Clássico da violência.

Messi critica polícia em Brasil x Argentina: “Poderia ocorrer uma desgraça”. Capitão da Argentina, Messi não hesitou em liderar sua equipe a deixar o gramado do Maracanã diante da confusão que acontecia na arquibancada entre torcedores argentinos e do Brasil. Após a vitória por 1 a 0 de sua equipe, o craque comentou sobre o episódio e lamentou a postura da polícia militar do Rio de Janeiro para conter a briga. LINK


Povo que bate e fica se vitimizando depois? Desfavor da Semana.

SALLY

Nunca em 15 anos escrevi um Desfavor da Semana na terça-feira, porém, o estou fazendo agora. O motivo? Não me interessa o que aconteça no mundo, meu tema vai ser esse, pois é algo que me chateia faz muitas décadas. O Putin pode jogar uma bomba atômica e explodir metade do planeta que eu ainda vou continuar falando sobre isso.

E talvez você esteja pensando “Ah, ela vai comentar sobre a briga das torcidas”. Não. Acredite, o Brasil consegue fazer de briga de torcida o menor dos problemas.

O fato da torcida brigar é triste, mas esperado. Torcida é idiota, torcedor fica burro, passional e descontrolado por causa da forte emoção que futebol desperta, então, mesmo briga sendo um desfavor, está dentro do limiar de normalidade de um país banânico. Apesar das narrativas babacas tentando culpar exclusivamente os argentinos pelo que aconteceu (tem vídeo, pessoal, vamos parar de preguiça), não quero falar da briga em si.

O fato de organizadores colocarem torcida sem divisão sabendo que no Maracanã sai briga com morte até no campeonato carioca também é um tremendo desfavor, mas, acreditem, não é meu foco hoje. Tem gente suficiente falando sobre isso.

O fato de ter uma polícia despreparada que enfia a porrada até em fã da Taylor Swift, que desceu o cassetete em torcedores argentinos indiscriminadamente no meio de famílias, que machucou até criança, é um tremendo desfavor, mas, novamente, nada novo, polícia carioca sempre foi isso aí – e também tem muita gente falando sobre isso.

O fato da briga nem ser de tanta proporção e ter se tornado algo grande e violento por uma atuação vergonhosa e truculenta da polícia também é um desfavor, mas né… nem sobra o que falar sobre isso. Quem escalou a briga foi a porra da polícia, mas infelizmente, Rio de Janeiro é isso aí.

O fato de vaiarem e escrotizarem os jogadores por saírem de campo também é extremamente babaca. Se eu estivesse fazendo qualquer coisa relacionada ao Desfavor em público com vocês, impopulares assistindo e vejo que a polícia começa a cobrir vocês de porrada, eu paro na mesma hora e parto para cima da polícia, me retiro e não volto mais. Porém, eu entendo que o brasileiro não saiba reconhecer lealdade, considerando a forma como os jogadores da seleção brasileira e a torcida se portam, vaiando e ridicularizando os jogadores argentinos. Ainda assim, assim como todo o resto, não é meu foco hoje.

Nada disso é o desfavor da semana. O desfavor da semana é outro. O Desfavor da Semana é essa postura do brasileiro que eu acho muito, mas muito feia: bater e esconder a mão. Bater e se fazer de vítima. Bater e achar que pode bater sem apanhar de volta, apontando o revide e fazendo um enorme escândalo como se o revide fosse uma covardia gratuita do outro lado.

A coisa que mais se leu em redes sociais foram manifestações favoráveis a bater em argentinos (algumas como piada, outras como verdade) mesmo antes da porrada efetivamente começar. “Argentino apanhando, gostoso demais”, “tomara que apanhem”, “Bateu pouco” e similares. E isso antes mesmo da confusão começar. É recorrente. É sabido que sempre que pode brasileiro escrotiza argentino, instiga e/ou comemora qualquer ato de violência contra eles, principalmente quando falamos de futebol. Inclusive em casa. Comparem como argentino é tratado quando vai ao Brasil e como brasileiro é tratado quando vai à Argentina.

Essa valentia, esse ar destemido e fanfarrão durou até o segundo 2. O brasileiro pode esculachar de todas as formas, inclusive físicas, como fizeram no Maracanã, como fizeram nas ruas com os torcedores do Boca e como fizeram muitas outras vezes, mas, quando a resposta vem, quando começaram a ser chamados de “macacos” e automaticamente viraram vítimas “ain argentino racista que povo lixo”.

Quer dizer, tá tudo bem torcer para que apanhe, instigar a que batam em argentino e ofender das diversas outras formas como o brasileiro faz e até efetivamente bater, um povo que faz tudo isso é um povo legal. Mas quem apanha não pode revidar.

Eu sei que racismo não é certo e é crime, mas também sei que desejar que um grupo apanhe por sua etnia, efetivamente bater ou xingá-los por sua etnia é igualmente errado e crime. E eu vivi isso na pele no Brasil, ninguém me contou. Acontece. E acontece de forma gratuita. O brasileiro pode atacar, mas se o argentino dá um totozinho de volta… ain meu deus povo lixo crime prendeeeeeee! Seria possível ter um pouco de coerência, fazendo o favor?

E aí? Qual vai ser? Todo mundo pode ou ninguém pode? Eu mesma te respondo: nem um, nem o outro, pois ao brasileiro não lhe é obrigado ter coerência, não há reprovação social para quem é incoerente, oportunista ou hipócrita.

“Mas Sally os argentinos foram racistas antes, por isso os brasileiros riram deles apanhando”. Olha, eu sou argentina e morei 40 anos no Brasil e posso te afirmar, com lugar de fala, que a hostilidade com argentinos vem de muito, mas muito tempo. Não foi uma manchete do jornal Olé nem um jogo de futebol que começou isso. É uma realidade que não é percebida pelo brasileiro e não incomoda a ninguém, pois se mexe com um grupo de gente branca com mais cultura e mais status social, então pode. Não é sobre este caso. Não é sobre futebol. É um comportamento reiterado de décadas: bater e depois se vitimizar.

O argentino faz isso quando apanha: xinga muitíssimo. É o que fazemos de melhor nessa vida. Xingar. Xingar de forma criativa, verborrágia e que doa. Lembram dos “Ei, Você” sobre comentários de argentinos na Copa do Mundo? É aquilo ali. É o que vão continuar fazendo quando forem atacados e agredidos: xingar. E xingar onde dói. E burros são vocês, de deixar doer. Não é nada pessoal, o argentino faz isso com o mundo todo (como vimos na Copa), mas só UM povo em todo mundo faz disso um chilique, um escândalo: o brazuca.

Bebês chorões que falam mal, hostilizam e depois choram quando escutam um desaforo. Não surpreende que tenham elegido um Presidente que passa pano para o Hamas, que entra, trucida, mata, sequestra, tortura e estupra e depois fica “ain estão atirando em miiiiiiim”.

O forte do brasileiro é isso aí, é a covardia, é o orgasmo quando consegue sair (ainda que temporariamente) do papel de oprimido e entra no papel de opressor, é o ser tão errado quanto o outro, mas se colocar no papel de vítima para apenas o outro ficar como errado. Desculpa, mas isso é um vexame.

Você vê a índole pelo comportamento das próprias seleções: os jogadores argentinos, só para constar, todos milionários, pularam para a arquibancada para defender sua torcida. O goleiro, Dibu, chegou a tomar o cassetete das mãos de um policial. Algum jogador dessa seleção brasileira faria isso por sua torcida? Esses influencers mimadinhos tatuados ostentadores?

Os jogadores brasileiros estavam rindo. Gabriel Jesus (o mesmo energúmeno que disse “gol não é meu ponto forte”) foi filmado rindo, celebrando a porradaria. Brasileiros, vocês são minúsculos. E tentam fazer os argentinos parecerem minúsculos por puro complexo de vira-lata. Vocês fazem coisa muito pior do que chamar de “macaco”, mas jamais vão admitir.

Tudo que sabem argumentar é “ain são racistas, povo lixo”. Olhar para o próprio rabo e ver o que andaram fazendo nem pensar, né? Tem que apanhar calado. Família com criança pequena tem que ser encurralada na rua e o pai espancado por estar com a camisa errada, mas se abrir a boca para chamar de “macacos”, ah, isso é um erro gravíssimo. Espancar criança ok, chamar de “macaco” = povo lixo.

Deixa eu te contar uma novidade que acontece fora da bolha vitmista Brasil: se você comemora que alguém apanhe, se você deseja publicamente que alguém seja agredido, se você hostiliza pessoas por sua nacionalidade no meio da rua, se você escrotiza e provoca metendo a sua bandeira por cima da bandeira do outro na marra, se você publicamente passar décadas sacaneando outro povo, chamando de lixo e desejando o mal, fatalmente isso vai ter uma resposta. E a resposta quase sempre é a mesma: macacos. Sabe o motivo? Porque dói. E sabe por que dói? Reflitam que eu tenho certeza de que a reposta chega.

Tá certo chamar de macaco? Não tá. Mas também não é certo torcer para que apanhem, comemorar quando apanham e todo o resto que o brasileiro faz. Da forma como é colocada, parece que só os argentinos são errados. Parece que o argentino é uma máquina de odiar brasileiro.

Eu convido qualquer brasileiro que tenha vindo à Argentina e se portado de forma minimamente educada a me dizer se foi chamado de macaco em algum lugar ou se foi tratado com carinho e respeito. Da forma como se pinta, parece que argentino não pode ver um brasileiro que aponta e chama de macaco e não é assim. Parece que brasileiro não faz absolutamente nada e é chamado de macaco pelos cruéis e malvados argentinos racistas.

Meus queridos, se tem povo mais racista do que o próprio brasileiro eu desconheço (o que, na minha opinião, é muito mais grave). E brasileiro sim se chama de macaco sem motivo. Pega um que é mais preto do que ele e fala coisas racistas. Mas quando um argentino faz, é um “povo lixo”. Adivinha só? Vocês também são. E o argentino tem a decência de ser coerente e não ficar vomitando politicamente correto, vocês… nem isso.

No Brasil ainda cola e provavelmente sempre vai colar essa postura covardinha de espezinhar o outro, instigar e comemorar agressão física e depois virar uma vítima coitadinha quando escuta um “macaco”, como se quebrar os dentes de um pai de família na frente dos seus filhos fosse menos grave do que xingar alguém no Twitter. Mas, queria informar, fora da bolha símia, isso não cola. Se quiserem continuar se vitimizando para suas bolhas banânicas, fiquem à vontade, só não tentem impor isso aos outros, pois não vai colar.

Vergonhoso. O Poder Público, o brasileiro e toda essa dinâmica.

E já que estamos aqui, por que não, vergonhoso o futebol também, viu? Comecem a construir hospitais, pois Copa do Mundo nem tão cedo. E aproveitem e enfiem no cu esses publicitários petistas merdas que foram fazer campanha do medo na Argentina a favor do Massa e elegeram o Milei com a maior votação histórica do país. Argentino não se ajoelha perante campanha do medo. Vai todo mundo tomar no cu.

Para dizer que você pode xingar mas não quer ser xingado de volta, para dizer que racismo é mais grave do que agressão física (vai ter quem diga, eu prometo) ou ainda para pedir um “Ei, Você” com os calorosos comentários dos argentinos em redes sociais durante esse jogo: sally@desfavor.com

SOMIR

Cometi o erro de ter deixado de ver um jogo da NBA para ver essa partida entre Brasil e Argentina. Pelo menos no campeonato americano de basquete tem jogo. A torcida, sempre mista com cenas e mais cenas de pessoas com camisas dos times adversários se divertindo juntas, está lá para curtir o evento, e o foco está no esporte.

Sério, quando um jogador do time adversário é expulso no jogo da NBA, o máximo que o torcedor faz é dar um tchauzinho irônico enquanto ele volta para os vestiários. Esse é o grau de animosidade presente na liga com a terceira maior renda do mundo, acima de todos os campeonatos de futebol, inclusive o badalado e riquíssimo campeonato inglês.

Eu até acho que um dos motivos para eu ter ficado mais fã de NBA do que de futebol nesses últimos anos é esse clima de civilidade. Vai cansando a alma ver a forma bizarra como o povo lida com rivalidades de futebol, essa brutalidade que nada tem a ver com a ideia de esporte. Não deixa de ser um tapa na cara dos racistas: eu fui acompanhar a liga mais popular entre os negros americanos e com 90% de jogadores negros (e cada vez mais técnicos e dirigentes negros) porque estava de saco cheio de macaquice!

O que me leva de volta ao acontecimento que causou o texto de hoje: o jogo foi muito ruim, os jogadores argentinos sem cabeça para nada depois de ver a polícia tupiniquim sentando a porrada na sua torcida, os jogadores brasileiros naquele desinteresse “geração Neymar”, certos de que poderiam colocar qualquer problema na conta dos outros quando fossem criticados.

O evento que se lembrará no jogo entre os dois maiores rivais do futebol mundial num dos estádios mais famosos do mundo, logo depois de uma vitória histórica dos hermanos, que empatou o número de vitórias em jogos oficiais… vai ser a violência acontecida nas arquibancadas. O jogo foi um detalhe.

E precisamos falar sobre o elefante na sala: o brasileiro médio é o maior responsável pelo o que aconteceu. Pela estrutura que não ofereceu para o evento, pela agressividade de torcedores e policiais, pela mentalidade “tudo menos futebol” dos seus jogadores. Claro que tinha lá no meio um bando de torcedores argentinos escrotos e violentos, sempre vai ter. Tem torcedor maluco em torcida norueguesa, alemã, inglesa… mas você começa a perceber que tem algo indo muito além disso quando as cenas no estádio são de mães correndo com as crianças no colo porque a polícia está fechando o olho e sentando a porrada em todo mundo.

O contraste entre os jogadores argentinos preocupados com a torcida e os brasileiros (em sua maioria) não estando nem aí para o acontecido é um sinal de algo maior: o brasileiro não se choca com esse tipo de violência. E aqui uma análise que eu não vi ninguém mais fazendo: será que depois de décadas e décadas ganhando ou sendo considerados os melhores no esporte, o brasileiro não está mostrando sua verdadeira carinha?

Uma coisa é ganhar 90% dos jogos que joga, outra é disputar de verdade com adversários. O brasileiro médio vivo hoje só lidou com a fase de superioridade no seu esporte favorito, a monocultura futebolística é muito resultado do orgulho que o povo tinha de ser o melhor em alguma coisa. Porque era só o que interessava para ele: ter algo para sentir que sempre estava ganhando.

Em vários outros países que também são loucos por futebol, não tem essa coisa de estádio ficar vazio quando o time está perdendo muito. Campeonato alemão e inglês é sempre com estádio cheio, cantoria, uma cultura de estar junto com o time o tempo todo. Aqui? Seu time começa a ir mal por alguns meses e os estádios começam a ficar vazios. É um povo que assiste até esqui na neve e fica puto da vida quando o brasileiro não fica em primeiro. É uma das relações mais doentias com esporte que eu já vi.

Bastou a seleção brasileira estar numa fase ruim de verdade que vimos pancadaria em estádio! Você lembra de briga em torcida de jogo da seleção brasileira? Sim, existe rivalidade extra com os argentinos, mas ninguém está falando que saiu pancadaria num jogo de fuckin’ seleções de futebol! A organização não pensou que daria problema misturar as torcidas de Brasil e Argentina, porque francamente, quando saiu briga entre torcidas de seleções antes? Claro, a organização precisa lidar com isso, mas eu sinceramente acho que pancadaria em estádio com torcidas de seleções é uma espécie de Cisne Negro.

Agora era óbvio que poderia dar errado, mas eu confesso que não tinha a mínima ideia de que isso poderia acontecer. Só que a torcida brasileira, e talvez o brasileiro em geral, está num momento psicológico diferente: não é mais aquela soberba do time que só perdia se jogasse mal, é um time como qualquer outro. E isso trouxe toda a escrotice do brasileiro de volta para esse tipo de jogo. Esse é o povo de verdade. Argentinos não são santos, mas para eles era um lance de provocação, uma brincadeira bruta. Para o brasileiro, exemplificados pelos cretinos que bateram até em criança da polícia e os cretinos que bateram palma para isso depois, é um ódio mortal ao outro (que vem de se odiar).

Eu ia escrever mais sobre os péssimos jogadores, uma geração de fãs do Neymar que estão pouco se lixando para futebol, atacantes que dizem que não são bons em fazer gol, um bando de influencers que chutam bolas. Ia falar sobre como a falta de interesse neles no esporte se espalha para a torcida, mas antes disso tem algo mais primal: o brasileiro é mais bicho até do que a gente presumia que era bicho.

O suposto comportamento em relação aos jogos da seleção eram resultado de décadas de superioridade esportiva, não de uma relação saudável com o esporte. Percebam que foi só quando ficamos sem ter os melhores jogadores do mundo e nossa seleção virou uma absolutamente normal em comparação com as melhores que começou todo esse drama sobre racismo no futebol. Sim, é para acabar com racismo, mas me preocupa que ele só tenha ficado tão grave quando o brasileiro perdeu o orgulho que tinha de ser o melhor do mundo no futebol. E que bater em argentino tenha virado algo justificável por causa do racismo de alguns deles…

É resposta ao racismo ou é resposta ao ego ferido de um bando de retardados emocionais que não estão mais ganhando um jogo?

Para me chamar de traidor, para dizer que argentino também é violento (compara a criminalidade de lá com a nossa), ou mesmo para dizer é só brincadeira abrir a cabeça do amiguinho com um cassetete: somir@desfavor.com

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Comments (24)

  • Em tempo, sair escrotizando alguém por conta da origem nacional é previsto como crime aqui no Brasil na mesma lei extravagante onde tem o crime de racismo.
    Mas da lei existir a ela ser aplicada, são outros quinhentos.

  • Somir, quanto a essa de você não ter tido ideia de que a pancadaria entre brasileiros e argentinos poderia acontecer, isso já era um tanto quanto óbvio.

    Não acontece tanto em jogos de seleções porque as confederações se preparam para isso.

    A UEFA até tem uma lista de jogos que são proibidos de acontecer entre seleções porque eles sabem que é GARANTIDO haver porrada se esses países se enfrentam.

    Em qualquer sorteio de fases de grupos, Rússia não pega Ucrânia ou Geórgia, Azerbaijão não pega Armênia, Sérvia não pega Kosovo… Eles sabem muito bem do histórico violento desses povos e já fazem isso para evitar tragédias.

    A CBF cagou totalmente no pau ao não fazer essa preparação. Muito porque brasileiro não sabe ser civilizado quando se trata de futebol.

  • Tem um episódio de um desenho chamado Meninas Superpoderosas que o vilão, o Macaco Louco, descobre que tem uma espécie de movimento social de lacradores que acham que ele é uma vítima da sociedade e oprimido pelo sistema e pelas meninas superpoderosas. Detalhe, esse desenho é do começo dos anos 2000.
    Nesse episódio toda vez que o Macaco Louco começa a fazer alguma merda e as meninas aparecem pra mandar ele pra cadeia, ele começa a gritar que está sendo oprimido e esse movimento aparece pra defender ele.

    Brasileiro tem muito disso. Adora jogar merda nos outros, principalmente aqueles que considera serem mais privilegiados do que eles mesmos. Não precisa nem ser alguém de outro país, pode até ser um vizinho que ganha mais, ou então que sabe administrar melhor o próprio dinheiro. Mas assim que a outra parte faz o menor sinal de revidar, começa o mimimi. “Ain, tá me oprimindo porque eu sou preto. Tá me oprimindo porque eu sou pobre. Tá me oprimindo porque eu não tive oportunidade.”
    Não faz muito tempo uma dessas militontas do PT deu de ficar chamando meio mundo de nazista e fascista no Twitter, até que uma mulher que ela chamou de fascista e supremacista branca printou todos os tweets em que ela foi atacada, arquivou os posts, entrou com uma ação judicial e a militonta teve que pagar uma indenização, apagar os posts que ela ainda não tinha apagado e publicar uma retratação. A militonta fez tudo isso, mas não resistiu e publicou um post dizendo que era pras outras pretas e pobres ficarem espertas na hora de denunciar o fascismo porque os fascistas têm dinheiro e podem acabar com a vida deles.

    Mesma coisa dos hermanos. Gostam de meter o pau, mas basta o outro chamar de macaco que o macaco fica louco.

  • “Sabe o motivo? Porque dói. E sabe por que dói? Reflitam que eu tenho certeza de que a reposta chega.”

    Em mim, brasileira branca, dói muito mais por saber que ainda vivo num lugar incivilizado, que poderia ser muito melhor se as pessoas fossem menos brutas e vitimistas. O brasileiro médio acha que pode xingar e bater no outros à vontade, mas basta uma única reação que vira vítima dos racistas malvados.
    Será que dói tanto assim nessas pessoas ter um pouquinho só de civilidade e não partir pra violência?

  • O foda de ser civilizado e ponderado no Brasil é que você faz parte de uma minoria absoluta…

    Aproveito para reiterar: já estive na Argentina e fui muito bem tratada. Amigos de etnias diversas também tiveram a mesma experiência.

    Essa ideia de que argentino odeia brasileiro, pra mim, é característica da Main Character Syndrome que assombra os habitantes dessa república de bananas

    • É muito triste ver gente que acha super ok instigar violencia contra um povo mas acha uma abominação um xingamento racista.

    • Também reiterando: já estive na Argentina e fui muito bem tratado.

      Obs: pelo que já passei eu mesmo quase aguardando um “Fala, Desfavor” (já li abaixo)…

    • “O foda de ser civilizado e ponderado no Brasil é que você faz parte de uma minoria absoluta… “Concordo totalmente, Maya. E que merda que seja assim…

  • HAHAHAHAH
    “ Vai todo mundo tomar no cu“
    Muita risada.
    To contigo Sally, concordo de fio a pavio.
    Só fico sabendo dessas baixarias que acontecem lendo o Desfavor.
    Se alguém depender dos meus olhos pra fazer futebol e ganhar dinheiro, não contem comigo.
    (Amanhã eu leio o Somir) agora to com preguiça…

  • “Sabe o motivo? Porque dói. E sabe por que dói? Reflitam que eu tenho certeza de que a reposta chega.”

    Por que dói, Sally? O que você acha dos negros? Responde essa para a gente mandar o print para a polícia.

    • Não é sobre o que eu acho, é sobre o que todas as pessoas que se ofendem com o que terceiros falam acham sobre elas mesmas.

      Eu supunha que o que eu escrevi seria suficiente para entender, mas, em homenagem à sua pouca cognição, vou desenhar: o que dói não é o que qualquer pessoa fala de ruim sobre putra, o que dói é o quanto quem escuta acredita ou se identifica com o que a pessoa fala.

      E, dica: se for ameaça, cumpra. Se não fica bem ridículo e desmoralizante. No aguardo.

      • ah, querida, não sabe ler? Só mandaria para a polícia se você respondesse a pergunta confessando o que você deu a entender. Mas jamais vai confessar, né? Então fica sussa, não tenho como mandar o print.

          • Não faz isso não, Somir. Dá para ver a dor da pessoa, ela realmente está sofrendo. Não consigo não sentir pena, imagina se abalar assim com algo que um desconhecido escreve. Imagina carregar dentro de si um complexo tão grande a ponto de reagir dessa forma. Além disso, o comentário foi educativo, ilustra nosso ponto: a ofensa está na cabeça do ofendido.

            • Você fala sempre que não se importa com o que desconhecidos dizem. Mas quando é um conhecido, você se importa? Só curiosidade mesmo. :)

              • Depende, se for uma pessoa importante para mim, sim eu me importo, caso ela esteja pensando algo que não é verdade, eu chamo para conversar e esclareço ou pelo menos dou a minha versão.

  • o argentino médio é racista e tá sempre chamando negro de macaco. Não somos exemplos de civilização, mas os hermanos também não são. São mesquinhos e racistas. Vizinhos escrotos igualmente

    • O argentino medio está sempre xingando tudo e todos e tem um apelido pejorativo para cada povo. Mas, curiosamente, só tem um povo que sofre por isso ..

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