Desfavor da semana: Emburrecimento geral.

“Para trabalhar como gari em Cambé, no interior do Paraná, não basta ter o ensino básico completo. É preciso conhecer também o bordão de uma personagem do humorístico “Zorra Total” e saber o nome da atriz que interpretou Pereirão na novela global “Fina Estampa”.

Essas questões fizeram parte de um concurso público que causou polêmica na semana passada ao testar conhecimentos dos candidatos sobre programas de TV e cantores populares.” FONTE

a) Desfavor da semana;
b) Desfavor da semana;
c) Desfavor da semana;
d) Desfavor da semana;
e) Todas as anteriores.

SOMIR

Eu considero que esse tipo de pergunta num concurso público seja um sintoma de falência intelectual de um povo, mas precisamos levar em consideração um fator importantíssimo: Todo o sistema dos concursos públicos já está dando sinais de desgaste, e aberrações como a que ilustra a coluna de hoje tendem a ficar cada vez mais comuns.

Evidente que vão tomar muito cuidado para não colocar esse tipo específico de conhecimento popularesco em edições futuras, mas eu me refiro ao quadro geral de testar conhecimento de coisas que NADA tem a ver com a função que deveria ser exercida pelo candidato à vaga.

A concorrência em qualquer porcaria de concurso já está tão absurda que a maioria das pessoas que passa é boa em… prestar concursos. Essa habilidade, que deveria ser secundária ao conhecimento da área, já é responsável pela maioria das aprovações. Pessoas “normais” não são capazes de alcançar as médias absurdas exigidas atualmente.

A pessoa tem que estar treinada para manter registros fotográficos do material estudado e tomar cuidado para manter a habilidade cerebral de correlacionar informações suficientemente adormecida para alcançar o grau de acertos necessário. Pensar é perigoso numa prova dessas, o segredo é lembrar.

Não é nem uma crítica a quem passa nesses concursos, é uma crítica ao sistema cretino que torna empregos públicos do tipo tão valiosos para o cidadão médio. A concorrência exagerada cria o efeito “Vestibular” (estude para passar, não para aprender), premiando quem decora ao invés de quem poderia exercer melhor a função.

Até um certo ponto, concorrência tem seus méritos, mas como tudo nessa vida, há um limite. Para limar a quantidade avassaladora de pessoas disputando as mesmas vagas, a estratégia é colocar várias armadilhas aleatórias no meio das provas para, num golpe de sorte, derrubar uma considerável parcela de pessoas disputando.

Uma prova baseada em conhecimento específico e a habilidade de aplicá-lo acabaria com dez mil pessoas empatadas com a mesma pontuação disputando uma vaga. Isso é péssimo para quem está organizando. Agora, uma prova que exige memória apurada e apresenta questões aleatórias sobre conhecimentos “gerais” é muito mais indicada para limitar o número de pessoas com pontuação parecida.

E é numa dessas que perguntas cretinas como as sobre Michel Teló e novela da Grobo entram. Não é conhecimento útil ou necessário em nenhuma esfera de serviço público, mas existe uma chance razoável de que várias pessoas tenham “trocado de canal” e não acompanhado o desenrolar dessas baboseiras. (Eu achei as perguntas fáceis, mesmo sendo elitista saberia responder todas; mas eu sou pago para acumular e transformar conhecimento inútil… Não para cuidar da limpeza pública…)

A merda aqui é que esses concursos cada vez mais estão focados em eliminar candidatos. E isso é um absurdo. Não sei se já escrevi aqui no desfavor, mas faz tempo que eu defendo que se derrube os salários de cargos concursados e se elimine a estabilidade… Cargo público não pode ser tão interessante assim. Perguntem para a Grécia se deu certo esse oba-oba com funcionalismo público, perguntem…

Oferta e demanda. Se tem dez mil candidatos por vaga, quer dizer que está interessante até demais. Se piorar a qualidade da vaga, ainda vai ter mil por vaga, e o funcionário que passar vai ter basicamente o mesmo nível. Como as provas se baseiam em decoreba com algumas perguntas “roleta-russa” para pegar otário, não estamos colocando a nata da nata intelectual nas nossas repartições mesmo…

Já esperam tão pouco de quem vai fazer um concurso que conhecimento geral vira conhecimento inútil. Caso o pessoal da UTFPR (FaFuP Paranaense) não saiba, daria para fazer perguntas tão fáceis quanto essas de indústria cultural popularesca no campo de conhecimento “tradicional”. Pergunta quem desenvolveu a Teoria da Relatividade, e coloca o Tiririca como opção ao Einstein; pergunta o nome do presidente chinês e coloca Jackie Chan com opção ao Hu Jintao… A maioria das perguntas ficam fáceis com opções ridículas, e se a maioria errar, é mais incentivo para melhorar a educação.

Grandes merdas se todo mundo errar o nome da música do Michel Teló, capaz até de acharem que o povo está ficando mais esperto. Pior… Grandes merdas se todo mundo ACERTAR o nome da música! Isso não se chama conhecimento inútil à toa!

Sem contar que é ofensivo a quem presta o concurso de gari. Essas merdas de perguntas caem em concurso para juiz por um acaso? As perguntas são para derrubar a moral dos participantes e aumentar a probabilidade deles errarem as próximas? Até porque tem muita gente com diploma fazendo concurso de gari nos últimos tempos…

Pior do que mediocridade cultural é se contentar com mediocridade cultural.

Para dizer que eu só estou com raiva porque não passei no concurso de gari, para dizer que é funcionário público e não é completamente retardado (bom, se você se sentiu ofendido, não conte muito com isso…), ou mesmo para reclamar que os textos estão atrasando no feriado (caguei): somir@desfavor.com

SALLY

Repito aqui o que eu já disse tantas outras vezes: funcionário público tem que ser escolhido com absoluto cuidado e rigor, pois sua função normalmente envolve alguma atividade privativa do Estado, ou seja, algo que se ele fizer mal feito, não existirá chances de procurar na iniciativa privada. Nada mais lógico que se faça uma prova procurando avaliar o conhecimento, a inteligência e a capacidade de raciocínio da pessoa, para assegurar uma prestação de serviço de qualidade. Pena que não é isso que acontece. O reflexo está nesse serviço público de merda, com funcionários medíocres e acomodados.

Esse concurso público que estampa o Desfavor da Semana é apenas um exemplo, dentre tantos outros, de uma prova burra que de forma alguma mede conhecimento. Chama mais a atenção pelo grotesco, uma vez que não é todo dia que se pergunta em concurso público qual foi a música de Michel Teló que o jogador Cristiano Ronaldo dançou ao comemorar um gol ou qual é o bordão da personagem Valéria do Zorra Total. Fecha o caixão do atual sistema de avaliação para seleção de funcionários públicos: pessoas que tenham alta capacidade de decoreba, pessoas adestráveis, sem qualquer preocupação com raciocínio ou inteligência. Mas não se enganem, não é apenas esse concurso, são todos, só que alguns de forma mais sutil.

Graças a esse método de seleção, que aprova quem consegue decorar mais, criaram-se estes funcionários públicos automatizados, que decoram o que tem que fazer mas emperram quando algo sai do script, visto sua total falta de capacidade de raciocínio e de improviso ao lidar com algo imprevisto. Pois é, não ter inteligência e criatividade pode ser um problema. Burocracia, ineficiência e corrupção frutificam em um meio como esse. Acontecem coisas bizarras como a falta de um carimbo gerar anos de atraso em um trâmite relativamente simples, quando o tal carimbo poderia perfeitamente ser acrescentado depois sem prejudicar em nada o processo.

Quando você pergunta em uma prova qual foi o jogador que ficou famoso por liderar a “democracia corintiana” ou quem foi que interpretou o personagem “Pereirão” na novela “Fina Estampa”, está selecionando exatamente o que? Uma pessoa medíocre, provavelmente. Alguém é forçado a acompanhar futebol ou novela global para exercer algum cargo público? É o tipo de prova que deveria reprovar quem respondesse de forma correta! Definitivamente o conceito de “conhecimentos gerais” foi para a casa do caralho, porque as perguntas não tiveram nada a ver nem com conhecimento, muito menos gerais. Sério mesmo… “democracia corintiana” é conhecimentos GERAIS?

E quando você questiona em qual novela a cantora Paula Fernandes (whoooo?) atuou antes da fama ou qual dupla sertaneja anunciou sua separação e depois voltou a cantar, quer avaliar o que? Era prova para trabalhar no TV Fama? Estas perguntas bizarras não eram pouca merda dentro do contexto não, tá? Em uma prova de 40 questões, 10 eram de “conhecimentos gerais”. O mais engraçado é que os idiotas responsáveis por esta cagada em vez de enfiar o galho dentro e admitir o erro, ou ao menos ficarem calados, parecem ter prazer em piorar a própria situação: “As perguntas atendem ao edital da prova”. CLARO, devido ao grau de subjetividade do edital, seria possível enquadrar qualquer merda ali. E, mesmo que o edital previsse um tópico só sobre o programa Zorra Total, continuaria sendo imoral. Idiota quem fez a prova E idiota quem fez o edital. Parabéns a todos os envolvidos, viu?

Como se isto não fosse o bastante, conseguiram piorar a situação, justificando que questões da prova forma retiradas da revista VEJA. Então tá, revista VEJA agora é referência acadêmica para embasar escolha de tema de prova. Bacana o nome de quem fez esta cagada: Fundação de Apoio à Educação (defina educação) Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná (em algum lugar, o Grande Mestre Alborghetti se revira no túmulo). Esta Fundação está vinculada à Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Defina “tecnológico”, por favor. Fudeu a mariola, a idiotização dominou até o meio acadêmico. Idiocracy, aqui vamos nós!

Quem já fez concurso sabe a fortuna que se lucra: taxas de inscrição caríssimas, numero elevado de inscritos, margem de lucro enorme. SOBRA dinheiro, é um negócio rentável, não há a menor necessidade de fazer essa bandalha mal feita. Quem paga imposto e tem que entregar CINCO FUCKIN’ MESES de salários por ano ao Poder Público sabe o quanto essa brincadeira custa caro. Sim, pagando com o salário do povo digníssimos profissionais qualificados que sabem qual é bordão da “Valéria, do Zorra Total”. É um deboche. Também é um deboche com os próprios funcionários públicos, quero dizer, aqueles que realmente tiveram que estudar e passar em uma prova difícil, pois todos ficam com fama de imbecilóides quando uma manchete dessas estampa o jornal. Em resumo, todo mundo saiu perdendo com essa merda, mais uma vez, parabéns aos envolvidos pelo tamanho da bosta.

Fato: a metodologia de avaliação de concurso público está ERRADA. Premia a burrice, a decoreba. Consolida uma massa de funcionários públicos, nos mais diversos níveis, completamente incapazes de raciocinar. Este caso é especialmente grotesco, mas a metodologia de todos os concursos precisa ser revista, caso contrário continuaremos com um serviço público burocrático e ineficiente, com funcionários acomodados que nunca mais abrem um livro ou se aprimoram ao passar em concurso.

Que tal aplicar provas que meçam inteligência, ética, capacidade de solução de problemas e raciocínio? Que tal aplicar provas ANUAIS para sempre a todos os concursados, condicionando sua aprovação à estabilidade? Só assim para esse bando de filho da puta se atualizar, só colocando a faca no pescoço do brasileiro é que ele estuda. É assim no colégio, é assim na faculdade e continua assim na sua vida profissional. Já que não estudam voluntariamente, para se aprimorar como profissionais, que o façam por medo então. UMA VERGONHA. Uma vergonha de acomodação, amplamente recompensada pelos concursos públicos, pagos com o salário do povo.

O povo? O povo, como sempre, se fode duas vezes: primeiro por pagar cinco meses do seu salário para bancar funcionários desqualificados, segundo por ser obrigado a ser atendido por funcionários desqualificados em atividades que são monopólio do Poder Público, onde não há opção de procurar outro prestador de serviços. Se ao menos houvesse alguma teoria da conspiração, eu até acharia chique. Eu adoro aventar teorias da conspiração. Infelizmente neste caso, a resposta é simples: prova feita por gente BURRA e INCOMPETENTE que está colocando no serviço público mais gente burra e incompetente. Sabe quando este círculo vicioso vai se quebrar? Quando VOCÊ cansar, pegar um avisão e sair dessa bosta de país.

“A esperança não existe, a esperança é o caralho” – Skylab, Rogério

Para se orgulhar em dizer que não passaria nessa prova, para se orgulhar em dizer que já não mora mais no Brasil ou para se orgulhar em dizer que você não é cidadão brasileiro e sim cidadão da República Impopular do Desfavor: sally@desfavor.com

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Comments (26)

  • Porra, concurso pra Gari??? Sinceramente, a única parte razoável dos comentários da Sally e Somir foi sobre a Grécia…me explico.

    Enquanto tivermos um estado enorme, gigante, pagando salários altos e com estabilidade pra neguinho vagabundear, nem adianta perder tempo com critérios de concursos públicos. Somos um país de pobres sustentando uma elite de folgados.

    Ser funcionário público no Brasil tem diversas vantagens: ganha bem ( em muitos casos), trabalha pouco ( quase sempre), tem diversas formas de faltar ao trabalho sem redução de salário ( licenças !!) e tem estabilidade. VTNC uma moleza dessas !!!

    Imagina que você é dono de uma empresa, ela se chama Brasil Corp. Você iria contratar seu pessoal com as condições acima? Só sendo muito burro…

    Os governos tipicamente são ineficientes para dizer o mínimo e corruptos para dizer o máximo. É parte do sistema, em qualquer lugar ou cultura funciona assim. A única forma de se defender dos desperdícios do governo é mantê-lo o menor possível. Isso inclui número de empregados públicos e orçamento.

    E se alguém for funcionário público e ficar magoadinho é porque se identificou com o perfil descrito. Tem quem trabalhe, é lógico, mas é uma minoria extrema. Já trabalhei muito com funcionários públicos, e afirmo sem medo de errar que a esmagadora maioria é de vagabundos. Os trabalhadores da iniciativa privada também não são grandes merdas, mas nesse caso não sou EU que pago o salário deles certo???

    Perda de tempo ficar dicutindo o que nem deveria existir. No Brasil somos especialistas em fazer cagadas monstruosas e depois ficar tentando consertar fazendo remendos, ignorando que o problema inicial impede a própria solução…

    É que nem uma notícia que li sobre o desafio de fazer uma creche na cadeia para mulheres que engravidaram DEPOIS de estar presas. Cacete, será que tem que desenhar pra explicar o tamanho da cagada que é permitir que uma presa engravide??? De cada 100 crianças nascidas numa condição assim quantas vocês acham que tem chance de se alguém na vida??

    O verdadeiro sintoma de emburrecimento não é o concurso em si mas sim o fato de que pouquíssimas pessoas hoje em dia sabem apontar os reais problemas antes de tentar solucioná-los. Por mim a prova poderia ser equilibrar 2 vassouras, uma em cada mão enquanto sambam. Os que ficarem mais tempo levam a vaga. Quero ver empate aí…e ainda apareceriam no Fantástico como exemplo de superação…

    • Bionicão, como eu disse no meu texto, este concurso é um exemplo do que acontece em todos os outros e não um caso isolado.

      É imoral que qualquer concurso público, mesmo que seja para “Joseph Climber segurador de portas” formule questões sobre novela, Zorra total e Michel Teló.

      O sistema de concurso público está errado, esse concurso para gari é a ponta do iceberg.

  • Paulo César Nascimento

    O problema é que conhecimentos gerais acabam sendo espelho de valores de classe. Qual a utilidade de saber quem é o presidente da China para um gari? A mesma de saber qual é o bordão de um humorista: nenhuma. A finalidade desse tipo de concurso é eliminar candidatos e deixar bem pouquinhos para as provas práticas. E tem outra, que o pessoal de RH sabe muito bem: um gari que saiba quem é o presidente da China vai deixar de ser gari assim que surgir a primeira oportunidade. Na real, seria melhor só uma prova de conhecimentos específicos, do tipo “qual o melhor produto para tirar cheiro de merda de cachorro da rua?”; “quais as precauções necessárias ao recolher sacos de lixo em condomínios?” Ou você acha que faz diferença ele pensar quem estava certo sobre a maldade humana, as tendências naturais e a sociedade, Rousseau ou Hobbes? Noções sobre higiene, segurança no trabalho e direitos do trabalhador seriam muito mais pertinentes e isso deveria ser ensinado nas escolas desde bem cedo. Saber quem é o chefe de Estado na Indonésia, qual foi a contrapartida da cortina de ferro à OTAN ou memorizar a letra da “Lenda da piroga de cristal” (Paulo Silvino), dá tudo na mesma. Um bom gari faz limpeza de um modo eficiente, eficaz e sem colocar sua saúde ou a dos outros em risco. E não me venham os marxistas dizer que ele deveria ter consciência de classe, porque na China os garis sabem muito bem quem é seu presidente, só não sabem o que o partido censura.

    • Aposto uma que os “organizadores” da prova estavam achando a parada “um saco” e resolveram dar uma trollada básica, dado que o edital permitia e dava condições para isso.

      • Paulo César Nascimento

        Não sei, Marciel… acho que foi mais uma vibe de “esse pessoal não lê mesmo, vamos ver quem assiste TV e consegue memorizar alguma informação”. Hoje em dia tá todo mundo ferrado e concurso para gari é bem disputado. Tem que ter algum jeito de peneirar porque é muito caro fazer teste prático com todos os candidatos. E, cá pra nós, não é um serviço especializado, por isso paga tão mal. Aí você vai fazer como, cronometrar quem varre mais rápido? Daí precisa fazer uma prova de múltipla escolha pra dizer que pelo menos existia algum critério objetivo.

  • Mais sobre aiquei chatista !

    Eike está expulsando várias famílias do local onde quer construir um porto, já que as pessoas não aceitaram indenização. A imprensa abafa, mas as pessoas foram ameaçadas de morte. Duas já morreram, como aviso. Esse homem é mais perigoso do que parece.

    • Isso não me surpreende em nada. O Banana também tem seus capatazes, aqueles que em nome de uns trocos a mais são capazes de qualquer coisa.

  • Emir Campagnaro (teacher emir)

    hello, Sally !!!

    eu teria reprovado nesse concurso, pois não assisto TV aberta e raros são os programas q assisto na TV a cabo, e música só ouço o que gosto: Rock, em especial punk rock. Sou funcionário público desde 1996 (professor do estado do Paraná) e o concurso que fiz teve perguntas muito bem construídas, que testaram conhecimentos específicos e, também, gerais com informações pertinentes. Como vc diz: acabar com a estabilidade para func. púb. seria uma excelente ideia, o número de candidatos diminuiria consideravelmente. Quando vc diz q gente burra está sendo contratada, cada vez mais devido aos idiotas que fazem as provas, acretido que isso tenha um porquê. Quanto mais idiotas, menos trabalho profícuo, menos dedicação, menos funcionários motivados e por ai vai… no fundo é isso, o governo querendo que a máquina emperre por falta de gente que, simplesmente, não sabe nem como, nem onde, nem o porque faz aquilo faz.

    • Emir, isso para não falar de fraudes e eventuais favorecimentos no meio. A prova formal pode servir muito bem de maquiagem e de “cala-boca” para a turma que fica de fora.

      Se a organização do ENEM é uma patifaria, a dos concursos hoje em dia não deve ficar muito longe disso.

    • Os governantes estão pouco ligando para os servidores públicos, pois veem neles ônus sem bônus no campo político. Mais vantajoso “terceirizar”, o que dá margem de barganha para desvios e ainda por cima fortalece a relação clientelista entre o eleitor e o mandatário.

  • O Grande Alborguetti não está só se revirando, mas sim mandando (pelo menos em espirito) toda a tal da UTFPR (Antigo CEFET-PR) tomar no cu, querendo o nome do filho da puta que preside essa Fundação que “organizou” a prova, para dar aquela esfregada com porretada na mesa que a gente já conhece. Sem comentários…

    E mais: Esse negócio de mudarem de nome foi muito pelo complexo de pau pequeno (e talvez alguma verba a mais dada pelo governo) que o cefet tinha perante a UFPR. Só.

    Sally linda tenho (mais) uma sugestão do processa eu!… Uma pessoinha bem obscura… Um tal de Mestre DeRose, esse dessas franquias de yoga. Fiz uns meses numa franquia aqui e tinham uns podres bem interessantes…

  • Vc diz que se tem tanto candidato é porque a coisa é boa. Nem sempre, porque operador de call center por exemplo é uma merda e tem gente pra caralho nos processos seletivos. Sim, eu sou um fodido. Quando eu fui fazer prova pro meu emprego de teleoperador, tinha umas questões de “conhecimentos gerais” cof cof cof e uma delas era qual o nome de uma deusa egipsia não sei das quantas. Puta merda! Pra sentar o rabo numa mesa com o headset na cabeça e aturar povo burro insultando o dia todo, precisa fazer essa cagada de prova?

  • João Medeiros

    Lembro da época em que eu fiz cursinho pré-vestibular. O Somir resumiu tudo numa frase lá em cima: ”estude para passar, não para aprender”. Era bem assim. Não que eu não tenha aprendido alguma coisa quando estudei, mas tive uma sensação de que conhecimento passado em sala de aula serve apenas para se tirar nota alta e para passar de ano (ensino fundamental e médio), não para adquirir conteúdo que pode ser útil para o futuro. É evidente que nas escolas se desenvolve pouco aprendizado, que pode muito bem servir de base para o pensamento crítico, debate, idéias…

    Um trabalho escolar, por exemplo. O esquema é simples: copia-cola artigo da Wikipédia, faz capinha bonitinha, entrega pro professor e tira uma notinha boa. Pergunta: o aluno se deu ao trabalho de, pelo menos, ler o bendito artigo da Wikipédia e aprender algo dali? Resposta: acho que vocês já sabem…

    • João… E você acha sinceramente que o professor está a fim de sair corrigindo prova e trabalho a torto e a direito, perdendo um tempo precioso que não é remunerado e que poderia ser utilizado de outra forma?

      Se duvidar, muitos fazem os pedidos de trabalho mais por exigência do script para efeitos de avaliação do que para avaliar de verdade o nível de conhecimento dos alunos.

      Ao fim ficamos no mundo dos fingimentos, com o aluno fingindo que estuda, o professor fingindo que avalia e fica tudo bem no mundo das aparências.

      Lá na frente, numa dissertação de mestrado/doutorado, fica claro o (baixo) nível da turma do copypaste.

      Depois, quando reclamam do baixo nível da educação, não sabem o porquê disso… Está ai, oras!

  • João Medeiros

    Sinceramente, não sei nem se eu teria estômago pra fazer uma prova dessas… Porra, não basta todo santo dia ter que aturar essa cultura de massa, idiotizante e chata, na TV, no rádio e até na Internet, e agora, até nas provas de concurso público… Sempre desconfiei, mas agora tenho certeza de que eu nasci no país errado.

  • em relacao aos concursos mais dificeis, posso dizer que uma excelente peneira atualmente eh a redacao. Nos concursos mais fodidos que prestei, a redacao tinha (quase) o mesmo peso de todas as outras materias, que envolviam direito, contabilidade, calculo e administracao e o tema da redacao, muitas vezes, so saberia responder quem realmente tivesse na leitura e na escrita um habito e gosto desde sempre.

    Nisso, dos concursos que participei, passaram os que sabiam escrever melhor e nao necessariamente os que eram melhores na decoreba. E. em quinze anos de servidora, o que vale mesmo eh saber escrever bem um texto, nao a quantidade absurda de materias exigidas, das quais pouco ou nada vc vera novamente (judiciario a parte). Acontece que, pelo jeito, para quase todas as pessoas escrever um texto da preguica.

    Enfim, o que vale mesmo eh o quao bem vc conseguir passar o (pouco) que souber. Escrever um texto eh facil. Escrever bem um texto e de forma convincente eh muito dificil. Coisa que voces fazem com pes nas costas. Enveja!

    • O problema é que neguinho parece não ter saco para corrigir texto e fazem provas só com questoes de multipla escolha…

      • Múltipla escolha qualquer fã de Zorra Total pode corrigir, basta ter o gabarito com as respostas. Redação quem corrige tem que ler, prestar atenção conhecer minimamente o assunto e as regras de ortografia, e até pensar um pouco. O que sai mais barato no fim das contas?

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