Desfavor Convidado: Jornada de trabalho.

Essa gentalha? Quando morrer descansa.

Quer ter seu texto publicado aqui? Sério? É cada uma que me aparece… Mande seu texto para desfavor@desfavor.com e seja você também um desfavor convidado.

Manifesto pela redução da jornada de trabalho.

A jornada de trabalho no Brasil é de desgastantes e desumanas 45 horas semanais. Eu digo desgastante e desumana porque trabalho cronometradamente 45 horas semanais (maldito ponto biométrico!), sei do que estou falando. Esta é a lei. É justa? NÃO! 45 horas? 45 horas pro trabalhador assalariado comum. Como é de conhecimento geral, os honoráveis (bandidos) de Brasília trabalham (trabalham?) de terça a quinta-feira (geral nem se move).

Você trabalha pra viver ou vive pra trabalhar? Rotina do brasileiro hipotético (super real) qualquer: acorda entre 5 e 7 da manha, demora de meia a 2 horas pra chegar ao trabalho, trabalha de 8 a 9 horas por dia com mais uma hora de almoço, gasta de meia a 2 horas pra voltar pra casa. Por cima, já foram 13 preciosas horas do dia. Tem também as coisas corriqueiras imprescindíveis a qualquer pessoa: tomar café da manhã, tomar banho, jantar, se vestir e escovar os dentes, incluo na conta 2 horas para estas atividades, chegamos a 15 horas. Agora uma parte crucial e motivadora: o sono, sobraram 9 horas.

Gastar 8 horas com sono é luxo, não conheço nenhum trabalhador que o faça, se você não considera o sono importante é porque nunca esteve numa situação de cansaço e estafa física e mental, que bom pra você! Com certeza não é o caso do brasileiro médio. Suponhamos que sejam usadas 6 horas pra dormir. Sobraram 3 horas pra pessoa ter uma vida, míseras 3 horas. Este é o tempo que você tem pra conversar com sua família, arrumar a casa, lavar a roupa, cozinhar, ler, fazer academia, estudar ou qualquer outra coisa básica e corriqueira que as pessoas precisam fazer.

Vida social? HAHAHA se vira aí. Fique amigo do cobrador do ônibus e das pessoas que trabalham com você, é… aquela gentalha falsa dos amigos secretos, de má-vontade quando precisa te passar informações importantes, das fofocas e chás de fralda.

O que eu vejo (vivo) no dia a dia: a pessoa já chega cansada ao trabalho, trabalha que nem uma maria-mole, podem acontecer erros devido ao cansaço e stress, sem falar nos problemas de saúde. Uma medida diária de cansaço, stress e desconforto te levará a doenças como úlcera, gastrite e câncer, tudo isso antes dos 45.

“Ah, que exagero! não é bem assim.” É assim sim. A pessoa não tem tempo para ela, não consegue fazer as coisas que gostaria de fazer. Vai dizer que você acha digno fazer as unhas na hora do almoço, dormir no ônibus e andar pelos corredores da empresa parecendo um zumbi?

Se a jornada de trabalho diminuísse para 30 horas semanais as pessoas poderiam ter uma existência melhor. O empresariado quase enfarta diante de tamanha audácia! Lá do último andar do prédio, em sua sala espaçosa na qual ele chega as 10 da manhã e sai a hora que bem entende isto soa um verdadeiro absurdo: “Pra que eles precisam ter uma vida? com a migalha que recebem não sobra nem pra uma garrafa de Vauve Clicquot. Rá rá rá! Insolentes.”

O verdadeiro absurdo para o patronado é ter que pagar 13º, remunerar férias, contribuir para fundos de previdência e dar assistência em caso de acidente “Ah! Que audácia! Nunca pisaram num iate e querem férias!”. Eles juram que oferecem muito e a pessoa deve se sentir abençoada por se empregada deles. A realidade é que quando dão um benefício cortam outro. Se a empresa é rigorosa com o horário e paga horas extras não paga vale refeição, lá se vai mais um degrau na escala de dignidade humana: além de andar constantemente cansado, o cidadão tem que comer comida requentada na marmita.

Tive um professor que trabalhou anos em ministérios estratégicos e contava histórias de diretores de multi nacionais que, segundo ele, desistiam de vir para o Brasil por causa dos altos custos trabalhistas “Essa gentalha do terceiro mundo está pensando o quê?!”

Devemos nos contentar com as migalhas que temos e lamentar a perda de alguma indústria que ao invés de vir pra cá foi poluir e explorar na Ásia? De forma alguma. O país está mudando pra melhor (não porra, eu não sou fã de Vossa Majestadi Silva I), as empresas lucram absurdos, se expandem, o governo está abrindo as pernas, digo, as fronteiras para empresas estrangeiras adquirirem participação em fatias expressivas de setores estratégicos (pré-sal, transporte, telefonia oi?!) e o retorno para a população, cadê?! Temos terra em abundância, energia disponível e mão de obra (desde mão de obra barata para chão de fábrica até mão de obra altamente especializada). O valor dos custos trabalhistas compensa estas e outras vantagens (jeitinho brasileiro né!). Chega de pensar pequeno.

Quando ninguém tinha nada, lá nos 60 ou 70 era aceitável que a humildade tomasse conta e os trabalhadores se sentissem gratos por qualquer salário de fome em troca de ser explorado diariamente. Hoje não é mais.

Em época de crise internacional as vendas de carros de luxo, helicópteros e outros artigos cobiçados (vai abrir a primeira loja da Chanel por aqui!) não param de crescer. É pedir muito que o trabalhador possa desfrutar de mais horas de sono, que possa descansar e ter uma vida própria?! NÃO É.

“Mas as empresas não podem perder produção, mimimi” Que façam turnos, isso ajudaria inclusive a diminuir o desemprego. Eu e você, que trabalhamos em escritório e lemos o Desfavor diariamente sabemos que não se gastam as 8 (ou 9) horas de trabalho trabalhando ininterruptamente. Foi mal chefe, é verdade. Nós ficamos enrolando no café, banheiro ou xerox, ficamos de conversinha fiada com as pessoas em volta, lendo emails engraçados (ou sem graça) inúteis, saímos para comprar alguma bobagem no mercadinho da esquina, ficamos lendo tirinha na internet e os que tem acesso ficam até no youtube. Isso sim é um absurdo, desvirtuar o horário de trabalho porque este é o único horário que temos. “Isso é muito errado mocinha! Você tem o dever de fazer o que é paga pra fazer” Perdão, não serei uma bitolada que vive pra trabalhar. Preciso acompanhar o que acontece no mundo, preciso parar e pensar de forma crítica, preciso fazer algo além do modo automático, e olha só… não tenho tempo depois do expediente.

Falo por pelo menos 70% das pessoas quando digo que em 6 horas daria pra fazer todo o trabalho e ainda ler notícias e um ou outro blog, se você é parte dos outros 30% sinta-se escravizado e indignado. Obrigar a pessoa a trabalhar (permanecer no ambiente de trabalho) durante 8 (ou 9) horas diárias é uma exploração desnecessária. O empresário ainda diminuiria custos como energia elétrica, água e suprimentos de consumo.

“Mimimi não pode parar a empresa às 2 da tarde” Faz turno! O pessoal que não funciona bem acordando absurdamente cedo (oeeee!) ficaria muito feliz em assumir o segundo tempo.

“Em países da Ásia as pessoas trabalham 16 horas por dia e nos da África nem tem onde trabalhar. Você deveria parar de resmungar e ficar muito feliz por ter um emprego” Olha, vou te contar uma novidade que pode revolucionar sua forma de pensar: Aqui é a América! Para de ser Zé Povinho que se contenta em se nivelar por baixo. Nós merecemos mais, nós podemos ter mais.

A economia vai bem, obrigada. Agora só falta o trabalhador.

Para me dizer que é bem nascido e desconhece isso tudo, que jamais vai concordar com essa bobagem que te lembra a baboseira comunista, que essa apatia e canseira em excesso só pode ser lombriga ou que se descobrirem meu nome e cpf eu nunca mais arrumo emprego, deixe um comentário, rá!

ANÔNIMA

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Comments (18)

  • [ Parte 2 de 2 ]

    Ao contrário de muita gente que trabalha ao menos 1 dia no fim-de-semana, tenho o sábado e domingo pra descansar. E é ai que mora a ilusão: são APENAS 48 horas PRA TUDO: descansar, compensar o sono acumulado ao longo da semana (porque eu pertenço ao grupo de pessoas que PRECISA dormir PELO MENOS 8hs todos os dias), estudar, socializar (quando dá) e me ater à manutenção da beleza feminina (que nem vou mencionar aqui porque a lista é extensa). Em outras palavras: alguma coisa, SEMPRE, fica de fora e é automaticamente empurrada para o fim-de-semana seguinte.

    Por sorte, não tenho namorado, marido ou filhos que precisem de minha atenção, porque não vejo como conseguiria agregar mais essa "tarefa" à lista.

    Em resumo, a diminuição da carga horária, para o trabalhador, é ESSENCIAL e torço muito para que os legisladores atendam à nosso apelo por um pouco mais de tempo, diariamente, para cuidar da vida privada. E, considerando a quota diária de presença física, mas ausência de foco que uma carga horária dessa acarreta, creio que até o empregador lucraria com uma carga horária, por exemplo, de 35hs ou 40hs semanais (basta pensar na economia de consumo/gasto de eletricidade, insumos para alimentação e asseio do trabalhor etc).

    Por fim, pra encerrar esse comentário GIGANTESCO, parabéns a autora ANÔNIMA do post. O assunto é de fato muito interessante e merece ser discutido mais seriamente/extensamente !

  • [ Parte 1 de 2 ]

    Esse assunto mexe muito com o meu emocional… Mas tentarei opinar de forma objetiva.

    Atuo na área administrativa de uma grande empresa, com carga horária fixa de 44hs semanais. APENAS isso já tornaria DIFÍCIL estabelecer uma vida social satisfatória (mal do qual não padeço tanto, pois sou bastante caseira), mas aqui começo a listar os fatores AGRAVANTES (ou IMPEDITIVOS):

    – Além do mencionado trabalho, faço faculdade à noite, de segunda à sexta-feira, em local próximo à minha residência. Que fica há aproximadamente 40 minutos de distância do trabalho…
    – Contudo, devido ao trânsito, se eu usasse carro ou ônibus, levaria 1:30h de deslocamento (tanto pra vir ao trabalho, quanto pra voltar pra casa). Diante disso, tive que buscar meios alternativos pra otimizar o tempo gasto no deslocamento…
    – Por esta razão, me submeto aos tipos mais desumanos de transporte (de carga humana): METRÔ e TREM. Que seriam ótimos, se eu não precisasse usá-los em horário de "rush". Como a maioria dos leitores deve saber, metrô e trem em horário de "rush" vão lotados. Não há espaço individual e as pessoas muitas vezes encostam em você. Quase um "abraço coletivo forçado". Nojento ! Considerando o calor infernal do RJ, acrescente à mistura o suor, o desodorante vencido, os vendedores de bala e similares atropelando todo mundo, a pregação evangélica arbitrária etc… Confesso: parte de mim morre, todo dia, no deslocamento pro/do trabalho. E é convivendo com tanta gente, todo dia, que vou perdendo a minha humanidade. A falta de educação impera e me é intolerável !

  • Na verdade, são 44 horas semanais, não 45.
    Já tem sindicato (SINDPD) que conseguiu reduzir para 40 horas semanais.
    8 ou 9 horas p/ dia no trabalho é desperdício mesmo porque 2 ou 3 horas são de pura enrolação.
    É muito caro mesmo ter empregados, mas aí é que está:
    Se não tem suporte financeiro, põe a mãe pra trabalhar!
    Preparo é fundamental para obter um bom emprego. Inclusive em local de fácil acesso.
    É muita falta de vontade dos dois lados…

  • Já se aplica no comércio uma jornada mais "flexivel", em especial nos shoppings, que considera o movimento PÓS jornada de trabalho, tendo-se uma divisão de turnos entre 10 a 16 e 16 a 22.

    Só que a folga é geralmente em dia de semana e no sábado é costumeiro se cobrir "dois turnos", pelo fato de o movimento ser mais forte nesse dia.

    Outras lojas, no lugar tradicional modelo das 8 as 17, tem optado por mudar o horário de trabalho para um modelo "9h30 a 19h30" por exemplo, também considerando o movimento de final de dia, que também é conhecido por "Rush".

    Considera-se em especial que de manhã a pessoa tende a não querer perder tempo com compras e querer chegar logo ao trabalho, para evitar atrasos, enquanto que por outro lado, no horário pós-jornada, se pode aproveitar para fazer aquela comprinha no final do dia.

    E de resto, ainda que a condução seja rápida a ponto de não se demorar mais que 20 minutos por exemplo para chegar ao trabalho, qual tende a ser o aproveitamento do tempo pós trabalho?

    Cursos só interessam aos estudantes e talvez a alguém que queira ter uma formação melhor para subir degraus na carreira. No geral, grande parte das pessoas tendem ora a ficar de frente a "caixa falante" (TV), a internet ou a gastar com as compras pelo comércio aberto durante o final do dia.

  • @Autora do texto:
    So sorry, baby, mas sou apenas e tão somente um reles bolsista universitário.
    Perdeu, preibôa! Vai pagando! (rsrsrs)
    Na verdade, estou até coçando a cabeça para ver como faço para me livrar de abrir uma microempresa de engenharia quando terminar o doutorado, que é o único meio de permanecer trabalhando no departamento de pesquisa em que estou hoje, quando se obtém um título de doutor. Vale até dar aula na UNIP. Por que eu vejo todo dia meus colegas pesquisadores-doutores batendo a cabeça na parede para captar projetos e fechar as contas, é de fazer pena ver gente tão capacitada se fodendo tanto por tão pouco.
    Outra coisa: produtividade é dinheiro, e quem teria a produtividade foderosamente reduzida por jornada de trabalho de 44h/semana, que é o povo que trabalha em chão de fábrica, costuma trabalhar em turnos de 8 horas. Sei disso também por experiência própria, do tempo em que fiz estágio do colégio técnico na manutenção (eletrônica e eletrotécnica) da fábrica da Goodyear no Belenzinho. A fábrica em questão opera em 3 turnos de 8 horas e tem refeitório e vestiário próprios. Duvido que a maioria das fábricas chegue a tanto, mas que trabalham em turnos, muito provavelmente trabalham.
    Pessoal que trabalha em função administrativa, a bem da verdade, deveria era teletrabalhar, mas isso aí é assunto para ainda mais um post.
    Beijundas (de língua)!

  • Realmente, trabalhar 8 ou 9 horas por dia é de arruinar com qualquer plano de chegar com saúde e sem rugas ao 50.
    O foda é que além disso tudo, as empresas querem alguém com office avançado, 2 idiomas, vivência no exterior e pós graduação. Salário oferecido: 2 mil reais.
    Tomar no cu viu.

  • Autora do texto

    Anonimo do primeiro comentário:
    Aposto uma semana de sono e uma marmita que você tem empresa.
    Vamos lá, o texto foi escrito pela e para a ótica do trabalhador e foram levadas em consideração as dificuldades do trabalhador.
    Abrir empresa em qualquer lugar do mundo não é para amador nem para aventureiro, quem entra nessa sabe o balaio de leõs com dentes poderosos em que está se metendo. A carga tributária é pesada para todos, especialmente para os empresários. Não aprofundei nesse tema nem pretendo, isso é uma discussão mais profunda de cunho político, reforma política e tributária são urgentes sim!
    Agora, apesar de saber que a mordida é forte e impiedosa muita gente ainda se arrisca a abrir empresa. Ser empregado assalariado, ganhar uma miséria pra trabalhar feito um camelo? Deus me livre né?!
    Escreve pra gente com a mesma paixão usada no comentário, contanto os lucros obtidos quando a empresa é bem sucedida. Você quer o bônus, vai ter que arcar com o ônus.

    Marciel
    O ponto dos transportes é de grande relevância, eu moro em São Paulo, sei bem.
    Se a carga fosse menor e as pessoas tivessem horários diferentes e flexíveis poderia não existir mais horário de pico. Não seriam todos na rua ao mesmo tempo como é agora.

    Sally
    Obrigada por publicar meu texto!
    Olha uma coisa engraçada: acertaram o nome da champanha mas não notaram meu lapso de distração ao dizer que a carga é de 45 horas semanais, quando na verdade é de 44 horas. Fica aqui a correção.

  • Nossa, mas que texto bom! Por que Anônima? Adorei a postagem, é bem do nível do Desfavor. Poderia ter assinado seu nome… O único problema é que cai naquilo de reclamar sem dar soluções. Cão que ladra não costuma morder. Quero soluções práticas pra acabar com a exploração!

  • A que nada o povo brasileiro tem mais é que FUDER MESMO.Tem mais é que ralar mesmo, eta povinho preguiçoso, que só pensa em samba, futebol, e cerveja.
    São burros pobres e fudidos porque querem.Eu sou capitalista e ferro mesmo meus subordinados. 72 hora semanal nos vagabundos ainda é pouco.
    shuaahsuahsuahsuah

  • Deve ser uma droga mesmo andar naquele ônibus "pinga pinga" que muitas vezes demora mais a chegar onde você quer do que caso se pegasse uma bicicleta.

    Melhor, esquece a bicicleta e se der compra uma moto ou um carro logo, porque os sem noção não tão nem ai pra ciclista e se atropelar, AZAR, até porque é a pressa que manda nessa hora.

    Com o carro, você vai ter uma carcaça mais segura, mas arrisca de cair no mal do congestionamento.

    Como se pode ver, transporte é um dos maiores problemas no que diz respeito a vida urbana, mas notei que tal questão é citada apenas marginalmente neste artigo.

    Se coloca como panaceia para o problema da "falta de tempo" a aplicação de uma jornada de 30 horas, que tende a tornar a demanda por pessoal mais dispendiosa, sendo que os potenciais ganhos de produtividade tendem a ser minados pela carga reduzida.

    Ao contrário do que se imagina, não há soluções fáceis no que diz respeito a administração do tempo.

  • Concordo com o texto, anônimo!

    Apesar de ser a favor de uma iniciativa privada mais partícipe da economia do país, entendo que um trabalhador, com 45 horas de trabalho – ainda mais num país como o Brasil! – é sim desumano… Poxa, se contratassem mais gente é q a produtividade iria aumentar e menos trabalhadores teriam problemas de saúde(que prejudicam na produção da empresa como um todo). Se bem q é tendência mundial as empresas se preocuparem com a saúde de seus trabalhadores, mas isso ainda anda a passos lentos por aqui…

    **

    Por outro lado, existem impostos demais a serem cobrados para as próprias empresas, diminuir a carga tributária ABSURDA já é um bom começo para tal. Outra coisa sobre os empresários: Empresário não fica simplesmente sentado no escritório e só sai a hora q quer, empresário tem q manter a sua empresa de pé, ele carrega toda uma empresa nas costas, tem q gerenciar contas e mais contas, pagamentos dos outros, enfim… Ele tb tem seu trabalho duro, não é à toa q eles tb tem problemas de saúde, por conta, justamente, das preocupações do seu dia a dia.

    Enfim, pensar no bem estar do trabalhador é também, no final das contas, pensar no próprio bem da empresa.

    E trabalho por turnos é uma idéia excelente, a empresa continuará produzindo, ao mesmo tempo, não sacrificará a saúde dos trabalhadores.

    P.S: Desculpa se vou parecer chata, mas se escreve VEuve Clicquot, com "E".

    ;)

  • É o que mais vejo por aí, inclusive na família:

    Se não consegue uma faculdade pública ou uma bolsa de estudos integral, sujeito pega um financiamento para bancar os estudos, casa com alguém na mesma situação (tendo facilitado em várias vezes a cerimônia de casamento), daí entram em mais um financiamento para comprar um apartamento longe do local de trabalho (ZL ou extremo sul), financiam o carro e/ou uma moto (até porque está até mais barato financiar uma moto do que ir ao trabalho de ônibus), entram em tudo que é prestação, desde supérfluos até mesmo a compra do supermercado.

    E quando vêm os filhos? Melhor parar por aqui, até porque é provável que eles repitam a via crucis dos velhos, isso se os velhos não tiverem que sustentá-los ou vice-versa…

    Ah, faltou dizer que paga dobrado por saúde, educação, etc, seja investindo em um plano e ensino privados (para ele e/ou para a prole), seja bancando com seus impostos o serviço público que não pode contar com.

    E para o sujeito bancar isso tudo, durante a vida toda? Sujeita-se a tudo para manter-se empregado e torce para não cair doente…

    Suellen

  • Estou trabalhando como um escraviário, não posso comentar…

    puta verdade.

    o único problema de se reduzir a jornada de trabalho é que o trabalhador médio vai passar fome se não conseguir dois empregos (sem sarcasmo ou referencias ao Julios).

    Só acho, (achar não é pensar, é mais instintivo) que uma mudança tem que vir de baixo, do povão mesmo. primeiro por que eles são maioria (massa de manobra) e segundo porque são maioria e massa de manobra. O problema é que é tudo um bando de deitado (Brasil, como um todo)(acho que até nos.
    é a unica forma de mudança, uma movimentação social revolucionária (antes de me chamar de comunista, toda mudança no modo de vida de uma sociedade é considerada revolução).

    Nacionalismo?
    Comunismo?
    porque não algo mais racional?

    E.

  • Tem gente que leva essa vida que você descreve aqui no Brasil? Sim, tem. E tem quem leve até vida pior, entubando duas a três conduções (transporte é a mãe!) na ida e o mesmo tanto na volta, para ganhar fração de salário mínimo.
    Mas daí a dizer que os custos trabalhistas e a carga tributária no Brasil não são de arrebentar com o pequeno e o médio empresário é baboseira comunista sim senhora!
    Um trabalhador genérico que receba um salário X custa, para todo e qualquer e qualquer empregador, independentemente de seu porte, de 2X a 2,5X em folha (salário + benefícios CLT + encargos). Como se não bastasse, os impostos pagos por esse pessoal são os mesmíssimos inicialmente projetados para serem pagos pela galera da Veuve Cliquot (por que essa outra turma da classe "A++ Eike Batista" tem setor jurídico fudidaço justamente para burlar isso), comendo-lhe os mesmíssimos 40% do que sobra após gastar 2 a 2,5 salários/funcionário. Aliás, a carga é até maior para o pequeno e o médio, em termos proporcionais, por que o regime de tributação tem um teto percentual – as tabelas de impostos tem um número finito de alíquotas, sendo que a máxima ainda é irrisória para Odebrecht e congêneres mas já basta para arrombar com o médio empresário!
    Antes que você venha com abobrinha, o SIMPLES (regime de tributação diferenciado para aliviar a barra da microempresa) só é acessível à MICRO empresa, que é para dar uma ilusão de justiça. E isso seria assunto para mais um post inteiro, já que os demais custos empresariais (custos de transação, incluindo alvarás, autorizações, inspeções fiscais, trâmites legais e toda essa mumunha que a Sally deve conhecer bem ou pelo menos saber quem conhece) continuam iguaizinhos para essa galera, então o imposto mais facinho pra pagar é só uma esmolinha. A verdade é que investir no Brasil é coisa pra peixe grande, arraia-miúda que tenha espírito empreendedor nessa terra de ninguém tá é fudida! Veja quantos dias leva para abrir uma empresa aqui, e quantos dias mais leva pra fechar depois que o camarada desiste. E isso de papelada e prazos (burrocracia do cão) é igualzinho pra todo mundo, seja uma grande metalúrgica, seja um restaurante self-service operado em escala familiar.
    E você ainda quer que um pequeno ou médio empresário vá operar sua pequena ou média indústria em turnos para aumentar a sua folha? Ora vá tomar no meio do cu, sua filha duma puta!

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