Ele disse, ela disse: Papo bravo.

eded-dialogo

Não poderia ser mais simples…

Tema de hoje: O diálogo é sempre uma opção?

SOMIR

Sim. Porrada é coisa de bicho. Não nego a natureza querendo passar a ideia de que não somos bichos no final das contas, porque somos; mas chegamos onde chegamos (como espécie) subvertendo a lei da selva e criando mecanismos superiores para resolver conflitos. Não entendam meu ponto de vista hoje como puro idealismo pacifista, tem muito mais a ver com o zelo por um padrão de vida condizente com a evolução humana.

Cagar na rua é sempre uma opção. Pra quê ficar segurando e sofrendo? Deu vontade, é só baixar as calças e cagar onde quiser! Seu cu não assinou nenhum contrato dizendo que só funciona dentro de um banheiro, oras. Agora, você se sentiria bem se essa opção fosse mais comum? Não te parece coisa de gente porca/maluca? Essa tergiversada está aqui por dois motivos: Primeiro para evitar que caiamos numa barata discussão de significado das palavras. Cagar no banheiro e cagar na rua são opções da mesma forma.

E segundo porque faz uma comparação muito clara entre comportamento de bicho e comportamento de gente. Numa situação desesperadora o comportamento de bicho pode ser uma solução extrema, mas aprendemos desde cedo que deixar o cerebelo guiar sua vida não é condizente com o que se espera de um ser humano racional. E isso mesmo para as pessoas muito menos afortunadas com atenção e estudo: Se não fosse assim, a sociedade não se sustentaria uma semana sequer. Quanto mais os milênios que nos precedem.

Tem muita gente burra e brutalizada nesse mundo, isso não se nega. Mas a partir do momento em que se traça a linha do aceitável com base em quem foi marginalizado pela nossa evolução social, estamos nivelando por baixo. É um movimento histórico: Tirar o bicho do humano, uma pessoa por vez. O caminho sempre passa por fazer mais e mais pessoas escolherem a opção civilizada do diálogo. Porrada é estagnação, porrada é o que já vem de fábrica em basicamente todos os seres vivos (até plantas tem suas formas de resolver na porrada!) conhecidos.

Diálogo é mais do que uma opção, diálogo é a solução. Se você está numa situação onde o diálogo parece impossível é porque as opções de gente acabaram. E opção de bicho não pode contar! Cagar no chão, cagar no banheiro… lembram? Evidente que eu não estou dizendo para NUNCA se defender de um ataque físico, tem até leis planejadas para defender quem se sente ameaçado e parte para a violência.

Se você se comprometer a resolver seus problemas com a opção do diálogo e a outra pessoa se recusar, isso não quer dizer que a opção não existe, quer dizer que a outra pessoa abdicou do padrão mínimo esperado de comportamento. A porrada começa todo um novo problema, sem interferir diretamente no original que poderia ser resolvido com diálogo. Bater em alguém só resolve o seu problema de como causar dor e infligir medo em outro ser humano.

Mas não fiquemos apenas num campo tão filosófico: Muita gente que vai dizer que diálogo não é uma opção não tem capacidade de dialogar. Não é nem que a pessoa seja necessariamente burra, são algumas portas fechadas na habilidade de se comunicar com outros seres humanos. Sinto informar que não existe NENHUMA situação de conflito humano nesse mundo que duas pessoas racionais e dispostas não consigam resolver com um diálogo.

Não quer escolher o diálogo? Ok, isso é possível. Eu mesmo defendendo o ponto que estou já passei por várias situações onde eu não QUIS escolher o diálogo. Mas sem essa de universo umbigo: Não é só porque você escolhe uma coisa que vira padrão para o resto das pessoas. A opção sempre está lá, tudo depende do que você tem que “pagar” por ela.

É fácil dialogar com um amigo sobre quem vai pegar o último pedaço de pizza. É difícil dialogar com um estranho sobre quem vai pegar a última vaga para estacionar na rua. Dialogar é um exercício de empatia com muita ênfase em fazer concessões. O que, por sinal, é o que tirou a humanidade das cavernas… Lei da selva é péssima para resolver conflitos de forma duradoura. Entendo que para muita gente seja difícil entrar nesse estado de espírito pacifista e se esforçar para entender o outro lado, mas isso não significa que não exista essa opção.

Difícil e impossível são duas palavras distintas por um motivo. É difícil desarmar uma situação tensa usando apenas palavras, não impossível. Eu estou careca de desmontar a banca de gente irritada e agressiva, sabendo como controlar a situação dá para evitar quase todas as brigas nessa vida. Quem perde o controle perde a razão.

E se você está perdendo o controle diante de uma pessoa que está dialogando com você, adivinha quem perdeu a razão? Mexe com o ego aceitar que nossos surtos de raiva e violência foram soluções egoístas e “preguiçosas”, mas via de regra foram. Não precisa ficar se martirizando, mas, porra… tinha outro jeito e você não o escolheu.

Querem saber como evitar a maior parte da violência decorrente de um diálogo? Não escale (ou: não alimente o troll). Saber manter a conversa sob controle, focada no que você quer e sem demonstrações clássicas de agressividade já evita muitos problemas.

E antes que alguém venha me utilizar exemplos como “alguém tenta te bater”, “alguém te aponta uma arma” ou “uma multidão raivosa te cerca”, EVIDENTE que não é uma situação de diálogo. Já são agressões, já é uma violência acontecendo. Diálogo é sempre uma opção quando ele é possível… Não se dialogaria com um leão faminto, não é mesmo? Gente violenta e maluca que SÓ quer brigar nunca dialoga: Discursa. Eles nunca escutam mesmo, só estão falando porque pega mal grunhir e bater as mãos no peito. Não tem ninguém lá dentro da cabeça da pessoa para te ouvir. É a mesma coisa do animal irracional… E não escreveríamos uma coluna dessa para discutir se dialogar com um babuíno raivoso seria uma opção, certo? Vamos pensar antes de opinar.

Se a outra pessoa não está fora de si, você sempre pode dialogar. E se não sabe fazer isso ainda, aprenda. É meio o que o resto da humanidade está esperando de você…

Para dizer que vai me pegar na saída, para dizer que essa coisa de racionalidade é frescura, ou mesmo para dizer que só vai concordar com a Sally por medo de apanhar: somir@desfavor.com

SALLY

O diálogo é sempre uma opção? Infelizmente não.

O diálogo é uma opção com pessoas CAPAZES de dialogar. Porém, existem pessoas ou situações que excepcionalmente inviabilizam qualquer possibilidade de diálogo e tornam necessária a agressão física. Sim, o que estou dizendo é horrível, sim, provavelmente você vai achar errado, porque é moda achar que agressão física nunca é justificável. Mas a verdade é, Senhoras e Senhores, que infelizmente algumas pessoas só encontram limites quando levam umas porradas. As coisas são como elas são, e não como gostaríamos que elas fossem.

Uma pessoa incapaz de dialogar inviabiliza um diálogo. O que acontece, no máximo, é um monólogo. Uma pessoa pode SER incapaz de dialogar por uma série de fatores (burrice, arrogância e etc.) ou uma pessoa pode ESTAR incapaz de dialogar (muito nervosa, alcoolizada, etc). Nesses casos, diálogo é uma perda de tempo. Como infelizmente se afastar de imediato de uma pessoa que é ou se encontra incapaz de dialogar nem sempre é uma opção, algumas situações nos forçam a partir para o físico. Você decide: imobiliza, cobre de cacete, expulsa de casa… tudo menos diálogo.

Entendam que, como regra, eu também não sou favorável a agressão física, até porque isso não me favorece considerando meu potencial para um embate corporal. Porém o fato de ser contra violência de uma forma geral não me deixa cega, posso perceber que em algumas situações excepcionais o diálogo deixa de ser suficiente e eventualmente o uso de força física é o único caminho. O ser humano não é essa coisa linda e civilizada que muitos pensam, o ser humano é uma bosta que muitas vezes só se coloca no seu devido lugar quando leva uns sacodes. Estou aqui falando de algo que seria o último dos últimos recursos, quando diálogo e outras estratégias seriam completamente inúteis.

Talvez isso não entre na cabecinha civilizada europeia do Somir, mas existem pessoas com as quais não adianta dialogar. Pessoas sem a menor capacidade reflexiva, sem a menor capacidade cognitiva e com um auto-perdão tão galopante que a mensagem final jamais será transmitida por mais que o interlocutor desenhe ou até mesmo faça um teatrinho de fantoches para ilustrar o seu ponto. Uma merda que exista gente assim, mas existe. Garanto que todos vocês devem conhecer pelo menos uma figura dessas. Vai sair dando porrada só porque a pessoa não entende o que é dito? Claro que não, como eu disse, é o último dos últimos recursos, mas pode ser que ele seja necessário.

Não é porrada-covardia, é porrada-defesa. Até mesmo a lei te autoriza a dar uns cacetes em outra pessoa quando não havia nenhuma outra forma de se defender. Porque isso está na lei? Porque o legislador quer ver o circo pegar fogo? Não! Porque o legislador sabe que certas pessoas em certos momentos só com muita porrada. Vou além: em alguns casos a porrada é PARA O BEM de quem apanha. Exemplo: uma pessoa quer se suicidar, está na beira de uma janela naquela paumolescência de ameaçar se jogar e não se jogar porra nenhuma. Um amigo/parente/conhecido, ao ver aquilo, vai tentar impedir. Se não conseguir com diálogo, sou muito a favor de que cubra o suicida de cacete até colocá-lo para dentro de casa em segurança novamente. Com maluco não se conversa, é perda de tempo.

O que dizer de gente doente, transtornada, que você fala A e a pessoa entende B, distorce tudo e no final acredita na própria mentira? Adianta falar com pessoas assim? É sofrido admitir, mas infelizmente existem pessoas que estão fora do alcance das nossas mãos! O diálogo é lindo, via de regra é o melhor caminho, mas, caralho, o tema do texto é: “O diálogo é SEMPRE uma opção?”. Não, SEMPRE não. Quando dá, é a melhor opção. Quando é inútil (e em alguns casos o é), quando se afastar não é uma opção, só a porrada constrói. Tem gente que não sabe ouvir, não consegue refletir, não consegue entender. Tem gente com a qual o diálogo é pura perda de tempo. Tem gente tão ignorante, tão pouco estimulada intelectualmente desde pequena, tão tosca, com a qual é impossível dialogar.

E para antagonizar ao máximo, eu lhes digo que, dependendo da pessoa ou do momento (ou de ambos), o diálogo ainda pode PIORAR a situação. Isso mesmo, tem gente que distorce, manipula, se vitimiza e torna o diálogo mais um motivo de desentendimento e irritação. Diálogo já é um desgaste naturalmente, justamente por isso, é um investimento na pessoa que só deve ser feito quando ela vale a pena e quando a ela é capaz de corresponder. Querer ter sempre o diálogo como opção é de um romantismo sem limites. Aliás, eu sempre duvido de proposições de temas que tem as palavras “sempre ” e “nunca”. Dificilmente existe um sempre ou um nunca, ainda mais em matéria de ser humano.

Outro ponto importante: o fato de admitir que diálogo nem sempre é uma opção não implica em sair dando porrada por aí. Acho que todos nós sabemos que psicopatas são irrecuperáveis até o presente momento, conforme diz a ciência, e nem por isso todos que tem esse conhecimento defendem necessariamente a pena de morte. Uma coisa é saber, outra é colocar em prática. Existem pessoas onde o diálogo não é uma opção e nem por isso necessariamente temos que encestar uma porrada. Apenas sabemos que não é uma opção. Algumas vezes o simples se afastar funciona. Mas, quando isso não é possível…

O mundo está ficando cada vez pior, estamos involuindo. A barbárie nas relações cresce, sobretudo em um país como o Brasil. O brasileiro médio é essa maravilha que vocês já conhecem. Honestamente, vocês acham que o diálogo é sempre viável com o brasileiro médio? O brasileiro médio não sou eu, não é você. Do jeito que as coisas estão, cada vez mais o diálogo não é sempre uma opção. Não adianta chutar a imagem que está refletida no espelho se você não gosta do que vê. Diálogo sempre como opção chega a nos colocar em risco nesses tempos bizarros em que vivemos.

Eu queria muito que o diálogo fosse sempre uma opção, queria mesmo. Mas infelizmente não é. Infelizmente certas pessoas, certos atos, certas situações inviabilizam o diálogo. Quando fazem certas coisas, tentar dialogar acaba sendo até pior. Lembrem-se disso: em certos casos uma porrada se faz necessária, por mais que não gostemos disso. É politicamente incorreto, mas dói de tão verdadeiro que é.

Para concordar com o Somir para posar de evoluído, para usar este texto como argumento para me bater ou ainda para dizer que eu fui tímida na minha argumentação e que hoje em dia porrada é a solução preferencial: sally@desfavor.com

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Comments (48)

  • Sally, concordo com você simplesmente por essa frase: “Mas a verdade é, Senhoras e Senhores, que infelizmente algumas pessoas só encontram limites quando levam umas porradas.”. E ponto. E não to falando de limites educacionais nem físicos, não. To falando de limite emocional, caráter. Acho que em determinados momentos, dar umas boas porradas é a única coisa que se resta fazer.

  • Dialogo é sempre a melhor opção. Não que eu já não tenha dado uns tapas em alguém (me envergonho disso). Mesmo que a pessoa não seja capaz de levar o diálogo numa boa e faça parecer que você está falando com um toco de madeira, a melhor opção é falar com calma sem se exaltar e tentar expor seu ponto. Se de qualquer maneira não fizer efeito, evite partir pra porrada. Sou bem mirradinha e aprendi a me virar na conversa, porque se eu fosse tentar bater em alguém, por mais

    • Sim, HAVENDO opção, é a melhor. Mas você concorda comigo que em alguns casos não há opção? Que perder tempo tentando dialogar em algumas situações extremas pode gerar danos irreversíveis por não ter agido a tempo?

  • Deixa eu entender: Porque muitos de vocês são RUINS em argumentação isso quer dizer que automaticamente ela não é uma opção?

    “Eu não consigo pilotar um avião, então pilotar aviões em geral é impossível!”

    TREINEM mais argumentação, entendam mais de lógica, falácias e manipulação (seja por empatia verdadeira ou simulada, seja por implantação de sugestões…), treine isso bem e depois venha me dizer se diálogo não é sempre uma opção…

    • Meu problema é sou boa até demais em argumentação. Isso só desperta ainda mais raiva no adversário. Principalmente se homem: fica enfurecido ao em ver uma reles mulher mais bem articulada do que ele.

  • Primeiro eu tento o diálogo com educação. Só se não der certo eu quebro o barraco. Na maioria das vezes a conversa resolve.

  • Entendo o ponto de vista do Somir, mas, pra mim, a Sally ganhou nessa. Também não acho certo querer resolver na porrada, mas tem hora que simplesmente não dá. Estes dois parágrafos do texto dela sintetizam bem o que pensamos:

    “Entendam que, como regra, eu também não sou favorável a agressão física, até porque isso não me favorece considerando meu potencial para um embate corporal. Porém o fato de ser contra violência de uma forma geral não me deixa cega, posso perceber que em algumas situações excepcionais o diálogo deixa de ser suficiente e eventualmente o uso de força física é o único caminho. O ser humano não é essa coisa linda e civilizada que muitos pensam, o ser humano é uma bosta que muitas vezes só se coloca no seu devido lugar quando leva uns sacodes. Estou aqui falando de algo que seria o último dos últimos recursos, quando diálogo e outras estratégias seriam completamente inúteis.

    Talvez isso não entre na cabecinha civilizada europeia do Somir, mas existem pessoas com as quais não adianta dialogar. Pessoas sem a menor capacidade reflexiva, sem a menor capacidade cognitiva e com um auto-perdão tão galopante que a mensagem final jamais será transmitida por mais que o interlocutor desenhe ou até mesmo faça um teatrinho de fantoches para ilustrar o seu ponto. Uma merda que exista gente assim, mas existe. Garanto que todos vocês devem conhecer pelo menos uma figura dessas. Vai sair dando porrada só porque a pessoa não entende o que é dito? Claro que não, como eu disse, é o último dos últimos recursos, mas pode ser que ele seja necessário.”

      • Verdade… Duro é quando a pessoa que levou as porradas não entende que é pro bem dela… Tem gente que, não importa o tamanho da porrada que tome da vida, não aprende nunca…

        Ah! Te mandei um e-mail com sugestão pra um “Sally Surtada”. Tem umas fotos anexadas e tudo…

  • Não é opção quando há diferença de poder. Eu tenho tido melhores resultados com mandados de segurança do que com diálogos.

  • Achei que vcs acabaram falando mais ou menos a mesma coisa… Então concordo com os dois textos.

    Diálogo é a melhor opção e existe SEMPRE que TODAS as partes envolvidas estejam dispostas a isso. À partir do momento que uma das partes mostra seu lado bicho-brasileiro-médio, só a porrada constrói.

    Se alguém vier e passar a mão na minha bunda vai tomar tanto cacete (que nem a japinha do elevador) que não vai nem lembrar o nome. Se alguém bater no meu carro e não quiser parar/pagar/se responsabilizar, podemos ficar quites nas contas: eu com o seguro e ele com o hospital. Se alguém chutar minha poltrona do cinema e me mandar tomar no cu quando eu pedir para parar vai levar bicuda. E por aí vai…

    Eu tenho pra mim a sequência natural diálogo-humilhação-porrada. Vc vai subindo o nível conforme o grau de “incivilização” do cidadão em questão.*

    “Bater em alguém só resolve o seu problema de como causar dor e infligir medo em outro ser humano.”. Vou misturar esse assunto com o de bater em crianças… Se alguém vai deixar de fazer alguma coisa muito prejudicial por medo e dor ou por ter entendido a situação, não me importo. Algumas condições pedem a obediência a determinada regra, não importa como. Meu filho NÃO vai matar nem o amiguinho, nem o cachorro e pouco me importa se ele não faz isso por medo de mim ou por entender a situação, contanto que NÃO faça. Ficar que nem essas mães “para fulaninho, solta o cabelo do seu amiguinho, não pode cortar a orelha dele querido, faz dodói”… Meto-lhe dois pescotapas e acabou a história.

    Algumas ações (minto, algumas pessoas) merecem um pouco mais de reação.

    * eu acredito (de verdade) que convivemos com dois tipos de seres humanos, como nas transições de evolução, como neandertal x sapiens. Acho que uma (boa) parte da população é o que é por ser limitada geneticamente falando.

  • Eu sempre digo que diálogo é a única solução. Cair na porrada não vai solucionar absolutamente nada, não vai resolver o problema, apenas te criará mais alguns.
    Portanto, concordo com o Somir. Logicamente que em alguns casos você parte para a porrada, mas aí eu duvido que você esteja tentando solucionar alguma coisa, e sim atendendo a um sentimento/instinto (e o instinto aqui vem, por exemplo, em uma possível legítima defesa usada contra um maluco que apareça na sua frente querendo te matar, é instinto você defender sua vida).

    E sim, concordo contigo Sally em que é um romantismo exacerbado, porém, ainda assim, não consigo perder a esperança.

      • Essa é uma questão que você age por instinto, para se defender, como diz o Somir, apelamos para o lado mais bicho do ser humano. São casos excepcionais, em que a pessoa vem para te agredir, com esse único intuito. No resto, em situações do cotidiano, sempre há a opção de tentar o diálogo. Sou ‘romântica’ e trouxa, fazer o que… :(

      • Acho que neste caso não se trata de diálogo mas sim de auto defesa! Não dá pra generalizar também! No mais, continuo concordando com o Somir: diálogo QUASE sempre resolve!

        • O tema proposto é: diálogo é SEMPRE uma opção?

          Você dialogaria com uma mãe que está espancando um filho? Com um suicida prestes a se matar? Um uma mulher histérica prestes a fazer uma grande besteira? Existem dezenas de circunstâncias onde diálogo não é uma opção…

          • “Você dialogaria com uma mãe que está espancando um filho?”

            – Pare ou eu vou chamar a polícia. Você vai ser presa por isso.
            – COVARDE!
            – O que foi que o(a) pestinha aprontou?

            Dialogar é controlar a situação, seja numa ameaça civilizada, numa distração ou numa provocação.

            “Com um suicida prestes a se matar?”

            – Eu tenho CERTEZA que você não pensou direito sobre isso.
            – Se você quisesse se matar, não teria uma testemunha…
            – PULA! PULA! PULA!

            Suicidas dramáticos costumam querer atenção, existem várias formas de providenciar isso. Movimentos bruscos podem incentivar uma atitude impulsiva dele. Se não quer que a pessoa se mate, dialogar é melhor.

            “Um uma mulher histérica prestes a fazer uma grande besteira?”

            – Não tem uma louça para lavar não?
            – Mas eu te amo!
            – Hahahahaha! *apontando*

            Mulheres histéricas são animais irracionais. O segredo é distrair, mesmo que precise mentir ou provocar. Repetindo: Diálogo com gente maluca se faz controlando a situação e incentivando reações mais previsíveis.

            Só isso?
            Fácil.

            • Dependendo do grau de transtorno ou estresse da pessoa, falar é irrelevante, não adianta nada. Atos são necessários.

            • Vou escolher uma só para continuarmos o diálogo…

              “Você dialogaria com uma mãe que está espancando um filho?”

              – Pare ou eu vou chamar a polícia. Você vai ser presa por isso.
              – Chama… Problema seu.

              EU não vou esperar a polícia (quem?) chegar… Houve a tentativa de diálogo, ela recusou.

              “Com um suicida prestes a se matar?”

              – PULA! PULA! PULA!
              *pulando

              Nessa eu ri. Concordo que a maior parte dos suicidas que anuncia isso quer conversar, quer chamar atenção. Mas se fosse um irmão ou um amigo querido, provavelmente eu tentaria segurar… Nessa aqui acho que existe a possibilidade do diálogo…

              “Um uma mulher histérica prestes a fazer uma grande besteira?”

              – Não tem uma louça para lavar não?
              *quebrando o carro dele E o seu

              ______________

              Continuo achando que o diálogo é uma opção sempre, DESDE QUE todas as partes envolvidas estejam dispostas… Diálogo é a chave da questão… diálogo não é monólogo.

              • O problema é que muitas vezes as partes envolvidas não estão dispostas ou pior, não estão em condições de dialogar sobre o assunto. Quem nunca perdeu a cabeça e foi incapaz de dialogar alguma vez na vida?

  • “Paumolescência”…kkkkkkkk
    Mais uma pro dicionário Desfavor ;)

    Sally, e a opção de ignorar solenemente? Já estive em situações em que a pessoa se achava coberta de razão, e era visível que não haveria diálogo, e que o indivíduo nem mesmo cogitaria a hipótese de haver outras opções. Eu fiquei olhando o cidadão esbravejar, dei um suspiro, e mudei de assunto como se nada. Assim, o indivíduo acha que me convenceu e que “ganhou” a discussão. O que ele não percebeu foi minha cara de “observe eu não me importar”. Gente assim me dá preguiça de até tentar dialogar. Então eu ignoro e continuo com minha opinião, e ele com a dele. Minha vida não mudou nada com isso, e a vida continua.

      • Exemplo de quando não dá pra ignorar? Pois penso que quando não se ignora é porque há alguma coisa que te incomoda profundamente!

        • Quando se é dependente da família e se tem um pai ou uma mãe abusiva, por exemplo. Não dá para ignorar quem te banca e quem mora debaixo do mesmo teto que você.

          • Nesse caso, nem pra ignorar, nem pra descer o cacete, ne?
            Em todo caso, eu gostaria muito de viver num mundo onde o diálogo fosse sempre a opção mais viável, mas, sejamos realistas, tem casos em que só a porrada vai resolver mesmo.

            OFF:
            Sally, to com uma dúvida jurídica (coisa simples). Posso perguntar aqui, ou melhor por e-mail?

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