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Flertando com o desastre: Folclore.

| Somir | | 15 comentários em Flertando com o desastre: Folclore.

Não ria. É errado.

Não é um desfavor explica. E isso vai fazer uma boa diferença durante o texto. Parto hoje de uma premissa muito simples: O folclore e as tradições de um povo são bobagens inúteis.

Que povo? Todos, mas pela proximidade e possibilidade de ofensa, vou me concentrar na cultura popular brasileira. Para quem é meio mongo ou teve seus comentários negados pela regra do analfabetês, explico: Folclore é um conjunto de mitos e lendas que as pessoas passam de geração para geração.

Mitos e lendas. Muitas pessoas se dedicam avidamente a conservar e divulgar essas histórias oriundas da imaginação dos caipiras sem imaginação que infestam o interior de nosso país. Pessoas que poderiam estar fazendo coisas mais úteis, como colher cana ou ganhar uma edição do BBB. Sim, até ganhar uma edição do BBB é mais útil do que preservar a cultura popular interiorana.

E isso se deve a um motivo muito simples: Quando não é algo simplesmente sem graça, invariavelmente é algo ridículo que nem mesmo os cineastas brasileiros teriam coragem de produzir. As pessoas que criaram e perpetuaram esses mitos e lendas parecem ter uma imaginação tão complexa quanto a de um recém-nascido anencéfalo. Acham que eu estou sendo escroto por puro esporte? Vejamos alguns exemplos da nossa rica cultura folclórica:

Curupira: Um anão com os pés ao contrário que persegue quem faz mal à natureza. Não bastasse ser um eco-chato, ainda por cima está na cara que os babacas que inventaram isso inverteram os pés do ser só para a história não ficar tão sem graça. Grandes merdas que ele deixe pegadas invertidas, é ele quem persegue mesmo!

Caipora: Montado num porco selvagem, cabelos de fogo e sempre pelado. Eu aposto que era um albino naturista montado num pônei. Para provar a imaginação de nosso povo, o caipora… protege a floresta! Óh!

Boitatá: Os nomes são terríveis, não? Segundo os criadores do mito, o boitatá é uma cobra de fogo que… que… persegue quem faz mal a natureza! A originalidade da nossa cultura é impressionante! E que merda é essa de uma cobra pegando fogo defender as matas? Depois dizem que são bitucas de cigarro que começam incêndios florestais…

Boto: O boto bota na mulherada, engravida geral e depois some. Talvez uma das únicas lendas com alguma utilidade. Caso o pai da moça fosse retardado, dava para colocar a culpa no ser mágico. E convenhamos que não precisa imaginar muito para conceber um homem que some depois de engravidar uma mulher.

Mãe-D’água: Imaginação, ativar! É o mito da sereia. Boa, copião!

Mula-sem-cabeça: Uma mulher que interferiu na santidade da relação carnal padre-coroinha com sua buceta maligna foi transformada num animal quadrúpede que solta fogo pelas narinas. No final das contas, não é nem mula e nem sem-cabeça. Já denuncia que mesmo quando alguma originalidade é envolvida, a cultura popular caga na saída.

Saci-Pererê: Um negrinho bagunceiro sem respeito por nada? Vocês vão me desculpar, mas racismo é uma coisa tão terrivelmente simples que até mesmo racistas são capazes de concebê-la. Aliás, um mito perneta… Colocaram vaga para deficiente até no folclore! Junto com os eco-chatos. Que merda politicamente correta é essa? Ô falta de imaginação!

Negrinho do Pastoreio: Escravo sofrido + Milagre. Um exemplo para todos nós e… ZzzzZzzz…

Pisadeira: Eu espero não compartilhar nenhum gene com quem inventou isso… A pisadeira é uma velha de chinelos que pisa na barriga das pessoas durante a madrugada. Sério, que merda esse nosso folclore! Uma velha… de chinelos… que pisa… na barriga… das pessoas… de madrugada. Que cultura rica!

E isso só para ficar em alguns mitos mais conhecidos. Aposto que mais gente sem graça deve ter criado mais bobagens e aposto ainda que alguns babacas sem vida se dedicam a proteger esse importante acervo histórico de nossa total falta de criatividade e capacidade de contar histórias minimamente divertidas.

Depois reclamam que o povo está americanizado… Compara o roteiro de um filme da Pixar com essas porcarias. Uma criança teria que ser masoquista para não preferir a história do Nemo. E não me venham dizer que o problema é a falta de investimento nacional. Que merda de história se tira da lenda de uma porcaria de um anão de pés ao contrário que persegue quem maltrata a natureza? Se bem que eu acho que a Pixar salvaria a lenda do Curupira se fizesse a animação… Era só passar longe do folclore.

Tem gente nesse país recebendo verba pública para empurrar essas porcarias goela abaixo das nossas crianças! E sempre tem o cretino que enche a boca para dizer que “é muito importante preservar a cultura local…”.

Poderia me explicar por quê?

Sério… quais as vantagens práticas de gastar um centavo que seja na manutenção do nosso folclore? Aliás, não é um excelente sinal que alguém TENHA QUE mantê-lo para não cair no esquecimento? O que é interessante ou útil tende a achar seu caminho na mente das pessoas. As nossas lendas regionais tiveram sua relevância em tempos onde não tínhamos mais porcaria nenhuma para consumir. Hoje em dia, opções melhores surgiram. Azar do Curupira. O Capitão Planeta é bem mais divertido. VAI PLANETA!

Não dá para entender essa necessidade de se agarrar a histórias chatas e previsíveis apenas por serem produto nacional. Daqui a pouco instauram cotas para retardados no imaginário popular…

E já que estamos falando de se agarrar… O que diabos acontece com a cabeça de pessoas que dedicam sua vida a manter tradições regionais? Aqui no interior de São Paulo temos muitas pessoas ávidas por não deixar o estilo caipira de ser sumir de vez no mundo civilizado. Pois bem… O que se ganha com isso? Qual a influência de um chapéu de palha e música horrível na formação de uma pessoa? É difícil enxergar o mérito de alguém que repete comportamentos datados SEM SIGNIFICADO ALGUM nos dias de hoje.

Se não bastasse não fazer a porcaria do menor sentido, ainda como cereja do bolo insistem em manter o “caipirês” como forma de expressão. Cacete, quem em sã consciência acha bonito falar tudo errado? Que tal ensinar as pessoas a usar a vírgula, só para variar e ser um pouco mais útil na vida?

E quando eu falo do interior de São Paulo, eu estou apenas falando de uma pequena parcela dos desfavores que acontecem por todo o Brasil. Se me dizem que manter as tradições de um povo é algo importante, eu tenho pelo menos o direito de querer saber por quê. Respostas maravilhosas como “é para que as pessoas se unam” são as mais comuns. Mas basta pensar um pouco para perceber que quando se fortalece um estereótipo regional o máximo que se consegue é afastar uma pessoa de um mundo onde cada vez mais as fronteiras são virtuais.

Eu não estou pegando no pé de pessoas que acreditam na importância objetiva das lendas, mitos e tradições regionais, afinal, seria bater em maluco, chutar cachorro morto. Estou falando de quem enxerga valor subjetivo na idéia de manter uma cultura defasada e irrelevante como forma de educar e unir as pessoas.

Grandes merdas as suas tradições. Se fossem úteis, o mundo todo estaria as repetindo. Ei, grandes merdas as MINHAS tradições.

Pessoa 1: “Eu passei minha vida toda ajudando na realização da Folia de Reis na minha cidadezinha…”

Pessoa 2: “Eu trabalho num laboratório onde se pesquisa a cura do câncer.”

Quem é mais importante? Quem deve ser preservado? Quem pode fazer alguma diferença no mundo?

Foda-se as suas tradições, foda-se o seu folclore. Não temos que salvar essas coisas, temos que deixá-las morrerem de forma digna e assumir o seu papel de história de uma vez por todas. E, por favor, não investir mais UM CENTAVO de dinheiro público nessas bobagens. (Se não eram bobagens em suas épocas, agora são. Senta e chora.)

E se você tende a esquecer o que estava lendo depois de alguns poucos parágrafos, eu não estou batendo na cultura brasileira para exaltar uma estrangeira. As outras são tão ou mais babacas que a nossa. Deveriam deixar essas obras de ficção para pessoas que realmente entendem disso.

Se vamos insistir em histórias e comportamentos inúteis para a evolução social, que pelo menos nos concentremos em coisas divertidas e bem feitas.

Sério… Pisadeira. Só pode ser trollagem.

Para dizer que eu sou uma pessoa horrível, para dizer que também sempre achou nosso folclore uma merda, ou mesmo para defender em vão a importância do seu folclore e tradições para o avanço da ciência moderna: somir@desfavor.com


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