Ele disse, ela disse: Ignoramos.

eded-ignorante

Já virou tradição. Depois de um surto de pessoas caindo de paraquedas aqui no desfavor, sempre surge um bom tema para esta coluna. Embora burrice e falta de educação não sejam de forma alguma excludentes, Sally e Somir decidem escolher o pior dos piores. Os impopulares estão convidados a participar desse exercício de masoquismo.

Tema de hoje: O que é pior: gente burra ou gente mal educada?

SOMIR

Gente burra é sempre pior. E vamos reforçar o ponto aqui: Tem muita gente burra e mal educada nesse mundo, mas estamos separando os conceitos e escolhendo o que mais incomoda. Vejam bem, não caiam na armadilha de achar que sempre estamos falando OU de um burrinho gente boa OU de um gênio mal educado. As duas características devem ser analisadas de forma separada.

Entre burrice e falta de educação (educação no contexto de cortesia e respeito pelo espaço alheio), o que vocês acham que mais fode esse mundo? Burrice atrasa a evolução humana, grosseria é um incômodo. É que nem comparar câncer com uma gripe! É até compreensível que muita gente acabe concordando com a Sally, afinal, é mais cômodo acreditar que o maior problema é justamente o com consequências mais visíveis e mais tratáveis!

Só que comodidade não pode ser parâmetro para decisões bem informadas. Ela nos leva a conclusões falhas e exploráveis por quem quer nos controlar. Pense comigo: Qual o sonho de um governo totalitário? Gente burra e conformada. Quanto mais bovino o cidadão, maior a probabilidade de acabar encurralado por quem é mais poderoso e ganancioso. Cacete, o que é que as religiões tentar incutir na cabeça dos seus fiéis? “Seja manso, seja subserviente e não pense demais”.

Gente mal educada costuma ser um saco no dia a dia, mas gente mal educada consegue se rebelar quando se sente oprimida. Gente mal educada assusta quem está no poder. Nada como uma plebe rude para foder com os sonhos autoritários de seus líderes (legítimos ou não). É muito importante separar os conceitos aqui antes de ficar fazendo comparações sobre aspectos banais da vida cotidiana. O mundo é mais do que o babaca que te deu uma fechada no trânsito.

A maioria das pessoas acaba achando que o problema com uma pessoa burra e mal educada é a falta de trato social só porque é isso que mais as incomoda a curto prazo. No frigir dos ovos, é a burrice daquela pessoa que mais causa problemas. Podem não ser evidentes como uma resposta grossa para uma pergunta educada, mas são bem mais pervasivos e perigosos no quadro geral das coisas.

Essa valorização da ignorância é uma artimanha do nosso sistema para controlar a população. A pretensa inofensividade do burro bem intencionado se deve a milênios de propaganda enganosa. Estou dizendo aqui que não é maluquice sua achar que o burro não é o pior, estou dizendo que essa é uma semente plantada há muita e muitas gerações para glorificar a posição de servo e facilitar a manutenção do poder. O mal educado é quem quer o que acredita merecer? O mal educado é quem não acha bonito se sacrificar pelo bem alheio? Oras, o mal educado também é uma construção social.

Claro que existe um meio termo entre ser capacho e sociopata, claro que gentileza e altruísmo fazem essa vida valer a pena, mas… Tem certeza que sua visão sobre educação e inteligência não está contaminada pela conveniência de se conformar? Pensamento crítico e coragem de dizer o que pensa sem tantas amarras sociais são catalisadores de revoluções. Mil vezes o inteligente mal educado do que o burro “bom selvagem”. Ei, sou mais até o burro mal educado do que esse burro dócil.

Sem gente burra as religiões seriam algo completamente diferente, por exemplo. Quem sabe até praticariam algo do que pregam! Não é o mal educado que financia as instituições criadas para atrasá-lo, é o burro! O burro sustenta todo o sistema criado para mantê-lo burro e ainda fica putíssimo quando alguém aponta isso. Sim, porque gente mal educada pode ser jogo duro na hora de discutir alguma coisa, mas se não forem burras demais, pelo menos tem alguma coisa lá dentro para ser alcançada.

O problema do burro é a falta de capacidade de lidar com a informação recebida. Toda comunicação dirigida a ele tende a virar uma loteria de significados. Você sabe o que disse, mas não sabe o que diabos vai realmente chegar no destino. Isso torna o mundo aleatório demais. É difícil se planejar e sonhar com um futuro melhor se grande parte da população do mundo tem o equivalente a uma caixinha de surpresas no lugar do cérebro.

O mal educado enche o saco, mas o mal educado tem método na sua loucura. Ele tem uma visão sobre o mundo e tenta defendê-la por acreditar em si mesmo e no valor de suas ideias. Se for uma pessoa inteligente com esse tipo de mentalidade, pode criar coisas grandiosas. Pode mudar o mundo para melhor, mesmo que seja uma cretina ao fazê-lo. Agora, a pessoa burra? Ela ainda sim pode ser uma escrota, atrapalhar a vida alheia e acabar não contribuindo em porra nenhuma.

Precisamos reconhecer a ordem de importância dos problemas aqui. Burrice é um crime contra a humanidade, falta de cordialidade é um problema da sua vida cotidiana. Falta vaidade intelectual nesse planeta. As pessoas acham que basta abaixar a cabeça para serem valorizadas. E quando fazemos de grosseria um problema maior do que ignorância, validamos essa maldade perpetrada contra nossos semelhantes.

Todo mundo pode passar por mal educado dadas as condições ideais. Como é muito natural enxergar o mundo da perspectiva do próprio umbigo, milhões e milhões de pessoas nesse mundo interagem diariamente se achando corretíssimas numa disputa qualquer. Uma pessoa mal educada pode ser mera falta de um contexto mais complexo por parte do observador. Pode ser um dia ruim, uma distração. Porra, pode ser um compreensível surto de egoísmo que todo mundo já teve alguma vez na vida.

Burrice? Burrice é algo que está tão incrustado no que é uma pessoa que acaba influenciando quase tudo o que ela faz. Pior: burrice adora companhia. Pessoas mal educadas acabam isoladas se não conseguirem se controlar. Pessoas burras acabam se juntando para eleger alguém da bancada evangélica.

Sério que falta de cortesia é o maior dos problemas?

Para me chamar de burro, para me chamar de mal educado, ou mesmo para perguntar se foi uma indireta para você (claro, é sempre uma indireta para todo mundo que está lendo, sem exceção): somir@desfavor.com

SALLY

Conversando sobre os últimos acontecimentos, surgiu um impasse entre Somir e eu: o que é mais insuportável, gente burra ou mal educada?

Sem dúvidas gente mal educada. O burro, coitado, é uma vítima de si mesmo, da falta de estímulos intelectuais dentro de casa e de um ensino deficitário ou de falhas graves de cognição. O mal educado não, o mal educado é um egoísta que não respeita o espaço alheio, que se preocupa apenas com o seu bem estar e ignora os demais, incapaz de se colocar no lugar do outro ou de se importar com os transtornos que está causando. O mal educado é basicamente um tremendo filho da puta.

O burro sofre com sua burrice, de um jeito ou de outro. Não tem um desempenho satisfatório na sua profissão, o que na maior parte das vezes acaba por estagná-lo em cargos menores com remuneração medíocre. O burro em algum momento percebe que é burro, percebe que todos compreendem uma situação ou explicação e ele não, percebe que ele está deixando a desejar, sente a dor da inadequação. O mal educado não sofre nem um pouco com isso, muito pelo contrário, só faz o que quer, só pensa no seu bem estar. Não se incomoda, não se sente diminuído, o fato de ser mal educado não lhe gera nenhum desconforto.

Ser mal educado é uma escolha, ser burro não. Burro se é, e por mais que a pessoa se esforce, ela não deixa de ser burra, ela passa apenas a ser esforçadinha. Nunca vi um burro deixar de ser burro estudando. Já vi pessoas sem cultura adquirirem cultura e pessoas alienadas se tornarem bem informadas, mas burrice eu nunca vi ser revertida. Por isso, por independer da vontade deles, me parece menos grave. Os burrinhos carregam dentro de si uma inocência, uma pureza que chega a me comover. Eu sinto afeto por pessoas burras. O mal educado não, o mal educado tem a escolha e escolhe ser um pau no cu.

O burro não necessariamente incomoda aos outros. Quero dizer, você pode escolher de quem quer ser amigo, se burrice te incomoda, você tem opção de não se aproximar de um burro que o burro não fica indo até você. Um burro em um local público pode ficar quieto e não incomodar ninguém, já um mal educado afeta toda a coletividade, com som alto, gritando, urinando em público, etc. Se você não mexer com o burro, o burro não mexe com você, já o mal educado chega até você sem convite, atrapalha sua vida, seu sono, seu lazer.

Sem contar que se você der um passa-fora em um burro, é provável que ele se retire, talvez até humilhado. Já em um mal educado, é barraco na certa. Gente mal educada não tem amor próprio, impõe sua presença em locais onde não é bem quista e não tem o menor constrangimento em fazê-lo. Não tem noção de limites, de respeito, de consideração. Não responde ao diálogo, não compreende sua própria inconveniência.

Gente burra pode ser aproveitada para diversas tarefas e funções. Sejamos sinceros, nem tudo nesta vida requer inteligência. E se a pessoa for bacana, legal, simpática, pode ser um prazer de conviver. Gente mal educada não, gente mal educada transforma qualquer convivência em um inferno, não importa quão inteligente, culta ou genial seja. O mal educado é sempre desagradável, sempre inferniza, sempre tumultua. Dá para conviver amigavelmente com um burrinho educado, mas não dá para conviver com um inteligente super mal educado.

Um burro pode ter qualidades que compensem sua burrice. Pode ser uma pessoa afetuosa, bondosa, solícita, carinhosa, prestativa. Já o mal educado, bem, na minha opinião, nenhuma qualidade atenua a falta de educação. Inteligência não é requisito para que eu possa me dar bem como uma pessoa, mas educação sim. Conheço burros que são pessoas agradáveis, já mal educado agradável eu nunca conheci.

O burro no fundo, no fundo, sabe de sua burrice e muitas vezes sofre com ela. O mal educado dificilmente se sabe mal educado e não se importa com o transtorno que causa a terceiros, muito pelo contrário, na maior parte das vezes acha graça disso. O mal educado se acha superior ao resto, enquanto que o burro quase sempre se tem certeza como inferior. O burro é digno de pena, o mal educado, de raiva.

Vamos pensar de forma mais concreta? Basta dar uma olhada nos mais de 500 comentários do texto de sábado. Quem realmente foi mais chato, aqueles que vieram com educação usar argumentos burros ou aqueles que, independente dos argumentos, foram mal educados? Na minha opinião as pessoas tem o sagrado direito de serem burras, mas não tem o direito de serem mal educadas. A burrice afeta apenas ao burro, a falta de educação atrapalha a todos em volta.

Um burro pode ser um bom filho, um bom marido, um bom amigo. E um mal educado? Nem pensar. Ter um mal educado debaixo do mesmo teto torna a vida um inferno. Com quem você preferiria ficar preso em um elevador, com um burrinho gente boa ou com um mal educado? (quem escolher a segunda opção nunca foi mijado pelo melhor amigo do namorado dentro do elevador… *suspiro). Com quem você preferiria viajar, com um burrinho divertido ou com um mal educado? Basta levar a situação para o plano do concreto que a resposta vem.

O mal educado pode virar uma pessoa educada? Sim, pode. Mas até que não o faça, continua insuportável e inconvivível (não existe, eu sei) na minha opinião. Acredito que a maior parte das pessoas seja mais tolerante com burrice do que com falta de educação justamente por isso: o burro nem sempre tem culpa, o mal educado sim. O burro nem sempre tem escolha, o mal educado sim. É mais grave quando há opção.

Tenho certeza que os argumentos da Madame aqui de cima são muito bonitinhos e elitistas, mas lembrem-se: o Alicate, O FUCKIN’ ALICATE é o melhor amigo desta pessoa, de onde se percebe que a falta de educação não parece ser um requisito para filtrar as pessoas com as quais ele convive.

Para dizer que o brasileiro médio é insuportável justamente por reunir essas duas “qualidades”, para dizer que você só anda com gente educada e inteligente ou ainda para dizer que desistiu do ser humano e está indo morar no topo de uma montanha: sally@desfavor.com

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Comments (89)

  • Só vim dizer que o brasileiro médio é insuportável justamente por reunir essas duas “qualidades”, que eu só ando com gente educada e inteligente e que desisti do ser humano e estou querendo muito morar no topo de uma montanha, em vênus, ou simplesmente num país civilizado.

    • Li, a ideia da montanha cresce cada vez mais na minha mente. Mas seria preciso asfaltá-la, pois eu odeio contato com a natureza.

      • eu odeio apenas insetos. mas aí eu faço a listinha das coisas q eu odeio nesta cidade/país e de repente nada da natureza é mais problema.
        mas a primeira opção seria um país civilizado mesmo, tipo suíça (já visitei zurique e quase chorei de emoção). isso no mundo dos sonhos né, pq minha profissão não me permite trabalhar no exterior ¬¬

        • Li, hoje em dia profissão não quer dizer muita coisa. Se você for uma pessoa criativa e competente, pode acabar transformando uma boa ideia em uma mina de ouro. Não se limite apenas à sua profissão! Pense com carinho em projetos paralelos

  • Eu não acho que gente burra atrase a humanidade. Os mais inteligentes criam. Os menos inteligentes constroem!

    Os mais inteligentes idealizam, os menos inteligentes seguem, dão força, humanidade.

    Aliás, acredito que o mundo tenha sido atrasado mais por influência de inteligentes mal intencionados.

    • Quando em bando, pessoas “burras” (na verdade, ignorantes) são uma resistência e tanto. Uma barreira praticamente intransponível para aqueles que idealizam uma posição além da zona de conforto.

      Se isso por um lado pode ser positivo por dificultar a vida de pessoas mal intencionadas, por outro, pode ser negativo por atravancar praticamente qualquer progresso.

      • É só saber controlar o rebanho. Mas é verdade, pessoas assim ficam aquém de espertinhos mal intencionados como também de bem intencionados. Ai que fode…

      • Eu também tenho uma posição bem existencialista quanto a pessoas tida como burras. Eu acho que todo mundo tem capacidade de se tornar mais inteligente, alguns se esforçam mais, outros menos pra aprender. Acho que a maior burrice é se fechar ao conhecimento, mesmo que apenas o teórico.

        O que a Sally disse sobre a pessoa ser vítima da própria “burrice”, ao meu ver, são pessoas que não têm acesso ao conhecimento pleno.

        • Matheus, tem gente que foi tão negligenciada na infância, teve tão pouco estímulo ao raciocínio, que chega à vida adulta sem conseguir aprender quase nada, por mais que tente.

  • Andreia Pereira

    Conheci o blog através do Danilo Gentili e estou adorando! E infelizmente,também convivo com pessas mal-educadas E burras. Ou com as burras mal-educadas. Não sei ainda qual modalidade é a pior…

    • Seja muito bem vinda, Andreia!

      Pense comigo: você já conheceu alguém burro que fosse legal? Eu já. Porém nunca conheci uma pessoa sem educação que fosse bacana…

      • Andreia Pereira

        É verdade! E só para constar, nunca ri tanto com um texto como naquele dos objetos nos ânus alheios. Sensacional! Ri muito!

  • Nossa ao ler o contexto todo vir meu irmão mais velho com baixa escolaridade não tem nem o ginásio,mas é uma pessoa super legal de conviver ele sabe das limitações dele e nunca pisou em cima de ninguém! e tenho outro irmão que se sente superior se acha acima de tudo e de todos! tanto é verdade a argumentação do caro Sally, que o mal educado faz um estrago de proporções quase que planetárias !não se coloca no lugar do outro e se acha no direito de cobrar dos outros! Em quanto a mim,posso afirmar que tenho minhas limitações, mas nem de perto me considero tais adjetivos mencionado no contexto,creio que sou ingênuo por sempre acreditar nas pessoas e no final acabo me fodendo! e no mal educado sempre ganha, pq para ele os outros como seres humanos,é apenas uma ferramenta “sociopata” de como pode ter proveito com a burrice alheia.Pastores,Padres e Chefes de organização já sabem disso a milhares de anos!

  • Gente burra pode ser muito, mas MUITO irritante. Mas graças à essa burrice eles costumam ser tb facilmente manipuláveis e “manejáveis”. Dá pra tirar um bom proveito qdo necessário.

    Os mal-educados são o dobro ou o triplo de irritantes, com o agravante de serem quase sempre tb arrogantes e presunçosos. Certa arrogância em si não me incomoda tanto desde que a pessoa tenha o MÍNIMO de educação e saiba portanto reconhecer qdo está enchendo muito o saco e desrespeitando o espaço alheio, coisa que alguém mal-educado jamais se preocupa em fazer.

  • Olha, concordo com o Somir nessa viu? Principalmente quando ele diz que o burro atrasa o desenvolvimento do planeta. Neste sentido, tendo a acreditar em certo sentido romântico: acho que por mais que o mal educado encha o saco, ainda há esperanças de se contornar tal comportamento; agora, burrice daí já é mais complicado! Até ensinar a pessoa as coisas… haja paciência! Já em relação às pessoas más educadas, eu simplesmente prefiro me afastar e pronto! Não perco tempo com falta de educação alheia!

  • Eu convivo diariamente com pessoas burras e pessoas mal educadas.

    Trabalho na cede de uma empresa aqui em minha cidade. Lá, convivo com três patrões, e todos eles, mal educados. Lembro que quando comecei a trabalhar lá, um deles chegou a me fazer chorar… Foi tanta patada que levei, mas eu tinha que permanecer no emprego, então me calei na época. Eles pisam em cima de todo mundo. Tudo tem que ser do jeitos deles, mesmo sendo o jeito mais difícil de se resolver um problema. Lembro de uma vez em que eu havia acabado de voltar de férias… Quando cheguei, tinha um outro cara ocupando minha função. Fui até ao patrão e ele queria me relocar para uma função completamente diferente (PS: O cara que ocupava minha função era o sobrinho dele). Ele praticamente estava me obrigando a desocupar um cargo que eu ocupava há dois anos. Só que nesse dia eu estava bem estressado, então acabei gritando com ele e mandando ele calar a boca… Depois desse dia, nunca mais ele foi mal educado comigo… Então acho que, com pessoas mal educadas, você deve ser ainda mais mal educado. Eu não sou mal educado… Sou gentil até de mais pro meu gosto, mas má educação as vezes só se resolve com má educação.

    Concordo com a Sally. É muito mais fácil conviver com uma pessoa burra. Eu sou muito calmo e paciente com os outros, mas má educação eu corto com má educação.

    • Eu também tolero bem burrice, porque sinto pena, sinto que não é culpa da pessoa. Já falta de educação eu não tenho muita paciência…

      • Se alguém me falta com educação, eu faço o mesmo com o maior prazer. Chego até a olhar para a pessoa com total desprezo. Onde já se viu uma pessoa vir falar merda na minha cabeça… Eu mando tomar naquele lugar, dou as costas e saio andando sem dar direito a resposta. Os burros geralmente são simpáticos e amigáveis. Os trato com a maior educação e com um sorriso no rosto.

  • Eckhart Bukowski

    Refletindo sobre mim, eu me considero burro. Estou tentando há anos desenvolver-me culturalmente, e tenho experimentado algum progresso, mas conservo-me num estágio muito aquém do que se poderia esperar de um indivíduo com 31 anos. Por essa razão, entre outras, tenho tentado aprender inglês, e estou tentando tornar-me um leitor melhor (estou utilizando os programas de dois livros tão bons quanto desconhecidos: Como ler livros, do educador americano Mortimer Adler, e O Trivium, da freira também americana Mirian Joseph). Confesso que ler o que a Sally escreveu sobre a inevitabilidade da condição de burro me deprime um pouco.
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    É curioso, mas certa vez li em algum lugar que a ignorância é uma benção. É verdade, sob certo aspecto. É que a pessoa “ignorante” (no sentido de ser deficitária intelectual e culturalmente) acerca de sua própria ignorância não sofre. Quem, por outro lado, percebe sua ignorância e constata esses limites diariamente ao se deparar com um Doutor Hans Kelsen da vida, sofre e se desespera. É uma sensação horrível. Destrói a autoestima e verga moralmente a pessoa. Quem percebe isso, acreditem, sente-se profundamente humilhado.
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    O Somir tem razão em seu ponto de vista. Uma democracia plena pressupõe que os cidadãos sejam dotados de poder de autodeterminação, e isso, por sua vez, pressupõe que dominem certas ferramentas do pensamento racional, por demais de possuírem uma certa instrução, que permitam-lhes compreender o mundo e posicionar-se em relação a ele.
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    Acredito que no mundo moderno, em que o poder não se concentra nas nações com mais recursos naturais, mas sim naquelas que dominam o conhecimento e a informação, a burrice seja um problema maior que a má educação. Quanto menos burra uma nação democrática, mais forte será sua democracia e mais sólido e prolífico são o trânsito de informações e a produção de conhecimento. O poder não está na Xtrata, mas sim na Microsoft.
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    Em conclusão, pessoas como eu são mais lesivas ao futuro do Brasil que (e os nordestinos sabem de quem falo) o Seu Lunga.

    • Eu ja te dsse isso antes, mas vou repetir porque acho que vale a pena: desapega.desse.preciosismo, dessa.formalidade ao escrever, ISSO faz parecer que a.pessoa.é burra e voce nao é

      • Eckhart Bukowski

        Sally, escrever deste modo é um treinamento para mim. Tento escrever do modo mais formal possível para “internalizar” essa capacidade. Eu adquiri, há dois anos, as gramáticas dos professores Napoleão Mendes de Almeida e Evanildo Bechara para melhorar minha capacidade de comunicação tanto no estilo quanto na substância. Vou confessar uma coisa ridícula: há uns três meses, comprei um conjunto de aulas de língua portuguesa e gramática em áudio com o propósito de ouvir quando estou naquela meia-hora antes do advento do sono para não perder nenhum minuto do meu dia e seguir melhorando.
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        Já que você tocou no assunto, quero a todos deixar claro que não tenho o propósito de ser pernóstico, mas apenas de me forçar a me acostumar com uma redação melhor do que aquela que sempre tive. Prometo que serei mais informal. Creio que, para suscitar este seu comentário, eu devo ter errado a mão…risos…

        • Você não precisa disso. O que importa não é a forma, é o conteúdo. Olha para mim, eu me expresso tal qual um estivador e nem por isso o que digo é sempre um lixo!

        • Eckart, se fosse apontar uma coisa apenas, das muitas, que tenho aprendido aqui desde sempre, como cliente mais velha dessa bodega, é como (tentar) escapar de falácias nos comentários. Fica a sugestão de pesquisar aqui no blog a série que o Somir escreveu sobre esse tema. Abriu os olhos.

          De resto, NoMundodaLu fechou a questão. Ter restrições e limites é algo muito bom, no sentido de te impelir a buscar formas de superar ou, pelo menos, minimizar essas coisas. E, sendo também alguém que começou atrasada na vida, posso dizer isso de cadeira: esqueça os outros na sua idade, mesmo porque vale o que você construiu, não quando você construiu. Dúvida honesta: se as coisas de que você sente tanta falta, ou coisas além das suas expectativas, lhe tivessem caído no colo, você teria a mesma motivação de agora?

    • Gente burra não sabe que é limitada. Se você percebe que sua intelectualidade tem limites, vc não é uma pessoa burra.

        • Eckhart Bukowski

          Não vamos exagerar. Eu aprendi a ler com 10 anos, graças a uma professora que voluntariamente ensinava aos filhos dos catadores do aterro da ribeira. Professora Cristina. Era uma mulher extraordinária. É nessas horas que eu gostaria de acreditar em deus, só para ter o consolo de que ela seria premiada por sua generosidade. Só entrei na escola aos 12 anos, num programa de erradicação do analfabetismo. Fiz meu ensino médio num “supletivão” de 1 ano só.
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          Constatar que sou burro, porque não consegui desenvolver suficientemente as ferramentas elementares do pensamento, não me torna “não-burro”; me torna, talvez, uma pessoa humilde, e digo isso sem falsa modéstia. Seria impossível melhorar e crescer se eu achasse que meu nível é bom e que, se não entendo uma leitura, não é porque sou burro, mas porque o autor seria supostamente um pedante presunçoso que adora dizer de modo complexo o que é simples. Não. Eu consegui entender o livro “Introdução ao Estudo do Direito”, do Doutor Tércio Sampaio Ferraz Jr., no sexto período da faculdade. Foi um insight de compreensão que tive. Foi, talvez, o momento mais prazeroso de minha vida, quando finalmente compreendi aquelas primeiras 90 páginas da obra e os tópicos abstratos tratados depois. Eu daria tudo para repetir ao menos uma vez por ano aquela experiência. Quem já passou por isso, não esquece.
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          Eu percebo minhas limitações quando me deparo com um livro que não consigo entender. Leio-o 2, 3, 4, 5 vezes, recorro a compêndios, peço ajuda de pessoas esclarecidas… Isso é muito comum. Entender a Revista Veja é fácil; quero ver entender a tradução de Manuel Odorico Mendes de “A Odisseia”, ou uma obra do Senhor L. Wittgenstein. É nessas horas que se percebe como se está atrasado.
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          Outra habilidade que julgo relevante é identificar o contexto social em que uma determinada palavra encontra seu mais firme estrado. Vou ser mais simples: sempre li que a política era a arte do bem comum. Analisando as eleições do Maranhão em 2010, eu concluí que, na verdade, política era disputa de poder. O poder, e não o bem-estar social, era o seu fim. Parece óbvio, não é? É, parece, mas não era para mim.
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          Recentemente li um livro fantástico chamado “Maldita Guerra”, do professor Francisco Doratiotto, que trata da Guerra do Paraguai. Tive que reler os primeiros capítulos 5 ou 6 vezes para entender o contexto político interno do Uruguai, da Argentina, do Paraguai e do Brasil e como eles se relacionavam politicamente, nessa perspectiva de luta por poder e hegemonia regional. Eu sei que estas dificuldades não são normais. Até onde sei, ler e não compreender significa analfabetismo funcional. É uma praga que acomete grande parte dos universitários, e também dos já formados.

          • “Eu percebo minhas limitações quando me deparo com um livro que não consigo entender. Leio-o 2, 3, 4, 5 vezes, recorro a compêndios, peço ajuda de pessoas esclarecidas… Isso é muito comum. Entender a Revista Veja é fácil; quero ver entender a tradução de Manuel Odorico Mendes de “A Odisseia”, ou uma obra do Senhor L. Wittgenstein. É nessas horas que se percebe como se está atrasado.”

            Ótimo que você se ponha no atraso, pois sua postura em combatê-lo é a forma mais sensata de se construir a cultura que você tanto almeja, de forma sólida e a passos largos, conciliando diversas fontes. Isso só faz reforçar o argumento da NoMundodaLu. Para alguém que começou a ser alfabetizado aos 10 e entrou no colégio aos 12, veja em que estágio em que você chegou, com disciplina e método, sobretudo pelos autores a que você se propõe a ler.

            Burra aqui sou eu, até porque tive aulas com o próprio Tércio, e o que
            aproveitei disso? De novo, o que vale são conquistas sólidas, merecidas e incontestáveis, para as quais você está se dirigindo, mesmo que tardias. Só acho que você deva, como já foi dito aqui, tentar novas perspectivas (fora daí) para ter suporte para suas pretensões na vida, dentre elas amparar sua mãe. Já cogitou concursos públicos?

            • Eckhart Bukowski

              Já. Comecei este ano a me preparar para concurso. Fiz o TRT de Goiás; acertei 124 dos 140 pontos, e passei na maravilhosa posição 1.048. Eu acho que para estar entre os 100 a pessoa precisa acertar quase 100% da prova de analista. Deprimiu-me um pouco.
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              Eu conversei muito com um juiz há alguns meses, e ele me aconselhou o mesmo que você. Mas foi além: disse-me que, se fosse eu, tentaria qualquer cargo público que desse tranquilidade levando em conta meu padrão de vida atual (minha renda varia de 2 a 3 mil reais por mês, o que me deixa no limiar da classe média alta no Maranhão) e, após conquistar o cargo, iniciaria um programa destinado ao Instituto Rio Branco; diplomacia, portanto. Eu comecei a levar em consideração esta possibilidade. Fiz um programa composto por pouco mais de 150 livros, e acredito que, aprendendo dois idiomas, em 10 ou 12 anos de estudo muito árduo eu teria condições de postular uma vaga lá. Gosto de ser técnico de eletrodomésticos; gosto mais ainda – além de ter orgulho – de ser advogado. Mas acho que seria muito diferente de tudo que jamais sonhei tornar-me um diplomata, nem que eu fosse trabalhar no Sudão do Sul ou num Afeganistão da vida.
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              Eu acredito que a Sally seria uma excelente diplomata, mas, pelo que entendi até aqui, ela é estrangeira e não poderia…risos…Já imaginaram, com todo o respeito, Sally negociando com os cubanos ou os sudaneses? Sally e Robert Mugabe na mesma mesa discutindo liberdade de expressão na ONU? O mundo teria menos ordem, mas a reputação do Brasil seria melhor, sem dúvida.

                • A diplomacia brasileira é tão vergonhosa que a Carla Perez do planalto (também conhecida por Dilma Rousseff) já falou de querer ENGENHEIRO para a assessoria diplomática, dado que nem ela está aguentando o bando de bajulador vira-lata.

              • Excelente conselho. Praticamente a mesma estratégia adotada aqui, depois de frustrações na iniciativa privada. Sua estimativa não só é possível, como também é realista: aqui levei pouco menos de 10 anos para atingir o objetivo.

                Cogita outros concursos para nível superior, como um plano B?

              • cara, na boa… pensando bem, acho que as coisas não são bem assim. Acho que todos podem aumentar sua inteligência, aumentando seu conhecimento. Assim, mesmo que uma pessoa saiba apenas fazer “um limão de milhões”, ela vai ter mais possibilidades. Se ela tiver pelo menos 20% de sabedoria pra usar os muitos recursos que têm, já vai conseguir fazer muita coisa.

                É tipo um técnico ser mais ou menos, mas ter 200 opções de jogadores à escolha.

                • os jogos teoricamente treinariam bem essa questão, já que para chegar à zerar qualquer jogo, o jogador deve conseguir fazê-lo apenas usando os poderes do personagem, suas possibilidades.

      • Eckhart Bukowski

        Priscila, todo ser humano, ainda que seja “cerumano”, tem uma vontade de crescer, de melhorar, de avançar. É um fim natural ao homem. Mesmo que alguém suficientemente irresponsável veja seu tempo se exaurir sem aproveitá-lo de forma produtiva nesse propósito, lá no fundinho do coração, numa fria e escura noite chuvosa, vai falar para si mesmo: “é, eu poderia ter ido além”. Eu tenho senso de ridículo. E as pessoas com as quais convivo também o tem, e sabem que não se ganha nada escondendo de si mesmo essas verdades da vida. Eu sou ateu e, por isso, entendo que só tenho uma vida; quero aproveitá-la ao máximo, quero atingir o máximo das minhas potencialidades. Quero levar minha mãe para conhecer Portugal e o tal santuário de nossa-senhora-de-qualquer coisa a que ela sempre se refere. Quero conhecer Viena, Milão, Florença, Berlim, Paris, Madri, Buenos Aires, Santiago e por aí vai. Há tanta coisa por que lutar, tanto por fazer, que a pior opção é me involucrar numa bolha de presunção e pedantismo histérico e inútil.
        .

    • Cara, achei muito interessante seu comentário. Acredite, eu já passei por isso. E foi fase. Acredite no seu potencial. Concentre seus pensamentos nas coisas positivas e tal. Já existe comprovação científica dizendo que se você pensa em coisas negativas, elas irão se profetizar.

      E parafraseando Sócrates: quanto mais você estuda, mais você se dá conta de sua ignorância.

  • Mas o que é exatamente uma pessoa burra? Sempre tive minhas dúvidas em relação à existência de uma inteligência nata. Claro que há pessoas superdotadas, no entanto, excluindo esses gênios; não seríamos todos “normais”? Uns mais interessados, determinados, outros menos?

    • Adorei que neguinho acampou 40 dias na porta para na hora do show ele se emputecer com uma lata que jogaram e ir embora…

      • Ele ja tinha o $ do ingresso garantido, ja tava no fim do show e devia ta com pressa pra voltar logo pro puteiro. Pra o Enem elas chegam atrasadas, mas pra ver o biba chegam de quarentena. Bem feito, mas anta nunca aprende.

        • E você acha que a quarentena pro show do Justin Bieber foi algo assim “gratuito”? Fala sério… Isso é tão verdade quanto dizer que meu peido cheira a flores do campo.

          Mais uma pra INDÚSTRIA DO FACTOIDE, mas para gente burra que não entende nada do jogo, fica fácil cair na esparrela.

          Você jura mesmo que uma fã do Justin Bieber (por aqui tão rara quanto uma flor no meio do estrume) ia armar barraca 40 dias antes do show sem visar qualquer ganho secundário com isso? No mínimo, no mínimo, a pessoa queria SE PROMOVER.

  • O pior mesmo é quando uma pessoa próxima reúne as duas “qualidades”. Tenho usado o silêncio e o desprezo como armas, mas estou chegando à conclusão de que a única maneira de resolver o problema é abatendo a tiros.

  • Sally excelente o blog de vocês, entrei ontem através do RT do Danilo Gentili.
    Continuem assim, o Brasil precisa de mais pessoas pensantes e menos assistencialismo socio-eleitoral.

  • Hoje eu fiquei dividido.
    A longo prazo gente burra dá mais trabalho justamente pelos motivos que o Somir colocou, eles atrasam o país. Já gente mal educada é pau no cu nos primeiros 5 minutos de convivência.
    A gente não tem paciência pra aguentar muito tempo e acaba se retirando. Mas se é pra escolher um dos lados, fico com o Somir. =)

  • Disputinha dificil essa de hoje.
    Mas vou concordar com o Somir. 99% dos burros que eu conheço são insuportáveis, se acham legais, a última bolacha do pacote! só porque desenvolveram outras características que não precisam de inteligencia, como comunicação (não precisa ser inteligente pra fofocar sobre a novela). Sally você é muito sortuda por conhecer burrinhos bacanas, acho raridade.

    O mal educado você dá um chega pra lá se for obrigado a conviver o tempo todo ou se afasta o máximo possível, mantendo a convivência restrita ao necessário. O burro não deixa você fazer isso, ele espalha sua burrice incoveniente pelo ambiente e nós já estamos numa idade onde é inaceitável praticar bullying (ambiente de trabalho por exemplo) então a gente tem que sofrer calado!

    Nossa, eu to muito curiosa pra ler o texto e os comentários de sábado, mas a página não tá carregando de jeito nenhum :(

  • Eu estou quase indo morar no topo da montanha, mas hoje concordo com Somir, gente burra é pior que gente mal educada. Mal educado eu ignoro de modo geral, mas parece que tenho um imã pra burro sem noção, é impressionante.
    *voltando a pegar a pipoca pra dar uma espiada no post da vaca leiteira*

    • Me ensina a ignorar gente mal educada? Porque eles vem até mim e me incomodam das mais diversas formas: som alto, gritos, contato físico excessivo…

      • Contato físico excessivo é um problema mesmo, essa parte eu ainda quero descobrir como evitar, de resto, nada que fones de ouvido e um mp3 não resolva, embora obviamente não seja uma opção em todas as ocasiões. Nesses casos eu geralmente ligo o foda-se mesmo e faço de conta que não é comigo.

      • Você é uma pessoa tímida e defensiva, Sally.

        Isso atiça gente mal educada tal como carniça com as moscas. Como você NÃO SABE como lidar com isso, isso se torna pra você um problema ainda maior do que lidar com gente burra.

        Sabendo como lidar, até o FUCKIN’ ALICATE vira um doce na sua mão. Você tem potencial pra “domme”, mas não sabe como usar isso a seu favor. Se quiser, posso te dar umas dicas pra isso.

              • O primeiro passo pra você é NÃO SE DEIXAR DOMINAR PELO EMOCIONAL.

                Esse é o maior erro das pessoas. Na medida em que você se posiciona emocionalmente deixando a razão de lado, você se torna extremamente vulnerável. Não é também para deixar de ter emoções e sim para deixá-las sob a guarda da razão, utilizando-as em seu favor.

                O segundo passo é DESBRAVAR.

                Ouse e procure abandonar a zona de conforto, buscando caminhos e alternativas para satisfazer os seus objetivos. Vá sondando sutilmente as pessoas na tentativa de descobrir os pontos fracos delas e procure explorar isso em seu favor.

                O terceiro passo é PARTIR PARA O DOMÍNIO.

                Uma pessoa segura de si pode transmitir insegurança para seus desafetos, que puxá-la pra baixo, mas na medida que você se utiliza das armas de forma sutil e sorrateira, você torna mais difícil a reação dessas pessoas e ganha condições para marcar a sua posição. Só precisa tomar o devido cuidado para que suas intenções não fiquem a descoberto.

                No trato com os parceiros:

                A nível de parceiros, também vale o mesmo, mas cabe uma ressalva aqui. Você consegue garantir o parceiro na medida que consegue desafiá-lo. Um relacionamento “fácil” não representa um desafio a caráter e um relacionamento “enrolado”, apesar de ter um tom de desafio, não é um desafio satisfatório.

                Deixe o mínimo de espaço para o domínio do outro e faça valer ao máximo o seu domínio.

                (Não estou numa boa situação, mas antes de ter condições de partir para o enfrentamento, estava em uma situação ainda pior.)

              • Sally, acho que é interessante que você faça uma análise do que registrou lá atrás nos arquivos. A questão das “cantadas” é um bom exemplo da “falta de educação”. O “estupro auditivo” também é outro, no qual se tem um objetivo escuso por trás (na verdade, carro com “pancadão” nas alturas, bebida e sexo é uma reedição do velho lema “sexo, drogas e Rock’n roll”).

                O assédio moral que você relatou recentemente aqui também tem objetivos igualmente escusos por trás. Sondando e se fazendo de sonsa e de boa moça, você acaba descobrindo mais do que imagina. Lembre-se das origens que assim você vai direto na raiz do problema.

                Quanto aos pontos fracos de Somir, Alicate, Jão e Beto… Bem, creio que eles já estão bem claros seja na série Siago Tomir, seja nos comentários constantemente postados aqui.

  • Tô num dilema.

    Sem dúvida o caos é a pessoa que reúne as duas ‘qualidades’.
    Mas para definir o que é pior, só se contextualizar.

    A princípio, um mal educado é mesmo uma péssima companhia em qualquer situação e isso incomoda.
    Mas por um lado, ele te tira a obrigação de retribuir com diplomacia, o que deixa o subconsciente tentado a fazer as devidas compensações. Claro que a longo prazo é insustentável manter qualquer relacionamento assim. Mas para uma maldadezinha oportuna o mal educado é útil, pois manter a boa educação 100% do tempo faz mal à saúde mental.

    No entanto, eu tenho muito medo mesmo de gente burra.
    Pois a pessoa inteligente sabe das suas limitações e contém o seu entusiasmo. A pessoa burra não. Ela tem um ‘entusiASNO’ invejável.

    O coitadismo em torno da pessoa burra também é preocupante, pois isso faz com que todos sintam-se compelidos a sentir alguma espécie de compaixão da pessoa burra, e por mais burra que uma pessoa seja, ela sempre vai precisar de atenção e vai desenvolver outros instintos naturais do ser humano. Logo, se ela percebe que sua condição a aproxima da compaixão alheia, ela vai usar esse sistema de recompensa mesmo sem racionalizar tudo isso, no automático.

    O problema é que uma pessoa burra pode tomar o poder dessa forma, por puro carisma e nada mais.

    Já tive chefes muito mal educados e um chefe burro. O que mais me prejudicou foi o burro.

    Você tenta corrigir um mal educado e alguns mais corajosos e sensatos se unem a você. Você tenta corrigir um burro e uma ONG é criada para ‘protege-lo’.

      • Problema é que burro também tem título de eleitor. Em algum momento eles nos prejudicam, ainda que por meio sigiloso…. kkkk
        Mas é verdade, no dia-a-dia existem burros com menor potencial ofensivo, é que dei azar de encontrar os piores possíveis.

    • Também fiquei num dilema com este tema… E concordo 100% com você, NoMundodaLu. O chato mesmo é quando EU passo por mal-educado por não agüentar conviver com gente burra. Sabe, aquele tipo pra quem você explica, explica, explica, apela até pro tatibitati como se estivesse falando com uma criança de 5 anos e mesmo assim, nada entra na cabeça do sujeito? Curioso também é que muitos dos que vêm me espinafrar e me acham mal-educado por perder a paciência com gente burra é justamente quem nunca usa aquelas palavrinhas simples, mas facilitadoras de convivência. Sabe, aquelas coisas como “Com licença”, “Por favor”, “Muito obrigado”, “Posso ajudar?”…

      Com este trecho: “O problema do burro é a falta de capacidade de lidar com a informação recebida. Toda comunicação dirigida a ele tende a virar uma loteria de significados. Você sabe o que disse, mas não sabe o que diabos vai realmente chegar no destino. Isso torna o mundo aleatório demais. É difícil se planejar e sonhar com um futuro melhor se grande parte da população do mundo tem o equivalente a uma caixinha de surpresas no lugar do cérebro.”, o Somir descreveu com precisão algo com que tive – e ainda tenho – que lidar muitas vezes na vida…

      A Sally, por outro lado, com este trecho: “O burro sofre com sua burrice, de um jeito ou de outro. Não tem um desempenho satisfatório na sua profissão, o que na maior parte das vezes acaba por estagná-lo em cargos menores com remuneração medíocre. O burro em algum momento percebe que é burro, percebe que todos compreendem uma situação ou explicação e ele não, percebe que ele está deixando a desejar, sente a dor da inadequação. ” descreveu algo que pode ser resumido numa coisa que meu pai sempre fala: “Quando a cabeça não ajuda, o corpo padece…”.

      • Para conviver harmonicamente.com o burro é preciso aceitar suas limitaçoes. Tentar fazer com que ele entenda algo é perda de tempo

            • Sally, citei o LIMITE que vejo para a relação com uma pessoa “burra”, sendo que em nenhum momento disse que a relação era agradável.

              Com o burro como parceiro, ainda dá pra conduzir a relação a seu bel-prazer, mas quando o “burro” é o pai, a mãe ou o patrão (que estão numa escala “hierárquica” supostamente superior a você), fica bem mais difícil conduzir porque por mais que você tente, o “burro” atravanca tudo, em especial quando é aquele “burro” que insiste e persiste no erro a la “Siago Tomir”.

      • é verdade e adorei os trechos citados também.
        Aliás, passar por mal educado por intolerância a gente burra é uma preocupação que também tenho.

        Tenho tendência incontrolável a usar ironia como forma de comunicação, mas se a pessoa é burra isso pode ser uma catástrofe… por isso eu demoro muito tempo analisando alguém para saber se posso oferecer alguma brincadeira a essa pessoa.

        Resultado: meus amigos podem ser contatos nos dedos da mão do Lula.

          • Amigos entre aspas… Na verdade, em sua maioria são meros CONTATOS, onde as vezes se conversa e se troca alguma experiência com algum deles sempre com foco em algo mais. Caso você tenha dois ou três amigos no seu círculo mais íntimo, já é muito.

      • Também sofro do mesmo problema W.O.J lá nos estágios… só que comigo o negócio soa meio mais hardcore pq qdo eu perco a paciência de vez com gente burra e que não faz nada direito e que não sabe bufulhas do que ta fazendo, costumo levantar a voz alguns tons acima, proferir palavras meio ríspidas e me utilizar de muito sarcasmo do mais corrosivo! Isso tudo sem me dar conta… é aí que sou linchado depois e fico me questionando o porque! hehe

    • Penso igual… às vezes sinto mais medo do burro do que do mal educado… pq o mal educado me abre precedente para eu “revidar”, caso eu esteja com “a pá virada”… o burro além de aspirar compaixão, me dá medo pelo perigo que emana dele.. a burrice tem limites, e se a burrice estiver ligada ao aprendizado, o indivíduo “aprende” a ser safo de outras formas. E ô se aprende, viu…;)

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