Ele disse, ela disse: Escolhendo a profissão.

Depois de uma agradável troca de preconceitos engraçados sobre profissões, Sally e Somir descobriram ainda mais um ponto de desavença nesta aparentemente interminável lista. Considerando apenas amizades, os dois não chegam a um consenso sobre o papel da profissão (lícita) do outro na hora de decidir se um relacionamento é viável ou não.

Tema de hoje: A profissão de alguém é impedimento numa amizade?

SOMIR

Não. E só para posicionar direito a discussão: Estamos falando de fazer um juízo de valor sobre a profissão de uma pessoa e decidir se ela serve ou não para ser sua amiga. E justamente por entender que não se julga muita coisa a partir da profissão de alguém que considero todo esse processo irrelevante para tomar uma boa decisão.

Mas antes de qualquer coisa, vamos considerar que uma das graças das amizades é que elas sublimam a necessidade de semelhança com grande frequência. Puxe na sua lista mental de amigos e amigas: Pelo menos um ou dois dos mais próximos deve ser consideravelmente diferente de você. Não digo propriamente em valores e senso ético, já que esses costumam mesmo aglutinar pessoas, mas sim de hábitos, opiniões, gostos e atitudes que dão o tempero da diferença nessas relações.

Essas variações são muito interessantes e não é raro, que mesmo inconscientemente, você procure pessoas que possam somar na sua vida. A diferença acaba te tornando maior também. Menciono essa parte até meio óbvia para posicionar como amizades não são exatamente uma ciência exata. Se fosse mera questão de compatibilidades superficiais, era só seguir uma listinha de pessoas recomendadas numa rede social qualquer para formar grandes amizades.

E se falo sobre superficialidade, não é à toa. Profissão, salvas raras exceções, ou é uma escolha aleatória de uma pessoa, ou só existe por pura necessidade. Uma pessoa minimamente saudável poderia exercer quase que qualquer profissão existente dado o treinamento necessário. Ainda não existem chips de profissão à lá Futurama, é muito complicado definir de verdade porque você exerce uma e não outra.

Eu, por exemplo, sempre me interessei por elementos que poderiam me guiar para diversas profissões “artísticas”, mas acabei usando minha criatividade para vender mais *insira produto aqui*. Tudo bem que eu tenho afinidade com a área, mas se eu fosse um artista plástico a essa altura do campeonato, também mencionaria a afinidade.

Não é como se a forma como uma pessoa se forma durante da vida a guie exatamente para uma área de atuação ou outra. E olha que no meu exemplo pessoal, eu ainda estou falando sobre trabalhar com algo que efetivamente gera interesse além do financeiro. A maioria das pessoas que eu conheço trabalham para pagar contas e na melhor das hipóteses acabam gerando alguma afeição pela sua profissão.

Profissão é um referencial momentâneo sobre uma pessoa. Até porque de profissão se muda. Você pode conhecer um vendedor hoje que já foi professor de sociologia há pouco tempo atrás. Não dá para aplicar o arquétipo de “vendedor” para essa pessoa sem perder muito sobre a personalidade dela. O próprio fato da mudança já é extremamente relevante sobre o que é aquele ser humano. Será que foi necessidade financeira? Será que a pessoa enjoou? Desanimou ou desencantou com a profissão anterior?

Sem contar que mesmo quem está numa profissão com grande afinidade com sua personalidade pode estar trabalhando num local que contamina essa percepção. Muitas pessoas proativas e adaptáveis estão “subornadas” por empresas caretas e engessadas em troca de um salário interessante. É complicado definir alguém por causa disso.

Quase que uma questão de falsos positivos: Se tem um fator de contaminação como a compensação financeira (e, porra, não sejamos inocentes, todo mundo precisa de dinheiro…), como é que você vai saber se a pessoa não está numa profissão/cargo por causa de necessidade e não afinidade? Ou você conhece essa pessoa ALÉM do seu trabalho, ou você não a conhece.

Como muitos homens, eu tenho a mania de definir as pessoas de acordo com suas funções, mas isso funciona num âmbito mais superficial de relação de amizade. Evidente que alguém que exerce uma profissão vai ter relacionamentos e conhecimentos condizentes com ela, pode ser muito útil fazer esse juízo quando ainda se está se familiarizando com a pessoa, mas com o passar do tempo, vai me dizer que as pessoas não tendem a ser pelo menos um pouco mais complexas do que isso?

Não dá para usar isso como fator de exclusão de amizades. Seria tão aleatório como usar modelo de carro para definir a mesma coisa. E além disso, há de se notar que uma pessoa que já é sua amiga pode fazer uma mudança de carreira e se tornar justamente numa representante de uma das que você julga ruins para formar laços de amizade. Isso não seria motivo para deixar de ser amigo. Pelo menos não se você não for do tipo “amigo-da-onça”.

As pessoas tem história, tem todo um caminho que as levaram ao ponto no qual você as conhece. Duas pessoas complemente opostas podem estar exercendo o mesmo trabalho ao mesmo tempo. E eu juro que não estou argumentando por exceção, estou dizendo que na média as pessoas são pouco ligadas com o trabalho que tem. A exceção é justamente o estereótipo bidimensional que parece que só faz o esperado por quem tem aquela profissão.

Não é lógico fazer essa exclusão, a chance de você fazer uma boa escolha numa amizade não vai aumentar consideravelmente, e ainda por cima vai perder inúmeras pessoas interessantes que por motivos que você nem sonha estão com o holerite errado na hora errada…

Para dizer que eu só digo isso porque ninguém quer ser amigo de publicitário, para dizer que eu tenho mó jeitão de artista… (ui), ou mesmo para dizer que puta é profissão lícita (ninguém disse namoro, é amizade…): somir@desfavor.com

SALLY

A profissão ou ocupação de uma pessoa, desde que lícita, é um motivo válido para se recusar a manter laços de amizade com ela? SIM.

Infelizmente existem pessoas das quais eu quero distância em função da forma como escolheram ganhar seu dinheiro. Preconceito? Certamente, mas é um preconceito que eu admito e alimento em nome da minha sobrevivência e bem estar. Quando o risco que se corre se tudo der errado é considerado grande demais, a única solução saudável é não correr esse risco.

Excepcionalmente, hoje não quero ofender ninguém. As profissões que vou citar como exemplo são profissões que merecem respeito e que eu, por convicções pessoais minhas (que estão longe de ser verdade absoluta ou sequer um exemplo a ser seguido), teria receio de estabelecer qualquer vínculo. Pessoas com uma cabeça diferente, com valores diferentes podem conviver com estas profissões tranquilamente. Porém acredito que todos nós tenhamos alguma limitação, referente a alguma profissão. Defendo apenas a existência de limitação em relação à profissão e não às profissões citadas por mim.

Não sei se é assim em todos os lugares, mas eu pensaria mil vezes antes de manter um vínculo de amizade com um policial aqui no Rio de Janeiro. Tenho certeza que existem centenas de policiais honestos que não entram em esquema de corrupção nem esculacham civis, mas o risco que se corre até encontrá-los simplesmente não vale a pena. E, vamos combinar, por mais legal e honesta que a pessoa seja, andar com um policial é andar sentado em um barril de pólvora por estas bandas. Um simples assalto pode acabar em morte se o assaltante abre a carteira e constata tratar-se de um policial. Não, obrigada. É escroto, mas acho necessário estabelecer esse limitador.

Não sejamos hipócritas. Ao selecionar nosso grupo de amizades levamos em conta uma série de fatores objetivos e subjetivos, mesmo pensá-los desta forma organizada, fria e racional que eu estou apresentando. Soa feio, mas não é condenável ter uma lista de critérios mentais para selecionar seus amigos. Na verdade, todo mundo o faz e acredito que todo mundo tenha algumas profissões para as quais as portas sejam mais difíceis de serem abertas. O problema é que hoje em dia não se pode falar nada negativo a respeito de nenhum grupo porque pega mal, fica feio e em dez segundos vem um ONG ameaçar te processar.

Questões menos sérias do que segurança pública também me fariam repensar eventual investimento em uma pessoa. Por exemplo, alguém com uma formação bicho-grilo em alguma faculdade “logia”: sociologia, antropologia e similares. Enormes as chances de que essa pessoa não tenha absolutamente nada em comum comigo e que se instaure um desprezo mútuo, desde o que diz respeito a questões fundamentais passando até por questões triviais como roupa e corte de cabelo. Quando vejo alguém com esta formação, simplesmente não invisto em aprofundar relações porque sei que as chances são quase zero e não estou disposta a passar por tudo que vou ter que passar até encontrar alguém dessa “espécie” compatível comigo.

Amizade depende em grande parte dos interesses em comum. Quando a cabeça da pessoa funciona de um jeito diferente da sua em questões primordiais, mesmo que você tenha interesses em comum com a pessoa, os caminhos que levarão a esse interesse são tão diferentes que na maior parte das vezes a jornada se torna inviável. Quando existem diferenças discrepantes na essência, nos valores fundamentais, a coisa fica complicada. E sim, uma profissão é um belo indicativo da escolha de vida da pessoa, dos seus valores e da sua cabeça. Eu sei que não é absoluto (quase nada é nessa vida…), mas porra, como indicativo serve! E o indicativo me basta.

O mesmo vale para pessoas do meio artístico. Por mais bacana que a pessoa seja, é um meio que eu não suporto, permeado por comportamentos que eu também não suporto. Porque investir em uma pessoa que está submersa em uma realidade que eu não suporto? Quais são as chances disso crescer e virar um relacionamento de amizade saudável? A falta de interesses em comum aliada às inúmeras condutas que eu reprovo não são propriamente um terreno fértil para desabrochar uma amizade. Quem não bebe dificilmente vai transbordar amizade por quem é do meio boêmio. Quem não usa drogas terá dificuldade para manter um relacionamento de amizade com quem é usuário habitual. Se a falta de afinidade já castiga uma amizade, a reprobabilidade da conduta alheia mais ainda.

Sem moralismos, eu acho pessoas que usam drogas uns merdas, ainda que só para fins recreativos. Acho muleta. Não tem como manter uma amizade com alguém que usa drogas porque eu não teria respeito nem admiração pela pessoa. Não estou dizendo que uma pessoa que usa drogas não seja digna de respeito e admiração, estou dizendo que EU não teria. E sim, pessoas no meio artístico usam drogas e/ou andam com gente que usa drogas. Bem vindo ao mundo real. Bela merda de amizade que seria não sair nunca com seu amigo porque os lugares que a pessoa frequenta tem gente usando drogas, mesmo que ela própria não faça uso. Pois é, eu não me sinto confortável em ambientes onde pessoas estão usando drogas.

Assim como eu tenho essas (e outras) limitações, certamente cada um de vocês deve ter as suas e muitas delas podem ser detectadas pela profissão ou ocupação de uma pessoa. Por exemplo, eu seria amiga de uma prostituta sem problemas, sairia na rua ao lado dela sem problemas, mas garanto que muita gente aqui não. Da mesma forma que muitos homens não fariam amizade com travestis que vivessem de shows performáticos ou de prostituição. Eu adoraria um amigo traveco para me ajudar a colar os cílios postiços. Cada qual sabe do seu.

Minha opinião é a de que determinadas profissões falam o bastante sobre as pessoas a ponto de, por si só, bastar para desencorajar a cultivar uma amizade. Novamente: existem exceções? Sempre! Só não acho que valha a pena tudo que será preciso passar até encontrá-las.

Para me chamar de preconceituosa, para dizer que você não faz amizade com advogados porque não gosta de gente filha da puta ou ainda para dizer que não quer fazer amizade é comigo mesmo: sally@desfavor.com

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Comments (56)

  • Eu confesso que já olho com desconfiança essas pessoas formadas em sociologia e afins desde início. Já imagino que vão vir logo com esse papo de revolucionário riquinho de ipod, socialista que adora beber uma coca e viajar. Me cansa, sabe…Mas, pelo menos eu dou 2 minutos de conversa pra ver qual vai ser. Dessa vez eu fico entre os dois, concordo com o Somir que a variedade é enriquecedora e eu mesma canso de ficar sempre no mesmo ambiente, mas seguindo a lógica da Sally de ser algo ilícito ou um pm do RJ, eu também me afastaria bem rapidinho.

  • Pessoas que praticam atividades ilegais eu excluo imediatamente.
    O tio do meu namorado fez umas 3 faculdades de bicho grilo (tudo na USP que é atestado Premium de bicho grilo) e trabalha como PM, não tem como excluir porque é familia, mas concordo que não é legal ostentar a relação com ele.
    Tirando os citados, eu acho que os outros merecem uma chance. Deixa abrir a boca e depois eu julgo.
    Uma coisa que eu não tolero (é também motivo e orgulho por eu ter poucas amizades) é gente burra. Não adianta nada a pessoa ter um trabalho tranquilo e ser estupida como uma porta. Nesse ponto até prefiro ser amiga de bicho grilo, pelo menos não vou ter vontade de estapiar uma “amiga” que insiste em achar o Luciano Huck legal. E o bicho grilo vai entender minha piada do Lenin que não gosta de atender o telefone… é, seria quase uma afinidade.
    (Eu não sou bicho grilo, sou formada em RI, que não serve pra nada e depois ADM que é pra alavancar quem tem um diploma inutil)

    • Daniele, striper, prostituta, mulher fruta, Panicat e afins não são atividades ilegais. Você seria amiga?

      Em tempo: ser advogado não é uma atividade ilegal, mas é muito difícil encontrar alguém que exerça advocacia sem no meio do caminho praticar alguma atividade ilegal, tipo suborno, ensinar testemunha a mentir, sumir com processo, etc

      • Striper, prostituta, mulher fruta, panicat e afins: se não fossem burras seria amiga numa boa. Inclusive daria muita risada com os detalhes que elas contariam da profissão. Muito nojinho de quem se faz de moralista pra esses assuntos.

        Ser advogado não é uma atividade ilegal. Isso que você citou são práticas que nossa sociedade permite (no sentido de ser conivente) porque esse país é todo errado e a solução é o aeroporto. Então não teria problema em ser amiga de advogado.
        Eu disse atividade ilegal no sentido cru da palavra, exemplo Belo e sua namorada troglodita.

  • Aqui não apenas profissão e nas circunstâncias que a Sally relatou, mas para quem ou no que a pessoa trabalha. Já tenho amigos em muitas das atividades que vou falar a seguir, mas jamais faria novas amizades com quem trabalha em indústria farmacêutica, corretoras de valores, leiloeiros, advogados de criminosos de colarinho branco e de porta de cadeia, jornalista, indústria da soja, mesmo certas empresas específicas, como Monsanto, etc. E, caso não estivesse fora do mercado, muito menos relacionamento com essas pessoas.

    • Acho que deveriamos fazer uma lista negra de pessoas com as quais se relacionar pode trazer efetivos riscos para a saúde, vida e segurança.

  • Acho que vc pode ser minha amiga também Sally. Lí no comentário lá embaixo que você não tem problemas com quem trabalha com moda. Podemos sair escolher umas roupas, o que acha?

    É interessante pensar que para cada profissão a pessoa precisa ter um combo de atributos pessoais básicos (não acho que seja preconceito pensar dessa forma) e portanto podemos deduzir muito dela simplesmente pela profissão e julgar se queremos ser amigos de alguém com profissão x ou y. Claro que existem exceções e não devemos nos fechar a conhecer as pessoas mas podemos dar uma boa peneirada antes não?

    • Thiago, algumas profissões eu fecho as portas sim, porque se eu errar na peneirada minha vida ou minha liberdade podem estar em risco…

      Quanto a escolher roupas, eu adoraria.

    • Complicado pq se tu for assaltado ao lado dum policial o bandido mete bala no puliça e em quem tá junto. Já saí com alguns, mas eles deixavam a identificação em casa.
      Nunca rolou de ter amigo travesti, mas eu falaria normalmente pq ele nasceu assim, a não ser que ele faça programas, nesse caso não.
      Não seria amigo de garota de programa. Acho que dinheiro se ganha trabalhando e não dando os buracos por aí. Eu não acho legal dar porrada em GP, não tenho preconceito desde que fique longe de mim. Nunca contratei uma prosti, mesmo com camisinha tenho nojo.

    • Vc seria amiga duma prostituta, mas se ela se tornou por falta de condições ou por pura safadeza mesmo?
      Aqui no meu prédio tem umas que são classe média/alta e são umas vacas pelo simples prazer de vaquiar. Não é por necessidade é ser vadia mesmo, de repente pega um tarado que mata mas tão pedindo isso.

      • Ju, mesmo que fosse por “safadeza”. Sei lá até que ponto é possível dizer que uma pessoa se torna puta por falta de condição, né? Tanta gente passa fome e não se prostituí. Em qualquer caso eu seria amiga, porque a profissão dela não me afeta e não me faz mal.

      • É inocencia achar que a mulher se prostitui geralmente por safadeza ou falta de condições. A coisa é mais simples:

        Em que outra profissão teria ganhos tão altos com nivel de stress e cobrança tão baixos? Ou quanto a mulher poderia exercitar o seu narcisismo e se sentir desejada e poderosa?

        TAmbem tem a questão do alpinismo social e conhecer pessoas novas e interessantes o tempo todo, alem dos presentinhos e favores de clientes, festas, etc…Ou vc acha que uma Xuxa, Galisteu, Daniele Alburqueque, Luma e outras conheceram seus maridos por conviverem no mesmo meio social?

        Geralmente também os homens dão mais valor e tratam melhor estas mulheres do que a pseudosantinha/mulher comum. E ele PAGA pra conseguir o que poderia conseguir de graça depois ainda chutar a bunda da maioria com quem sai..Ah, e sem ligar no dia seguinte.

        Claro que existem onus e surpresas desagradaveis. Mas saõ menos desagradaveis do que descobrir que vc não vai ser a modelo/atriz/famosa que sonhava desde cedo.

        • Considerando que a mulher melancia ganha cinco mil reais por meia hora de show, acho que existem coisas mais rentáveis direcionadas a uma mulher com aptidão para a vulgaridade…

              • Não conheço. Mas conheço algumas que ganham viagens e presentes tão caros quanto pra acompanhar o cara em viagens de negócios por exemplo.

                Algumas conseguem cobrar 5000 por show, mas as mulheres frutas que ‘deram’ certo são pouquissimas num universo em que muito mais gente sonha mais alto do que suas aptidões oferecem. De qualquer forma, um dia a oportunidade ou cara certo aparecem. rs

                • Nenhuma mulher fruta deu certo, mesmo que ganhe milhões. Dignidade vale mais.

                  Em todo caso, é sempre bacana lembrar que tem mulher que em uma semana dando ganha mais do que muita gente que trabalha pra caralho no ano todo.

                  BRASIL-IL-IL-IL!!!

    • Eu acho bem nojento um perfume com cheiro de buceta.

      Pergunta para os machos da RID: toda buceta cheira igual a ponto de fazerem um perfume supostamente com cheiro padronizado?

      • Sally: um enólogo distingue aromas no vinho que a galera nem percebe (pra mim, vinho tem cheiro de vinho); um sabujo cheira as roupas de uma pessoa e consegue rastreá-la; eu passo em frente a uma barraca de cachorro-quente e o cheiro azedo do molho me lembra pessoa com desodorante vencido. Para o meu olfato tosco, tirando os casos de doença, é tudo muito parecido. Eu acho que inventaram esse perfume por outro motivo: quando você chegar com esse cheiro em casa e a mulher brigar, você tira o vidrinho do bolso e tem uma desculpa. Até pq, em termos de fixador, a dita cuja ganha do alho e da cebola. Tem até receitas caseiras pra deixar os dedos inodoros novamente… Aliás, se as meninas quiserem passar as suas, os impopulares agradecem. As suas receitas caseiras, não me entendam mal.

        • Paulo, francamente, se um homem estiver com cheiro de buceta, periga eu não perceber. Não sei dizer o que é cheiro de buceta…

          • Tá bom, se vc diz… a receita caseira é mais secreta do que a macumba da coruja, pelo visto. Ninguém quer ajudar os homens a eliminar as provas. Ê, corporativsimo.

            • Juro que eu achava que cada buceta tinha um cheiro único… menos as doentes. As doentes todas cheiram a bacalhau. E as mal lavadas também.

              • Sally, pra um cachorro, cada pessoa tem um cheiro único. Foi aquilo que eu falei a respeito de vinho e olfato tosco. Eu posso não discernir notas de café torrado e nozes colhidas na primavera no raio do bouquet do vinho, mas eu não confundo com cerveja. Já um enólogo é capaz de acertar até a safra. Se tiver um bucetólogo na RID, a opinião dele será mais qualificada do que a minha. Talvez o Deja ou o Hugo possam ajudar mais.

                • Olha, se o Somir acordar com a macaca um dia desses, ele pode até fazer um texto sobre o assunto. Mas como tudo vindo do Somir é dúvida, se existir algum bucetólogo na RID que possa opinar, aguardamos o Desfavor Convidado…

                • “Talvez o Deja ou o Hugo possam ajudar mais.”

                  Me senti um promiscuo agora.

                  Pra simplificar o grau de diferença, pense em uma boca. Todas são anatomicamente semelhantes, mas dependendo do grau de cuidados/hora da última refeiçaõ terão cheiros diferentes.

            • Esfrega sal nas mãos e depois lava com agua.
              Funciona com alho, cebola e pimenta, também deve servir pra isso aí.

      • Eu tb não sei sei qual o cheiro de buceta. Nunca cheirei uma nem pretendo cheirar.
        Agora saco tem cheiro semelhante nos homens, vai ver xota é igual.

        • Isso é uma verdade… Só não sei se esta verdade se aplica às mulheres.

          No caso do saco, o que ocorre é que o cheiro de suor em locais com dobrinhas é sempre o mesmo, por isso saco suado tem o mesmo cheiro. Mas saco limpinho não tem cheiro nenhum.

          Onde mais seria possível travar uma discussão tão edificante? Só aqui mesmo…

  • Putz, profissão é uma das últimas coisas que eu me ligo ao escolher uma amizade. Eu por ex. tinha em mente fazer faculdade de um bicho grilo e acabei optando por trabalhar no computador porque me ofertaram emprego e a grana saiu na hora sem nem eu me formar. Então eu virei de bicho grilo pra nerd? Claro que não. Eu sou um bicho grilo pagando de nerd por $.
    Na época que lançaram o Orkut tinha o jogo do add que as pessoas tentavam se conhecer baseado nas comunas em comum e não deu certo. Mesmo tendo a mesma profissão, torcendo pro mesmo time, sendo ateu e naquelas eu odeio isso e eu odeio aquilo em comum, não é por aí. Eu acabava mantendo contato virutal que ia pro real das formas mais diversas.

  • Psicologia termina em logia, vc mesma já falou que fez análise, com algum logista da vida ou coisa do gênero, ou não?
    Vc esqueceu de mencionar ou manteria amizade com algum jogador de futebol? Vc viu a entrevista do “Adriânus” falando que se ele é bebum, os colegas também são. Enfim se vc não curte drogadites faltou falar nisso.
    Eu tenho uma amiga que era casada com um policial de Bangu no Hell de Janeiro, ela me falava que rolava muita corrupção lá dentro e como o marido dela não topava, acabavam ameaçando ele e ela junto. No final da contas não mataram ele porque ele morreu de câncer de tanto fumar, mas se não fosse isso aposto que iria ser morto pelos colegas.

    • Eu já precisei de policia, já chamei a polícia e nem por isso fiz amizade com policiais. Você compreende a diferença entre pagar por um serviço e fazer amizade com uma pessoa?

      Além disso eu usei o adjetivo “bicho-grilo” antes. Minha melhor amiga, amiga de infância, é formada em história, que costuma ser um curso só de bicho-grilo. No entanto, ela não é. Psicologia também tem muita gente que não é bicho-grilo. Eu iria a uma festa de faculdadede alunos de história? JAMAIS, porque de cada mil vai ter um compatível comigo e não vale a penas passar pelos outro 999 até encontrar essa exceção.

      Não, eu não manteria amizade com um jogador de futebol, eles não tem nada que me interesse e ainda os acho meio marginais, perigosos e queima-filme.

      Esse caso da sua amiga ilustra bem o que eu quero dizer: algumas vezes é preciso ter preconceito, para nosso próprio bem e segurança, porque tem meios onde quem é fdp é perigoso e quem não é também acaba sendo…

  • Concordo com ambos em partes. Realmente é complicado afastar uma pessoa simplesmente pela escolha de sua profissão, nós somos mais do que exercemos, mas aquilo que o fazemos, nos representa, e isto é uma verdade.
    Os exemplos que a Sally apresentou, eu meio que partilho este preconceito, por que, vejamos, não é todo dia que você quer correr o risco de levar um tiro, e outra, não dá pra discutir com socio/antropo e outros “lógos” por aí, sempre tem aqueles argumentos saco-de-porrada, e sempre tem argumentos ad hominem se você o contraria com supremacia. Então para mim, é meio que um intermédio conhecer pessoas, geralmente conhecê-la antes de descobrir suas aptidões e exercimento da profissão.
    Não é estranho encontrar Arquitetos e Engenheiros Civis melhores amigos. E uma coisa eu discordo com veemência da Sally: não são puramente nossos interesses e vergências comuns que tornam as pessoas amigas, acho que parecido de mais e diferente de mais é insustentável uma amizade. Interesses, características, opiniões, tudo isto varia de pessoa para pessoa, e o conjunto delas que a faz, ou não, uma possível amiga, não é o fato dele escolher um curso que eu não tenha respeito algum que ele deixe de ser uma pessoa interessante, mas para mim não é. Partilhando um pouco do meu preconceito, não consigo criar qualquer tipo de empatia com pessoas que prezam mais pelo físico do que o mental, e não falo isto só pra meter o pau em educação física ou qualquer curso assim, penso que tempo em excesso exercitando os músculos, exercita de menos o cérebro. Acho que de um modo meio que geral, as pessoas que tem mais um caráter deste tipo realmente são aquelas que eu prefiro distância.

    • Augusto, você está correto. No geral, quem exercita demais os músculos descuida do cérebro. Existem exceções, mas são tão raras que o meio perece mesmo ser ignorado. Apesar de ser marombeira de carteirinha, dou total apoio ao seu preconceito justamente por viver no meio e saber que ele tem fundamento…

      • O que mais me dá nos nervos é saber que além do culto excessivo ao corpo que esta galera faz, usa argumentos provavelmente unos, tipo um fulaninho que é quase halterofilista que é médico ortopedista. Não há outra reação além de ‘bitch please’, é que nem usar o argumento: “Funk é erudito e cultura, Mr.Catra é formado em direito e é poliglota”. Bitch,please.

        • Augusto, no geral eles são acéfalos sim. Pior do que isso: acham que ter um corpo sarado é tudo e desprezam quem lê e busca conhecimento.

          Mas também tem o outro lado: muito intelectual acha que basta ler e ter cultura que pode desprezar o corpo e ficar mole, pelancudo e/ou barrigudo. Igualmente errados e igualmente idiotas. Tem que ter ambos: cérebro razoável e corpo apresentável.

          • Sally, o Somir é sarado?
            Pq do jeito que vc o descreve (dorme mal, de alimenta mal, sedentário) me faz imaginar um nerd de tetinha.
            Só to perguntando pq vc disse “Mas também tem o outro lado: muito intelectual acha que basta ler e ter cultura que pode desprezar o corpo e ficar mole, pelancudo e/ou barrigudo. Igualmente errados e igualmente idiotas. Tem que ter ambos: cérebro razoável e corpo apresentável.” Seilá, me soou meio hipócrita/contraditório.

            • Primeiro que faz anos que eu não estou mais com o Somir (honestamente, não sei como está o corpo dele agora), segundo que o Somir passa longe de ter o perfil de “intelectual” e terceiro que se ele ou qualquer outra pessoa decidir ficar com o corpo detonado, é uma escolha pessoal que em nada contradiz o que eu disso, vou morrer achando aquilo, mas não posso obrigar ninguém a concordar, por isso aplico apenas a mim. Gordura localizada não me afeta, desde que seja localizada no corpo dos outros.

              Em resumo, eu disse isso por mim: jamais me permiti descuidar do meu corpo mesmo sabendo que tenho atividade cerebral. Até porque, os padrões estéticos são mais cruéis com mulher do que com homem. Homens são criaturas muito visuais, tem mais dificuldade em lidar com embarangamento do parceiro.

              Entendo que você presuma que o Somir seja um nerd fora de forma mas… Se você não soubesse nada sobre mim, apenas o que dizem os meus textos, o que você pensaria do meu corpo? Alguém liga meus textos a dançarina de axé?

  • Emir Campagnaro

    olá, pessoas !

    eu tenho amigos que são profissionais nas mais diversas áreas de atuação, não tive e nem tenho problemas por causa disso. Reduzir o círculo de amizades por causa da profissão, é um tanto de exagero, assim como seria caso escolhessemos amizades por cor da pele ou pela altura de uma pessoa – pronto! como sou alto, só terei amigos e amigas com mais de 1,85 m de altura…
    também é certo que a profissão diz muito a respeito da pessoa, ms a dinâmica da vida pode apresentar surpresas (agradáveis ou não) a qualquer momento sobre essa mesma pessoa independente de sua profissão, quanto a ser ou não sua verdadeira amiga ou amigo.

  • Eu concordo com você Sally!!
    Principalmente no quesito drogas.
    Eu nao curto drogas nem mesmo “Maria”, nunca usei e nem tenho vontade de usar.
    Quem quer usar…problema, mas nao me sinto bem no meio de gente se drogando…

    …e escolho minhas amizades de acordo com as afinidades ou network (amizades profissionais)

    Tenho amigas (os) que curtem coisas diferentes mas que eu gosto de conversar, de combinar uma janta em casa, trocar uma idéia com alguém que tem uma visão das coisas diferente da minha. Não gosto de viver em uma redoma, onde só o meu grupo tem razao. Gosto de escutar opiniões porque acredito que elas são mutáveis.

    Porém, tenho amigos que não posso misturar em um mesmo encontro.
    Tenho amigos roqueiros, hippies, patricinhas, piriguete, playboy, funkeiro, a galera da igreja, a galera do samba, da academia, do trabalho, famosos, de origem mais simples….

    Porem nao consigo ser amiga de pessoas na qual no comparto comportamento ou idéias relevantes.

    Confesso que gosto de pessoas estilo “Gente como a gente” independente da classe social. Porque tem gente com o rei na barriga e nao tem um prato de feijao pra comer…e vice-versa. Gosto de gente que rala, que batalha, que nao discrimina, versátil. que se move e principalmente: Otimista.

    Acredito que dá pra encontrar gente assim, independente da profissao.
    O meu unico impedimento às vezes é conversar com pessoas limitadas, que nao têm curiosidade com o que está acontecendo no mundoe possuem opiniao formada sobre tudo…

    • Larissa, acho que quando as pessoas fazem coisas que violam nossos valores, se torna inviável uma amizade. Infelizmente drogas são meio que inerentes a algumas profissões…

  • Sempre que o Somir fala “é lógico” ou “não é lógico” eu imagino o Spock falando. Estou delirando, eu sei.
    Bah, olha só a adEvogada escolhendo amizades, haha! Sally, fiz faculdade de Disáin (de Moda), ainda quer ser minha amiga? :~~

    p.s.: fiz o concurso ontem e:
    a) não caiu nada do Michel Teló, fiquei escutando e decorando as letras à toa, HAHAHAHA
    b) lembrei de vocês, pois numa questão o enunciado era: “Fulano entrou com um processo trabalhista, blá blá, e teve decidido em seu desfavor”. (L) (L) (L)
    c) é muita soberba minha achar que eu sou a única pessoa plenamente alfabetizada no perímetro urbano de Curitiba, e que só eu tirarei uma nota excelente na redação? :B

    • Dani, eu já era sua amiga antes de saber o que você fazia, sei que temos bastante afinidade. E eu acho sua faculdade bem interessante…

      Respostas:

      a) Não foi à toa, pode cair em outros concursos
      b) Lembrar do Desfavor na hora da prova deve tirar a concentração!
      c) Não, não é

      • Até fiz o curso, mas não trabalho com isso agora. =/ Mas admito que conheci uma galerinha alternativa de conduta duvidosa, meu primeiro ano da faculdade foi trash. :P

        b) eu já tava com uma dorzinha de cabeça e enjoo (ressaca, que chama, sou uma completa imbecil), acho que pouca coisa poderia me desconcentrar mais, hahaha!
        c) tô simulando minha colocação no ranking num site, que calcula a nota automaticamente (tem aquele negócio de pegar a nota de todo mundo, desvio padrão, o caralho a quatro), mas parece que neguinho tá trollando e colocando a nota máxima, por ESSA simulação, não passei. =/

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