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| Desfavor | Desfavor da Semana | 29 comentários em Números…
Desfavor e Globo concordando? Está na hora de levar isso a sério. Mas parece que o brasileiro médio está achando que não é com ele… Desfavor da semana.
SALLY
Você sabe que o fim do mundo está próximo quando o Jornal Nacional e o Desfavor falam mais ou menos a mesma coisa. Quão grave tem que ser uma situação para que o William Bonner concorde 100% com a gente? Todos os meios de comunicação, por mais diferentes que sejam as linhas editoriais, estão falando a mesma coisa, mas estar alinhados com o Jornal Nacional é algo que não acreditávamos ser possível.
Por qualquer que seja o motivo (irrelevante para o ponto deste texto), chama a atenção que a Globo apresente argumentos similares ao Desfavor, que sempre se propõe a trazer um novo ponto de vista e contestar o status quo. Ao que tudo indica, o assunto chegou num ponto tão crítico que todos os polos estão alinhados no mesmo discurso.
O que o Bonner falou a gente vem repetindo faz anos: essa desconexão que o brasileiro tem entre o abstrato e a realidade. Por algum motivo, provavelmente negação, esses polos não se conectam. A pessoa sabe uma coisa em tese, mas se porta como se isso não existisse. De diferentes formas, o brasileiro se aliena da realidade e protela qualquer atitude para resolver problemas. E isso não é de hoje, por causa da pandemia. É desde sempre, com sua vida pessoal, com sua vida profissional, basicamente com tudo.
O brasileiro sabe tudo sobre a pandemia, até aquilo que nem a CIA nem a OMS são capazes de provar. Te diz “a verdade” sobre onde o vírus começou e por quais motivos ele se espalhou. Te conta mil teorias da conspiração que podem ou não ser verdadeiras. Mas o básico, que é ficar em casa, não pedir delivery, não pedir prestação de serviços em casa, fazer sacrifícios, sair apenas quando é estritamente necessário e tentar conscientizar os outros, isso ele não faz.
As pessoas têm respostas para tudo, teorias para tudo, mas não parecem ter a capacidade de colocá-las em prática. Um grande mal do brasileiro, seja ele um intelectual, seja ele um iletrado, é ser cheiro de teses, ideias, invenções e ser incapaz de executá-las. O brasileiro não é um bom executor, nem mesmo na sua vida pessoal.
É capaz de ficar anos em um relacionamento falido mesmo com todos os indícios de que aquilo apodreceu. É capaz de ficar anos em um emprego de merda onde está infeliz e se sentindo injustiçado. É capaz de ficar anos com um problema de saúde e não cuidar do corpo ou fazer o que tem que ser feito para controlar o problema. E não é por desconhecimento, é por incapacidade de execução. Mas na hora de desfilar teorias, teses, ideias, achismos, todo mundo é muito bom. O resultado a gente sabe qual é: um povo acomodado, desacreditado, incompetente. Só que agora, a repercussão é mundial.
O brasileiro sempre foi aquele pobre endividado que vai pro Twitter dizer o que Paulo Guedes tem que fazer para melhorar a economia. E, até aqui, ficou impune. Mas agora, estão macaqueando sob o atento olhar internacional. Existirão consequências para o vexame que o brasileiro está dando, incapaz de executar o que tem que ser executado para evitar um massacre de mortes no país.
Não é apenas um vexame internacional, é a visão que o mundo vai passar a ter dos brasileiros, que certamente fechará portas para todos vocês. Por muito menos do que isso japonês ficou com fama de pau pequeno e judeu de pão duro. Pensem no grande asterisco que vai acompanhar a nacionalidade brasileira daqui pra frente. O brasileiro tem que aprender a olhar para a realidade e executar atos de acordo com ela.
E o primeiro passo para se olhar para a realidade é olhar para a sua realidade. Basicamente, a vida de uma pessoa se divide em: família, amigos, relacionamento amoroso, profissão, corpo e mente. Se esses campos da sua vida estão exatamente do jeito que você gostaria que estivessem, se você está plenamente satisfeito com todos eles, então faça o que bem entender. O corpo tá ok? Tá saudável? Tá no peso certo? A mente tá ok? Tá saudável, tá equilibrada? Belezinha, faz o que você quiser.
Mas se não, irmão… Faça um favor a si mesmo e em vez de olhar para fora, foca em olhar para dentro e sair desse atoleiro, mudando o que pode ser mudado. É simplesmente ridículo ver uma pessoa com a vida fodida te “esclarecendo a verdade” sobre o que está acontecendo no mundo, gastando seu tempo com fofoquinha política, teoria da conspiração e similares. Para de se distrair com o externo e resolve tudo que tem para resolver interno, caso contrário, vai viver à base de bebida, remedinho, de qualquer anestésico, pois o interno, de tempos em tempos, vai transbordar por falta de cuidado.
É a mesma crítica que fazemos sobre um país sem esgoto para metade da população, mas que se preocupa com pronomes neutros. Se suas relações com família, amigos, amorosas, profissionais, com seu corpo ou com sua mente não estão em seu melhor, desculpa, mas é uma puta negação ficar olhando para fora, conjecturando sobre Bolsonaro, sobre Moro, sobre estarem enterrando caixões vazios ou qualquer outra coisa externa. Tenham vergonha. Limpem sua casa antes de querer arrumar a casa dos outros.
Mas o brasileirinho continua correndo para reabertura de shopping com saxofonista na entrada (tinha que ser um instrumento que impeça o uso de máscara, não é mesmo?) e, quando o número de infectados triplica, parece que não entende o que aconteceu. Não passa a se portar como quem sabe que sair na rua faz disparar o número de casos. Continua achando exagero.
A informação está lá, mas a pessoa não assimila. Provavelmente até meu cachorro entende que se você reabriu o comércio e, pouco tempo depois, os casos triplicaram e estão começando a sair do controle, deve, quem sabe, existir uma relação entre um e outro. Mas o brasileiro se recusa a fazer essa conexão. Medo, negação, alienação da realidade, imbecilidade… pouco importa o motivo, não dá mais para viver assim, pois agora a vida de vocês está em jogo.
E não me refiro a pessoas que precisam sair para trabalhar para colocar comida na mesa a seus filhos. Falo de gente que poderia ficar em casa, mas não fica, pois, apesar de ter todos os dados para executar um lockdown, por alguma falha, não vêm necessidade de que isso seja posto em prática. Gente que defende publicamente que as medidas contra o covid-19 são um exagero, gente que presta um desserviço à sociedade com seus achismos, quando deveria olhar para seu próprio rabo e tentar melhorar a vida patética que leva.
Enquanto os casos sobem, ele se preocupa em te contar como o vírus escapou de um laboratório chinês, ou que o Bolsonaro tem uma gravação secreta contra o Moro, ou qualquer outra coisa do tipo. Irmão, tá morrendo muita gente todo dia, vamos focar em como ajudar? Como colaborar? Como não piorar a situação? É como se as pessoas estivessem em meio a uma guerra, com sua cidade sendo bombardeada e ficassem falando sobre o amante que a vizinha tem. Qual é o problema de vocês? Bando de mulherzinha fofoqueira!
Olhar para a própria vida nem pensar. Olhar de frente para o que está acontecendo no Brasil nesta pandemia ninguém quer. Gente morrendo sem atendimento, corpos em frigoríficos nos hospitais, funerária colapsando, covas rasas, mas a pessoa continua se portando de forma desconectada com a realidade. Parece aqueles casais que se desrespeitam, se xingam, falam mal um do outro, se agridem, mas postam foto de casal feliz em rede social. Varrer a realidade para debaixo do tapete virou um modo de funcionar do brasileiro.
Morreram mais de sete mil pessoas no Brasil, seus idiotas! Quando morreu metade disso no atentado às Torres Gêmeas o brasileiro se comoveu. Vocês têm merda na cabeça? Quando cai avião e morre 300 pessoas vocês ficam na internet escrevendo #Luto. O que está acontecendo para que não entendam a dimensão dessa pandemia?
Em qualquer país que leve essa pandemia a sério, a situação é encarada como uma guerra: sacrifício, comedimento, luto. Se você ficar de fofoquinha, de achismo ou bundeando na rua é considerado um idiota imprestável, completamente alheio e inadequado à realidade. O brasileiro está se portando como um adolescente aos olhos do mundo todo, é muito vergonhoso – e vai ter consequências.
A pior parte é: não se pode negar a realidade eternamente. Em algum momento ela esfrega sua cara no chapisco. Se assimilar essa pandemia gradualmente já é indigesto, imagina a bomba que não vai cair na cabeça de quem ficou se distraindo, negando ou simplesmente não assimilou. Tomar consciência do que está acontecendo de uma hora para a outra, em um choque de realidade, vai ser gatilho de muitos casos de síndrome do pânico, depressão e até de suicídios.
Eu lamento, lamento mesmo por tudo que está acontecendo. Lamento inclusive por mim, que estou me tornando uma pessoa pior. Uma pessoa que não consegue sentir pesar quando finalmente a realidade bate à porta do outro, esfrega sua cara no asfalto e ele precisa de antidepressivo, de ansiolítico ou de um caixão para a mãe. Só consigo pensar: colheu o que plantou. Difícil ter empatia por quem põe em risco a vida das pessoas que você ama.
E, assim como eu, muitas pessoas cansadas dessa negação da realidade (seja a própria ou a do país) estão ficando cada vez mais sem empatia, sem paciência, sem tolerância. A imbecilidade e negação do brasileiro está despertando sentimentos ruins, não apenas no Brasil, mas ao redor do mundo. As pessoas estão tão indignadas que acham “bem feito” quando a realidade arregaça alguém. A tentação de tripudiar é enorme.
Chega, Brasil. Ninguém aguenta mais o encalhado que precisa pagar puta se quiser fazer sexo dando lição sobre mulher. Ninguém aguenta mais o endividado devendo o cu no cheque especial dizendo o que deve ser feito na economia. Ninguém aguenta mais a pessoa que toma quatro remédios tarja preta ensinando como cuidar da mente. Ninguém aguenta mais idiota que não cumpre quarentena te dar uma lição falando “a verdade” sobre o vírus.
Caiam na real. Tá ridículo esse comportamento adolescente. Olhem seus problemas e os do país de frente e limpem a bagunça que encontrarem em vez de viver de achismos.
Para dizer que acha justo tripudiar de quem põe a vida das pessoas que você ama em risco, para me contar “a verdade” sobre o Sérgio Moro (fonte: seu achismo) ou ainda para me contar “a verdade” sobre o Coronavírus (fonte: seu cu): sally@desfavor.com
SOMIR
Ações valem mais que palavras. E olha que eu adoro palavras: seja na hora de falar ou escrever, eu sempre tento fazer uma construção interessante, usar metáforas, analogias, inserir assuntos paralelos… me faz bem achar uma frase “perfeita” para a situação ou encontrar um argumento sólido numa discussão. Adoraria que o mundo funcionasse dessa forma, só com palavras. Mas não é o caso: no final do dia, o que realmente conta é o que você faz, não o que diz.
A pandemia e a crise que se sucede com ela é um terreno fértil para as palavras. A tentação de buscar teorias mirabolantes ou mesmo ir contra a correnteza é grande: imagina só vencer algo tão preocupante só com ideias diferentes? Se você sabe uma verdade que ninguém mais sabe, você se sente poderoso, no controle. E se ainda consegue iluminar a mente alheia, torna-se útil, um ser social especialmente valioso que transmite o conhecimento para as pobres almas ignorantes ao seu redor.
Pra ser bem sincero, eu tenho inveja de quem está sentindo isso agora. Eu queria estar mais no controle, eu queria me sentir como alguém poderoso que está ajudando a humanidade com sua verdade. Lutando contra as elites malignas explorando o cidadão comum. Imagina só? Minhas palavras como espada e escudo dos fracos. Senso de propósito e valor pessoal. Pena que a realidade está no meio do caminho.
E na realidade, minhas palavras não vão me dar essa sensação. Não consigo me enganar dessa forma quando falamos do coronavírus. Conspirações não tem graça quando elas tornam suas ações perigosas para você e suas pessoas queridas. Não há muito glamour em ficar em casa, passar álcool gel em todas as compras que faz, ficar com o cabelo desgrenhado, não poder coçar o nariz que cisma em coçar só quando você está no supermercado de máscara… não me sinto poderoso assim.
Mas, nem tudo na vida é do jeito que queremos. Se eu quero reduzir as chances minhas e das pessoas “presas” em casa comigo de contrair a doença, são essas as ações necessárias. São coisas pequenas, que não impactam muita gente, mas são as coisas que tenho que fazer. O meu poder está resumido a isso por um bom tempo. Diante dos fatos que o mundo me apresenta agora, as ações têm que ser essas. Eu e as pessoas com as quais eu me importo ficarão protegidas. Talvez nem do vírus em si, mas pelo de lidar com o caos do sistema de saúde enquanto lutam com uma doença potencialmente mortal.
Sim, a maioria de nós vai pegar a doença. A discussão sobre a doença acabou ainda no surto de Wuhan, sabíamos o grau de perigo ali mesmo. Tudo o que se faz hoje em dia é relacionado com a capacidade limitada dos hospitais. É por isso que você lava as mãos, é por isso que você deveria ficar em casa e usar máscara quando for obrigado a sair. Todas essas pequenas ações existem para você ou para as pessoas com as quais você se importa terem um leito disponível no hospital caso precisem. É só para evitar mortes totalmente evitáveis. Tem gente que não tem chance quando pega, são uma minoria, mas infelizmente existem. Tem gente que precisa de um apoio hospitalar para sobreviver, e são por elas que fazemos tudo isso.
Quantos desses quase 10.000 mortos no Brasil faziam parte do segundo grupo? De pessoas que só precisavam de uma estrutura médica decente? Quantos dos próximos mortos farão parte desse grupo? Será que um deles vai ser você ou alguém próximo? É sobre isso que estamos falando e sobre isso que aparentemente o Brasil está esquecendo.
Porque o brasileiro está desistindo de agir e começando a se esconder atrás das palavras. Os mortos se empilham em estatísticas, e a coisa começa a parecer abstrata demais para esse povo. A negação da existência do vírus ou da sua letalidade bem maior que qualquer gripe já começa a ficar indefensável para muita gente, mas quem ainda quer viver no mundo das palavras acha muitas formas de negociar com a realidade: reabre uma loja que é tudo menos essencial, mas deixa a porta meio fechada. Como se a realidade tivesse alguma disposição à negociação. Você aumentou a sua chance de pegar e de passar para todos que convivem com você. O vírus não se preocupa com a economia e não está interessado em fazer concessões.
Essa negação coletiva do poder das ações começa pelo presidente, um completo maluco, até mesmo os governadores, cuja coragem foi se esvaindo lentamente ao ponto de não termos lockdown de verdade até agora. O Rio declarou lockdown “parcial” que não vai impor de verdade. São Paulo está ameaçando tipo aquelas mães sem moral: “olha, se não fizer isolamento eu vou pegar o chinelo… eu estou indo pegar o chinelo… olha que eu vou…” As coisas só andam quando um juiz força as cidades a agir dessa forma. E como o Judiciário brasileiro é pura aleatoriedade, não conte que isso vá acontecer na sua cidade.
Como o Brasil parece ser tarado por imitar os EUA, podem acreditar que nossos números vão acabar muito parecidos com os deles. Por lá também foi uma bagunça de cada um fazer do seu jeito, sem coordenação entre esferas governamentais e regiões. E como os americanos foram descobrindo na prática, não dava para contar muito com regras claras para se proteger do vírus. Pior, sem uma resposta organizada do poder público, o espaço para negadores e conspiradores aumenta consideravelmente. Se você fica abismado com as besteiras nos nossos WhatsApps, ficaria horrorizado com o grau de estupidez e negação que acontece no país onde mais morrem pessoas por Covid-19 no mundo.
Lá e aqui os governos falharam terrivelmente, e tudo ficou nas costas da própria população. Lá e aqui esse vácuo de poder foi preenchido por gente de baixo desenvolvimento intelectual, gente que se esconde atrás de palavras vazias e teorias bizarras para se sentir especial, e de estelionatários com proteção do Estado como pastores evangélicos. Só resta ao cidadão comum fazer uma escolha entre a ilusão da segurança das palavras ou a assustadora mundanidade de pequenas ações de proteção pessoal.
Se você escolher as palavras, vai ter uma gratificação instantânea de se sentir mais esperto e valioso, se escolher as ações, pode salvar vidas de verdade e não perder pessoas queridas. Pare de negociar com quem não vai negociar com você, o coronavírus está acontecendo de verdade.
Para dizer que são só palavras, para dizer que todo mundo vai morrer mesmo, ou mesmo para dizer que a Globo finalmente comprou a gente: somir@desfavor.com
Sabe o que é pior? Pensar que se fosse o nove dedos na presidência esse número a essa altura poderia estar bem pior.
Explico: A esquerda lulista, que faz de tudo pra tentar pintar o inconsequente do Bolsonaro como vilão nessa parada seria a primeira a ir fazer o boicote de eventuais medidas de isolamento social em nome de proteger os empregos e os mais pobres.
O Lula estaria fazendo o mesmo jogo que Bolsonaro está fazendo, se fingindo de desentendido tentando capturar em favor de si a insatisfação popular com as medidas restritivas.
Mesmo o governo paulista teria grande dificuldade de implementar um programa na tentativa de conter o estrago e como resultado, ao invés de registrarmos dez mil mortos a essa altura, estaríamos registrando uns vinte ou trinta mil mortos facilmente.
Por essas e outras, dá uma vontade enorme de socar esse bando de lulista que vem querer chamar o Bolsonaro de genocida. Bolsonaro é um MERDA, mas tá adotando as mesmas posturas bizarras que o Lula adotaria se estivesse num eventual terceiro governo a frente do Brasil.
Ninguém aguenta mais o encalhado que precisa pagar puta se quiser fazer sexo dando lição sobre mulher.
E eu aguentando esse tipo de gente merda há mais de 10 anos.
Selecione melhor as pessoas que estão à sua volta
O único fato que não está tendo relevância alguma é justamente o mais importante: uma vacina vai demorar no mínimo 18 meses para ser produzida (se encontrarem a cura para esse vírus maldito).
De resto, é totalmente imbecil a ideia de sugerir que o cidadão brasileiro se enfiasse num “lockdown” voluntário – ainda mais com o descompasso entre os que acham que quarentena é descanso e aqueles que precisam sobreviver em meio ao pandemônio. O Brasil é um país no qual a descentralização excessiva de poderes impede que alguém “cante de galo” sem consultar meio mundo – o que é fatal para quem TEM que tomar medidas enérgicas, mas não é responsável, constitucionalmente, por isso.
Consultaram a AGU sobre decretar estado de sítio. Recomendaram não fazer nada.
O resultado? A desgraça, batendo na porta… e o presidente dando uma de Nero…
Digitando com os pés, pois com as mãos estou aplaudindo!
Não falamos sobre as vacinas pois elas não eram o tema do texto, mas acho importante falar sobre isso sim, talvez no próximo sábado, pois a forma como isso vem sendo tratado é um tremendo desfavor. Toda hora a mídia fala sobre uma vacina que está “quase saindo”. Salvo uma sorte monstruosa, NÃO VAI TER VACINA TÃO CEDO.
Pode acontecer uma sorte absurda? Pode, claro, tomara que aconteça, mas geralmente o que acontece é a regra geral, não a exceção. Temos que estar preparados para a regra geral.
Mas parece que há uma tendência a querer dar falsas esperanças nas pessoas com a iminência de uma vacina que, pela probabilidade, não vai sair esse ano, e talvez não saia nem no ano que vem. A cada mês que vacina não sai, as pessoas se frustram, entristecem, se deprimem. Está na hora de aceitar que, por um bom tempo, essa será nossa nova realidade.
A ideia é essa… Vender falsas esperanças até que todos desalentados vão lá na pocilga cair no conto do tio Valdemiro… O da semente.
AGU não tem independência funcional, logo o conteúdo dos pareceres é fortemente influenciado por “determinações superiores”. Dificilmente contrariariam o chefe do Executivo.
Tinha um vizinho aqui berrando, histérico, que ia sim ver a mãe amanhã, pq ‘se os nóias da cracolândia podi tudo ficá junto os amigo nóia dele, pq ele, que é gente di bem, não pódi ir vê a mãe dele amanhã???’.
Vai com fé, mas saiba que existe a possibilidade do dia das mães ano que vem ser 02 de novembro… essa gente me horroriza… e ainda fala alto, que mesmo no fundo da sua casa, você é obrigada a ouvir absurdos. ALiás, eles acham que quarentena é sinônimo de ‘férias extras’. Teve festas TODOS dias da semana, com aglomeração e música alta, pq não basta ser inconveniente, tem que virar um vetor de risco também.
Que tristeza… quando essa conta chegar, todo mundo vai pagar junto. E não vai ser barata.
“Quantos desses quase 10.000 mortos no Brasil faziam parte do segundo grupo? De pessoas que só precisavam de uma estrutura médica decente?”
Ontem, dois pacientes morreram em hospital de referência para coronavírus no RJ após falta de luz…de acordo com a Light, a interrupção por consequência de projétil de bala (tiro) que atingiu a linha que abastece o hospital.
Não basta correr o risco de ser contaminado por gente que não entende o que aconteceu, mas também contar com a possibilidade de morrer de forma estúpida por causa de quem mais deveria olhar para a realidade e executar atos de acordo com ela não ter feito quase nada.
Era um hospital REFERÊNCIA e NÃO TINHA GERADOR. Quando acabou a luz, os respiradores pararam de funcionar. Há mais mortos do que os divulgados.
Eu chorei quando li essa notícia, e olha que eu não sou de chorar. É aviltante o maltrato que o brasileiro sofre. Sério mesmo, quem puder, saia daí
Eu fiquei incrédulo quando vi essa notícia. Qualquer equipamento BUNDA tem bateria. Por mais velho que seja, qualquer técnico de engenharia clínica cuida de ir substituindo essas baterias. Foi inacreditável o que aconteceu. E a história do gerador, não sei se não tinha ou se ele não partiu, as duas possibilidades são inaceitáveis, mas um hospital desses provavelmente tinha sim. Gerador é um calcanhar de Aquiles. Eu já gerenciei a manutenção de infra predial e de equipamentos de um hospital de quase 180 leitos. O gerador é uma das coisas mais importantes que tem, é um dos contratos que você olha com mais carinho e acompanha mais de perto. Se dá merda séria tipo cabine primária ou algo desse nível e o negócio não está totalmente confiável o desastre é total, e de boa, o engenheiro responsável TEM QUE IR PRESO. Teve dia que o gerador segurou o hospital por mais de 12 horas seguidas. NÃO TEM DESCULPA PRA UMA MERDA DESSAS.
É hospital referência no tratamento de covid-19, uma doença que notoriamente demanda respiradores. Se tinha gerador, tinha que estar vistoriado e funcionando 100%.
Eu não sei nem o que pensar, me dá muita tristeza tudo que está acontecendo aí no Brasil. Não é só a corrupção, é uma grande incompetência junto.
Se esse é o hospital referência, imagina os outros…
Eu já venho dizendo isso há anos, desde muito antes de o Coronavírus aparecer: brasileiro não se dá conta da realidade nem mesmo quando essa realidade o soca na cara. E o mais desalentador é que a água pode bater na bunda à vontade, que ninguém se dá ao trabalho de aprender a nadar e, por isso, nada acontece. Infelizmente, 0 jeito de funcionar desta pocilga é assim há séculos e temo que sempre será. Que merda… Para a BMzada em geral pouco ou nada importam as circunstâncias, a gravidade da situação ou quantas – e quais – vidas estejam em jogo. É triste, mas agora só nos resta fazermos cada um a parte que nos cabe e torcer pelo melhor enquanto tentamos simplesmente sobreviver.
Eu não sou de desejar o mal para os outros mas brasileiro tem mais é que se foder mesmo! Uns parecem que fazem as coisas de birra, tipo “ninguém vai me impedir de ir e vir”. Outros ficam espalhando teorias “pq os governos querem uma nova ditadura e ninguém percebe” (só o bonitão percebe).
Essa doença só me fez perceber o quanto eu odeio esse povo incapaz de qualquer coisa, mesmo que seja fazer um simples isolamento social. Não as pessoas que precisam ir trabalhar (minha irmã mais nova trabalha no HC e isso já me causa uma ansiedade enorme) ou que moram com outras 10 em casa.
Mas os muitos que podem ficar em casa e ñ ficam pq “não conseguem, não aguentam”. Aí saem, vão passear, vão em festas sem usar máscara “pq aimmm, é ruim para respirar”.
Reclamam que ñ podem ir na academia do prédio que está fechada, reclamam que o mercado está limitando a entrada de pessoas, reclamam disso e daquilo….nunca se responsabilizam por nada!
Desculpe o desabafo. Mas eu e meu marido não vamos ver nossas mães amanhã mesmo morando em cidades próximas. Só que muitos vão fazer almoço em família e daqui algumas semanas vão para internet reclamar que ñ tinha leito para familiar doente, que fulano morreu sem atendimento. E que lógico, isso é culpa do governo, da China, da Globo, da puta que pariu mas nunca dele.
Eu sinto isso às vezes. Essa sensação de que se a pessoa é instruída, teve oportunidade de receber educação e tem a possibilidade de ficar em casa, tem que se foder se sair. A imbecilidade do brasileiro nos faz perder a empatia.
é… eu cheguei nesse ponto também. de tudo o que você falou que temos que fazer, a única coisa que não faço mais é tentar conscientizar as pessoas. Hoje mesmo falei com meu irmão sobre isso. Pra parar de se expor, essa gente é má, te marca e depois te faz mal. É dar de ombros. Quando dava pra fazer algo eu estava desesperado, 2 meses atrás, vendo a gente indo em direção ao poste e acelerando. Agora? É se proteger… afivelar o cinto de segurança… e segurar no volante com força, pq a porrada vai ser forte. Quem ouviu ouviu, quem não ouviu… eu perdi a empatia também. A sensação que estou é que estamos no topo da montanha russa começando a pegar velocidade… a energia potencial tá virando cinética. Agora é trancar o cu e segurar no putaquepariu.
Pois é, a coisa alastrou de uma forma que não dá mais tempo de reverter ou de salvar o país de uma grande danação. Agora é proteger os seus e ficar bem quietinho até isso tudo passar.
Mais um aqui…
único país do mundo onde o QI médio da população vem diminuindo gradativamente desde 1930…
https://ourworldindata.org/grapher/change-in-average-fullscale-iq-by-country-1909-2013?country=BRA+CHN+SWE+GBR+USA+ARG+AUS+AUT+BEL+CAN+BGR+DNK+DMA+EST+FIN+FRA+DEU+IRL+ISR+JPN+KEN+NLD+NZL+NOR+SDN+ESP+KOR+ZAF+SAU+CHE+TUR
BRASIL-SIL-SIL!
Essa estatística do QI brasileiro diminuindo é furadissima, por causa da amostragem. No resto, vai morrer gente pra caralho, e só quem não precisava vai aprender alguma coisa.
Ah obrigado, não entendo muito de pesquisa. É um alívio ter uma coisa ruim a menos nesse país.
Por que não metem o pau nos EUA também? O Trump que andou falando que tavam investigando se o vírus foi criado em laboratório chinês. E nos EUA também os jovenzinhos andam fazendo festa do covid pra geral pegar logo e se imunizar mais rápido.
Achei que ficou bem clara a parte onde critica-se os EUA no texto… somos nações irmãs na burrice contra o Covid-19.
Todo santo dia a gente mete o pau nos EUA, meu anjo…
Eu acho q americano é um brasileiro com dinheiro. Fossem iguais as condições de vida lá como são aqui, na seria uma espécie de Brasil da America do Norte.
Mesma mentalidade infantilóide e egoísta
Eu sei que a Sally e o Somir não gostam que se mencione textos de outras pessoas aqui – e peço desculpas antecipadamente – , mas acho que, sobre o que o Manolo disse, vale dar uma olhada no link abaixo para um artigo, cujo título é “How dumb is America? Dumb enough to get us all killed”, do jornalista americano Robb Murray, de Minesotta.
https://www.mankatofreepress.com/news/lifestyles/how-dumb-is-america-dumb-enough-to-get-us-all/article_24666180-5ef8-11ea-bb08-afeea0271c34.html