Com o Brasil nos dando um relativo sossego nos desfavores nesta semana (rola uma preguiça no feriado prolongado), pudemos nos concentrar nos desfavores ianques. E numa data especial para eles como esta, desfavor é o que não vai faltar.

Ainda mais com a história da mesquita no Ground Zero… Alcorões vão queimar.
Desfavor da semana.

SOMIR

Não façamos pouco da data, é o aniversário do mais divertido programa televisivo da história. O que já parecia uma grande notícia com uma porra de um Boeing entrando numa das Torres Gêmeas transformou-se em espetáculo inesquecível quando pudemos ver, AO VIVO, o segundo avião mergulhar no prédio ao lado, numa monstruosa explosão de terroristas, executivos e combustível de avião.

E meninos, eu vi.

Não que eu tivesse algo contra as pessoas que morreram ali, mas considerando que eu era um mero espectador, sem possibilidade de intervenção, foi um baita de um show. E depois, com as informações sobre o que acertara o Pentágono e o que parou antes de chegar à Casa Branca, parecia o começo da Terceira Guerra Mundial.

Os americanos não estão errados de marcar esse evento como um poderoso fenômeno de mídia, muito embora os protagonistas tenham sido alguns estrangeiros suicidas. E eu já posso dizer aqui que o que alimenta boa parte das teorias conspiratórias duvidando da autoria do atentado é justamente a descrença na capacidade de um bando de “cabeças de toalha” fazer algo dessa magnitude.

Pior ainda do que levar um tapa na cara com um ataque terrorista colossal em seu próprio território é a voadora na boca de saber que bastou um grupo de “jóqueis de camelo” financiados por um ex-amigão dos americanos para conseguir tudo isso. É mais confortável achar que foi a maior conspiração da história da humanidade, com o objetivo de tomar alguns poços de petróleo iraquianos.

O que dói mesmo é que foi fácil demais. Sue me, Al Gore, mas essa é a verdade inconveniente. Bater uma avião é a coisa mais fácil que existe. Qualquer um de nós consegue. Direcionar ele com aquela precisão depende mais dos equipamentos da aeronave, nenhum deles segredo de Estado ou algo do gênero (“Ahmed, toma o avião e segue essas coordenadas.”). Foi gigantesco no resultado, mas não foi uma tarefa das mais complexas. Se algum dos terroristas tivesse DECOLADO ou POUSADO o avião, as partes REALMENTE complexas, vá lá…

Que alguns americanos prefiram continuar acreditando que seu governo é uma máquina perfeita capaz de arquitetar algo desse gênero, SEM FALHAS, é até compreensível. Eles gostam dessa ilusão idiota de “reis do mundo”. Foda mesmo são os brasileiros “vira-latas” que vestem essa camisa (bacana que a maioria sequer entende inglês) para fazer toda aquela pose de rebelde de botequim, que imagino ainda ser capaz de abrir algumas pernas (cabeludas) por aí.

Mas não é exatamente para falar sobre essa teoria da conspiração que entro no mérito, a idéia é que nessa sanha de auto-importância, os nossos desfavoráveis ianques conseguem tirar virtualmente qualquer coisa de proporção. O poder das cenas de Nova Iorque se traduz em pouco menos de três mil vítimas fatais. Mais ou menos o mesmo que uma batida de bicicletas causa na China.

Quem tem a maior indústria de mídia (e a dos americanos é incomparável por qualquer aspecto que se considere) faz o maior drama. E, caros leitores, eles não fizeram por menos. Até hoje, nove anos depois, qualquer coisinha relacionada ao tema gera uma exposição incrível. E, na maioria das vezes, completamente desnecessária.

Vejamos o famoso caso da mesquita (templo muçulmano) que será construída nas proximidades do túmulo das Torres Gêmeas, o Ground Zero (Eles dão uns nomes bacanas para essas coisas, admito…).

Em primeiro lugar, é a dois quarteirões dali. Não vão construir uma estátua do Bin Laden comendo o Tio Sam onde eram os prédios, é um centro comunitário voltado para a fé muçulmana nas imediações. Além disso, JÁ EXISTE OUTRA, a poucos quarteirões dali, há um bom tempo. Cismaram com essa. Cismaram porque apesar do poderio econômico, militar e midiático dos americanos, eles ainda são uma nação formada pela maioria estúpida que forma o resto dos outros países desse mundo.

A diferença é que por lá os babacas tem mais megafones.

Até concedo o ponto que eles bem que poderiam ter escolhido outro lugar e evitado o confronto, mas num país democrático, com cláusulas pétreas (vulto “imexíveis”, à lá Magri) defendendo a liberdade de crença e de expressão na sua constituição, não existe isso de impedir a construção legal (tem a posse do terreno e autorização oficial) só porque “incomoda”.

Senta e chora, porque proibir a construção vai ser um crime. Gente limitada não é capaz de entender isso, mas como eu sempre digo, pobres sem estudo não mandam num país por um motivo. (O Lula não é pobre, antes que alguém se engrace…)

É uma não-discussão que está gerando muito atrito por lá. É o exagero em ação. E confrontados com a realidade, muitos dos ativistas contra a construção da mesquita resolveram fazer a coisa mais Cristã: Queimar livros. Vários protestos que ocorrerão hoje devem ter a queima do Alcorão, a “bíblia” Muçulmana, como seu ápice. Mais ou menos como a adolescente contrariada que bate a porta do quarto quando é proibida de sair com seu namorado tranqueira. A outra face provavelmente ficou em casa…

E vejam bem, eu não vejo uma gota a mais de mérito nos muçulmanos do que nos cristãos. São adultos com amigos imaginários se matando por bobagens do mesmo jeito. A questão é: Por mais que eu discorde dos religiosos, uma sociedade PRECISA de liberdade de crença para ser civilizada. Até porque religião é uma espécie de doença social que precisa se curar naturalmente para realmente gerar resistência futura.

O desfavor da semana é que ceder um milímetro sequer nessa questão vai ser um tiro no pé dos preceitos que formam a democracia dona de todo aquele poder econômico, militar e cultural. As cagadas deles se propagam muito mais.

Mais ou menos como aquela “cagadinha” de não dar bola para relatórios que levantavam a possibilidade de um atentado em solo americano um ano antes dos ataques de 11 de Setembro. Os iraquianos que o digam…

Para dizer que vai torcer para cristãos e muçulmanos começarem uma guerra e limpar os genes da humanidade, ou mesmo para papagaiar o que já foi dito em documentários estelionatários como “Loose Change”: somir@desfavor.com

SALLY

Na mesma linha da crítica feita pelo Desfavor ao Holocausto (postagem de 27/05/2009), aproveitamos este 11 de setembro para eleger como Desfavor da Semana todo o circo que esta data acarreta, em especial a discussão idiota sobre o que deve ser construído na grande cratera chamada “Marco Zero) onde estavam localizados os prédios que o Tio Osama escaralhou.

Todos os dias no mundo morrem de FOME e por FALTA DE ASSISTÊNCIA MÉDICA pelo menos o dobro de crianças do que o número de vítimas do atentado terrorista de 11 de setembro. Eu disse que morrem O DOBRO POR DIA. E ninguém parece se importar nem fazer muito alarde sobre isso. Da mesma forma que no Holocausto morreram 17 milhões de soviéticos e “apenas” 6 milhões de judeus, porém quem leva o título de vítima oficial são os judeus. O que é isso, Minha Gente? É pena seletiva? As pessoas tem pena do americano loirinho de terno que tava no prédio chique mas não se comovem com a morte de criancinha barrigudinhas africanas? Dá um tempo. Essa pena-solidária, aquela destinada apenas ao mesmo grupo étnico e socioeconômico ao qual o autor pertence me enoja.

Daí para piorar a situação, as pessoas ainda cutucam as vítimas profissionais com vara curta. Algum imbecil achou que já não tinha estresse suficiente envolvendo este assunto e achou bacana sugerir que se construa uma Mesquita no local (para quem não sabe, Mesquita é o local de culto para os seguidores do Islã). Sei que vocês não esperam esse tipo de comentário de Trolls profissionais como nós, mas porra, trollagem tem limite. Excesso de trollagem arma o inimigo, que ganha forças para se vitimizar socialmente. Agora os americanos se comportam como adolescentes vítimas de bullyng. Se dizem traumatizados. Será que eu vou ter que lembrar aqui todas as barbáries mil vezes piores que os americanos perpetram e perpetraram no mundo?

Não se trata de justificar a morte de civis inocentes, não mesmo. Um erro não justifica o outro, o que não impede que a gente tenha achado muito bem feito ver aqueles dois prédios despencando em pedaços, porque porra, passarinho que come pedra sabe o cu que tem, uma hora alguém ia revidar. Esse é um conceito que as pessoas tem muita dificuldade em entender: a gente pode não concordar, mas pode amar mesmo assim. Tipo o Mestre D´Alborga. A gente não concordava no mérito com uma palavra do que ele dizia, mas a gente achava muito bacana ele ter culhões de dizer aquilo e o admirava.

A questão é que o sentimento de vitimização e paranóia renasceu mais uma vez no americano depois que tiveram essa infeliz idéia de construir uma Mesquita no local. Sério, já se passaram nove anos, que tal mudar o discurso? Não percebem que se mostrando tão vítimas, tão vulneráveis e tão traumatizados estão dando uma importância enorme a Osama e a seu feito? Aceitar alguém como seu inimigo é elevá-lo a uma categoria muito especial, é dar muita importância a uma pessoa e a seus atos. Tenham um pouco de auto-crítica e observem o que os EUA andou fazendo pelo mundo.Não aguento mais ver documentários com aquela cena do avião entrando em uma das torres. Não aguento mais ver depoimentos de bombeiros, sobreviventes e familiares das vítimas. JÁ DEU, ok? Já exploraram o bastante o ocorrido. Mania de colocar uma lente de aumento e dramatizar tudo até as últimas consequências!

A sugestão da construção desta Mesquita é um prato cheio para esse povinho bunda continuar prolongando esse chororô. Nem parece que tiveram coragem de jogar uma bomba atômica matando de imediato quase 300.000 pessoas e deixando um rastro de morte e deformidade por radiação que se estende até hoje. Jogaram um povo no mesmo saco do Osama. É como dizer que todos os espanhóis são terroristas por causa do ETA ou dizer que todos os braseiros são traficantes. Até entendo uma certa resistência em construir uma Mesquita nas proximidades do local do ataque, o que eu não entendo são o s argumentos histéricos que estão usando para justificar esta recusa. Porque eles se acham no direito de dizer que seu sofrimento é maior do que o daqueles que eles fizeram sofrer?

Vejam bem, não sou uma comunista raivosa que odeia a revista Veja e os EUA acima de tudo, de forma irracional. Eu não odeio os americanos, apenas acho um povo medíocre, sem cultura, nem capacidade de lidar com diferenças e superficial. É um povo infantil, até mesmo seus hábitos alimentares o são. Sua expressão cultural referencial são parques temáticos presididos por um rato gigante. Coloque um quadro de Salvador Dali, outro de Picasso e outro de Van Gogh lado a lado e nem metade da população acerta a autoria. Tudo bem que o brasileiro também não identificaria, mas ao menos a gente não se acha a última bolacha do pacote nem referência mundial de país. Em resumo, os EUA são uma gradesbosta, endeusados apenas por nós, da América LATRINA, que somos os macaquitos de estimação deles. Qualquer povo sério e estruturado como o europeu despreza o EUA e sua cultura medíocre e superficial. Logo, sobra para nós, macaquitos de estimação, ser platéia desse espetáculo de vitimização.

Mas, Desfavor não compra esse teatrinho. Se for para ter pena de povos vítimas de atentados e violência, achamos coerente ter pena de TODOS, o que na escala geral, coloca os EUA muito mais como algozes do que como vítimas. A violência contra civis inocentes é igualmente condenável independente de cor, raça, etnia ou nacionalidade. Não é porque eu me identifico mais com o executivo que estava no alto da torre que vou me solidarizar mais com ele do que com um refugiado que se encontra em um abrigo da Cruz Vermelha e ainda assim toma uma bomba nos cornos porque neguinho esquece o coração e a ética em casa quando entra em guerra.

Você quer ter pena das vítimas do atentado de 11/09? Ótimo, então seja coerente e tenha esta mesma revolta e solidariedade com todas as vítimas de violência, exploração e intolerância do mundo. O bom senso agradece.

Para dizer que eu sou terrorista, para dizer que os EUA são tão escrotos que nos obrigam a simpatizar com um doido varrido como o Osama e para dizer que eles não aprenderam a lição e merecem mais um totozinho para se mancarem que não são o Xerife do Mundo: sally@desfavor.com