheiro, não tem muito o que se argumentar sobre o que ocorria ali. Troca de sexo por dinheiro. Prostituição.

Abusos cometidos durante esse ato são crimes, novamente não tem o que discutir. Pode até existir tolerância de fazer sexo em troca de dinheiro, mas não existe tolerância para sofrer violência física: não pode e ponto final. O contrato é nulo porque o “produto” nunca poderia ser vendido para começo de conversa. Não adianta dizer que a pessoa sabia que iria apanhar ou sofrer qualquer tipo de violência sexual antes. Então, novamente, não é nesse ponto que eu estou tocando: crime é crime.

O que me incomoda é algo que todos sabemos aqui, mas não podemos falar: tudo indica que praticamente todas as garotas que denunciaram Klein acharam que estavam tendo uma vantagem nessa troca, pelo menos por um tempo. Não ligou um alarme na cabeça delas dizendo que aquilo poderia dar muito errado muito rápido. Ou, se ligou, não foi forte o suficiente para impedi-las de voltar a vender seu corpo para o empresário seguidas vezes.

Não estamos falando de mulheres que estavam passando fome, vivendo na rua, estamos falando de mulheres que muitas vezes sofreram um abuso e voltaram para ganhar mais dinheiro. O assunto é espinhoso porque muita gente pega essa mesma base que eu peguei para dizer que elas sabiam muito bem o que estavam fazendo, tiraram vantagem até serem trocadas por outra e agora estão processando para ganhar mais dinheiro. Como se fosse uma relação de igualdade que está sendo explorada por mais uns trocados e biscoitos de rede social.

Não era uma relação de igualdade. Era exploração de gente em posição de vulnerabilidade. E eu digo isso mesmo achando, de verdade, que a maioria sabia que o estava fazendo e veio reclamar porque a fonte secou. Eu não consigo confiar que essas mulheres eram mesmo capazes de tomar as decisões que tomaram. Tenho certeza que muitas das aliciadas pularam fora quando viram onde estavam se metendo, e que algumas mais calejadas sequer acusaram o golpe: dinheiro fácil com um velho tarado.

Mas as que realmente ficaram com sequelas desses abusos provavelmente não eram tão espertas como imaginavam, ou pior: não entendiam mesmo o que estava acontecendo. E essa é a minha preocupação. Quanta gente assim existe nesse país? No mundo? Gente que se enfia nessas situações, apostando numa loteria do sucesso financeiro, que como toda loteria, premia poucos. É gente que não tem noção de probabilidades que tende a apostar em loterias. E mais cruel: são algumas delas que ganham, o que perpetua essa ideia de que é uma saída viável.

Eu tenho uma discussão antiga com a Sally sobre prostituição: eu tenho uma mente mais libertária e acho que não pode ser proibida. Seria o Estado regulando o que o cidadão faz com seu corpo, o que nunca me agrada. Mas cada vez que eu presto atenção em casos como esses, paira uma dúvida: até que ponto a maioria desse povo é capaz de entender as consequências dos próprios atos? Eu não demorei mais que um piscar de olhos para achar todas as propostas que Klein e seu estafe fizeram às moças muito erradas. Eu vi de longe o esquema de prostituição, e que dizer que “fazer companhia numa festa” era código para fazer sexo com ele.

Não é possível que elas não tenham visto tudo isso também, né? Cada vez mais eu duvido que vivemos num mundo onde a maioria percebe essas coisas claramente: porque tem dois níveis nessa história, no primeiro a pessoa é inocente ao ponto de acreditar mesmo no papo furado de aliciadores, no segundo a pessoa sabe que tem sexo envolvido, mas acha que pode sair por cima ou enrolar quando chegar a hora.

Dois tipos de mentalidade que geram vítimas. E que podem ser neutralizadas com uma criação mais atenciosa e companhias mais racionais. Tenho certeza que as mulheres que leem e comentam o Desfavor já estão fora dessa faixa de vulnerabilidade, por exemplo. Por que não é só sobre ter dinheiro para não precisar disso, é sobre ter um mínimo de noção sobre como o mundo funciona e não assumir riscos que não pode calcular.

Então, sim, Klein cometeu abusos e precisa pagar por eles, por mais que as moças envolvidas tenham voltado seguidas vezes para suas garras, provavelmente por interesse financeiro; há algo de muito errado na incapacidade de muitas delas de quebrar o ciclo. E não vai ser a prisão do empresário que vai evitar que esse problema se repita. É apenas sintoma de uma doença muito mais séria.

No Brasil e em vários outros países pobres, o abandono intelectual de jovens é um problema terrível: formamos homens e mulheres que não conseguem se defender de predadores sociais, que não tem pensamento de longo prazo desenvolvido e pior, que por falta de relações com pessoas mais capazes, acabam acreditando que são muito espertas. Não são. São alvos fáceis. A era da comunicação deixou quase todos eles alcançáveis por quem quer que queira tirar vantagem.

O golpe do “teste para modelo” já deveria ser fato consumado na mente de todo mundo a essa altura do campeonato. Mas não é. O conhecimento não está passando como deveria, e talvez a “cultura da prostituição online” com influencers esteja só piorando isso: mais e mais gente acredita que a fama está próxima, que todo mundo vai ter uma chance, é só pagar o módico preço de um abuso ou outro no caminho.

Toda essa história de #metoo pode até ter ajudado atrizes de Hollywood, mas parece ter feito pouco pelas mais humildes. Empoderamento sem dinheiro e educação é só uma hashtag. Na vida real, ainda temos muita gente sem condição de lidar de forma racional com golpes óbvios como o que Klein aplicava naquelas moças. Aí, ficamos com a tentação de só olhar para um vilão e achar que derrubar ele resolve alguma coisa, ou, talvez até pior, exagerar no cinismo e achar que elas mereceram tudo o que sofreram.

Nem uma coisa, nem outra. Isso não acaba com a prisão de um predador, isso não se corrige com o sofrimento de mais pessoas nas mãos de outros (mesmo que elas tenham entrado nesse esquema de abuso pensando em tirar vantagem). Isso é resultado de abandono sistemático de pessoas por um sistema que valoriza desigualdade, que faz todo mundo querer ser esperto para burlar o golpe um do outro, e que promete fama e dinheiro para quem não tem nada além de uma bunda para mostrar.

Era para esses casos estarem em queda, mas cada dia que passa, estoura mais um escândalo. Talvez nem estejamos vendo um crescimento, porque hoje em dia tudo é mais público, mas é preocupante mesmo que o número de casos fique estagnado. Quer dizer que a evolução que vemos em vários aspectos da vida em sociedade está limitada a uma minoria privilegiada. Nos corredores estreitos da vida mais humilde deste planeta, ainda tem muita gente que cai no conto do empresário tarado… e se acham muito espertas de entrar nele até as coisas ficarem terríveis.

Torço para que tenhamos menos um em atuação logo, mas nada parece estar mudando para evitar o próximo caso.

Para dizer que eu estou culpando a vítima (vulgo nemli), para dizer que preferia quando eu era mais escroto nesses casos, ou mesmo para dizer que se fosse rico faria o mesmo: somir@desfavor.com

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Comments (24)

  • Essa situação com as menores de idade deixou meu coração na mão, mal consegui ver a reportagem até o final.
    Sofri abuso sexual dos 8 aos 13 anos por um parente biológico que meus pais confiaram em morar conosco nesse meio tempo. Ninguém havia me ensinado sobre educação sexual, e o aliciamento ocorreu de forma semelhante. Havia toda uma manipulação psicológica para que eu entendesse que ele era a “vítima” se Eu contasse pra minha mãe, tanto que eu só tive coragem de contar aos 18, fui desacreditada por eles, “porque não contou antes?? Está mentindo pra poder dar pro seu namoradinho”.
    Faço psicoterapia pra superar.
    Nossa sociedade precisa urgentemente de mais educação sexual nas escolas para as crianças se defenderem e evitarem a desgraça. Sou mais um número na estatística.

    • Há um grande paradoxo na questão de ensinar educação sexual na escola.
      Eu sempre acreditei que este tipo de educação, pelo menos o que entendi no seu comentário, seria a de proteger o psicológico e as partes intimas de umas crianças, educa-las e ensina-las que ali não é lugar para qualquer pessoa colocar a mão, é dever da família.
      Também entendo que muitas famílias, algumas conservadoras, algumas com muita deficiência na comunicação com os filhos, e outras vários fatores, falham nesse quesito.
      Meu filho, desde muito pequeno estudou em creches, e sempre conversei muito, orientei e expliquei todo o possível para protege-lo de um abuso. Vejo como algo muito importante porque hoje mesmo pequeno ainda (ele tem 7 anos) tem plena compreensão das partes intimas.
      O conteúdo que vejo aplicado na escola entra na área reprodutiva, e mesmo conversando e explicando muito a ele, não tenho certeza se ele poderia entender algo tão complexo.

  • O que eu mais noto na internet é quantidade absurda de meninas achando legal vender pack de pé, ser camgirl, ter only fans, etc. A última da semana, foi o twitter ficar histérico com uma tal de Lays Peace – garota de programa eeeeee influencer – indo tirar a virgindade de um menino de 18 anos. Existe propaganda pela prostituição na internet e não acho que os mais jovens tenham discernimento para saber as consequências da exploração sexual e de imagem que a atividade pode causar. Também percebo que existe o uso inapropriado de pautas (lumenei) que são importantíssimas para justificar e incentivar a prostituição, uma delas é o “meu corpo, minhas regras”. Não é possível que essas pestes não percebam que mostrar a raba na internet só beneficia quem elas, em tese, querem combater (o patriarcado). Só para finalizar… quem se diz contra essa exposição é tachada como conservadora, retrógrada, contra o feminismo. Muito difícil. E, sim, prender o dono das casas bahia é combater só um dos sintomas, a causa disso tudo vai muito além do abordado nesse texto.

  • Acho que li um texto aqui msm sobre algo como ter a informação e não saber como usá-la é tão ruim quanto não ter.
    Nos casos sitados e em muitos outros é assim, não basta ter acesso a informação se vc nem sabe o que está acontecendo para buscar alguma orientação.
    Quantas vezes caímos em situações ruins, discussões inúteis, julgamentos rasos por falta de um esforço em conhecer melhor a situação? Imagina quando a pessoa nem sabe o que está acontecendo.
    E a queda em muitos buracos semelhantes acontece com mais frequência do que gostaríamos, causando sofrimentos, seja por ignorância ou pela ilusão do status de “falso- positivo” de uma minúscula parcela que se dá bem em algumas áreas, duvidosas ou não. Como foi bem colocado, é uma loteria, mas muitos tem a ilusão de “chegou minha vez de me dar bem/ ser feliz/ ter sucesso”.
    Falta muito pra entendimento, desde uma estrutura social básica até condições de entendimento

  • Essas “moças vítimas” não foram amarradas para os encontros.
    ( a fonte secou, vamos denunciar) quem feio!
    Idoso cheio de grana com convite cabuloso já é motivo para abrir os olhos e ver onde estão pisando.
    Fala sério.
    Vítimas, com muita vontade de se dar bem sem fazer esforço.
    De 10 salva 1 ou 2.
    Procuram sarna pra coçar, que se cocem, ele e elas.

  • Na esfera pública, um colega falecido me contou sobre um ministro que se dedicava à caça de rapazes aos finais de semana. Nessa caça à raposa, as presas iam na frente, e ele atrás, com a espingarda carregada, em sua propriedade particular devidamente protegida por agentes públicos. Em plena ditadura…(/turun tss/).

    Outro, da minha época, já era bem inofensivo: se vestia de drag queen em festinhas no exterior. Sorte que os correspondentes internacionais eram nossos camaradas…

  • Muito bom o texto, Somir.

    O pai dele, já falecido, também foi acusado de crimes do mesmo tipo, só que de forma ainda pior, pois se tratava de menores de idade. Li a matéria e fiquei enojada, sinceramente. (Link aqui: https://apublica.org/2021/04/as-acusacoes-nao-reveladas-de-crimes-sexuais-de-samuel-klein-fundador-da-casas-bahia/)

    Volta e meia me pego pensando nisso: será que essas mulheres e meninas jovens têm noção do impacto que ter um OnlyFans, por exemplo, pode ter daqui a uns 10 anos? Já vi muitas histórias de mulheres demitidas por conta de coisas desse tipo. É o tipo de coisa que te marca, mesmo que você ache isso injusto… O mundo lá fora é beeeeeeeem diferente das lacrações de rede social e afins.

    • Estão apostando numa sociedade que daqui a 10 anos vai cagar e andar pra descobrirem que você vendia vídeo pornô na rede social… eu ainda não apostaria nisso.

      • A humanidade sempre passa por períodos de extremo liberalismo e extremo conservadorismo, daqui a pouco isso esfria.

        Ou então vamos acabar virando bonobos irracionais que não produzem nada, não evoluem em nada e só pensam em sexo e comida o dia inteiro.

  • Paulista de macaé

    Somir, seria o caso de criar uma espécie de “Rede de proteção”, auxiliando no desenvolvimento psicológico dos mais vulneráveis ou humildes que têm famílias disfuncionais? fazendo que elas consigam identificar possíveis situações de perigo e também identificar predadores sexuais?

    • Eu acredito que uma medida dessas faria bem, mas é algo que vai dando resultados gerações para frente. Talvez a mãe não consiga vencer o ciclo de vez, mas dá um pouco mais de chance pra filha, que por sua vez faz um pouco menos de merda… é complicado trabalhar com esse público porque a vida deles é pesada, dá muita coisa errada mesmo.

  • A ideia de se dar bem as custas de velhos tarados e prostituição deve ser comum na cabeça de muita menina com pouca escolha. Exemplos de ganhadoras dessa loteria tem aos montes. Dizem que a esposa do dono daquele canal de tv de terceira categoria, aquela deslumbrada que mandou construir a maior casa do Brasil (parece um shopping), era garota de programa e fisgou o velho cheio da grana. A Andressa Urach fala abertamente que era e capitalizou em cima de um suposto envolvimento com o Cristiano Ronaldo, é uma derrotada? Muitos de nós aqui no desfavor diremos que sim, mas ela é milionaria e não precisa se humilhar num emprego mal remunerado. Se ela vai ter cérebro para cuidar bem desse dinheiro? Já estamos vendo que não, coitada. Bruna Surfistinha e sua romanização da profissão… nunca apanhou, nunca foi roubada, gozava com o cliente e no fim casou com um cliente (risos).
    Essas garotas desse escandalo pelo menos ganhavam um dinheiro bom pro nivel medio do Brasil, o escandalo do pai dele diz que pagava crianças com coisas banais, tipo um desodorante ou biscoitos… as condições sociais fizeram a familia de abusadores evoluir. O pai morreu impune, que não ocorra o mesmo com ele.

  • Não sei se cola isso de desigualdade social, abandono intelectual atualmente. Pra começar, vejo que vivemos numa sociedade “meritocrática”. Se você quer as merdas boas da vida, tem que fazer por onde. E pra muita gente de fato vale tudo nessa hora. Outra perspectiva muito frequente que ando vendo “pra colocar mimimi e vitimismo abaixo” é a de que se você caiu num golpe, cilada ou aceitou ter parte numa situação delicada, não poderia ser considerado abuso, mas sim alguma fraqueza sua.

    • Eu já fui você nessa questão de sociedade meritocrática. Mas com o passar do tempo eu comecei a notar mais os detalhes: não é sobre comparar pessoas muito acima da média vindas de berços diferentes, porque essas pessoas quase sempre dão um jeito de se destacar. É sobre comparar o cidadão médio de classes sociais diferentes. Passa a ser injusto quando o mesmo grau de esforço gera resultados muito diferentes.

  • Acredito que uma nação só evolui com educação, fundamento extremamente falho em nosso país.
    Vemos casos todos os dias, seja expondo figuras notórias, seja com ‘seres respeitáveis’ de nosso convívio mais próximo, e quando analisamos o nível intelectual das vítimas (nem todos vão concordar com a colocação), identificamos uma defasagem absurda considerando tantos meios acessíveis de conhecimento a disposição.
    É difícil acreditar que ainda acontecem tantos casos, tantos abusos numa era em que a tecnologia fornece o necessário para anular a desculpa que ‘não sabia que era sobre sexo’, ‘a família era muito religiosa e não ensinou’, dentre tantas outras.
    Essas pessoas preferem rebolar na frente de um celular e postar no TikTok, do que ler algum livro que construa um mínimo de inteligência emocional e conhecimento próprio.

    Sinceramente, estou perdendo a fé na evolução de nossa espécie.

    • Às vezes eu acho que ficou um vácuo muito grande entre o cidadão médio pobre e o de classe média pra cima na questão tecnológica. Todo mundo aprendeu a usar o celular, mas não entenderam muito bem o quanto isso os expõem.

  • “Isso é resultado de abandono sistemático de pessoas por um sistema que valoriza desigualdade, que faz todo mundo querer ser esperto para burlar o golpe um do outro, e que promete fama e dinheiro para quem não tem nada além de uma bunda para mostrar.” Somir, essa é mais uma faceta do tal “Fator Brasil” de que a Sally já falou aqui algumas vezes, não?

    • Sim, e é o fator de vários países parecidos. O Brasil tem um bônus de acomodação que o torna especial, contanto.

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