Estado crítico.

Com mais de um ano de pandemia, já vemos muitos dos estragos causados nos estados brasileiros, mas calma que piora: mesmo que ela terminasse hoje (não vai terminar) ainda tem muitas consequências para a forma bizarra como o país lidou com o coronavírus. Sally e Somir concordam que tem mais, mas não no estado que mais vai sofrer. Os impopulares podem ser bairristas à vontade.

Tema de hoje: qual será o estado brasileiro mais prejudicado pela pandemia?

SOMIR

São Paulo. Quanto maior você é, maior o tombo. De forma não muito agradável de explicar para quem é de outros estados: vocês não tinham tanto assim a perder. Mesmo sabendo que para padrões de países civilizados o estado de São Paulo ainda é uma vergonha, para os padrões brasileiros é a grande potência em praticamente todos os sentidos.

De cada 5 brasileiros, um mora no estado, com a contribuição de uma cidade ridiculamente grande como sua capital, mas com o poderio do interior mais desenvolvido do país, com inúmeras cidades que rivalizam com capitais de outros estados. É muita gente fazendo girar muito dinheiro.

O que você poderia achar que é justamente o que inviabilizaria meu argumento, mas temos que lembrar de algo muito importante: o estado ainda faz parte do Brasil, e salvo engano, é o único estado que dá mais dinheiro em impostos do que recebe de volta em recursos federais. Não estamos falando de um sistema fechado, quando o resto do país precisa de dinheiro, São Paulo precisa contribuir.

Nem ligo muito para argumentos separatistas, só estou explicando o contexto: o estado que contribui com mais de 30% do PIB nacional (e provavelmente gerencia mais uns 30…) não pode usar toda essa pujança para se proteger da pandemia, tem que dividir com os irmãozinhos de economias menos desenvolvidas. Isso quer dizer que é o estado que mais apanha junto com os problemas de outros estados.

E a crise pandêmica é nacional. Afinal, o governo federal tratou de complicar a vida do país inteiro, sem contar que o povo fez de tudo para espalhar a doença para onde quer que fosse. O Brasil inteiro apanhou da Covid, mas é São Paulo que vai pagar a própria conta e a dos outros. Não importa se você acha justo ou não, a cobrança vem do mesmo jeito.

Porque longe de mim querer dizer que somos meros injustiçados pelos problemas alheios: embora o interesse eleitoreiro tenha feito de Dória o contraponto de Bolsonaro na questão das vacinas, o esmero no trato da pandemia acaba por aí. Não houve lockdown, e toda vez que se aplicou medidas mais restritivas, elas acabaram antes da hora praticamente invalidando sua função. O governo paulista fingiu que se importou, o povo imitou.

Pela população imensa e altamente concentrada, não é surpresa nenhuma que o maior número de casos e mortes tenha sido justamente no estado. Mesmo variantes que não tenham surgido em São Paulo provavelmente devem seu espalhamento pelo fluxo absurdo de pessoas gerado pelo estado. As primeiras explosões de casos foram por aqui, e é muito provável que seja o último lugar onde encontremos grandes concentrações de casos. O vírus se move através de pessoas, e estado nenhum tem tantas como São Paulo.

E vai além: pelo tamanho da economia, nenhum estado tem tantos empresários (pequenos, médios e grandes) pentelhando para derrubar quaisquer medidas protetivas impostas à população. São Paulo gera muito dinheiro pela circulação e aglomeração de pessoas, evidente que os maiores e mais influentes detratores do distanciamento social estariam aqui.

Sem contar o interior, verdadeira Bolsonarolândia. É um grande público de gente conservadora, teimosa e com amplo acesso à internet. Combinação pra lá de perigosa. Eu digo que São Paulo são os Estados Unidos do Brasil não só por causa do dinheiro, mas também pelos caipiras com mais dinheiro que neurônios que infestam suas áreas mais interioranas. É gente com influência e capacidade de resistir por muito tempo em suas teimosias.

Boa parte dos outros estados entra em estado de colapso muito mais rápido que São Paulo, e no colapso existe pelo menos um aprendizado. Lição que boa parte dos paulistas vai escapar de aprender do jeito mais difícil. O Brasil vai estar quase inteiro numa situação de vida ou morte, mas muito da população paulista vai estar em bolhas de relativa segurança, mantendo o vírus viável por muito tempo. (Sim, o Sul também pode fazer isso, como está fazendo…)

Temos que considerar outra coisa: enquanto a economia do país estiver mal das pernas, o fluxo de imigrantes para São Paulo só tende a aumentar. Especialmente se o estado terminar a vacinação de adultos no prazo prometido (duvido) e fizer uma grande reabertura aquecendo a economia. O estado vai estar convalescente, sem capacidade de aguentar o tranco de uma imigração em massa. Vai encher de gente não vacinada e desesperada por dinheiro.

O que não tende a ser uma coisa boa. Especialmente se o governo continuar abrindo as pernas para a classe empresarial e os caipiras rebeldes. É possível até que uma variante resistente às vacinas se desenvolva nesse caldeirão de desespero no qual o estado pode se tornar. E se não surgir em São Paulo, podem apostar que vai passar pelo estado uma hora ou outra. Não tem como se esconder do resto do Brasil ou mesmo do resto do mundo nesse estado. A convergência é enorme.

E voltando aquele argumento escroto, mas realista: o paulista está menos acostumado com perrengues do que o resto do Brasil. Sim, violência, incompetência e todo tipo de mazela nacional acontece por aqui também, mas tem uma questão financeira que mitiga um pouco os estragos: o volume de pessoas com dinheiro suficiente para contar com serviços particulares permite que eles sejam bem mais desenvolvidos e disponíveis. Na capital e no interior, vira e mexe esquecemos quem está no poder, porque já estamos mais acostumados às coisas funcionarem de forma mínima sem tanta pressão no poder público.

Se o dinheiro de São Paulo começar a secar, ou se a pressão do aumento populacional ficar ainda maior, vamos ver um povo com capacidade bem menor de lidar com desastres, do que por exemplo, o carioca. O carioca apanha de tudo quanto é lado há décadas, já não se choca com muita coisa. O paulista não tem essa casca.

O caos por aqui custa muito mais caro. Em todos os sentidos.

Para dizer que reclamamos de barriga cheia, para dizer que é do Amazonas e achou uma gracinha, ou mesmo para dizer que como dizia a Dilma, vai todo mundo perder: somir@desfavor.com

SALLY

Qual será o estado brasileiro mais prejudicado pela pandemia?

Rio de Janeiro. E será totalmente merecido.

Por óbvio, quanto mais relapsa, irresponsável e negadora é a população de um estado, mais ele acaba prejudicado pela pandemia. E o Rio de Janeiro bateu todos os recordes do que não fazer em uma pandemia.

O Rio está vacinando na velocidade da luz, mas, ainda assim, estão morrendo como moscas. Parece que as pessoas se esforçam para pegar covid, é impressionante! Por mais que todos sejam vacinados, ainda assim, eu tenho certeza de que o carioca vai arrumar um jeito fazer merda. Ele sempre arruma.

Vocês sabem que desde o começo eu acredito que vai surgir uma variante resistente às vacinas. Hoje eu descobri que o nome técnico para designá-la é “variante com escape vacinal”. Chato. Chaaaaato. Então eu criei um nome que julguei mais adequado: “cepa fode-vacina”. Não tem no alfabeto grego, mas tem no alfabeto do Desfavor.

Então, por mais que eu reconheça o empenho em vacinar no Rio, a Cepa Fode-Vacina parece ser muito provável e, quando surgir, deve varrer o mundo e vai pegar com mais força em quem estiver bundeando. E se tem uma coisa que carioca sabe fazer como ninguém, é bundear. Ô vocação para estar sempre fora de casa e fazendo nada. São praticamente zumbis de filme de terror, estão sempre circulando de forma improdutiva.

Independente da Cepa Fode-Vacina, é preciso lembrar que cada estado se sustenta de acordo com suas aptidões. São Paulo trabalha, tem comércio forte e muitos executivos e sedes de empresas. Rio de Janeiro tem praia, turismo sexual e tráfico de drogas, três atividades que ficam seriamente comprometidas com a pandemia.

Você pode trabalhar de casa, você pode especular na bolsa de valores de casa, você pode até vender produtos de casa, mas não pode se prostituir desde casa, nem pegar sol nem usar drogas virtualmente. Sem turismo, prostituição e drogas a circulação de dinheiro no Rio de Janeiro fica comprometida. Eu sei que parece piada minha, mas eu estou falando sério.

O turismo está morto. Por mais que alguns descontrolados ainda tentem, o turismo está morto e morto continuará por muito tempo. Se você é do ramo, começa a se mexer para procurar outra coisa. Lamento, mas os gringos precisarão arrumar outro passatempo que não seja subir em 4×4 e ir fotografar pobre na favela como se fossem animais ou sacudir nota de dólar para atrair puta não-assumida do Rio de Janeiro. Com o turismo morto e boa parte da população doente, o comércio do Rio, que sempre foi uma bela bosta com atendimento horroroso vai cair junto.

Na real, o Rio só não despencou por completo pelo Governador Bolso-Lover que recebe socorro financeiro cada vez que pisca o olho. Os números não mentem: se o Rio de Janeiro fosse um país, seria o terceiro do mundo em casos de covid. É bem simples: a população está doente, adoecendo ou morrendo. Nada se sustenta nessas condições, exceto funerárias. É óbvio que quando esse desgraçamento passar, vai sobrar muito pouco deles para contar a ixxxtória.

E são pessoas que não vão mudar seu comportamento. Seja por questões políticas (é o principal reduto eleitoral do Bolsonaro), seja por ignorância, seja por falta de vontade de fazer sacrifícios, o carioca vai continuar indo para a rua bundear, fazer suas promiscuidades desnecessárias, fazer vídeo para rede social e curtir a vida, “com todos os protocolos de segurança”. Ou seja, a situação ali vai continuar piorando. Não duvido que a Cepa Fode-Vacina venha do Rio de Janeiro.

Outro problema que pega forte é a incompetência. São Paulo, dentro dos padrões brasileiros, é uma cidade com um mínimo de competência. O Rio não, o Rio é uma vergonha. Pode chegar no aeroporto um indiano com vestes típicas, febre, espirrando emitindo o som “COVID!” durante o espirro, que vai passar como se nada e entrar na cidade. Ninguém controla nada, ninguém se importa com nada, ninguém sabe nada.

Quando a incompetência é com baixa densidade populacional, como é o caso do Norte e Nordeste, ela custa mais barato. Mas incompetência em um lugar onde as pessoas vivem aglomeradas, onde tem fila para tudo, onde tem amontoamento até na praia, a incompetência custa caro. Some-se a isso hospitais merdas. Quando carioca rico adoece ele vai se tratar onde? No Einstein ou no Sírio Libanês. Qual será o motivo?

No Rio de Janeiro se adoece mais e se sobrevive menos a uma passagem pelo hospital. Tudo é gambiarra, tudo é tosco, tudo é precário. No hospital referência de tratamento de covid faltou luz e morreu paciente que estava no respirador. No Rio de Janeiro injetaram café com leite na veia de uma paciente que morreu. O Rio de Janeiro é a doença, covid é apenas a comorbidade.

Coisas inacreditáveis acontecem no Rio de Janeiro, eu passei 40 anos observando com uma visão de fora e lhes asseguro: sem a cegueira carioca oriunda de uma memória afetiva inexplicável, o Rio é um lugar assustador, precário, violento, caro e imundo. E por falar em imundo, a falta de higiene certamente será um fator de peso. Jogam merda no mar, nas lagoas, mangues e onde mais tiver água e depois tomam banho nessas mesmas águas e a CEDAE fornece água com merda à população há mais de um ano.

Além disso, me perdoem as exceções, mas o carioca é burro de dar pena. Não conecta uma coisa com a outra, não compreende o que se lhe é explicado e não acha válido estudar ou se esforçar para compreender. O carioca é mais burro que um gnu, aquele bicho que quando vê um leão fica desconcertado e corre na direção dele. Em um teste de raciocínio lógico perde fácil para aqueles gorilas que sabem linguagem de sinais. A burrice vai fazer não apenas que eles se afundem, como também que seja muito mais difícil se levantar.

Em São Paulo estão tomando Cloroquina, Ivermectina e essas enganações de tratamento precoce a rodo? No Rio estão. Isso não só vai continuar agravando os casos de covid como ainda vai trazer problemas futuros mesmo para quem não pegou a doença. Essas pessoas serão amparadas pelo estado com profissionais que injetam café com leite na sua veia. E continuarão tomando tudo que o Poket mandar. Estamos falando de pessoas que fazem uma aglomeração de mais de 15 mil pessoas sem máscara para ver o Bolso desfilar de motoca.

Tem também a esperteza carioca, que sempre o ferra no final das contas, por mais que ele seja muito orgulhoso ou negador para admitir isso. Essa presunção de esperteza gera descuido, gera excesso de confiança, gera arrogância e sabemos que esses componentes são a fórmula da desgraça. Rio de Janeiro é um lugar onde, sem problema algum, desaba prédio residencial em área nobre ou em área comercial. Imagina quando tem uma séria crise acontecendo.

O carioca, salvo honrosas exceções, não sabe fazer nada direito. Faz apenas o necessário – e malfeito. Leva a vida nas coxas, na brincadeira, na informalidade. É óbvio que um povo assim vai ser muito mais prejudicado pela pandemia. Principalmente quando vive em uma cidade que é um ovo superpovoado onde lazer é sinônimo de aglomeração.

Se a gente parar para olhar os números, o Rio já está se fodendo mais: tem quase a metade dos mortos de São Paulo, com uma população muito menor do que a de São Paulo. Estão morrendo como moscas e continuam bundeando na rua. Qual vocês acham que será o desfecho dessa história?

Para dizer que é seleção natural, para dizer que achou minha comparação ofensiva (para com os gnus e gorilas) ou ainda para dizer que aposta firme em Salvador: sally@desfavor.com

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Comments (26)

  • O texto sobre o Rio por vezes parece se referir especificamente à cidade. O resto do estado é igualmente ruim? Não me refiro, obviamente, à região metropolitana e adjacências, cujos defeitos já são amplamente conhecidos, mas ao interior.

  • Esqueceu de considerar a religiosidade absurda do povo carioca. O RJ virou um evangelistão. Isso pesa bastante também.

    Historinha curta sobre o Rio. Eu tenho um viveiro de árvores que é o meu hobby. Planto árvores da Mata Atlântica e frutíferas. Plantei mangueiras na rua do meu bairro, afinal alguém tem que salvar o planeta e esse alguém não será Dudu Paes. Plot twist: ROUBARAM AS ÁRVORES. Fui ver no dia seguinte e só tinha os buracos no chão.

  • São Paulo com certeza, ele leva o Brasil nas costas, bem como Somir disse. Complicado um único estado funcionar minimamente, se ele colapsar, não sei o que será do resto. Rio de janeiro já estava perdido muito antes da pandemia. E os outros estados o que tem a oferecer? Meu estado pelo visto é só tráfico de putas, peixe fresco e itens da natureza.

    • Mas a pergunta não é que derrocada vai prejudicar mais o Brasil e sim qual será o estado brasileiro mais prejudicado…

      • Ah, sim, erro de interpretação… Acredito que São Paulo será mais prejudicado.
        “ROUBARAM AS ÁRVORES”: interessante você mencionar isso, fernando. Aqui em Manaus resolveram plantar umas árvores numa avenida aqui, e no dia seguinte alguém tinha jogado veneno/água quente para matar as coitadas. Eram Ipês… Foi uma facada no meu coração. Felizmente, plantaram novamente e agora elas já cresceram de novo, mas sempre fica aquele medo de matarem as árvores de novo sabe. Se não é roubo é isso.

    • Na Argentina já se vacinaram profissionais essenciais, idosos, gestantes e pessoas com alguma doença que majore seu risco de vida em caso de contágio. Você está dentro de um desses casos?

  • Acho muito engraçado bairrismo no Brasil sendo que todo mundo tá na merda.
    “Ain mas o IDH aqui tá maior e…” Amigo, sai de casa e olha os buracos do teu bairro.

  • Rio de Janeiro é uma São Paulo com menos dinheiro, governantes boçais ligados diretamente a todo tipo de organização criminosa, seu cidadão médio entra em crise de abstinência quando ele passa mais de quinze minutos sem estar coberto de suor, com pouca roupa, embriagado e grudado a uma turba de outros cidadãos médios enquanto ouvem música ruim no talo, e residem num estado cuja maior fonte de riqueza é o turismo, que foi pro caralho com a pandemia.

    Fecho com a Sally.

  • ‘No Rio de Janeiro se adoece mais e se sobrevive menos a uma passagem pelo hospital. Tudo é gambiarra, tudo é tosco, tudo é precário. ‘

    Lembrei daquela minissérie brasileira : Sob Pressão. Retrata, ainda que cenograficamente, o caos da saúde pública do Rio de Janeiro.
    Dada a situação catastrófica do controle da pandemia, começo a conceber as realidades pôs pandêmicas dos des contos.

  • Eu acho que nessa pandemia não vai aparecer uma cepa fode vacina não. Vai ter é uma nova gripe suína que a China já tá dando a entender. Entre Rio e SP quem fode mais SP é o calcinha apertada.

  • Um indiano com a Cepa de lá, que todos tem ser fode vacina, chegou num aeroporto em São Paulo e foi pro Rio de Janeiro. E por conta de quem? Petrobras.

  • Se uma “super-cepa” surgir, não vai demorar muito: ela vai pegar todo o mundo, civilizado ou não. Nesse caso, o Estado afetado será o menos importante – o mundo todo vai ficar à mercê do Covid.

  • “enquanto a economia do país estiver mal das pernas, o fluxo de imigrantes para São Paulo só tende a aumentar”
    O “Sudeste Dream” esfriou há pelo menos 10 anos. Não posso dizer a situação das outras regiões, mas no Nordeste atual as pessoas dão preferência a ir pras capitais do seu estado, como Recife, Natal, Fortaleza, João Pessoa, do que se aventurar pro centro-sul sem conhecer ninguém, passar frio e ser discriminado. Ironicamente, tem um monte de gente do centro-sul se acumulando aqui em Jampa. Sou literalmente a única pessoa nordestina no meu local de trabalho, o resto é gaúcho, mineiro, carioca…

    Enfim, acredito que entre os estados mencionados quem vai sofrer mais é o RJ. Pelo menos com base no que ouço dos colegas cariocas, esse estado acabou e só mora lá quem realmente não tem escolha.

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