Sally e Somir adoram Lost. Já assistiram todos os episódios e vez por outra tem discussões acaloradas sobre os rumos da história, e PRINCIPALMENTE sobre as suas personagens favoritas.

A coluna de hoje contém SPOILERS sobre a série. Só leia se já tiver visto TODOS os capítulos até o presente momento. (Último episódio: 7º da 5ª temporada.)

Ao invés da discussão habitual sobre Jack VS Locke, teremos uma discussão sobre as personagens preferidas de Somir e Sally. Ben e Sayid, respectivamente. Se você não dá a mínima para a série ou não sabe do que diabos estamos falando, azar.

BEN ou SAYID?

Até certo ponto da série, eu e Sally concordávamos numa coisa sobre Lost: Odiávamos Locke. Para quem não sabe, os produtores da série sempre trabalhavam com uma dualidade entre fé e racionalidade, onde Locke representava a crença no impossível e Jack a necessidade de lógica e provas para considerar algum assunto.

Com o andamento da série, Locke continuou sendo um imbecil, mas conseguiu estragar Jack a ponto dele se tornar o banana inseguro que é atualmente. Fé demais não cheira bem.
A partir desse ponto, Sally decidiu que Sayid era seu predileto. Mas eu já tinha escolhido o melhor de todos na série: Benjamin Linus, ou, o vilão.

Eu sempre torci para o vilão nos filmes. Ficava esperando que seus planos dessem certo e os mocinhos chatos e sem personalidade perdessem. Eu queria que alguém com um pouco de cérebro vencesse, só para variar! Nem preciso dizer que sempre ficava decepcionado… Quanto mais simples uma pessoa, maior a chance dela torcer pelo mocinho. E filmes são feitos para o grande público.

Não é questão de preferência por um ator, como é o caso da Sally. Eu adoro a personagem do Ben. Se fosse para escolher quem me dá mais alegrias visuais, eu escolheria a Kate e bola pra frente. Mas, eu sou homem… não passei minha adolescência toda defendendo meus ídolos de boy-bands das acusações de homossexualidade dizendo que eles eram lindos. (Como se uma coisa tivesse relação com a outra… mulher acha que dizer que é lindo é argumento contra tudo.)

Eu sei separar as coisas. Vamos à PERSONAGEM Benjamin Linus:

Desde sua primeira aparição na série, Ben sempre foi a personagem mais enigmática. Cabe lembrar que ele foi trazido para o convívio dos mocinhos se dizendo aliado, TODO MUNDO desconfiou. Checaram a história dele inicialmente… Batia. Tentaram o pegar em contradição… Nada. A FLOR do Sayid o torturou (aposto que o Sayid fica excitada quando bate em outro homem) e para provar como a tortura foi faixa-branca, Ben nem sonhou em abrir o bico.

BEN 1 x SAYID 0

E para humilhar, Ben ainda escapou do grupo de Sayid, não sem antes deixar o terreno preparado para fazer Walt matar dois deles.

Benjamin Linus não é bom moço, não é confiável e não pode ser convencido de nada. Ben só faz o que quer, quando quer e do jeito que quer. Nada fica no caminho dele. E daí que ele não sai dando tiros e arrancando unhas por aí? Não é esse tipo de pessoa que manda no mundo mesmo. O dia que algum lutador de vale-tudo for o chefe de uma grande corporação, me chamem. Por enquanto Sayid é um peão e Ben é o jogador. Praticamente todo mundo na série já teve chance de matar o Ben, só UM teve bolas de fazer, o Jack. (E mesmo assim, falhou porque não tinha mais balas…)

Essa é a grande jogada do Ben, ele não fica BOTANDO BANCA de fodão e OSTENTANDO coragem. (Como a Sally bem diz: Quem tira muita onda não costuma cumprir.) Ben sabe que quem pode mais chora menos, ele sabe quais são seus pontos fortes e os usa.

E Ben não é uma fresca. Quando as coisas dão errado, ele não faz drama e tenta resolver. Querem um exemplo? Matam uma vadia que o Sayid estava pegando (única coisa que preste que ele fez) e adivinha o que o iraquiano fresquinho faz? NADA! Quer dizer, ele chora, faz drama e tem uma crise existencial. Não tem coragem NEM de se vingar.

Em contrapartida, matam a FILHA ADOTIVA de Ben na frente dele. Ben não deixa escorrer uma lágrima, espera o momento da vingança contra quem fez e PRINCIPALMENTE contra quem mandou. Ele acha o mandante e faz uma promessa: “Eu vou matar a sua filha também.” Se Ben fosse macho que nem o Sayid, teria abraçado quem matou sua filha e o perdoado.

BEN 2 x SAYID 0

Falando em vingança… Ben não esquece aquela tortura. Ben devolve com juros e correção. Depois de saírem da ilha, Ben obviamente arma o assassinato da mulher da vida de Sayid. Claro que além disso, ele ainda engana a MULA fazendo ele achar que o homem cuja filha prometeu matar era o verdadeiro culpado. Sayid passa MUITO tempo sendo pau-mandado de Ben, matando todos que ele queria.

BEN 4 x SAYID 0 (1 por matar a esposa e mais 1 por ainda fazer o otário trabalhar para ele)

E algo me diz que foi o Ben que armou para o Sayid entrar no segundo avião rumo à ilha contra sua vontade. Hahahahah…

Ninguém sabe de que lado Ben está. Pois eu digo: Ben está do lado dele. Muita gente ficou surpresa depois que ele matou o Locke no último episódio. Sim, meus caros… Um dos dois MATOU aquela ovelha carente, insegura e estúpida que é o Locke. E foi o Ben. O Sayid nem para isso prestou…

BEN 4, 8, 15, 16, 23, 42 x SAYID 0

Aposto que a Sally deve ter passado o texto todo falando de como o Sayid é macho e bobagens desse tipo. E realmente… Não tem nem o que discutir.

Não adianta. Aposto que a Sally deve ter falado mais do Ben do que do Sayid no texto dela. O que só prova que só uma das personagens tratadas aqui nesta coluna tem alguma personalidade aparente. Quer achar o Sayid lindo? Questão de gosto… Divirta-se. Mas daí a dizer que aquele iraquiano vira-casaca (mudou de lado na guerra, có có có có) vale alguma coisa como personagem? Ha!

Para dizer que nem sabe o que é Lost, para dizer que eu só digo isso pelo corporativismo nerd, para ser manipulado(a) a concordar comigo: somir@desfavor.com


Quem não acompanha o seriado “Lost” não vai entender uma palavra do que está sendo dito. Quem mandou não ver “Lost”?

Ok, eu prometi ao Somir que não faria um texto de mulézinha histérica. Segundo ele, aqui não é lugar para isso. Então tá, não vou apelar para argumentos físicos. Só quero deixar consignado de forma breve o quanto Sayid é muito mais bonito, charmoso e sarado que Ben. Ben é um nerd raquítico com cara de babaca. Pronto, agora sim podemos começar a argumentar.

Logo na primeira aparição de Ben, na segunda temporada, já vimos como a banda toca. Ele foi trancafiado na escotilha e começou a fazer aqueles “mind games” babaquinhas com todo mundo. Meio mundo caiu (as pessoas são mesmo muito mais burras e manipuláveis do que a gente imagina). Quando começaram a ver que virou bagunça, que ele estava fazendo estragos, quem eles chamaram para acabar com aquela confusão? SAYID.

Sayid chegou chegando, bateu a porta e proibiu todo mundo de entrar. ENFIOU A PORRADA de verdade no Ben. Bateu mesmo, com gosto. Não contente em bater, ainda torturou. Ben apanhou até o cu fazer bico. Adianta “mind games”? Contra Sayid não. Sayid conhece o ser humano, Sayid sempre sabe quando alguém está mentindo.

Sayid apontou o dedo para Ben e disse “Você está mentindo”, enquanto todos acreditavam que ele tinha caído na ilha com um balão e sua esposa. Desmascarou e enfiou mais porrada. Sayid arrebentou Ben e não acreditou nem por um segundo em suas mentiras. O “mind game” de Ben é para fracos e frouxos, como Jack e Locke, não funciona com gente esperta como Sayid.

Quase todos os problemas na ilha são resolvidos pelo Sayid. Ele é uma espécie de MacGyver Iraquiano. Com um grampo de cabelo e um chiclete Sayid faz um computador e entra em contato com a NASA. Sayid é inteligente, cria engenhocas e ainda sabe dar porrada. Sayid tem a firmeza de fazer o que precisa ser feito, mesmo que seja o trabalho sujo. Se não fosse por Sayid, eles estariam mortos. Todos eles. Vejam as comunidades sobre Sayid no Orkut: só elogios.

Joguinho é artifício de quem não tem competência de fazer ou dizer na cara. Sayid faz e diz na cara e ainda por cima paga o preço das suas escolhas com convicção, não foge das suas responsabilidades com mentiras e manipulação. Encara o que vier em conseqüência dos seus atos.

Sayid é um dos poucos homens de Lost que é bem sucedido com mulheres. Tudo bem, as mulheres que o cercam eventualmente morrem, mas mesmo assim, ele não é corno como Jack ou loser como Locke ou Ben. Ben paga paixão para Juliet e vem sendo sistematicamente rejeitado por anos. Desconfio que Ben seja virgem. Sayid fez sexo na ilha e fora dela. Além disso casou com a mulher que ele amava, coisa que o resto dos homens não teve muita capacidade de fazer.

Ben só utiliza seus joguinhos e manipulações porque não tem MAIS NADA para fazer. Na porrada ele sempre perde. Alias, já repararam que ele apanha episódio sim, episódio também? Seu carisma é muito próximo de zero, ninguém o obedece por uma liderança natural, é sempre por medo, temor ou indução.

Ben já nasceu fazendo merda: matou a mãe no parto. Depois viveu com um pai bêbado que esculhambava ele full time. Ben é um rejeitadinho fodido da cabeça inseguro. Não vejo o menor glamour nisso. É só mais um complexado, vítima de bullying, que passa o resto da vida inseguro atacando pessoas seguras, populares e bem estruturadas como Sayid. Ataca em vão, de forma patética. Consegue eventualmente captar um ou dois seguidores imbecilóides que acreditam em suas mentiras, intrigas e manipulações, mas nada significativo.

Posso listar mil feitos intelectuais e físicos de Sayid na ilha: consertar o rádio para que possam transmitir uma mensagem, construir a balsa que os tiraria de lá, fazer fogueiras, matar inimigos, desmascarar mentirosos e até mesmo salvar o mocinho, Jack, aquele panaca com cara de cachorro cagando na chuva. Além de tudo, ele viu morrer a mulher que estava com ele, em seus braços, foi torturado por uma francesa maluca… enfim, passou por poucas e boas, e sempre estava lá, firme e forte salvando geral.

Quais são as habilidades de Sayid? Ele sabe caçar, sabe atirar, sabe lutar, sabe tudo sobre eletrônicos, sabe construir abrigos, é um detector de mentiras ambulante, sabe conseguir comida e água potável, sabe escalar montanhas, sabe fazer uma fogueira, sabe torturar… tem muitas mais, mas acabou o espaço! (sem contar que Sayid é máquina de sexo!) Sayid é bombrill, mil e uma utilidades. Já Ben, aquele gnomo branquelo de um metro e vinte, não sabe fazer nada. Só sabe mandar que os outros façam. Ou manipular os otários que ainda caem no seu blá blá blá (convenhamos, ele já está bem queimado, todo mundo sabe que ele é um mentiroso, mas sempre tem um imbecilóide que ainda acredita nele e se deixa manipular).

Eu não respeito Ben, não vejo nada de admirável nele. Mas eu sou gente que faz, não que manda fazer, então, natural que me identifique mais com Sayid…

Para me mandar fotos do Sayid, para perguntar os nomes das pessoas imbecilóides que se deixam manipular e para sugerir temas mais democráticos que todos possam opinar: sally@desfavor.com

Série implicância: O casal está brigando, ela ataca, ele se defende. O motivo inicial da briga já passa longe do teor da discussão no momento. Depois de algum tempo, ele solta a bomba:

“Você só está nervosa assim porque está de TPM!”.

Ele percebe as veias do pescoço dela começarem a saltar antes de ouvir a maior sequência de insultos que já presenciou na vida…

Homem tem que ouvir o tempo todo que é um retardado incapaz de controlar seus hormônios. É consenso feminino que os homens tem pouca ou nenhuma capacidade de segurar seus impulsos mais primais. Uma das maiores defensoras da teoria da “escravidão hormonal masculina” é justamente a minha CARA companheira do blog.

Não imagino que alguém goste de ser chamado de cabeça fraca. Eu pelo menos não gosto. Mas isso não quer dizer que eu negue o papel da testosterona na minha vida. Oras, os hormônios mexem com o comportamento humano mesmo, isso está MAIS do que provado.

A cabeça de baixo realmente parece tomar algumas decisões em nossas vidas. Algumas decisões nos fazem bem, algumas decisões nos dão sustos pela manhã. É a vida…

É parte de ser humano. Um cérebro que é o ápice da evolução entre todas as espécies sendo constantemente bombardeado com influências pra lá de primais. Os hormônios são a forma da natureza garantir que continuaremos fazendo o mínimo que se espera de uma espécie: Sobreviver.

Na maioria dos casos os homens aceitam seu ponto fraco e tentam conviver com ele. É difícil, mas definitivamente não impossível escapar do apelo da testosterona. Vivendo numa sociedade essencialmente monogâmica, é importante para o homem não correr atrás de qualquer rabo-de-saia que vê por aí.

Como eu conheço a Sally, eu aposto que ela vai pegar uma linha parecida com a minha. Já que os homens tem dificuldade de se controlar, deveriam entender quando a mulher se descontrola por causa da TPM. Que é burrice apontar isso na hora da briga, que só piora as coisas…

DISCORDO. Para mim, gostar não é só elogiar e passar a mão na cabeça. Gostar DE VERDADE é chamar a outra pessoa para a realidade e mostrar quando ela está fazendo uma besteira. Não tem que ser sempre agradável. Até imagino que uma mulher se sinta diminuída quando o argumento “você está de TPM” vem à mesa, mas isso não torna o destempero hormonal menos relevante, isso não quer dizer que 90% da fúria dela não tenha NADA a ver com o problema discutido.

Cacete, se eu estivesse brigando com uma pessoa que eu gosto por um motivo que não se sustenta de verdade, eu acharia um gesto nobre se ela pelo menos tentasse me avisar.

Vocês acham que o homem usa a “carta da TPM” para humilhar, mulheres? Vocês acham que nós, justamente nós homens, não entendemos o que é ter o julgamento prejudicado por hormônios?

Você, querida leitora, acharia normal e compreensível que seu namorado saísse pegando geral só porque seu instinto o diz para “plantar a semente” no máximo de mulheres que conseguir?

Se você respondeu não, vai entender o complemento da minha argumentação. (Se respondeu sim… beijosmeliga)

TPM é a natureza em fúria. Mulheres foram “projetadas” para estar grávidas o máximo de vezes que forem possíveis em sua vida. Só quando a humanidade começou a controlar um pouco mais seus instintos que as mulheres começaram a menstruar.

Sabe por que você sente dor? Para evitar que você detone o seu corpo. Sem esse reflexo e sem a ligação que seu cérebro faz entre dor e sofrimento, você se mataria ou tornaria seu corpo inútil em pouco tempo. Parece sair do assunto, mas é mais uma prova de que a evolução criou nas espécies mecanismos para as manter vivas.

Mulher, a sua menstruação é a natureza te dizendo que você está fazendo algo errado. O certo para sua espécie é se reproduzir em TODAS AS CHANCES que tiver.

Nada mais natural que a evolução puna a fêmea que não engravida. Nada mais natural que esse monte de hormônios circulando no seu corpo durante essa época (do mês) tornem sua vida muito desconfortável. E a evolução foi além: Deixa a fêmea que não engravida tão insuportável que acaba a afastando dos machos.

“Somir, quer dizer que mulher tem que engravidar sempre?”

Claro que não, tolinha. Chegamos num estágio da sociedade em que a espécie se mantém mesmo se as mulheres engravidarem uma vez em suas vidas. Os filhos crescem e viram adultos. Ninguém precisa mais ser escravo dos hormônios.

Mas não é festa. A nossa racionalidade está anos-luz à frente do nosso corpo. As coisas demoram mesmo para mudar nesse aspecto.

Não adianta tapar o sol com a peneira: Mulheres em tensão pré menstrual ficam MUITO mais malucas e sensíveis do que já são. Não é culpa delas, mas é um fato. Um fato que as mulheres tentam negar passando em cima uma camada de sentimentalismo barato.

Não, não é normal começar a chorar, berrar e bater por qualquer bobagem. Se fosse, nenhum homem teria o reflexo de dizer que a mulher está alterada pelos seus hormônios. O homem PERCEBE que tem algo de errado e AVISA. Se ele não gostasse da mulher, deixaria ela dando chilique sozinha e procuraria outra fêmea mais agradável.

Quando uma mulher fica atacada quando é confrontada sobre as motivações hormonais de sua fúria, SÓ ESTÁ PROVANDO QUE É VERDADE. Larguem de drama e assumam que são humanas. Os homens assumem faz tempo e não morreram por causa disso…

Chega de bobagem. TPM não é desculpa para chatice, reclamação e insanidade.
Assim como testosterona não é desculpa para traição. Se pode uma coisa, pode a outra.

Se um homem chega ao ponto de achar uma mulher tão maluca a ponto de dizer isso na cara dela é porque a coisa é séria. Mulher já não regula bem naturalmente e estamos todos acostumados, de um jeito ou de outro.

Concluindo:

É A TPM SIM. Se você fosse assim o tempo todo, ninguém ficaria com você o tempo suficiente para fazer essa acusação.

Para me escrever um e-mail que começa raivoso, se desenvolve com humor e termina com chantagem emocional: somir@desfavor.com


Não nego a existência da TPM e suas implicações. O que me chateia nessa frase babaca é que homem costuma atribuir TODO E QUALQUER aborrecimento feminino aos hormônios. Claro, é muito mais fácil colocar a culpa nos hormônios do que parar para pensar “Qual foi a merda que eu fiz desta vez?“. A culpa é sempre dos outros, ou da mãe natureza, assim fica bem mais fácil. Bem vindos ao Reino Encantado do Auto-perdão. Só entra quem tiver duas bolinhas.

Vejam só uma demonstração prática de como as Madames não tem a menor percepção de nada: eu não fico menstruada, por opção (é o caralho que eu vou aturar essa piada de mau gosto da mãe natureza todo mês), no entanto, a Madame aqui de cima já atribuiu diversas brigas nossas à TPM. “Você está de TPM, Sally?”. Como, Meu Pai Eterno, COMO uma mulher que não menstrua pode ter tensão PRÉ-MENSTRUAL? Perdoe-o, Senhor, ele não sabe o que fala!

Claro, na cabeça de Madame, qualquer revolta minha é infundada. Tudo que me chateia é pouca coisa, é besteira ou é tempestade em um copo de água. Claro, que boba que eu sou de não perceber que os eventos que realmente justificam uma explosão de fúria são um arranhão no carro ou o Timão perder um pênalti. Me perdoem, meu bom senso está prejudicado pelos meus hormônios femininos enlouquecedores, que me fazem achar que um incêndio na cozinha é motivo suficiente para gritar (sim, a cozinha pegou fogo, eu gritei e ele perguntou se eu estava de TPM). Com licença, vou rasgar dinheiro e comer bosta.

A questão não é a TPM em si, e sim a forma como os homens a utilizam para desqualificar qualquer crítica, reclamação ou sofrimento feminino. Nem tudo advém de hormônios, sabiam meninos? Algumas vezes, nossos hormônios estão ótimos e a causa do aborrecimento são VOCÊS, Madames!

E vamos combinar que em parte homens tem culpa de uma eventual TPM. Desde sempre o método anticoncepcional costuma recair sobre a mulher. A maior parte delas (eu inclusive) se entope de hormônios feito um frango porque as Madames se recusam a usar outros métodos anticoncepcionais que não seja a camisinha. Enchemos o rabo de hormônio em prol do casal para depois escutar as Madames resmungando “Que foi? Tá de TPM?”.

Essa Madame aí de cima, por exemplo, deu um FANIQUITO quando eu fiz a sugestão de um método anticoncepcional que consiste em apenas 15 segundo de exposição dos testículos a um laser INDOLOR, que evita a produção de espermatozóides por seis meses. INDOLOR, REVERSÍVEL E NÃO HORMONAL. Ele começou a me chamar de louca para baixo, gesticular, e dizer palavrões permeados por “LASER NO MEU SACO? TÁ MALUCA? TÁ MALUCA?“. Ok, eu que me foda e continue cultivando meu câncer de mama desde cedo, enchendo o cu de hormônios, e de preferência CALADA, sem externar os efeitos colaterais disso, que dentre eles, poderia ser a TPM (que por sorte, no meu caso não é). Ingrato? Não, não, eu é que devo estar de TPM.

Homens tendem a não validar um sofrimento que eles não compreendem. Isso é muito revoltante. Se ELE não compreende, se não é justificável dentro dos critérios DELE, então é “uma bobagem, para de besteira“. Ora, quantas coisas masculinas para mim são uma bobagem e nem por isso eu saio desmerecendo o sofrimento alheio? Eu, e a maior parte das mulheres, temos a capacidade de respeitar ainda que sem compreender (ou alguém aqui pensa que eu acho sensato não poder divulgar uma foto minha?) Somos criaturas mais generosas e menos donas da verdade. O que recebemos em troca? Temos nosso sofrimento resumido a uma mera questão hormonal, com as Madames se eximindo de culpa e jogando a responsabilidade na biologia.

E mesmo que a mulher seja uma LOUCA, que esteja em um surto demoníaco de TPM, qual é o benefício de jogar isso na cara dela? Homens entram em surtos em determinadas ocasiões também (pergunta para a Madame aqui de cima como ficou seu humor quando o Timão caiu para a Série B… TPR – Tensão Pós Rebaixamento) e nem por isso ficamos metendo o dedo na ferida, expondo e ridicularizando suas fragilidades. Muito pelo contrário, temos a generosidade de entender o contexto do aborrecimento e apenas consolar.

Mas não adianta, o Somir é uma puta barata que se prostituí mentalmente até as últimas consequências para provar que está certo em uma argumentação. Ele vai dizer, como já disse na minha cara diversas vezes, que alteração de humor de mulher é TPM sim. Da mesma forma que dizia que eu estava de TPM mesmo sem ficar menstruada. Madame: eventuais alterações de humor podem ter outros motivos, infinitos motivos. Cito alguns só para você ficar esperto: risco de ser demitida, desconfiança de alguma doença, algum desconforto físico, dívidas, briga com o amante e até mesmo uma indigestão. Sem contar, é claro, como os motivos que OS CUECAS promovem. Não, Somir, nem sempre é TPM. Está na hora de vocês assumirem responsabilidade pelas merdas que fazem conosco e parar de botar na conta da mãe natureza.

Se for para tentar classificar todas as nossas atitudes como consequência de um fator fixo, sugiro aos Cuecas que estão lendo criar uma nova modalidade: TP___ (complete com a letra do seu nome). Eu dizia isso à Madame aqui de cima: “TPM é o caralho, estou com TPS – Tensão Pós Somir”. Sim, meus queridos, 90% de chances que a origem da nossa ira seja de uma pisada de bola sua e não dos hormônios. Vamos dar a César o que é de César (a Somir o que é de Somir e assim por diante).

Mulheres, não aceitem mais essa babaquice de TPM, até porque, TPM tinha sua avó, hoje existem mil remédios para não sofrer mais com isso e para não ficar mais menstruada. Perdoem o Somir, ele parou no tempo, ele não sabe disso. Mulher com TPM só de for NA ROÇA, em lugares que mal tem luz elétrica e água encanada, como buraco onde ele mora. Só sente TPM quem quer, quem não procura um médico.

E por fim, gostaria de dizer, Somir, que você é muito valente em voltar aqui todo se querendo e me confrontar novamente dessa forma ridícula e com mil alfinetadinhas implícitas. Me recusei a devolver no totozinho, na indiretazinha, em off. Pare de dar indiretazinhas e mostra a carinha para a briga, fica mais honesto e menos vexatório. E se engrossar mais comigo na semana que vem, vou engrossar o dobro de volta, estamos avisados?

Para me perguntar qual é o remédio que eu tomo para não ficar menstruada, para dizer que eu estou de TPM e para saber mais sobre o laser no saco do seu namorado que vai te salvar de tomar pílulas criadoras de celulite: sally@desfavor.com

Hoje a coluna retrata uma briga real que aconteceu durante o namoro de Sally e Somir. Ambos garantem que estão certos e resolveram colocar isso à prova frente ao público do blog.

Quem está certo?

Eu tenho vários defeitos, admito. Todo mundo tem, certo?

Mas um que eu não tenho é ser egoísta. E já deixo claro aqui que considero egoísmo não querer dividir algo que você pode dividir. Sim, porque assim como um crime não justifica outro, ser excessivamente permissivo não é sinal de saber dividir.

Algumas pessoas, e um belo exemplo é a minha CARA companheira de blog e ex-companheira de relacionamento, enxergam o mundo em dois tons. Preto ou branco, sim ou não, certo ou errado… Para pessoas assim você é egoísta a partir do primeiro “não” que elas escutam. Sem contexto, sem motivação, sem lógica. Ou se faz TUDO o que essas pessoas querem ou você é um monstro insensível que as odeia profundamente.

E algumas pessoas como eu não tem o menor problema de fazer o papel de vilão se for para o bem da pessoa que elas gostam. Eu sei dividir, e saber fazer uma coisa não é fazer essa coisa em todas as chances que aparecem. Saber fazer uma coisa é fazê-la na hora certa.

A situação é a seguinte, e lembrem-se que EU vou usar o contexto para explicá-la:

Sally está numa de suas dietas especiais, não pode comer absolutamente nada que tenha sabor ou que remotamente pareça palatável. Apesar de não fazer muita questão que ela se esforce tanto pela aparência (nesse aspecto de definição muscular), eu sei que ela fica feliz quando um daqueles músculos impronunciáveis que só gente que malha muito conhece dá o ar de sua graça saltando triunfante de seu abdômen.

O humor dela não fica tão triunfante assim durante o processo, contanto. Conhecendo a minha namorada, eu sabia muito bem que enquanto ela não conseguisse o sucesso na sua empreitada muscular, crises aleatórias de mau-humor afetariam quem quer que estivesse no caminho.

Tenho vários defeitos, mas não digam que não sou companheiro. No papel que me cabia como namorado, sabia que seria uma das vítimas mais constantes desse mau-humor.

E estava sendo o caso naquele final-de-semana. Sally não podia agradar nenhuma de suas papilas gustativas sob o risco de estragar sua dieta, e isso estava afetando diretamente o humor dela. Tenho vários defeitos e um deles é ser um troll provocador com pessoas que eu realmente gosto. A combinação estava um tanto quanto explosiva e eu estava pulando em várias dessas granadas para não brigarmos por bobagem.

Ela me sugere que jantemos fora, eu pergunto se não vai ser um problema e ela me garante que não, que é só pedir a comida certa que ela vai ficar bem.

Ótimo! Fomos jantar então. No caminho ela ficou alterada porque eu distraí e entrei na rua errada. Relevei, já que se tivesse que comer verduras e saladas por semanas também ficaria irritado a ponto de esquecer que namorava com uma pessoa clinicamente distraída.

Preciso lembrar que realmente é uma situação rara, Sally é tudo menos chata. Nos poucos momentos onde ela começava a pegar no meu pé, aparentemente surgia também uma espécie de “black-out” na memória dela, tanto que ela sempre lembra dos fatos sem o contexto quando resolve implicar comigo por algo já acontecido.

Pois bem, chegando ao restaurante eu, que não estava de dieta, resolvi fazer um ato grandioso para mostra minha boa-vontade para com ela e ver se reconquistava a simpatia da minha namorada: Eu disse que pediria a mesma coisa que ela para não deixá-la passando vontade.

Egoísta, hein?

Ela riu de mim, disse que não precisava, que era forte, que eu podia pedir o que bem entendesse… Todo o pacote da pessoa orgulhosa da qual eu tanto gosto. Pedi um filé com fritas e ela pediu algo intragável do tipo “verduras no vapor”.

Chegam os pratos. Começamos a comer.
Tenham em vista que eu SEI que ela NÃO gosta dessas comidas naturais sem gosto e sem histórico de batimentos cardíacos. Nunca gostei que minhas mulheres ficassem de dieta, até por isso sempre fui muito mais generoso do que o normal com alguns quilinhos a mais. Eu sofro junto quando vejo alguém comendo algo que eu acho horrível.

Mas… É a escolha dela. É o que vai fazê-la feliz, certo? Vou valorizar o esforço e não vou ficar pentelhando como sempre faço quando vejo alguém deglutindo essas porcarias vegetarianas.
Eu já estava lutando contra a necessidade de demonstrar afeto por vias transversas dizendo como estava ótimo o meu filé com fritas. E, Gezuiz, eu gosto muito da Sally! Era quase insuportável não ficar provocando…

Aí acontece. Minha CARA repousa seus talheres, observa demoradamente uma vagem molenga que caprichosamente se molda aos contornos do prato. Eu sinto a dor dela como se fosse minha. Ela levanta os olhos, com a cabeça ainda abaixada, procurando pelos meus.

Meu coração fica apertado. Mal consigo mastigar o delicioso pedaço de carne que sangra seu sabor em minha boca. Estava no meu limite. Sally estica sua delicada mão até o meu prato e rouba uma batata-frita.

Ah, que se dane! Digo para ela pedir uma porção de batatas-fritas para ela, pelo menos para amenizar aquele sofrimento. Ela diz que não precisa, que vai comer a comida que pediu.

Penso comigo mesmo que não vou me render à vontade de forçá-la a comer algo que preste. Engulo o meu sofrimento, aceito o sofrimento dela e relevo o deslize que ela cometeu ao pegar a batata do meu prato. Não foi fácil, mas foi pelo bem de todos.

Sally pega outra batata. Eu insisto para que ela peça outra porção, já que não vai mais fazer tanta diferença e além disso, se continuarmos nessa ninguém vai aproveitar a refeição. Ela insiste que não vai pedir. Eu insisto para que ela tome uma decisão.

Ela decide continuar pegando as minhas batatas-fritas. Pronto, todo o clima de sofrimento até aquele ponto tinha sido desperdiçado. Ela saiu da dieta e jogou fora minha dedicação ao bem-estar dela até aquele momento.

E depois ficou furiosa quando eu joguei todas as batatas do meu prato no dela. Me chamou de infantil, egoísta e dramático.

Sally, você é um desfavor! Mulheres que roubam batatas-fritas dos pratos dos namorados mesmo estando de dieta, vocês são todas um desfavor!

Para me convidar para um jantar vegetariano e ser mandado plantar batata: somir@desfavor.com


Eu tive um casal de cachorros. Não eram muito espertos nem muito obedientes, mas era muito unidos. A fêmea comia mais do que o macho. Lembro que quando a comida dela acabava, ela ia na tigela dele comer. Ele abria um espaço e deixava ela comer junto com ele.

Como vocês podem ver, mesmo criaturas irracionais sabem que é recomendável dividir sua comida com a sua fêmea. Cansei de ver documentários sobre animais que dividem sua comida e muitas vezes até dão prioridade para que a fêmea coma em primeiro lugar. Gentil, cavalheiro e provedor.

Será que todos os animais são assim? Provavelmente. Exceto um animal chamado SOMIR.
Eu sempre achei que nossa pior briga se daria quando ele me visse dançando ou quando visse o tamanho das minhas saias. Besteira. Para tirar ele do sério basta meter a mão no prato dele e roubar uma batata. Ele leva para o pessoal.

“Eu te perguntei se você queria e você disse que NÃO. Se você quer, eu peço uma SÓ PARA VOCÊ”, foi a frase que ele resmungou rangendo os dentes. Eu realmente não queria uma porção inteira de batata, mas queria provar uma. Não achei que fosse ter problema, mas parecia que eu tinha limpado a minha bunda com a escova de dentes dele.

Realmente, quando fizemos o pedido eu não estava com vontade de comer batata-frita. Mas quando o prato dele chegou, a batata parecia tão gostosa que me deu vontade de experimentar. Uma pessoa que divide a cama com você supostamente dividiria uma batata sem maiores problemas. Mas não na Somirlândia, esse mundinho autista cheio de regras próprias onde ele vive.

Madame surtou. Puxou o prato feio um presidiário e ficou me fuzilando com o olhar. Não, não fez isso de brincadeira não. Era sério mesmo. Só faltou rosnar. Fiquei olhando com cara de espanto.

“Quer que eu peça uma só para você?” – ele repetiu. Deus sabe que eu sou uma boa namorada (e o palhaço do Somir sabe também), mas não gosto de ser provocada. Aquela voz de comando me aborreceu. “Não, não quero não, quero comer DA SUA” – respondi. A cara dele se contorceu de ódio, achei que ele estava tendo um AVC.

Onde já se viu um homem se aborrecer porque a mulher pega um pouco da sua comida? Madame ainda teima comigo dizendo que isso é perfeitamente normal. Quando sugeriu esse tema para o blog eu cheguei a aconselhá-lo a não divulgar isso, porque é algo tão bizarro que ninguém iria dar razão. Foi quando ele disse “Você é que está com medo de descobrir que isso é normal e compreensível”. Diante desta provocação, faço questão de que ele seja massacrado.

Uma vez ele chegou a tentar se justificar alegando algo ligado a “instintos”. Ok. Se fosse para seguir instintos, uma fêmea deveria fazer sexo com vários machos para procriar com aquele mais apto. Se o ser humano se deixasse levar por instintos, todo mundo comia todo mundo e todo mundo matava todo mundo.

Querem ouvir uma coisa engraçada? Não pode pegar comida do prato de Madame, mas Madame pode pegar comida do meu! Após meu olhar de reprovação, ele soltou aquela frase cretina “É diferente!”. É sim, é muito diferente. Ele pode tudo, os outros não podem nada.

Ninguém vai me convencer de que isso é normal. Não estamos falando de duas pessoas que passam fome. Estamos falando de territorialidade para cima da própria mulher. Além de detonar a imagem do homem provedor, ainda soa egoísta e mesquinho. Bela relação de cumplicidade e confiança aquela onde você não pode meter a mão no prato da pessoa e pegar uma batata-frita!

Quero deixar uma coisa clara: minha crítica principal não é ao fato do homem se importar, e sim ao fato dele verbalizar isso em tom recriminatório. Ele poderia se importar em silêncio e fazer de conta que não se incomodou, por ter consciência do quão ridículo é esse sentimento. Mas não! Não apenas se incomoda como ainda verbaliza! É muita falta de bom senso!

Não é pela batata-frita, é por não ter a liberdade e a intimidade de poder meter a mão no prato de uma pessoa que pode meter a mão na sua bunda. Vem no pacote quando você decide namorar alguém. Hoje não te deixa pegar uma batata-frita do prato… amanhã não te deixa mais sentar no sofá… quando você vai ver, está dormindo na área de serviço, no chão, em cima de um jornalzinho! Sai fora!

Para me oferecer batata-frita do seu prato, chamar o Somir de cretino e sugerir temas: sally@desfavor.com

Sally e Somir concordam num ponto: perguntar sobre a vida sexual passada do parceiro é um tremendo desfavor. Mas o milagre termina aí, a partir do momento que a pergunta é feita eles discordam totalmente sobre o que deve ser dito em resposta.

O assunto de hoje é: DEVE-SE RESPONDER A VERDADE QUANDO SEU(SUA) PARCEIRO(A) TE PERGUNTA SOBRE SEU HISTÓRICO SEXUAL?

Semana passada eu fiquei injuriado. Minha CARA usou uma tática bem suja para ganhar a discussão. Não que eu não tenha a respeitado mais ainda depois disso, minha escala de valores tem dessas liberalidades, mas vou fazer o possível para não deixar isso acontecer de novo.

A verdade faz bem, a verdade liberta. Não apóio que se sustente qualquer relação baseada numa mentira, é um risco muito grande e tira muito da graça da vida.

O que não quer dizer que excesso de sinceridade seja uma alternativa à mentira.

Ninguém sai falando tudo o que pensa sem freios porque é receita comprovada de desgraça. As palavras tem força, principalmente se saídas da boca de alguém de quem você gosta. Um certo controle sobre as idéias que você expressa não é só questão de auto-proteção, é sinal de preocupação com o bem estar do outro.

Isso é muito óbvio quando se pensa em não humilhar alguém que você gosta em público. Mas começa a ficar meio nebuloso quando se está na segurança do ambiente controlado. Você e uma pessoa com a qual você tem algum relacionamento afetivo. Nessas horas não é incomum que a liberdade de poder ser você mesmo acabe te fazendo ser mais honesto do que deveria.

“Mais honesto do que deveria? Isso é eufemismo para mentira, Somir!”

Não, não é. Tem coisas que não precisam ser ditas, ou pelo menos não ditas com as primeiras palavras que vêm à sua cabeça. A pessoa que ouve o que você vai dizer não tem obrigação nenhuma de saber toda a sua linha de raciocínio. Ela vai processar a informação que receber. E uma das piores coisas que você pode fazer é colocar essa pessoa na defensiva antes de se expressar corretamente.

Afirmo com certeza e conhecimento de causa: Evita-se METADE das brigas de um casal se você souber como usar as palavras. Não estou falando de erudição, estou falando de expressar o que você REALMENTE quer dizer, do começo ao fim.

Ser mais honesto do que se deve não é questão de mentir sobre algumas coisas, é ser honesto de forma atabalhoada, despejando tudo o que pensa em cima de outra pessoa. Ela não está dentro da sua cabeça, não tem como saber o que você realmente quer dizer a não ser que você a ajude.

Não se começa um texto pela conclusão.

Embora não seja um conceito lá muito complexo, essa organização da informação, essa calma de colocar suas idéias numa ordem amigável para seu(sua) parceiro(a) não é a situação mais comum. Quando existe sentimento envolvido, essa frieza chega a ser utópica.

O sangue ferve, a frustração toma conta e você toma uma medida drástica: Solta os cachorros para cima da outra pessoa, do jeito que as coisas aparecem na sua mente. Com raras exceções, as pessoas tendem a não engolir muito bem essa pancadaria verbal. Sentem-se pressionadas, acuadas e ofendidas.

Pronto, começa uma discussão e duas pessoas que se gostam acabam ficando furiosas uma com a outra porque não conseguiram se comunicar.

“Então você está explicando como a pessoa que ouve essa pergunta deve agir, Somir?”

Não, eu estou explicando como grande parte dessas perguntas surge. Eu acho uma estupidez TÃO grande fazer uma pergunta desse tipo sobre passado sexual que só consigo concebê-la vinda de duas situações:

– Descontrole;

– Insegurança.

A pessoa descontrolada vai perguntar alguma coisa desse gênero numa crise de ciúmes ou durante uma discussão acalorada. A pessoa insegura vai perguntar isso apenas para ouvir uma mentira e se sentir melhor consigo.

A pessoa descontrolada nem vai pensar se ela realmente quer saber a resposta. E, convenhamos, todo mundo acaba perdendo a cabeça eventualmente. Ninguém está completamente imune a falar uma bobagem e perceber segundos depois que não deveria ter falado aquilo. A pessoa insegura não quer a verdade a não ser que a verdade seja do jeito que ela imagina. E até mesmo pessoas que são muito seguras tem seus momentos de fraqueza. Ninguém é de ferro.

Percebem como quase sempre esse tipo de pergunta sai da boca de uma pessoa que não está sendo racional? E percebem como nenhuma delas quer a verdade a qualquer custo?

Somos falíveis.

Adianta dar uma resposta para a pessoa que ela NÃO quer ouvir só para puní-la por ter demonstrado fraqueza? Vai exigir perfeição de alguém? Boa sorte quebrando a cara na vida para sempre!

Não seria muito melhor para a relação tentar trazer essa pessoa de volta aos seus sentidos e explicar para ela que não quer falar sobre isso porque não faz nenhuma diferença agora?

Não responda o que não te foi perguntado. Você pode até achar que a pergunta realmente tem a ver com as estatísticas sexuais do seu passado, mas não tem. Ela é um momento de estupidez, estupidez humana, do qual ninguém está completamente livre.

Se a verdade é que você não se preocupa mais com o passado por causa da sua relação presente, diga a verdade: Não quero responder. Nem sempre os dois de um casal podem ser os adultos da relação. Eventualmente você vai ter que assumir essa responsabilidade e lidar com a crise.

Eu falei disso anteriormente, dizer a verdade não é só disparar um monte de informações para cima de alguém, dizer a verdade é expressar o que você realmente quer dizer.

“Mas e se a pessoa me pergunta isso o tempo todo?”

Aí sim você vai ter certeza que não é um deslize.

Se for insuportável para você, pule fora da relação. Se não for, continue saindo pela tangente. Nunca vai ser bom responder a pergunta. Se for para alguém que você goste e queira continuar junto, provavelmente vai fazer mal para ela e vai render uma briga. Se for para alguém que você não quer mais… Vai ficar dividindo intimidades com ela? Eu hein…

Para perguntar sobre o meu passado sexual e não receber a resposta: somir@desfavor.com


Quando me perguntam o que fazer nessa situação, eu procuro sempre dar o que julgo ser o melhor conselho para quem pergunta. Dou conselhos apaziguadores quando vejo que a pessoa quer manter a relação. Mando a mulher desconversar ou simplesmente não responder.

Mas a minha opinião pessoal é diferente. Porque? Porque eu acho muito grave essa pergunta. Aparentemente as pessoas não acham. Vejamos… se a pessoa que foi vítima (essa é a palavra: vítima) desta pergunta escrota não deu um pé na bunda do cretino, babaca, inseguro, na hora em que a pergunta foi feita, sinal que não considerou tão grave assim. Então, já que pretende continuar com um imbecilóide que pergunta isso, que ao menos não responda para que não seja importunada (mais ainda) no futuro. Sim, porque tudo que você falar pode ser usado contra você por esse tipo de pessoa!

Mas, para mim, essa pergunta, como eu disse, é muito grave. Mostra, entre outras coisas, que a pessoa é: sem noção, pé no saco, pentelha, inconveniente, insegura, chata pra caralho e carente. Acho um abuso me fazer esse tipo de pergunta. Uma pessoa que me pergunta sobre meu passado sexual cai um milhão de pontos no meu conceito e dificilmente eu continue com ela. O mínimo que eu espero de um homem é que ele seja seguro, estou cansada de levar bebês inseguros no colo.

É justamente por isso que eu acho que se o animalzinho abriu a boca cheia de dentes para me perguntar um desaforo desses, MERECE (e como merece!) ouvir uma resposta. De preferência uma resposta anabolizada, bem pior do que a realidade. Que doa no fundo da alma dele e mexa com suas piores inseguranças. Podem ter certeza, eu não vou continuar com um pateta que me faz uma pergunta dessas. Mas ao menos devolvo esse peixe para o mar adestrado, garanto que a próxima que o pescar não terá que passar por isso, porque ele nunca mais pergunta isso para ninguém.

Onde já se viu querer saber do meu passado sexual? Curiosidade ele pode até ter, mas se não tem o bom senso de saber que isso é uma coisa que não se pergunta, ele e muito sem noção. É aquela história que eu sempre digo, as pessoas vem em pacotes. Um sem noção tem um pacote que não me agrada, é o mesmo que vai ficar me ligando quando eu estiver no trabalho, que vai me acordar quando eu estiver dormindo e que vai fazer comentários idiotas e impróprios na frente dos meus amigos. É de uma inconveniência que chega à falta de educação. Tem coisa menos charmosa que homem inseguro e inconveniente? Argh… nojinho!

Partindo da premissa que eu vou pegar um nojinho escroto do sujeito que me faz uma pergunta dessas, eu acho que tem que responder o que foi perguntado. Se não queria saber, não pergunte. Se não agüenta, porque veio? Claro que se eu não perdesse todo o respeito pelo bostinha que se atreveu a fazer esta pergunta inconveniente e tivesse interesse em preservar minha relação, eu mentiria ou não responderia. Mas não é o caso. Quando escuto uma porra dessas me sobe um ódio mortal.

E o ódio é de mim mesma, viu? Por ser tão imbecil de ter escolhido para estar do meu lado um IDIOTA que é capaz de abrir a boca para perguntar isso. O que é essa pergunta? É um JOGUINHO, um joguinho idiota onde o babaquara quer saber não uma resposta sincera e sim se você gosta dele o suficiente para mentir. Pois de mim vai ter a mais sincera das verdades, se possível, piorada. Tá para nascer homem que me faça jogar joguinho. Vai pro inferno.

“Mas Sally, te pedi um conselho lá na comunidade e você me mandou não responder”. É o que eu disse, se dentro da sua escala de valores essa pergunta não é uma coisa grave, minta e continue com seu amor. Dentro da minha escala de valores, o homem que pergunta isso está reduzido ao patamar de um verme. E merece ouvir a verdade, que nada mais é do que um “Olá, meu nome é Sally, eu não vou jogar esse joguinho babaca, prazer”.

Não estou dizendo que quem aceita ficar com um homem assim é imbecil. Cada um tem a sua escala de valores e uma não é melhor do que a outra, nem mais correta do que a outra. Só estou dizendo que PARA MIM, homem que pergunta isso é um bostinha e merece se foder. Tenho prazer em ver a cara de bunda, de surpresa, que eles fazem quando mando uma resposta sincera na lata.

E querem a parte engraçada? Neguinho pergunta, muitas vezes insiste, mas quando vem a verdade, ainda ficam putinhos com você! Parece um bebê chorão, com cara de bunda. Só falta dizer “Porque você não mentiu para mim? Porque? Eu não queria saber a verdade! Buáááááá…”. Dá um tempo.

O que eu fiz ou deixei de fazer com outros homens não interessa A NINGUÉM, nem a meu namorado, nem a meu marido, nem à minha família nem mesmo às minhas amigas. Não ter esse bom senso de respeitar o espaço e a vida privada do outro me dá calafrios. Odeio gente que pensa que casal tem que ser uma coisa só, tem que contar tudo um para o outro e não tem direito e um pouco de privacidade mental.

Repito: o problema não é ter a curiosidade. O problema é não ter o bom senso de saber que é altamente inconveniente e queima-filme soltar uma pergunta neurótica dessas. Deus me livre de homem assim! Se todas as mulheres jogassem uma verdade dolorosa na cara desses panacas, com o tempo, eles parariam de perguntar essas coisas.

Para me perguntar sobre meu passado sexual e ouvir um palavrão de 17 sílabas, para me contar sobre o seu passado sexual e ouvir um deboche e para sugestão de temas: sally@desfavor.com


SÉRIE IMPLICÂNCIA

A série implicância da sessão ele disse, ela disse vai tratar de pequenos problemas do dia-a-dia de uma relação entre homem e mulher, e o tamanho que essas coisas podem tomar dentro dos nossos desfavores de cabeças. Tenham em mente que tanto Sally quanto Somir terão a liberdade de exagerar um pouco nas suas opiniões (ou até mesmo inventar) para representar melhor seus gêneros.

Ao invés de temas genéricos, esta série tratará de situações.

Situação de hoje: Sábado à noite, ele recebe uma ligação dos amigos, chamando-o para sair. Ela pergunta onde eles vão, para decidir a melhor roupa. Ele diz que vai sair só com os amigos e não quer que ela vá. Ela não gosta…

Mas é claro que uma mulher não vai gostar.

“Onde já se viu homem com interesses na vida além de mim? Que absurdo!“

Eu vivo dizendo que o maior problema das mulheres é não saber o que querem e vivo tomando pedrada por causa disso. Vou continuar, com muito orgulho! Se eu fizer UMA entender, já terei feito mais do que milhões que tentaram em vão. A resistência continua!

Quase toda mulher vai dizer para você que seu sonho é um homem independente, forte, seguro e confiável. Lindo, né? Mas na prática o argumento não se sustenta… Basta o pobre coitado decidir que vai dar atenção para os seus amigos e magicamente a mulher muda de idéia: Quer um homem que faça só o que ela quer e que só dê atenção para ela.

Pior, começa a desconfiar que está ficando em segundo plano.

“Ele quer sair para beber com os amigos porque não me ama mais…”

Já perceberam a tara que mulher tem por disputar atenção com pessoas/coisas/lugares que NADA tem a ver com a relação que ela mantém com um homem?

Na cabecinha delas é como se TUDO fosse uma ameaça à relação DELAS.

(Sim, meus amigos cuecas, a relação é dela, você é um acessório que pode ser exibido para as amigas e as abraça depois do sexo. Tanto que muita mulher por aí diz que precisa de UM namorado. Só para completar mesmo…)

E essa insanidade gerada pela forma que elas enxergam um rolo/namoro/casamento as colocam em posições ridículas como se dizer preterida pelo seu videogame novo ou negligenciada pela guitarra que você acabou de comprar. O dia que o som que elas fizerem quando tocadas for mais afinado, até se pode conversar.

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Mesmo você, mulher, que não tem esses surtos de carência, ainda deve pentelhar seu homem com mais um fator, inconsistente, mas que vocês teimam em não perceber.
Mulher dá chilique se seu namorado sai para jogar futebol com os amigos de madrugada, mas se sente ofendidíssima se esse mesmo namorado diz para ela que ela não pode ir para a praia com as amigas. Direitos iguais no dos outros é refresco…

Isso vai doer mais em vocês do que eu: Os interesses femininos estão quase todos ligados com PEGAR E MANTER HOMEM! A maioria delas está interessada em fazer coisas que as deixem mais atraentes ou que as façam ser mais vistas pelos homens.

Quando um homem comprometido resolve sair com os amigos, ele quase sempre vai fazer coisas que não o ajudam em nada para ser mais bem visto entre o público feminino.

Exemplo: Num bar ele vai beber até ficar zonzo, vai arrotar feito um porco, falar de coisas nojentas, rir das piadas mais toscas do mundo e no pior dos casos vai passar uma cantada ridícula numa mulher que ele mal vai poder identificar se tem todos os dentes.
Quantas de vocês já se envolveram com um homem porco, bêbado, desleixado e sem senso do ridículo? (A maioria, eu sei, mas vocês só descobriram isso com o tempo, no começo ele deveria parecer ótimo!)

Quando uma mulher comprometida resolve sair com as amigas, ela quase sempre vai fazer um programa parecido com o que faria se quisesse pegar homem. Está nos genes dela. (O dia que eu ouvir uma mulher dizer que vai ir no apartamento da amiga fazer um campeonato de pôquer, eu mudo de opinião…)

Exemplo: Numa balada ela vai se vestir muito bem para se sentir poderosa, vai beber para ficar mais à vontade, vai bater um papo tosco mas discreto com as amigas e… Vai dançar MOOOOITO! (Óbvio que vai ser de forma sensual… Já inventaram dança para mulher que NÃO seja?)

Quantos de vocês, leitores, já pegaram uma mulher que estava na balada “só para curtir”? Nunca vi mulher dizer que está num programa desses para pegar homem. Não na cara dura…
A mulher comprometida tem o mesmo jeito e o mesmo discurso da solteira quando está sem seu namorado/marido por perto. A diferença é que depois de firmar uma relação, ela deixa de dizer essas coisas por hipocrisia.

Pensem um pouco… Homem é o primeiro que muda depois de se acertar com uma mulher. Até com uma certa razão, essa é uma das reclamações mais constantes do público que sangra todo mês e não morre. Ele fica mais relaxado, ele sai do modo de “conquista”.

Para as mulheres as coisas continuam parecidas nesses programas. Quantas aqui podem dizer sem medo que seu lazer não é baseado em atividades que envolvam sua aparência ou visibilidade para o público masculino? Nem vou reclamar disso agora, o meu ponto é outro:

De alguma forma, quando a mulher se sente abandonada ou ignorada por causa de algum programa do seu homem que não a envolva, ela imagina que ele vá agir como ela. E considerando que a maioria das mulheres confia muito mais na fidelidade feminina do que na masculina, acha que ele está aprontando alguma.

Fica a dica: Se por um acaso ele não te quer por perto quando sai com os amigos, é porque ele não quer ter que manter aquela pose de homem “pegável” que tem que manter ao seu lado. É tudo muito romântico até ele arrotar o alfabeto até a letra P e completar as letras restantes com peidos.

Ah sim, mais uma dica de ouro: Se você fizer drama e ele não for, ele vai ficar a noite inteira de cara amarrada. Se você fizer drama e ele te levar junto, vai estragar o programa dos outros que conseguiram dispensar as mulheres.

Concluindo: A não ser que ele resolva sair com as amigas, é sempre frescura e drama da namorada. Um belo de um desfavor…

Para tentar me enrolar dizendo que tem interesses diferentes na vida: somir@desfavor.com


Homem que namora pode sair sem a namorada? Claro que pode. Acho muito saudável que um casal saia separado. E isso não é só discurso, eu ponho em prática. Desafio a Madame a contar um único episodio onde eu tenha feito qualquer objeção, desde cara feia até uma verbalização estilo “Não quero que você vá”. Nunca fiz. E espero nunca fazer. Mas, é preciso que a pessoa que está comigo tenha a consciência que está NAMORANDO comigo.

Se um homem quer levar vida de solteiro, que fique solteiro. Namorando comigo ele vai ter sempre uma mulher (em forma) para comer, sempre um jantar gostoso no forno e sempre uma palhaça disposta a fazer massagem. O mínimo que eu espero em troca é que a pessoa me dê seu tempo livre, especialmente no “horário nobre”, que é no sábado à noite.

Talvez as mais novinhas aqui não entendam essa exigência. Explico: eu trabalho dez horas por dia e malho quatro. Saio de casa cinco e meia da manhã e volto dez e meia da noite. Como podem perceber, minha semana é corrida. Durante a semana posso ver meu namorado de forma rápida e superficial. O que se espera? Que passe o final de semana comigo e que utilize o tempo livre durante a semana para sair com os amigos.

Não se trata de competir com os amigos. É só uma questão de bom senso. A maior parte das pessoas que acompanham este blog não são vagabundos sustentados pelo papai e trabalham. Portanto, o único tempo disponível para conviver com qualidade é no final de semana. Em especial no sábado, porque na sexta à noite você está morta por ter acordado cedo e trabalhado o dia todo e no domingo à noite você tem que dormir cedo porque na segunda tem que acordar cedo para trabalhar.

“Mas Sally, você pode encontrar seu namorado durante a semana, na parte da noite também!”. Posso sim, mas não é um encontro com qualidade. É um encontro depois de um dia todo de trabalho, sabendo que tenho que acordar cedo no dia seguinte. Dá para um jantar e umas duas ou três bimbadinhas. E só. Sábado não. Dá para passar o dia todo juntos, conversar, atualizar as novidades da semana, fazer algum programa divertido e ainda dá para fazer uma boa noite de sexo com calma, tempo e disposição.

Tomar chopp em uma mesa de bar a gente pode fazer mesmo cansado, mesmo com sono. Pelo menos uma vez por semana eu saio com as “minhas meninas” (forma como chamo minhas amigas) para tomar um chopp (modo de dizer, porque eu não bebo) em algum barzinho. Mas sair com o namorado cansada e com sono é mais complicado. Por isso eu acho que esse tempo com menos qualidade deve ser utilizado no bar com os amigos e o tempo com mais qualidade deve ser utilizado comigo. Se a prioridade são os amigos, então que não namore.

Eu tenho mil defeitos. Mais de mil. Mas uma coisa que ninguém pode falar de mim é que eu pentelho homem. Não tenho vocação para pentelhar homem. Por isso, o fato de querer que ele passe o sábado comigo não é uma exigência regada a brigas. Eu verbalizo que quero isso, se a pessoa não me dá, não brigo, não bato boca. Aviso novamente que quero aquilo e se continuar não me dando simplesmente vou embora e procuro alguém que possa me dar o que eu quero.

E quando digo que eu quero o sábado para mim, não quero dizer que quero o sábado SÓ para mim. Quero estar presente. Nada impede que seja comigo. Considerando que o bonitão vai estar livre leve e solto durante a semana toda, salvo um cineminha aqui ou um jantarzinho ali, acho justo que dos sete dias da semana o único do qual eu posso dispor 100% seja meu, ainda que seja um “meu também”.

Acho que esse é o tipo de coisa que não se pede. Eu quero que a pessoa QUEIRA estar comigo no sábado, por ela própria. Se eu tiver que ficar pedindo, não tem valor. Vai pro inferno que eu vou ficar implorando para um homem ficar comigo! Eu quero (e mereço) alguém que seja louco por mim e que passe a semana toda contando os dias para chegar a hora de passar um dia inteiro do meu lado.

Infelizmente tem homem que parece escravo dos amigos. Sempre que os amigos ligam ele TEM QUE ir encontrar com os amigos. Não sabe dizer não para os amigos. Pois muito bem, que faça sexo com os amigos então, porque comigo não vai fazer.

Não vejo razão de ser de estar em uma relação onde o homem só está comigo quando os amigos não querem sair com ele. Eu me recuso a ser fonte subsidiária. Não pego resto dos outros, nem de mulher nem de amigos.

E eu acho SIM que quando um homem gosta de uma mulher, quando é LOUCO pela mulher (e eu só fico com homem que seja louco por mim) quer passar o máximo de tempo do lado dela, e QUANDO ELA não pode é que sai com os amigos. Radical? Pode ser. Vantagens de ser bonita e esperta. Quem não topar os termos do contrato que pule fora, homem que tope nunca me faltou e nunca vai me faltar. Mesmo que minha bunda caia, sobrará meu cérebro.

Claro que a MADAME aqui de cima vai fazer um discursinho lindo para me fazer parecer neurótica, maluca e tirana. Novamente eu apelo ao bom senso de vocês, não se deixem seduzir pelas palavras, foco nos ATOS da Madame. Falar, todo mundo fala o que quer (ou escreve, porque papel aceita tudo), perguntem a ele o que ele FAZ quando namora. Perguntem a ele se ele não quicava no calcanhar e dava ataque de pelanca quando EU falava que não poderia passar o sábado com ele. No cu dos outros é refresco, né? Dois pesos e duas medidas.

Relacionamento meio mais ou menos, onde a pessoa se vê uma ou duas vezes na semana, onde faz sexo uma ou duas vezes na semana, não é comigo. Namorar (ou casar, ou morar junto) dá muito trabalho para a pessoa me dar tão pouco em troca. Valeu, muito obrigada, mas essas coisas meia bomba eu dispenso.

Obs: Eu queria escrever sobre Silvio Santos, mas a MADAME não quis.

Para me chamar de chata, pedir para eu não botar mais minhocas na cabeça da sua namorada ou me chamar para passar um sábado inteiro com você: sally@desfavor.com