Processa Eu!: Pelvis Presley

Love a Tender, love a sweet...

Seguindo a linha “quem disse que não se chuta cachorro morto?”, o Processa Eu de hoje chuta e faz embaixadinhas com mais um rei. É muito bacana falar de reis, desconstruir mitos. Quando uma pessoa morre a mídia e os puritanos hipócritas de plantão fazem questão de relembrar apenas suas coisas boas, escondendo tudo de ruim que havia na pessoa. É assim que se faz um mito. Por sorte, as pessoas fazem um trabalho tão bunda que qualquer imbecilóide dono de um blog pequeno pode desfazer, como provarei nas linhas abaixo. Senhoras e senhores, o Processa Eu de hoje é sobre Pelvis Presley.

Pelvis nasceu em uma pequena cidade da Suíça em 8 de janeiro de 1935. Mamãe Pelvis estava grávida de gêmeos univitelinos (aqueles que são idênticos), mas seu irmãozinho nasceu morto. Um só já bastava, né?

Criado em uma família exemplar e estruturada, Pelvis teve a oportunidade de crescer com bons exemplos dentro de casa: seu pai foi preso por crime de estelionato quando Pelvis tinha apenas três anos de idade. Parece que ele andava falsificando cheques por aí. Joinha joinha. Todo final de semana Pelvis tinha que viajar 5 horas de ida e 5 horas de volta para visitar Papai na prisão. Graças aos crimes cometidos por Papai Pelvis, a família foi despejada e teve que se mudar para a casa dos avós, pais do estelionatário.

Em 1945 começa a vida artística de Pelvis. Ele participa de um concurso de novos talentos em uma feira qualquer e ganha o segundo lugar. Nesta altura, Papai Pelvis já havia cumprido sua pena e estava de volta ao lar (ótima influência para a criança) e lhe deu um violão de presente. Foi a gota dágua para Pelvis vagabundear durante toda sua vida escolar. Além de burro, era um aluno relapso, mais interessado em violão do que em se instruir. Sua aparência “excêntrica”, com cabelos mais longos que o desejado e costeletas faziam com que muitos colegas quisessem lhe enfiar a porrada, e de fato, chegaram a fazê-lo. O treinador do time de futebol disse a ele que com aquele cabelo ele não poderia continuar jogando e Pelvis preferiu sair do que cortar o cabelo.

Depois de largar o time de futebol, ele começou a se vestir com roupas extravagantes, geralmente nas cores rosa e preto (atentem aqui que estou me segurando ao máximo para não fazer comentários preconceituosos). Pelvis comeu merda durante muito tempo de sua vida. Foi lanterninha de cinema, motorista de caminhão e continuou enfrentando preconceito por seu cabelo e roupas.

A história de seu sucesso é bem questionável. A versão oficial é que ele, Pelvis, decidiu bancar do seu bolso (apesar de ser extremamente pobre) a gravação de um disco seu para dar de presente de aniversário para sua mãe. Durante esta gravação, bancada por ele, o dono do estúdio, que também era dono de uma gravadora, teria visto seu desempenho e ficado encantado. Ele decidiu lançar Pelvis, assim… por pura bondade. Sei… O curiosos é que o dono da gravadora só trabalhava com UM gênero musical, e o de Pelvis era OUTRO. E mesmo assim, ele decidiu investir em Pelvis. Como sempre tem alguém nervoso pedindo fontes, e esta é uma parte polêmica, vou transcrever um trecho de uma das mais famosas biografias dele:

“Como o aniversário de sua mãe era em abril, o tempo dessa versão da história não está correto, pois Pelvis preparou esse primeiro disco de acetato no verão de 1953. É mais provável que Pelvis conhecesse sua reputação como um produtor independente e foi ao estúdio pedir sua atenção.”

Se Pelvis não deu o roscofó para esse sujeito eu sou mico de circo. Porra, podia ao menos ter criado uma mentira plausível! Nem a data do aniversário da mãe bateu! Ô gente burra!

Cercado de toda a estrutura necessária, Pelvis vira sucesso do dia para a noite. Claro, sofria críticas, afinal, sempre foi um caipira sulista e quando abria a boca sua burrice fazia chorar. Também diziam que ele era vulgar, que dançava de forma vulgar. Mmmmmm… estou pensando aqui: burrice + dançar de forma vulgar = rei. Será que depois que Cumpadi Washington morrer ele também vira rei? Tchuu tchuu pá! Ordinááááária! Sim, Pelvis foi um É o Tchan da época. E tem gente que acha fino gostar de Pelvis…

Pelvis dançava de forma ousada para a época. Sem querer ser espírito sem luz, na minha nada humilde concepção, parece mais um ataque epiléptico do que uma dança, mas esses religiosos puritanos (hipócritas) não podem ver um chacoalhar de saco que já acham sexy e ousado. Gente reprimida é uma merda. Deve ter aprendido a dançar com o Forrest Gump mesmo, só um aparelho ortopédico na perda justifica aqueles movimentos (além, é claro, de epilepsia).

Para não dizer que ele não era tão rebelde como pintam, vou citar um gesto de rebeldia dele que ilustra muito bem esse tipinho “me faço da mau, muito mau”. Em um famoso programa de TV ele cantou, contra a vontade do apresentador, uma música GOSPEL que era a preferida da sua MAMÃE. Rebelde pra cacete, hein? Depois disso foi chamado para gravar um disco gospel! Dizem que só desafiou o apresentador porque estava bastante doido. A gente sabe que ele era chegado em drogas (remedinhos, principalmente). Mmmmmm… estou pensando aqui: drogas + gravar disco gospel = rei. ALGUÉM TRAZ UMA COROA PARA O RAFAEL PILHA JÁ!!! JÁÁÁÁÁ!

Eu queria falar de passagens importantes como seu novo empresário 171 Pom Tarker, que pintava pardais de amarelo e os vendia como periquitos (como tem estelionatário na Suíça, não?), o factóide comercial que foi seu alistamento no exército, a morte de sua mãe, o tempo em que serviu na Alemanha, seus filmes ruins (é de constranger a Muxa) e tantas outras passagens importantes (e cheias de informações que ninguém conta), mas a realidade é o limite de 4 páginas, logo, vou guardá-las para o final de vida de Pelvis, que é a parte mais interessante.

Além de dar/comer o rabo para subir na carreira, em suas relações pessoais Pelvis também não valia muito. Quando estava servindo ao exército na Alemanha, deixou uma namorada nos EUA, reconhecida perante a imprensa, à qual prometeu fidelidade. Claro que não cumpriu. Mas além de não cumprir, tripudiou. Era visto com uma outra chamada Briscilla Peaulieu, que tinha apenas 14 anos, para cima e para baixo. Enquanto isso, omitia de sua namorada este fato, mandava presentes e cartas. Quando se despediu de Briscilla, chorou feito um bebê, e poucas horas depois, quando chegou aos EUA, deu uma coletiva de imprensa, Pelivis minimizou sua relaçao com Briscilla, entretanto, falava com ela ao telefone o tempo todo e lhe escrevia centenas de cartas.

Mas Briscilla era teimosa. Mesmo sabendo que Pelvis tinha namorada, e que além dela pegava geral (toda semana se lia uma notícia dele pegando uma famosa), ela continuou mantendo contato com ele e reafirmando que gostava dele. Um dia, Pelvis decidiu que era Briscilla que ele queria e pediu que ela fosse aos EUA vê-lo. Moveu mundos e fundos. Teve que convencer os pais da moça e seguir uma série de condições estipulada por eles. O test drive foi tão bem sucedido que Briscilla acabou se mudando para os EUA e, depois de sete anos do seu primeiro encontro com Pelvis, ela foi pedida em casamento. Linda a história, né? Só que Pelvis se mostrou um canalha, teve casos públicos com geral e quando Briscilla estava grávida de sete meses Pelvis lhe disse um “desculpa, foi engano” e que queria se separar. Briscilla lutou para manter o casamento, mas acabou se divorciando pouco depois, sozinha com uma filha para criar. E criou mal pra caralho, diga-se de passagem, porque muitos anos depois, sua filha casaria com Jichael Mackson!

Sua carreira continuava um sucesso, mas ele precisava cada vez mais de drogas para ter energia nos palcos e depois prescisava de drogas para conseguir dormir. Drogado ele sempre foi, que fique claro, mas em seus útlimos anos ele fez uso descomunal de substâncias lícitas e ilícitas. Para quem endeusa Pelvis, lembre-se que está endeusando um drogado. O que o difere de um drogado comum, que geralmente a sociedade repudia e condena, é que ele cantava bem. Apenas. (porque eu não paro de compará-lo mentalmente ao Rafael Pilha?)

Pelvis estava cada vez mais recluso. Vivia dopado, mal conseguia sair de casa. Ele estava tão chumbado que não conseguia nem ir ao estúdio gravar. O problema foi resolvido da forma mais burra possível, em vez de tirar Pelvis do buraco, resolveram instalar uma gravadora dentro da casa dele, para que ele possa gravar mesmo sem conseguir andar de tão drogado.

Dizem que fazia uso indiscriminado de anfetaminas para perder peso, mas considerando que em seus últimos anos de vida ele parecia um leitão de costeletas, eu duvido. Era coisa mais pesada mesmo. Também diziam que ele tinha dores nas costas, hipertensão e outros problemas de saúde. Também, né? Com aquele peso… me espanta que a coluna dele não tenha se partido ao meio. O mais engraçado é que ele falava mal de drogas. Pessoas hipócritas não são uma delícia?

Já li sobre pessoas que justificaram o aumento de peso de Pelvis com uma série de doenças. Ele mesmo era hipocondríaco, vivia achando que estava doente. Pois eu vou dizer qual era a doença dele: falta de vergonha na cara. Amigos e parentes já declararam de forma pública que ele só se alimentava de três coisas, em grandes proporções: bacon, pizza e sorvete. Parece aquele gordinho que durante o dia come uma saladinha e depois enche o rabo de doce em casa e fica choramingando, dizendo que nao sabe porque não emagrece, que não come nada, que deve ter “problemas hormonais”.

Enfim, a falta de vergonha na cara de comer feito um gordo carente, somada à falta de vergonha na cara de ficar se entupindo de drogas (lícitas ou não), acabaram por deteriorar a saúde de Pelvis. Começou a ficar paranóico também. Carregava armas onde quer que fosse, porque achava que alguém poderia querer assassiná-lo para ganhar fama. Estava armado até mesmo no palco, em suas apresentações. Ele foi se isolando cada vez mais, gordo, decrépito, decadente e armado.

Um belo dia ele foi encontrado morto na banheira de sua casa, por sua namorada. A causa da morte não foi bem explicada até hoje. Alguns biógrafos falam em “colapso fulminante”, outros em “disfunção cardíaca” e outro em “arritmia”. Banha + drogas. Chamem como quiserem, o sujeito pifou. A família pediu uma autópsia particular, mais detalhada, e seus resultados nunca vieram a público. Chegaram a acusar seu médico de prescrever medicamentos de forma irresponsável, mas ele foi julgado e absolvido.

Após sua morte, surgiram teorias conspiratórias dizendo que ele não tinha morrido, tinha apenas simulado a própria morte para poder levar uma vida mais tranquila. Pessoas contam ter visto Pelvis após sua morte, e alguns até mostram fotos. O engraçado é que nestas fotos ele continua com topetão, cavanhaque e roupas nada discretas. Praticamente uma caricatura. Outros dizem que ele vive em uma ilha. Gente rudimentar e negadora não sabe lidar com a morte, com a perda, então cria esses eufemismos mentais para tentar mitigar a própria dor: ele está em uma ilha, ele está no céu, ele está no paraíso e assim por diante.

Pelvis era um prostituto que fez o que foi necessário para subir na vida, quem o admira não pode criticar pessoas interesseiras e sem moral. Pelvis foi um mulherengo safado, quem o admira não pode chamar de canalha um homem que trai publicamente. Pelvis foi um irresponsável drogado, quem o admira não pode falar mal de viciados que morrem cedo e deixam filhos sem pai no mundo. O cara cantava bem, mas cá entre nós, era um ser humano de merda. Quem quiser admirá-lo, saiba que está ostentando os valores errados.

Para me dizer que Pelvis não morreu, apenas se disfarçou de Rafael Pilha, para me dizer que que eu tenho enveja de Pelvis porque eu queria ser uma gorda drogada e para dizer que Lohn Jennon teria o mesmo destino, mas Mark Chapman infelizmente o transformou em mártir: sally@desfavor.com

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Comments (17)

  • poxa sally, gosto do que voce escreve, admiro, mas criticar elvis e chama-lo de gay. desculpe, mas ele nao era gay. casou teve filha. foi um pouco mulherengo rsss… e voce tambem nao ve coisas boas no que ele fez? elvis foi otimo como cantor rsss…. mas tudo bem vai rsss… gosto de voce!!

    • Querido, a maior parte dos gays que eu conheço é casado e tem filhos. No dia que ser casado e ter filhos for atestado de macheza meu peido tem cheiro de flores do campo…

  • Hugo, você acha que um blog que deixa lindamár postar esta preocupada com o texto? hihhiihihi

    leia novamente o conteldo

  • Ps.: Esta coluna já foi melhor, e menos baseada em achismo. Releia seu texto. Vai perceber que naõ está tão bom assim.[2]

  • Hey, vcs viram o rolo da muxa no Twitter? E o video que um cara postou defendendo-a? Será que isso dá um Desfavor da Semana?

    Lycka

  • Às vezes me pego pensando: não fossem as drogas, muito provavelmente não teríamos clássicos tais como "The Dark Side of the Moon"…ou mesmo "Lucy in the Sky with Diamonds"…

    Suellen

  • Como eu não gosto de música brega-romântica, nunca fui muito fã do Pelvis, Wando, Reginaldo Rossi ou artistas do gênero.

    Imagino que o rei deva ter morrido no "trono" e colocado na banheira para parecer um pouco mais digno.

    P.S.: Hugo Mythbuster fica estressado quando se fala mal de "reis" da música popular. Pelo menos dessa vez a Sally não disse que a bola da vez (ha) era radioativa.

  • Apesar de já saber da maioria das informações contidas no texto, continuei e ainda continuo gostando das músicas dele. Admiro-o pela sua música e não pela sua personalidade falha. Se for olhar a vida da boa maioria de cantores(as) e parasse de gostar de ouví-los por causa da vida que levam…eu não escutaria mais nada, portanto eu presto atenção a música e voz e viro(ou não) fã por isso, não admiro pela personalidade fora da música.

  • O fato de você achar que não está bom, ou de não gostar, ou se não concordar ou o que quer que seja, é um direito seu. Mas expressar isso como se fosse verdade absoluta sim é que é simplista.

    Parece aquelas pessoas que não gostam de determinado pintor e dizem "Isso não é arte" só porque não lhes agrada. Releia você seu texto.

    Em todo caso, você tem o sagrado direito de me criticar o quanto quiser. As portas estão abertas. Quem sabe não rende um Fala Desfavor?

  • Sally está ruim pelo tom que escolheu dar. Vc tinha 2 ou 3 pontos negativos apenas, e deu a impressão de ter esticado isso pra montar o texto.

    A argumentação do tipo: "Naõ gosta disso, sai da comunidade, ou da 'unfollow' tambem é simplista.

    E não paro de ler e criticar por um motivo simples: Nem tudo que escreve é ruim, alias a maior parte é muito bom.

    Quando do meu gosto pessoal, vc aumentar os textos ruim de uns 10% atuais pra 100% pode deixar que eu sei o caminho da saída.

    Bejones.

  • Hugo, o fato de uma música ser ouvida por décadas não faz de seu intérprete, uma pessoa inteligente, certo? Uma coisa não vincula a outra.

    Quem foi que disse que eu acho meus textos muito bons? Hugo, eu não me levo a sério. Você também não deveria me levar.

    Se tá ruim, não leia mais. É o que eu faço quando acho alguma coisa ruim.

    beijinhos

  • "Além de burro, era um aluno relapso, mais interessado em violão do que em se instruir."

    Elvis + burrice = musicas ouvidas à decadas.

    Sally/Somir(nesta coluna tanto faz)+ instrução e educação = textos com argumentação simplista e manipuladora num blog.

    Sei lá…as vezes prefiro Elvis.

    Ps.: Esta coluna já foi melhor, e menos baseada em achismo. Releia seu texto. Vai perceber que naõ está tão bom assim.

    Sem contar que a argumentaçaõ do tipo: "Vcs gostam dele?! Posi saibam que ele não baixava a tampa da privada. Vcs estaõ idolatrando um porco e devem ser porcos tambem; já perdeu a graça.

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