Ele disse, ela disse: Abandono de estimação.

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A relação entre humanos e animais de estimação vem de longe. Não se nega o sucesso dessa parceria histórica, mas nem tudo são flores: Quando uma delas começa a dar errado, mesmo que não seja algo incontornável, muitos donos decidem doar seus animais. E é sobre isso que se discute hoje…

Tema de hoje: Em condições normais, é aceitável doar um animal de estimação?

SOMIR

Sim. E sim mesmo sabendo que o assunto de hoje exclui casos onde a convivência se torna impossível: Estamos falando de conveniência, a pessoa até poderia continuar com o bicho, mas decide entregá-lo para outra pessoa. Sei que não é uma cena agradável de se imaginar, sei que parece e é feio, mas… se é aceitável? Claro. A vida é cheia dessas decisões egoístas, e essa é só mais uma delas.

Quando Sally propôs o tema, já previ uma batalha morro acima… Ao falar de animais de estimação é muito fácil carregar a mão em argumentos emocionais e criar uma presunção de monstro para quem não corrobora com eles. Essa tática funciona muito bem para entidades como a Peta, receita de sucesso! Agora, o fato de algo não ser agradável não o torna automaticamente inaceitável.

Inaceitável é uma palavra muito forte para o que estamos discutindo aqui… Se a palavra fosse reprovável, sequer teríamos uma coluna, já que concordaríamos. Mas… inaceitável? Isso tem peso. Isso quer dizer que quem quer que faça isso cruzou uma linha sem retorno para você. E aí vamos entender que já vira um exagero. Ter opiniões fortes não é enxergar a vida em duas cores, todo mundo faz coisas reprováveis, até mesmo com outros seres humanos.

Você já deu um fora em alguém? Já terminou um relacionamento de longa data? Se você tem um pouco mais de experiência de vida com certeza vai se lembrar de alguma situação onde acabou se afastando de alguém que realmente gostava de você e não queria se separar… mas por algum motivo, não era o suficiente. Gire como quiser, mas no final das contas foi você tomando uma decisão egoísta.

Com abnegação, insistência e algumas renúncias, a maioria dos relacionamentos humanos pode ser mantido. Se você quisesse MESMO, se você se comprometesse a pagar qualquer preço… Nunca terminaria um relacionamento ou se afastaria de outra pessoa. Entendam que eu não estou comparando diretamente relações entre pessoas e relações com animais de estimação, estou apenas desarmando esse argumento apelativo de que amor incondicional é norma para seres humanos.

Esse tipo de dedicação é guardado para uma função evolutiva extremamente importante: A reprodução. Pais e mães (ênfase nas mães) estão biologicamente programados para ir até o inferno e além pelo bem estar de suas crias. Tudo bem que muitos parecem vir com defeito de fábrica, mas o que eu quero dizer aqui é que para comprar MESMO o argumento de que um animal de estimação merece essa incondicionalidade, VAI ter que botar ele na mesma categoria que crianças humanas e SE colocar na posição de pai ou mãe.

E é aí que a coisa azeda. Primeiro porque é patético… Se você precisa de um ser sem outra opção a não ser ficar junto de você para experimentar amor, não é exatamente um expert em questões de afeto humano. Pelo menos conceda o ponto… Eu sempre escrevo, escolhem ignorar: Seu animal de estimação não te ama, nunca amou e nunca vai amar. Toda a parte lúdica da relação está na sua cabeça… Ele depende de você para comer. E se você for bundão(ona), ele ainda vai achar que essa é sua função no mundo e você é mero serviçal dele. Apesar de algumas semelhanças com filhos folgados, não dá para comparar com um humano no que tange à compreensão do que está acontecendo.

Eu gosto de animais de estimação, mas jamais diria que os amo feito filhos… Isso seria uma ofensa às mães e pais que realmente honram essa incondicionalidade afetiva. Quer comparar seu cachorro com o filho de alguém? Vá à merda! Aposto que você também diz aquelas merdas do tipo “os animais que são racionais” quando vê algum videozinho apelativo… Tem que ter parâmetro. E sinto muito, mas bicho está em outra categoria.

E depois porque mesmo que fosse um filho humano, também não é inaceitável doá-lo caso não se consiga criá-lo de forma decente. Ou vocês também são daquela turma que acha que amor resolve tudo? Mesmo que você tenha esse desvio psicológico de conferir amor humano aos animais, há de se concordar que nem sempre é possível fazer o que achamos mais nobre.

Tem vezes que podemos fazer um sacrifício, mas não fazemos. Tem animal que não se adapta ao dono, tem animal mais intratável do que a maioria das pessoas está disposta a encarar… Tem animal que é caro de manter! Claro que num mundo ideal as pessoas escolheriam animais de estimação perfeitos para sua vida cotidiana, mas um erro não tem que ser o fim de tudo. As pessoas tem uma noção bem infantil sobre responsabilidade: Acham que ou não se tem, ou se afunda com o navio todas as vezes. Desconfio que seja por isso que tantos parecem ter alergia a assumir a bronca pelas suas escolhas… Errou? Tenta consertar! Não existe obrigação de ficar pagando por ele eternamente.

E por mais que seus coraçõezinhos estejam sangrando em cima de um pedestal de nobilidade, a vida real exige algumas atitudes que não gostamos de tomar. Mas tomamos mesmo assim… Doar o bicho não é a solução mais bonita, mas considerando as opções para quem tem o DIREITO de não querer mais ficar com ele, entregar para adoção é uma das melhores. Alguns bichos reagem mal, mas a maioria acaba se adaptando. Não tem nada pior nesse mundo do que ficar preso a quem não te quer mais por perto… Deixar o bicho ter uma segunda chance é aceitável.

Mas como vocês puderam ver, prefiro pecar pelo realismo: Acredito que vá perder esta discussão de lavada, argumento emocional costuma ser muito mais efetivo que o racional. Então, para não perder a viagem, deixo uma pergunta: Se o seu animal de estimação tivesse a mesma inteligência de um ser humano, você acha que ele gostaria de você?

Beijo no coração.

Para dizer que eu sou um monstro insensível, para dizer que argumento emocional é tão válido que criou todas as religiões, ou mesmo para dizer que só não vai concordar porque não vai te fazer se sentir melhor consigo mesmo: somir@desfavor.com

SALLY

Em condições normais, é aceitável doar seu animal de estimação?

Vamos esclarecer uma regrinha: não estamos falando de situações extremas, coisas como seu filho com alergia vivendo em constante mal estar ou um animal violento que coloca seus filhos em risco de vida. Falamos de um animal padrão, que não dá mais aborrecimentos que qualquer outro animal da mesma espécie e da mesma raça.

Dito isso, eu afirmo: eu acho inaceitável doar seu animal de estimação. Atentem que muitas vezes nós fazemos coisas inaceitáveis. Não estou te perguntando se você já fez, ou se você faria, estou te perguntando se você acha inaceitável. Aceitável não é. Você pode até já ter feito, mas no fundo você deve saber que não é aceitável, é algo muito escroto e sofrido.

Eu acho completamente inaceitável tirar um filhote da sua mãe, leva-lo para casa assumindo o compromisso de cuidar dele até o fim da vida, inseri-lo na sua vida de modo a que ele te veja como a única família que ele tem e, do nada, abandoná-lo com um estranho, só porque ele se comportou de uma forma que te causou um leve inconveniente. Salvo uma necessidade muito imperiosa, que não é a proposta do tema de hoje, isso é escroto de se fazer. Quem compra bicho sabe que isso dá trabalho, que implica em obrigações. Não quer ter trabalho? Compre um cactos.

Fico abismada com gente que decide viajar e, por não ter com quem deixar seu cachorro, o dá para abrigos, para adoção (na melhor das hipóteses, pois tem gente que abandona na rua!). Como pode uma pessoa ser tão psicopata de não se apegar a um animal após anos de convivência, a ponto de, por uma viagem, abandoná-lo? Jamais que um cachorro faria isso em retorno com um ser humano, existem cães que quando o dono morre acompanham o corpo até o túmulo e ficam lá chorando até morrer de fome. O ser humano é mesmo um bicho ingrato de merda de tratar de volta um animal assim com abandono!

Abandonar um animal que tem você como única fonte de alimento e afeto por uma mera inconveniência rotineira é filhadaputagem. Quem adquire um animal SABE (ou deveria saber) quais são as limitações que isso acarreta e, depois de pesar na balança as alegrias que seu mascote vai lhe proporcionar e o trabalho que vai gerar, decide por tolerar o ônus para ter o bônus. Mudar de ideia depois que já se estabeleceu um vínculo de afeto com o bicho é cruel. Chego a arriscar dizer que beira à psicopatia, pois alguém que consegue doar seu animal com tranquilidade, sem sofrimento, na minha opinião de leiga, tem um pé na psicopatia.

Não sou do tipo que chega a desconfiar de quem não gosta de animais, as pessoas tem o sagrado direito de não gostar, mas desconfio seriamente de quem passa meses ou anos com um bicho dentro de casa e é incapaz de desenvolver um afeto, um vínculo com ele. Gente que descarta o seu animal com facilidade me parece gente morta por dentro e periga repetir isso nas relações humanas.

É só um bicho? Sim, mas é o SEU bicho. Impossível não se afeiçoar pelo SEU bicho a menos que você seja uma pessoa com sérios problemas para criar vínculos. É isso mesmo, estou comparando bicho com gente, joguem pedras! Quem larga facilmente seu animal de estimação também fará a mesma coisa com você, a região que controla o afeto no cérebro não tem subdivisão animais/família/amigos/parceiros. É tudo uma coisa só, se há frieza com o animal, mais cedo ou mais tarde você também será vítima dela.

Bicho se apega ao dono. Bicho SOFRE, algumas vezes até morre quando é afastado do dono. Fazer isso com seu pet sem que exista uma necessidade imperiosa é de uma falta de empatia e de um egoísmo sem fim. A pessoa não pensa na dor que vai provocar ao bicho nem por um minuto, ou pior, não se importa com ela. Ninguém colocou uma arma na sua cabeça e te obrigou a ter um animal de estimação, foi um compromisso voluntário. Baixaria roer a corda. Se um bicho causa tanto mal estar, porque merdas comprou um bicho? Eu hein… “Enjoar” do seu bicho e doá-lo é atestar que foi incapaz de se apegar, de estabelecer um vínculo.

Virar as costas para alguém que DEPENDE de você, que tem em você a única referência de família, de confiança e de afeto é extremamente cruel. Não é por ser bicho que não dói. Animas sentem sim a dor do abandono, não importa que você o doe para outra pessoa que vai trata-lo bem, o animal vai sofrer, vai sofrer muito e corre o risco inclusive de acabar morrendo. Eu já vi cães e gatos doados para famílias que os acolheram muito bem e ainda assim se recusaram a comer, até morrer de fome, ou de tristeza, como preferirem.

Conseguir ignorar essa intensidade de sofrimento quando você é o causador e quando não há um motivo muito forte que justifique gera-lo é coisa de gente filha da puta e egoísta. Se comprometeu a cuidar da porra do bicho? Então assuma responsabilidade pelos seus atos. Mas não, neguinho não gosta de assumir responsabilidade por nenhum de seus atos. É sempre culpa dos outros, responsabilidade dos outros. Graças a essa mania maldita de não se responsabilizar por suas escolhas, passam o bicho adiante como se isso fosse algo aceitável.

Salvo os motivos imperativos excepcionais, gente que passa o bicho adiante é gente que não sabe superar dificuldades, gente que não sabe contornar problemas, pessoas com limiar de frustração baixíssimo, aquele tipo de pessoa Fabio Junior que casa e separa seis meses depois. Gente que não persiste, porque né, persistir dá trabalho, mais fácil delegar a responsabilidade para outra pessoa. Eu desconfio muito de gente assim.

Tem também os pau no cu modistas que saem do cinema depois de ver 101 Dálmatas, passam na pet shop e, em um surto de ejaculação precoce, levam um filhote para casa. Acho uma medida socioeducativa que esses pau no cu tenham que limpar merda de mascote por dez anos, quem sabe assim aprendem a pensar bem antes de agir. Típico do brasileiro médio, tomar decisões importantes sem pensar.

“Mas Sally, doar seu animal de estimação é um direito de cada um, faz quem quer”. E eu estou impedindo alguém de fazer? Também é sagrado direito meu achar a pessoa que faz isso uma escrota e desconfiar não apenas da sua capacidade de estabelecer vínculos emocionais sólidos como também de seu caráter. Quem ama seu animal, quem tem a capacidade afetiva de se conectar com um bichinho de verdade, faz de tudo antes de se livrar dele. Já vi gente se mudando de apartamento, deixando de viajar, fazendo o caralho a quatro para poder continuar vivendo com seu pet. Quando você é um filho da puta egoísta morto por dentro pensa logo no mais fácil: não está dando certo? Então é melhor _________ ir para outro lugar (complete, pode ser o nome do bicho, o nome da mãe ou o nome da esposa). Se livrar, afastar _______ de você, é sempre mais fácil do que ficar e tentar. Gente assim merece porrada.

Gente morta por dentro desconhece que não há pior sofrimento do que o do abandono e o da separação. Por mais difícil que esteja a convivência com seu pet, a dor do abandono e da separação certamente será maior e pior para ele. Mas não adianta falar, esse povo só quer saber de se livrar do problema e consegue muito bem colocar a cabeça no travesseiro para dormir mesmo tendo causado intenso sofrimento em outro ser vivo por puro comodismo. Uma pena que exista gente assim no mundo.

Para me xingar porque você já doou um animal, para me xingar porque eu comparei bicho com parente ou para xingar o Somir mais de uma vez pelo texto dele ser aviltante: sally@desfavor.com

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Comments (49)

  • Meu maior amigo foi um pit-bull.
    Bob ,no começo era do meu filho,mas vcs sabem…filho pega e equem cria são os pais,no caso eu e a Ligia.
    Diferente do que pensam,pit-bulls são extremamente doceis,quase nunca mordem,mas quando mordem a força deles é incrível.
    Pit-bulls podem ser treinados,o meu nunca fez xixi ou coco dentro de casa,nunca,só no final da vida,quando a paralisia e a dor me levou meu grande amigo.
    É dificil confessar,mas eu chorei mais pelo meu cão do que por muitos parentes.
    Analisando bem, quem tem um cão,ou um gato e tem amor pelo bicho,sem abandona-lo,sem maltrata-lo é uma pessoa que vc pode ter certeza é boa.
    Hoje eu não consigo mais pegar um cão para ter em casa,sofri demais.

    • Jan, o problema não é a raça, é a forma como o dono cria. Pit Bull pode ser um ótimo cão, afetuoso e companheiro.

      Porque você não consegue mais ter um cão? Ok, a gente sofre quando eles morrem mas… e todos os anos de alegria que eles nos dão, isso não compensa? Não faz valer a pena? Repense com carinho a ideia de outro cachorro, para quem gosta, a vida é melhor com um mascote!

      • Imagine um cão batalhador,este era o Bob,ele foi atropelado e sem que a gente soubesse sofreu uma lesão na coluna,que depois de anos tornou-se uma paralisia das patas dianteiras,pegou cinomose e sobreviveu,mas isto fez potencializar a paralisia.
        eu criei para ele uma especie de suspensório,que eu passava pelas patas dianteiras e ajudava ele a não tropeçar e cair,mas no fim, quando a doença tava muito avançada,eu ficava com as costas todas doloridas ,imagine vc carregar 30 kilos duas vezes por dia ,por uns dois km,mas eu fazia com gosto.
        no finzinho,ele ficou completamente paralitico,durante uns 3 meses eu tratei com um veterinário de confiança,tomava um remédio mais forte que morfina pela dor.
        Durante 3 dias ele chorou dia e noite de dor,e começou a fazer xixi de sangue,aí não teve jeito e eu tomei uma decisão que vai me marcar para sempre,ele morreu no meu colo,no da minha mulher e do meu filho , até o veterinário chorou.
        Só de lembrar meus olhos teimam em chorar.
        Acho que sou muito emotivo,mas não sabia até o Bob morrer,
        Um cão é inocente,por isso não quero mais,cuido dos cães da vizinhança,muitos com sarna,bicheira,fome,mas ter um outro ‘filho’ não quero mais não.

        • Você fez a coisa certa, deixar um animal vivo em condições indignas, com dor e sem chances de recuperação é egoísmo. Tenho certeza que onde quer que esteja, Bob sabe que foi um ato de amor.

          Uma pena que o medo de um sofrimento futuro te prive de muitos anos de alegria, mas fazer o que, é uma escolha pessoal que só você pode fazer…

  • Eu tive uma cadela de nome Belinha… Eu a considerava parte da família, já que ela estava comigo há uns 6 anos… No final destes 6 anos, ela teve câncer. Muita gente pedia para eu a abandonar na rua… Eu tinha vontade de dar um tapa em quem me dizia isso. Minha mãe pagou todo o tratamento dela para que ela pudesse ficar bem. A cadela ficou bem por um tempo, mas depois ela teve que ser sacrificada porque ela estava sofrendo muito, nem aguentava mais parar em pé. Isso foi há uns 5 anos, e até hoje eu me lembro dela.

    Acho um absurdo essas pessoas que abandonam animais nas ruas. Não sou contra nem a favor da doação, claro, em casos como alergia ao animal ou até mesmo o fato de ele se tornar violento ai é válido. Antes doar a que deixar o cachorro passando fome. Mas se você se compromete a cuidar do bichinho, é sua obrigação carregar ele com você até quando um dos dois morrer. Para mim é assim.

    Eu estou num ódio mortal… Essa semana anda mostrando em tudo quanto é jornal uma mulher e seu filho judiando de um filhotinho. Tenho vontade de juntar nessa mulher e dar um couro bem dado nela, pra ela ver como é bom. Gente que maltrata animal tem mais é que morrer da pior forma possível. Se eu pudesse eu dava um tiro naquela vagabunda. Que ódio. Ai depois vai botar culpa na maconha. Isso ai merece é apanhar de chicote.

    #Desabafei.

  • Borboleta Colorida

    Não posso deixar de dar o meu pitaco neste assunto. Pela primeira vez desde que conheci o Desfavor,concordei com o Somir,não em tudo,obviamente,mas na questão de que é aceitável que se coloque um animal de estimação para adoção. Não é bonito,mas é aceitável sim. Eu não faria,mas não recrimino quem o faça. Agora,estamos falando de doar o animal para outra pessoa,outra família,seja lá o que for,que vá cuidar bem do animal,de preferência,melhor do que era tratado pelo dono anterior. A Sally misturou adoção com abandono,fugiu um pouco do assunto. Com abandono,jamais concordarei,acho o cúmulo da judiaria com o animal. É preciso ficar bem claro que doar o animal para alguém,por algum motivo relevante para a pessoa é uma coisa,e largar o animal na rua ou em abrigos,porque vai viajar ou enjoou do bicho é outra coisa bem diferente,e isso sim,é inaceitável e repulsivo até. Eu não gosto de doar os meus animais,uma vez dei uma cadelinha para o meu irmão,e em menos de dois meses,eles se descuidaram e a cadela fugiu. A sorte é que,tempos depois,fiquei sabendo que ela foi achada por uma vizinha deles que a adotou e a trata muito bem.

    • É aceitável por quais motivos?

      Por motivos banais você acha aceitável? Porque o cachorro latiu? Porque o cachorro fez xixi no lugar errado?

      • Sally,

        acho que está sendo um pouco radical. Acho aceitavél você doar um animal quando você não tem condições de cuidar dele direito. Se é para não cuidar direito doe para quem possa. Agora abandono aí sim é canalhice.

        • Mauro, leia a proposta de tema: não ter a menor condição de cuidar do animal por um problema superveniente estaria dentro da categoria de motivos extremos como risco de vida, etc.

  • Olha depende,

    minha mãe tinha uma cachorrinha que cuidou por pelo menos 7 anos, mas como de um ano para cá ela viaja 2 vezes por mês por períodos longos ( o meu pai trabalha em outro estado ) e eu e minha irmã não temos espaço em casa ( lugar de cachorro é em quintal e não temos em casa ) ela preferiu doar para uma amiga dela, que por sinal é uma excelente pesso e tem um ótimo espaço.

    Nesse caso vale a doação, pois será melhor para o animal. E desculpem a frieza mas o meu conceito de animal de estimação seria assim:

    1- se eu tivesse que escolher entre salvar o meu cachorro ou a minha mãe ( só pode um ) eu salvo a minha mãe.

    2- se tiver que escolher entre a minha mãe ou meu filho, salvo o meu filho.

    Não que não goste, gosto muito de cachorro, mas tem que ter condições e abrir concessões para cuidar bem deles. Então se não tenho condições simplesmente não compro/aceito um em casa. Lá em casa só peixe de aquário mesmo.

  • Sally, concordo com voce porque, salvo quando ha um motivo maior e que nao da mesmo de continuar com o animal, eu ja vi muitos casos onde a familia simplesmente acha que o animal eh descartavel. Muda de casa p apartamento, viaja, gastos aumentam, faz barulho/baguncs, cansei de ver gente largando bicho pela rua..ai vc ve aquele animal domesticado sem ter qualquer condicao de sobreviver sozinho.
    Claro que ha pessoas normais que se preocupam com a destinacao do animal, mas msm assm nao eh justo (e p mim, aceitavel) fazer isso com ele. Eu ja tive um animal que morreu de tristeza qd fui morar em outro pais, isso porque na epoca eu morava com a minha avo e a cadela continuou na mesma casa, com os mesmos cuidados.
    Quanto a analogia do somir sobre terminar com namorados, achei totalmente sem sentido. Vc nao foi buscar seu namorado na casa da mae, se comprometeu a cuidar, alimentar e tratar e ser responsavel por ele. Se vc termina com alguem, tchau e bencao, a pessoa continua com a sua vida e daqui a pouco ja ta namorando de novo. Agora me diz cm um animal de estimacao faz isso???

    • Exato. Primeiro que ser humano não morre de tristeza, segundo que relação de namoro não é uma relação de dependência.

      Já trabalhei em uma clínica veterinária e já muito caso de bicho que foi doado para uma família afetuosa e morreu de tristeza pouco tempo depois. O curioso é que a nova família sempre esconde de quem doou que o bicho morreu, para que a pessoa não se sinta culpada. Daí cria-se esse mito que se doar para uma boa família isso sempre vai dar certo. Pois bem, muitas vezes não dá. É preciso que as pessoas tenham a noção que doar o animal pode ser o mesmo que sacrificar o animal.

      Veja o seu caso, onde nem de casa o animal mudou e a sua simples ausência bastou para provocar uma tragédia!

      • Sim! Com a minha cachorrinha foi questao de meses. Uma coisa que acho que pesa muito tambem eh a mudanca de ambiente, quando viajo (no momento tenho um gato) eu peço p alguem vir pro meu apto p dar comida, ate dormir aqui se for possivel para ele nao ficar mto sozinho.
        Sei q isso sao cuidados extras que nao sei nem se precisa ou se eh possivel p td mundo, mas acho que quem tem bicho deve fazer o possivel p facilitar a vida dele, ainda mais pq ele nao tem culpa dos nossos atos.

        Agora, concordo com vc, as pessoas tem que saber o que aconteceu com o bicho independente do resultado. Prque daqui a pouco ta achando que pode pegar outro que se der algum problema vai mandar p outra familia. Eu tenho uma amiga que comprou um cachorrinho la do sul (moramos no rj) para dar de presente p mae, a mulher no final nem queria ter mais cachorro e o bichinho ficou indo de casa em casa ate alguem aparecer com disposicao p cuidar dele. Puta sacanagem ne, pelo menos teve a consideracao de submete-lo a outra viagem de aviao que iria desgastar mto o filhote.

  • Estou cem por cento com a Sally: fora um motivo extremamente grave e que impossibilite de qualquer forma de se ficar com o animal, pra mim não é aceitável doá-lo.

    • O dono faz as vezes de mãe do cachorro, de família, de líder da matilha. É um vínculo muito forte para se cortar se não houver um bom motivo

      • Com certeza! Eu adotei um gato de rua uns 3 meses atrás quando ainda era bem pequeno, tinha poucos dias de vida. Ele se apegou demais a mim pois fui eu quem tirei da rua, dei comida e proteção. Hoje ele já está maiorzinho, mora comigo, mas quando eu passo o fim de semana fora minha mãe diz que ele fica deprimido, quetinho no canto triste ou vai miar na porta do meu quarto…E isso que é gato, aquele bicho independente e cheio de si!

        • Infelizmente as pessoas tem um auto-perdão galopante e acham que fizeram sua parte se escolherem uma família bacana para doar.

  • Sally, como já leio o Desfavor tem um tempinho, já me acostumei com sua maneira inflamada de escrever para defender seus argumentos.
    Não concordo com a comparação entre as relações sentimentais pessoa x bicho e pessoa x pessoa, muito menos com a comparação com parentes, família, amigos. Não acho inaceitável doar um animal em condições normais (perceba que eu escrevi doar, pra um lugar onde ele possa ser bem cuidado, não abandonar na rua que isso aí sim é filhadaputice).
    Nessa, fico com o Somir.

    Sem falar que eu abomino quem trata cachorro/gato como filho. Ahsifudê!

    • Diana, mesmo doando para o melhor lugar do mundo, há chances do bicho morrer de tristeza e certamente vai sujeitá-lo a um tremendo trauma e mal estar. Não vejo como fazer isso se não for uma necessidade imperiosa.

  • Nunca abandonei animal de estimação, e até estou procurando um cachorrinho para adotar, mas não acho inaceitavel de doar seu animal. Logico “cachorro fez coco dentro de casa, da ele embora” ou “vou viajar, coloco o cachorro no canil”, não é aceitavel mas se uma pessoa não mais mais condições de cuidar de um cachorro, sem tempo ou sem dinheiro, acho melhor doar. Pior coisa é ver seu bichinho doente e não poder comprar remédio ou trabalhar o dia inteiro e ninguém poder cuidar do animal.
    E não é porque a pessoa da o seu animal embora que ela não tenha amor por ele.
    Não vou dizer que é SUPER aceitavel, mas INACEITAVEL também não é.

  • Se não der aborrecimento a pessoa não vai querer doar. Por motivo banal tipo vai viajar e então decide doar é muita escrotice. Agora (nem precisa ser um Satanás da vida), mas ficar que nem o cão da minha vizinha, latindo a fuckin madrugada toda, todo mundo reclamando e ela tomando multa no boleto do condomínio. Na boa, o que fazer quando o maldito cão late a noite inteira? Tem jeito de resolver ou só com narcótico e mordaça? Por que tantos cachorros fazem isso?
    Eu adoro gatos mas odeio cachorros, fora quando resolvem mijar e cagar em tudo quanto é canto, se jogar nas pessoas, derrubar coisas ou morder. Gato não costuma miar feito um louco de madrugada além de ser mais limpinho.

    • Cães podem ser EDUCADOS, você sabia?

      E tem muita gente que doa por escrotice, porque quer viajar, porque o cachorro faz xixi no lugar errado (educar nem pensar, dá trabalho) etc

  • Eu de volta!!! Bem nesse dia, que mimo!

    Li alguns (vários) posts das minhas férias e, Somir, vc escolheu mal sua jurada. Estava voando no dia daquela postagem e, apesar de ter achado que te sacanearam sim (dava muito bem para sacar que a data estava errada), por um Siago Tomir eu não te livraria não… Adoro essa coluna.

    Li poucos comentários, mas estranhei a ausência da Suellen. Alguém tem notícias? Os demais eu vi pelo menos um post perdido por aí… De qualquer forma, sintam-se considerados tb.

    Sem mais offs e sobre o assunto do dia, acho inaceitável a doação por motivo fútil, PORÉM, prefiro que doem do que maltratem só porque não querem mais (acho reprovável, ajudo quem quer fazer isso, mas acho essa pessoa escrota). Já vi gente que só quer ter filhote, então quando o cachorro fica adulto, eles dão e pegam outro “novo”. Já vi casos de pessoas que doaram seus vira-latas porque ganharam/ compraram um cachorro de raça.Tb já vi gente que não quis mais o cachorro porque “ele cresceu mais do que esperava”. Detalhe: era uma Chihuahua que ficou com quase dois quilos. NAONDE que um cachorro de DOIS quilos não cabe na sua casa ou causará intenso sofrimento para o dono ou para cão? Pois é… tem gente fútil para tudo nessa vida…

    Como as pessoas tb abandonam seus próprios filhos e tem outros depois, ou abandonam/ maltratam um filho adotado depois de uma gravidez “normal”, não posso achar estranho que isso aconteça com cachorros. Infelizmente as pessoas doentes da cabeça são maioria.

    E Somir, os sentimentos animais entram em um assunto controverso. Mas existem pesquisas que mostram que sim, eles conseguem sentir algo semelhante a amor, saudades, ciúmes, raiva e outros sentimentos mais “primitivos” por vínculos emocionais e não puramente sociais ou circunstanciais. É o famoso caso do cachorro do mendigo, por exemplo: mesmo ele passando fome e mesmo tendo oportunidade de montar uma matilha de verdade com outros cachorros de rua, ele permanece ao lado do dono.

    • Talvez eu tenha errado na frase chave da coluna, porque as pessoas estão respondendo pensando em situações extremas. A proposta do tema era situações banais, corriqueiras, meros aborrecimentos inerentes a ter um animal. Vou morrer achando um absurdo.

  • A pergunta do dia é se achamos aceitável ou inaceitável doar um animal de estimação. De novo estou com o Somir nessa: sim, acho perfeitamente aceitável.

    Sally disse: “mudar de ideia depois que já se estabeleceu um vínculo de afeto com o bicho é cruel”. Usando o argumento do Somir, muita gente já dispensou da própria vida namorad@s que não lhe eram mais convenientes, gente que tinha estabelecido vínculos de afeto com outra pessoa e acabou levando um fora desta. Shit happens. Ok, namorad@s não dependem de nós pra viverem, têm suas vidas, seus empregos, seus familiares, e um bicho não. Mas estamos DOANDO o bicho pra outra pessoa e não simplesmente abandonando no relento.

    Se fosse comigo, eu preferiria doar pra uma pessoa que eu soubesse que realmente gosta de animais e que vai cuidar bem do meu bicho, não deixaria simplesmente em um canil. Não consigo ver crueldade nisso, sinto muito pelos amantes dos animais que pensam assim.

    É muito cômodo se colocar em um pedestal e se achar O Ser Superior só por colocar animais acima de seres humanos, por não comer carne e por gostar de bater papo com plantas. Não estou querendo dizer que todo mundo que acha inaceitável doar um animal de estimação se comporte assim, mas em rede social – e na vida real tb – pessoas assim existem aos montes. São umas pestes com outras pessoas, paunocuzam a vida de todo mundo, fazem a convivência com eles ser insuportável mas ainda assim se acham seres iluminados e evoluídos só porque dormem com um animal fedorento na cama, sifuder.

    • Ligia, muitas vezes você doa para ótimas pessoas e o animal morre de tristeza. Salvo um motivo muito grave, incontornável, acho um absurdo doar bicho, ainda que para boas pessoas.

    • Puta incoerência… faz da vida com os humanos um inferno, mas escreve “quanto mais eu conheço os homens, mais amo meu cachorro…”.
      Disse tudo, Ligia.

  • Recentemente na Suipa (no Rio de Janeiro) meu marido foi bastante constrangido quando nós precisamos pedir abrigo para nossa gatinha. Nós não podíamos mais cuidar dela por mudanças sérias que aconteceram nos últimos meses na nossa vida.

    A responsável pela instituição obrigou meu marido a dar todo o dinheiro que ele tinha com ele naquele momento para a castração do animal (apesar de não ser castrada ela não teve filhotes na nossa casa) do contrário eles não iriam aceita-lo no abrigo. Ele também foi obrigado pela instituição a deixar o transporte do animal, que apesar de não ter nenhuma serventia para mim a partir daquele momento, também não devia ser útil para eles visto que eles tem locais próprios para receber os animais que estão vivendo ali. Eles simplesmente fazem o possível para te maltratar (e fazer você se sentir o pior ser humano do planeta) e fazer você desistir de deixar o animal ali, inclusive te orientam a fazer coisas que podem não ser tão legais assim para o animal de estimação (dar comida de panela por exemplo).

    Não deveriam existir (pseudo) protetores de animais que se prestam a ignorar o componente humano da relação.

    • Mas a SUIPA, ao menos no RJ, é um açougue. Vocês escolheram muito mal, ali animais apanham, passam fome e até mesmo são sacrificados! Se eles não tratam bem nem bicho, quem dirá humanos. Quando for assim, procura um protetor de animais de uma ONG respeitada!

      • Eu sempre ouvi falar muito mal deles, mas nunca acreditei até aquele dia.

        Eu sempre castrei meus animais lá. E fui bem atendida neste quesito.

        No dia que meu marido foi lá, ele conheceu o local e achou adequado. Pelo menos, o local que eles mostram para o público.

        Procurei fotos dela no site deles na sessão de adoção e não achei nada. Estou me questionando como um local que recebe animais todos os dias tem tão poucos animais disponíveis para adoção?

        Não pretendo passar por uma experiência semelhante novamente. Foi uma bosta.

      • Você acha que eu criaria um blog inteiro só para inserir uma foto e torceria para alguém encontrar? Juro que não partiu de mim apontar esse blog para o Phill, ele achou sozinho.

  • Então, primeiramente vou começar falando que eu sou o tipo de pessoa com desvio psicológico que o Somir falou. Meu cachorro é quase um filho. Eu o trato com muito amor e carinho e reconheço que por muitas vezes o vejo como um bebê. Se sou retardada ou tenho problemas por fazer isso, não sei, mas sei que me confere a maior alegria ter o bichinho pulando e fazendo festa ao me ver chegar em casa assim como me aperta o coração quando saio todos os dia para trabalhar e ele fica chorando. Não vejo como um animal não pode ter um certo tipo de afeto, seja por receber comida de mim ou por qualquer outro motivo, acho que alguma espécie de afeto tem.
    Apesar de concordar com o que a Sally falou sobre a reprovabilidade da conduta de quem doa seu animal sem um motivo relevante, acho mais aceitavél o ato da doação do que ficar com um bicho que você não quer mais (obs.: EU JAMAIS FARIA ALGO DESSE TIPO)
    Humanos conseguem ser tão escrotos que é bem provável causar mais sofrimento ficando com o bicho do que o doando. Dependendo do demente que for o dono do bicho, pode este último acabar sofrendo maus tratos e sendo pior para ele. Então, por fim, acabo concordando com o Somir. Aceitável a doação. Antes isso do que maltratar bichinhos!

    • Talento, a questão não é se a pessoa vai doar ou não, e sim se essa doação vai ser aceitável.

      Não acho aceitável a pessoa “não querer mais” seu animal de estimação e não acho aceitável doá-lo. Ambos são inaceitáveis. E por mais que seja melhor para o bicho, por mais que ele seja doado, a conduta em si continua sendo inaceitável, reprovável.

  • Não, não é aceitável. Já tivemos que doar um cachorro porque ele meio que queria matar meus irmãos (que atormentavam o pobrezinho mais que tudo na vida) e só estou ok com isso porque ele realmente podia machucar as crianças (como o fez várias vezes). Ou a cadela que chegou a atacar meu pai, que teve até que fazer cirurgias na mão e tal. Mas quando quiseram doar o cachorro que é um AMOR, mas que tem um problema sério de cavar o quintal todo (MESMO, não é normal), aí eu me opus ferrenhamente. Ainda bem que não doaram, agora estão conseguindo driblar os ataques de cavação dele.

    • Salvo casos extremos, onde há risco de vida, como você contou, os outros problemas são contornáveis com disciplina e afeto. Mas nenguinho não quer saber, se a coisa complica, pula fora.

  • Em condições normais ou anormais, seja lá o que isso significa, deve-se doar, com muita seletividade e critério, a um cuidador responsável e nunca ao primeiro maluco que se candidatar.
    Eu mesma jamais doei. Já deixei de viajar e perdi passagem aérea porque o felino adoeceu. Mas jamais doei.

    • Em condições extremas, caso de vida ou morte, caso de total impossibilidade, problemas graves, muito mais graves que um xixi no tapete, nem sempre há tempo para encontrar um criador responsável. Infelizmente.

      • Pra isso servem os abrigos para animais. Claro que não é a solução ideal. É só menos ruim do que a rua.
        A viagem da qual abri mão era de lazer. Se fosse viagem de trabalho não poderia ter desistido e então teria que ter deixado o gato com meu pai e meu irmão, juntamente com as condições de tratamento (dinheiro, remédios, etc).
        Deixar meus animais, estando saudáveis, com parentes próximos para sair curtindo eu sempre tenho deixado. Mas quando há algum sinal de problema com o bicho eu prefiro acompanhar pessoalmente. Mesmo porque as boas clínicas veterinárias exigem a assinatura do dono caso alguma cirurgia seja necessária.

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