Ele disse, ela disse: Dando o sangue.

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Os fiéis da denominação cristã Testemunhas de Jeová seguem um conjunto de regras que proíbe transfusões de sangue. Transfusões de sangue podem ser a diferença entre viver e morrer em inúmeros casos na medicina. Junte as duas coisas e temos o impasse desta coluna. Os impopulares injetam sangue novo na discussão.

Tema de hoje: Um médico deve fazer transfusão de sangue para a salvar a vida de uma Testemunha de Jeová?

SOMIR

Sim. Eu enxergo este tema como uma extensão daquele sobre devolver dinheiro dos fiéis ocorrida há algumas semanas atrás. E apesar de ter sido contra naquela ocasião, estou sendo coerente dizendo sim desta vez: O “elemento real” passa por cima de qualquer vontade ou ideia fantasiosa. Se naquele caso eu considerei a transação financeira como mais sólida do que a expectativa imaginária do religioso, dessa vez coloco o dever do médico acima da insanidade do paciente.

Como, de fato, é aceito como razoável em todos os casos onde o paciente não tem uma justificativa socialmente aceitável para sua incapacidade de compreender a realidade. Se uma pessoa aparece dizendo que não aceita transfusão de sangue por coerência com qualquer outra obra de ficção que não escrituras sagradas de qualquer religião, o médico seria execrado por dar ouvidos a alguém claramente fora do controle de suas faculdades mentais…

O médico – especialmente o plantonista de emergência – tem uma função social muito bem definida: Utilizar seus conhecimentos para salvar vidas. Eles não são pagos para fazer análises complexas sobre a natureza humana, eles normalmente mal tem tempo de fazer um serviço decente, imagina só colocar esse peso escroto de ter que fazer escolhas sobre o desejo do paciente em sobreviver ou não. Médicos salvam a vida de suicidas incompetentes todos os dias!

Tudo bem que ninguém é robô para ter só uma função repetitiva, mas essa coisa de especialização é uma das bases do sucesso da sociedade como um todo. Cada um na sua atribuição. Médicos salvam vidas… isso tem que ser o básico. Não importa quem está na frente deles, não é a função primária deles decidir mérito na vida de quem cuidam. Sei que a Lei permite que Testemunhas de Jeová escolham o elevado risco de morte oriundo da recusa de fazer transfusões, mas não estamos discutindo se leis existem ou não. Estamos indo além. Leis estão erradas se produzem absurdos, e apesar do direito à crença religiosa existir, o direito à vida é algo ainda mais básico.

E como a própria Constituição diz:

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa(…)

Apesar de ainda acreditar que no futuro a Fé estará devidamente cadastrada no CID e teremos tratamento, não estou falando apenas da maluquice de arriscar a vida por causa da interpretação “analfabeto-funcional” de uma passagem aleatória de um livro sagrado escrito (e reescrito inúmeras vezes) por ignorantes e estelionatários… Estou falando do absurdo que é dar chancela legal para alguém dispor da vida de seres humanos para se conformar a qualquer ideologia.

Se você sacrificar uma pessoa no Brasil (ou em 99% do mundo civilizado), não importa a porra da religião que você alega para o juiz, você é um assassino. Pode dizer que foi Jesus que te disse para matá-la num altar, na melhor das hipóteses a pessoa sai com sentença judicial de insanidade. Foda-se o direito à crença religiosa quando comparado com o direito à vida. Esse absurdo da transfusão de sangue só existe porque o Brasil abre as pernas para religiosos (quem mais vota e faz filho…): Se você for do Santo Daime, por exemplo, é legal produzir e consumir drogas!

A vida vem em primeiro lugar. E olha que eu sou a favor da legalização do suicídio e da eutanásia… Tem diferença porque são escolhas pessoais com resultados conhecidos pelos praticantes. A pessoa está se matando sabendo que vai morrer. A Testemunha de Jeová acredita que pode se safar de uma condição claramente desvantajosa se recusando a ser tratada da forma adequada. Isso é dar poder de decisão adulto para crianças!

Um médico poderia deixar um paciente tomar veneno se o paciente acreditasse piamente que o frasco contém suco de fruta? Tem um ponto onde as pessoas com noção mais apurada da realidade tem que colocar limite em quem está claramente perdido! Até pelo sagrado direito de arrependimento… A pessoa que se recusa a ser salva num momento poderia muito bem mudar de ideia pouco tempo depois. Nem digo deixar de ser religiosa, mas mudar de denominação e escolher uma que não tente matar seus fiéis tão descaradamente.

Escrotíssimo jogar na mão do médico – alguém que tem o dever de cuidar e sempre que possível salvar vidas – a responsabilidade de condenar alguém à morte por causa de capricho e/ou insanidade temporária. Muito se engana quem acha que a Testemunha de Jeová está chamando para si essa responsabilidade, eles estão apenas a empurrando para um ser imaginário. O médico deve abstrair dessas particularidades do contratos alheios… ele está lá para salvar vidas, não para segurar a bronca de decidir quem pode ou não viver. Ninguém paga para eles fazerem isso. E mesmo que pagasse, pouca gente MERECE um poder desses.

Tem que fazer a transfusão sim. Essa é a porra do trabalho do médico… Se vão processar ou não depois, azar. Isso sempre pode acontecer, mesmo com pacientes que não eram Testemunhas de Jeová. Repetindo: Não é a mesma coisa que eutanásia… a pessoa não está pedindo para morrer, a pessoa está num hospital esperando tratamento médico. O médico está liberado para fazer tudo que não envolva transfusão de sangue, oras.

Você quer viver num mundo onde médicos não toquem o foda-se para questões como essas e salvem a vida das pessoas sempre que puderem? Eu não aceito botar mais um empecilho na já complicada vida de médicos de emergência só para agradar um bando de fanáticos. Ou acredita no direito à vida ou não, não tem meio termo. Considerar a escolha de se recusar a receber um tratamento médico arbitrariamente por questões religiosas é bater palma para maluco dançar.

E nem sonhem em achar que a morte de Testemunhas de Jeová tenha qualquer aspecto educativo para os outros: Tragédias NUNCA tiram as pessoas da religião, racionalidade sim. De uma certa forma, religião é meio time de futebol… você não começa a torcer por outro quando o seu perde. Ou você nunca ligou para isso, ou você perde o interesse.

Se não quiser transfusão, morra em casa. Pelo menos é uma escolha consciente.

Para dizer que assim que eu passar no exame da OAB você se importa com minha visão sobre as leis, para dizer que salvar o mundo de religiosos é mais importante do que salvar os religiosos, ou mesmo para reclamar que é religioso e não se acha maluco (nenhum maluco se acha): somir@desfavor.com

SALLY

Atenção ao tema proposto: Focando apenas na sua opinião pessoal, um médico deve fazer uma transfusão de sangue em um adulto Testemunha de Jeová se ele estiver inconsciente e esta for a única forma de salvar sua vida, ainda que seja público e notório que ele não quer esta transfusão?

É sabido que os adeptos desta religião se recusam a receber transfusão de sangue e por lei eles têm esse direito. Se o médico tiver conhecimento de que se trata de um paciente Testemunha de Jeová ele sabe que automaticamente esta pessoa não quer receber sangue. Supondo que ele fale com a família e a família diga aquelas ignorâncias de costume como “Não faça transfusão, nossa religião não permite, Deus vai salvar ele”, deve fazer uma transfusão contra a vontade do paciente e da família para impedir que ele morra? NÃO, NÃO, MIL VEZES NÃO! Deixa morrer, porra! Seleção natural! Quanto menos fanático no mundo melhor!

Se a própria pessoa tornou público de forma inequívoca que pertence a um grupo no qual é proibido receber uma transfusão de sangue, quem o médico pensa que é para passar por cima dessa decisão? DEIXA MORRER, que faz um bem ao mundo e não se complica. Já vi médicos processados e até mesmo com sua licença caçada por ter feito transfusão em Testemunha de Jeová por conta própria, sem acessar o Judiciário para conseguir autorização. O elemento que recebeu a transfusão disse que o médico havia “arruinado sua vida” e que por causa da transfusão estaria “condenado”. Tem cabimento se encrencar assim, correr o risco de não poder mais exercer sua profissão, para salvar um imbecilóide que se colocou sozinho naquela posição? DEIXA DEUS SALVAR, sério mesmo. E se não salvar, vai até a família, comunica a morte e sussurra um “Cadê o seu Deus?”.

Não vou discutir a questão da escolha. É idiota não querer receber uma transfusão? Sim, demais da conta. Mas é escolha da pessoa, as pessoas tem o sagrado direito de escolherem ser idiotas. Se ela quer ser uma fanática filha da puta egoísta com todos que a cercam azar o dela. O médico que largue esse paciente e vá atender outro que fez por onde querer viver! E pensar que ainda tem médicos que acabam fazendo a transfusão escondida… tremendo desfavor! Daí paciente e família ficam achando que aquele Deus operou um milagre, que Ele existe, que fizeram muito bem em seguir essa religião. Sério mesmo, se arriscar para reiterar o fanatismo religioso merece espancamento em praça pública!

Atentem para o fato que excluímos as crianças da pergunta, porque uma criança não pode ser penalizada (muito menos com a própria vida) pela imbecilidade de seus pais. Se uma criança precisa de transfusão de sangue para não morrer e os pais tentarem proibir por motivos religiosos, não apenas tem que fazer a transfusão como ainda o Ministério Público deve ser notificado para que inicie um processo para destituir esses pais do poder familiar que exercem sobre a criança. Gente assim não pode ser responsável nem por um hamster!

Mas porra, sendo uma pessoa adulta e fazendo esta escolha, foda-se ela. Sabe muito bem o que faz e é responsável pelos seus atos. Deixa o Deus dela salvar. Já vi casos de pessoas que receberam sangue contra sua vontade e se sentiram “condenadas” a vida toda, dizendo que preferiam ter morrido. Não tem dilema algum: a pessoa deixou claro de forma inequívoca quando estava consciente que não desejava uma transfusão, logo, não deve ser dada uma transfusão. Se morrer, a culpa é do paciente, da família do paciente ou de Deus, não do médico. Médicos: lidem com isso, tem gente que se coloca em risco de morte e a pessoa tem esse direito.

Passar por cima da vontade da pessoa e fazer a transfusão é tratar essa gente com o paternalismo que tanto as estraga. Deixa morrer, deixa verem que o Deus deles não salva como eles pensam, deixa um choque de realidade cair na cabeça da família. Vai limpar a bunda de alguém que além de não ser grato por isso ainda vai te acusar de ter arruinado sua vida depois? Vai colocar sua profissão em risco por um imbecilóide que optou conscientemente por recusar um procedimento que poderia salvar a sua vida? Francamente, sou contra premiar imbecilidade. Deixa morrer que é melhor para o mundo, como um todo.

Escolhas tem consequências. Escolhas idiotas costumam ter consequências sérias. Escolhas idiotas envolvendo procedimentos de saúde costumam ter consequências seríssimas. Só porque a consequência é séria não quer dizer que a pessoa não mereça passar por ela. Merece. Quem faz esse tipo de escolha o faz sabendo das consequências e deve pagar por elas. Que porra é essa de aliviar as consequências para quem faz escolha errada quando você nem ao menos conhece a pessoa? Eu hein, bom samaritano demais para o meu gosto, na minha opinião tem coisa por trás desse ato de “bondade” de não conseguir deixar a pessoa morrer. Não é bondade não.

Por favor, respeitemos a seleção natural. Se uma pessoa é idiota o suficiente para se colocar em uma situação dessas, tem que morrer, Minha Gente! Não deixem uma pessoa imbecil dessas passar os genes adiante! Quer salvar alguém? Salve uma criança que está nas ruas, interne um viciado que está prestes a se matar de overdose, sei lá, procure pessoas que realmente queiram a sua ajuda, que não se colocaram na situação de merda que estão por pura imbecilidade. Gastar energia com gente que cavou sua própria cova não me parece razoável.

Pessoas se matam todos os dias das mais diversas formas e ninguém aqui arrisca sua profissão para impedir. É sagrado direito das pessoas se matarem como quiserem e ninguém tem nada com isso. Evidentemente que se a pessoa te é querida, você tenta impedir. Mas perder tempo tentando impedir estranhos é bizarro. Além disso, desculpa a honestidade agressiva, do meu ponto de vista ateu, cada fanático religioso (quem não permite transfusão de sangue é FANÁTICO sim) que morre significa um mundo melhor.

Para me paunocuzar com detalhes religiosos que eu não quero saber, para dizer que não apenas não tem que fazer a transfusão como também tem que sufocar com o travesseiro para acelerar o processo ou ainda para dizer que Darwin curtiu este texto: sally@desfavor.com

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Comments (86)

  • Concordo com a Sally nesse. Todo ser humano tem o sagrado direito de ser idiota (desde que a idiotice em questão só prejudique a ele mesmo), até na hora de morrer. Sou a favor da eutanásia e o escolha de não levar adiante uma gravidez também (nããão, um embrião não é “outra pessoa”). Sinceramente, não sei como essas três coisas ainda são “um dilema” na sociedade. Me parece tão óbvio e tão simples que cada um tem o direito de decidir sobre sua própria vida/corpo… Pra mim o absurdo é o estado intervir nisso.

    • Se eu perdesse as pernas, eu não ia querer continuar vivendo. Certamente uma penca de Heróis Pau no Cu viriam discursar sobre como é idiota minha decisão de acabar com a minha vida “só” porque fiquei sem pernas e talvez muitos deles tentassem me impedir. Francamente, no MEU juízo de valor, viver sem as duas pernas inviabiliza PARA MIM uma existência digna e eu gostaria de morrer. Quem sou eu para determinar a terceiros o que é uma existência digna?

      • Né?! Às vezes sinto que somos tratados feito crianças pela sociedade. Não temos o julgamento necessário para decidir o que é e o que não é melhor para nós mesmos. Dai vem o ”GRANDE PAI” e nos indica o melhor caminho, a melhor opção…

        Lembro que aos 16 anos eu me tornei ateia, e já sabia que não queria ter filhos tão cedo. Quando alguém sabia disso (ao me perguntarem, pois nunca fui de anunciar “Hey, sociedade, não acredito em deus e não tenho o sonho de ser mãe, se choquem”) eu sempre ouvia a mesma resposta: “ah, quando você ficar mais velha a sua opinião muda, pode ter certeza”. A única resposta que eu dava era o “ok”…

        Hoje, oito anos depois, continuo com a mesma linha de pensamento (o que no caso da gravidez não considero algo imutável, mas também não considero nenhum um pouco a opção, e acho que dificilmente isso irá mudar).

  • Olha, olhando pelo lado prático da questão, os bancos de sangue quase sempre estão com o estoque baixo. Vai gastar o pouco de sangue que tem com quem não quer, com gente mal agradecida?! Nesse ponto, concordo com a Sally: deixa morrer! O mesmo deve valer para órgãos, já que são mais difíceis ainda de se conseguir e os TJ também não aceitam fazer transplante.

    • Se profissionais de todas as áreas começarem a passar por cima das escolhas e do livre arbítrio dos seus clientes a coisa vai ficar complicada. Deixa a pessoa escolher o que quer para si, cacete!

  • Se for criança, que nem religiosa poderá ser no futuro, por obrigação os médicos fazem um boletim de ocorrência e salvam sua vida realizando a transfusão…..Já os adultos sou a favor que se cumpra a sua vontade equivocada.Agora uma perguntinha: Será, que quando a doença realmente se agrava eles mantém sua opinião ignorante?

    • Thais, eu já vi gente “morrendo por sua fé”, talvez seja porque nem por um segundo a pessoa acha que vai morrer, até o último segundo a pessoa tem certeza que seu Deus vai salvá-la…

  • Bom, basicamente o ponto aqui é: religião x ciência. É realmente foda quando se confronta crenças pessoais e racionalidade pensando no bem (estar) maior do todo. Neste caso, vou mais com o bem maior de todos então, nesse sentido, concordo com o Somir! Independente da vontade do paciente, o médico é quem tem que fazer cumprir seu papel e pronto.

    • Ge, meu bem maior não é minha vida, é meu livre arbítrio. Uma vida onde eu não possa ter livre arbítrio e tomar decisões sobre meu corpo não me serve.

      O dever do médico é ATENDER ao paciente, atender a seus desejos. Ele é um profissional contratado pelo paciente e deve dar ao paciente aquilo que ele quer, dentro dos limites da lei. Médico passar por cima da vontade do paciente me soa arrogante e escroto.

  • Médicos são pessoas da ciência. Sei que cada pessoa tem o sagrado direito de se matar e sou a favor. Drogados também não aceitam serem internados à força pra se tratar, do mesmo jeito que viciados religiosos também não aceitam transfusão. Querer que médicos aceitem essa regra idiota é ir contra a ciência. Rejeitar religião não é ser intolerante. Ninguém tem mesmo que respeitar religião que incentiva atentados ou outras que incentivam dar bens pra “Deus” nem que proibe tratamento médico incluindo transfusão de sangue.

    • Não é respeito a religião, é respeito ao corpo da pessoa. Injetar algo no corpo da pessoa contra sua vontade me parece uma violência. Se a pessoa prefere morrer, a escolha é dela.

      O drogado não sabe o que faz, é mentalmente incapacitado aos olhos da lei, é portador de uma doença que lhe retira o discernimento. O religioso, até segunda ordem, está de posse de suas faculdades mentais. São situações completamente diferentes.

      Médicos tem que respeitar escolhas do paciente. Eles são empregados do paciente, eles são pagos pelo paciente para fazer o que o paciente quer. Não vamos esquecer que eles são remunerados pela prestação de serviços, são remunerados para atender ao que o paciente requisita. Se não concordam, podem simplesmente se recusar a pegar o caso. O que não pode é pegar o caso e contrariar o que o paciente quer.

      Gente, deixem a questão passional de lado. Pensem na porta que se abre se um médico puder passar por cima da vontade do paciente cada vez que achar que a vontade do paciente é “idiota”. Vocês tem certeza que querem abrir essa porta?

  • Muito complicado. Além disso, ainda se espera que o médico faça milagres para consertar a irresponsabilidade alheia. Cansei de ver casos de gente com doenças que chegam a deformar, mas só procuram ajuda quando a coisa está intolerável, e muitas vezes, irreversível. Ainda assim, querem que o médico resolva, que se vire para dar um jeito. Por que não procurou antes? É um bocado de pressão, e ainda ter que se arriscar a um processo independente da escolha que faça.

    Só por curiosidade, pq afinal TJs não podem fazer transfusão? Tbm n podem fazer transplante? E q papo é esse de ser condenado pro resto da vida se fizer?

    • Baseados em uma interpretação muito distorcida da bíblia eles concluíram que a transfusão de sangue é proibida por Deus. Alguma coisa envolvendo Noé e Adão. Como eu sou muito ignorante em tudo que diz respeito à bíblia, prefiro nem tentar me aprofundar. Dr. Google deve explicar melhor do que eu.

  • [MEZZO OFF-TOPIC]
    Sally e/ou qualquer Impopular versado no assunto, HALP:
    No dia 11 solicitei à GVT transferência da minha linha pra outro endereço. Me deram o prazo de dia 24, o qual já achei ridículo, mas ok. Desde então estou esperando a visita e/ou o contato do técnico, que aparentemente faz parte do conjunto de lendas do folclore brasileiro, tal qual o Papai Noel e o Negrinho do Pastoreio. Já estou de saco cheio dessa palhaçada, a quem recorrer?

    • Em breve eu foderei a Oi porque me deixaram sem internet uma semana, mas acho que nem vou precisar ir ao Procom porque reclamei na Anatel e eles já se cagaram de medo porque lá a multa corre solta. Me ligaram dizendo que vão zerar a fatura hehehe e não vão me cobrar multa de recisão. GVT é outra merda, nem me arrisco, basta ver os índices no site Reclame Aqui. A menos cagada de todas ainda é a Net Embratel.

      • Ah sim, tem isso. A pressão. Se você tiver um Twitter minimamente influente e reclamar por lá rapidamente alguém da empresa entra em contato, ou então reclamar com um dos órgãos reguladores que podem aplicar uma multa nesse povo.

    • Outra coisa que as vezes funciona é reclamar no Jornal. O Globo tem uma secao de defesa do consumidor aonde voce pode soltar a franga. Funcionou comigo.

      • Sim, você reclama no Globo e o Globo liga para a empresa perguntando o que está acontecendo e avisando que vai publicar a carta do consumidor. Isso é propaganda negativa, eles tentam evitar a publicação resolvendo com o cliente.

  • Embora eu tenha achado divertidíssima a ideia da Sally de deixar o cara sem transfusão, o cara morrer e depois perguntar pra família “Cade seu Deus?”, eu concordo com o Somir: médico não é palhaço e está lá pra cumprir o dever dele. Acho que tem que fazer a transfusão sim.

    • O dever do médico é dar ao paciente aquilo que o paciente solicita. Se um paciente recusa tratamento o dever do médico não é tratá-lo à força. Se eu fosse diagnosticada com um câncer terminal não gostaria de passar meus últimos dias toda fodida em uma quimioterapia, recusaria tratamento e morreria em paz, nos meus termos. E ficaria muito puta de vida se um médico ou uma pessoa qualquer viesse com esse papo de dever a cumprir. O dever é atender ao paciente. Médio é pago pelo paciente para atender ao paciente, não para fazer o que eles querem.

      • Ok Sally, mas acho que as escolha são feitas em bases diferentes: você como paciente terminal de câncer, sabe que vai morrer e, racionalmente, decide morrer em paz.
        O cara que é TJ, não quer receber transfusão não porque quer morrer em paz, mas porque acha que não precisa disso, ou seja, a decisão dele é baseada em fanatismo/burrice.
        Sei que você prega que as escolhas das pessoas, sejam elas quais forem, devem ser respeitadas, mas não acho certo deixar uma pessoa morrer por burrice. O médico sabe que o cara vai morrer, mas o cara, que é um imbecil, não.

        • Diana, é escolha pessoal. Não importa o motivo, se para a pessoa morrer é menos penoso do que permanecer vivo, quem é o médico para dizer o contrário? Vocês estão dando muito poder a médico. Médico não tem que fazer juízo de valor nem tomar decisões pessoais pelo paciente. Só porque você ou eu achamos e decisão do cara imbecil isso não quer dizer que ela não deva ser respeitada, né?

      • Será que isso não depende da situação? Se for um caso de saúde pública, aonde o paciente pode contaminar outras pessoas e colocar a vida dos outros em risco, ele deveria ser tratado contra a vontade sim. Imagine que um cara está com Ebola e resolve morrer sem tratamento, dar um foda-se e pegar o trem em Madureira. Como fica? Claro que a vontade de morrer sem tratamento é do indivíduo, mas mesmo para isso há limites…

        • Não. O direito a dispor do próprio corpo não se negocia.

          Se o cara está todo contaminado POR LEI ele deve ficar em quarentena ou em isolamento se não quiser se tratar. Que fique no isolamento até morrer, mas obrigar a pessoa a se tratar eu sou radicalmente contra.

          • Sabe uma situação que imagino, Sally? Falando de adultos, ok?!
            A mão TJ tem um filho (também TJ) e este precisa de transfusão e não quer, por conta da religião. Por conta disso, a mãe diz que também é contra, mas no fundo sofrendo pelo filho que vai morrer. O médico vai lá, faz a transfusão escondido e fala pra mãe.
            Numa situação dessa, eu acredito que, por mais que a mãe tenha a crença, ela vai ficar feliz pelo filho ter tido a vida salva.
            Esse exemplo que dei, foi mega cena de novela do Manoel Carlos, mas acho que pode acontecer.
            Sei lá, tenho uma imensa dificuldade em lidar com decisões imbecis desse porte, não acho que um médico deva largar de mão.

            • Ah sim, mas na proposta do texto as crianças estão excluídas. Em se tratando de crianças eu acho que elas merecem proteção contra a imbecilidade.

              E olha, sem querer tirar sua fé na humanidade, os casos que eu presenciei, a mãe deixa morrer com convicção dizendo que se essa for a vontade de Deus ela não quer interferir. Esse é o grau de imbecilidade dessa gente!

          • E quarentena não é tratamento? Tem que partir do princípio de uma quarentena que não traga absolutamente benefício nenhum pra essa hipótese ser verdadeira. Ou seja, uma quarentena aonde o doente esteja exposto às mesmas condições que estaria se não estivesse enclausurado. Mas como isso implica contato com outras pessoas, a premissa é contraditória. Resumindo: se não for trazer risco a população, deixa o bichinho morrer. Se for perigoso pros outros, borrachada na cabeça. Não se aplica a religião e outras doenças da alma.

            • Por isso eu disse quarentena OU isolamento. Para doenças que não tem cura ou para pessoas que recusam tratamento está o isolamento. Existem formas de “tratar” (no sentido de alimentar, amparar) uma pessoa em isolamento sem ter contato com ela e sem se contaminar.

  • Rorschach, El Pistolero

    Essa é difícil…

    Eu enquanto pessoa, dou muita risada quando vejo uma notícia de um TJ que morreu porque rejeitou transfusão. Em compensação, médico tem que salvar. Porém, a pessoa é adulta, maior de idade e optou por sentar na giromba. É difícil, eu mudo de opinião o tempo todo.

    Basicamente, eu não acho que religião seja doença mental. O cérebro humano é muito adaptável e se a pessoa aprende desde cedo que existe um deus, é difícil tirar isso dela – o que não caracteriza insanidade. Não importa que não há um deus, ela cresceu acreditando que isso era tão verdade quanto o fato de existir uma ilha chamada Austrália que ela nunca viu e nunca vai ver de verdade.

    Assim, quando a pessoa decide tomar uma decisão de vida ou morte baseada em um livro antigo, escrito por árabes numa época em que o trovão era a vontade dos deuses e que já foi revisado milhares de vezes, não dá pra considerar insanidade. É como fazer uma lipoaspiração em uma clínica clandestina, como pular de bungee jumping com um instrutor e um equipamento não-confiável ou fumar diariamente por 30 anos: é perigoso, vai dar merda, mas não dá pra chamar de insanidade.

    Tirando esse ponto da questão, eu acho que o médico deve ligar o foda-se porque não vale a pena perder a carreira por causa disso. Manda assinar um papel insentando o médico e que morra gostosinho.

    • Independente de existir risco para a carreira, acho que a função do médico está muito mal entendida na sociedade atual. Médio deve atender aos desejos do paciente. Paciente quer recusar tratamento e morrer nos seus termos? Direito do paciente. Mas que porra é essa de médico passar por cima da vontade do paciente? Médico não é Deus nem dono da verdade. Ditadura de médico é a nova moda?

        • É uma questão de coerência: eu sempre defendi o direito da mulher de abortar, o direito de uma pessoa poder se suicidar, enfim, que a última palavra sobre seu corpo seja do paciente e não do médico. Acho que tirar o direito de escolher entre a vida e a morte da própria pessoa é acabar com seu livre arbítrio. Essa é uma porta que eu não quero abrir.

  • Faz o TJ desgracado ou algum parente assinar um papel dizendo que não quer o sangue e isentando o medico da responabilidade e deixa morrer.
    Quanto menos fanatico no mundo melhor.

    • Muitos deixam documentos nesse sentido, mas muitos chegam a dizer com todas as letras para o médico na frente de testemunhas que não importa o que aconteça, não querem receber sangue, mesmo que para isso tenham que morrer. Para mim já estaria de bom tamanho, eu responderia apenas “pois não!”

  • Concordo com a Sally. É um direito de escolha da anta, digo, da pessoa. Prefere morrer a receber uma tranfusão de sangue? Te fode então. Mas deixa tua porcaria de vontade escrita bem bonitinha num papel pra não prejudicar o médico que te atender.

    Meio parecido com uma reportagem que li hoje sobre pais que optaram por não vacinarem seus filhos com medo destes se tornarem autistas mas que correm o enorme risco dos filhos morrerem por um surto de sarampo (ou de qualquer outra doença da qual não tenham anti-corpos). Vacinas salvam vidas, o risco de ocorrer alguma reação grave ou efeito colateral extremo por causa da vacina é mínimo mas muita gente prefere correr o risco de ver o filho morrer de sarampo ou poliomelite a arriscar qualquer outra coisa. No final é uma questão de escolha, vacina não é obrigatória e transfusão de sangue ou orgãos tb não. Livre arbítrio, como já falaram aqui.

    • Nossa… já tem um sem número de pesquisas indicando que vacina não leva a autismo, e os bons especialistas na área negam esta relação. Ainda assim essa nova geração de hippies insiste em não vacinar os filhos? Numa boa, vacina deveria ser OBRIGATÓRIA, porque não se pode deixar um bebê pagar pela ignorância dos pais!

      • Eu acompanhava um pouco dessa discussão sobre vacinas qdo participava de umas comunidades sobre mães no orkut, mas começaram a aparecer umas histéricas por lá, saí das comunidades e nunca mais me interessei pelo assunto. Foda-se, MEUS filhos eu vacinei. Se for pra escolher eu prefiro que eles tenham alguma reação grave por terem recibido uma vacina do que morrerem por eu ter me negado a lhes vacinar. Ou seja, a MINHA PARTE como mãe e responsável eu fiz, se alguma coisa der errado a culpa não será minha. Mas deixar de vacinar e depois dar zica aí já é outra coisa, peso na consciência enorme.

        Sally, o povo que não vacina se apóia em várias “pesquisas de universidades” e teorias da conspiração envolvendo indústrias farmacêuticas. O debate eu perdi faz tempo pq deixou de me interessar, mas lendo essa reportagem de hoje eu fiquei curiosa em saber qual argumento eles estão usando agora pra não vacinarem, já que o de “vacina pode causar autismo” caiu por terra.

        • Conheço uma pessoa cujo filho teve paralisia infantil por causa dessa merda. A criança nunca vai andar porque a mãe se recusou a vacinar. Crianças precisam ser protegidas desse tipo de pessoa. Isso chega a ser criminoso.

          • O pior é que os filhos da puta estão colocando em risco toda a população. Queda na cobertura vacinal é perigosíssimo, mantêm a doença circulando em seres humanos e abrindo brechas para o aparecimento de variedades novas para os quais a população não está imunizada. Gripe aviária feelings.

  • Deve sim!
    O medico nao eh palhaco e estudou, se dedicou pra salvar vidas. Nao vai ser por causa duma babaquice sem logica q vai deixar a anta religiosa morrer. Depois a propria pessoa vai refletir e mudar de ideia

    • O que para você é uma babaquice sem lógica, para outra pessoa pode ser muito, muito, muito importante. Não cabe ao médico fazer juízo de valor sobre o que cada um acha importante para si. A decisão de vida ou morte é do paciente. É por isso que eu sou plenamente a favor da eutanásia.

        • Mas um TJ que recebe uma transfusão viverá uma vida toda de sofrimento, porque na cabeça deles, estão eternamente condenados. É idiota? É. Mas o sofrimento da pessoa será real. Quem somos nós para sujeitar uma pessoa a um sofrimento que ela não quer? Se dentro da escala de valores da pessoa é preferível a morte, ela tem que ter o direito de recusar o tratamento e morrer em paz, cacete!

          • Porra que mentalidade escrota que eles têm! Quer dizer então que basta receber sangue contra a vontade de alguém que o direito a entrar no paraíso é roubado? Que deuzinho escroto esse dos TJ! Gente burra tem mais é que morrer pra não passar adiante essas idéias cretinas.

            • Não sei se é bem assim, eu sei que aqueles que EU presenciei receberam sangue contra a vontade ficaram muito desesperados depois tendo a certeza de que estariam condenados de forma irremediável.

              Idiotas? Certamente. Mas se começarmos a permitir que pessoas interfiram no livre arbítrio das outras porque as acham idiotas já já vai ter uma fila de gente querendo interferir no NOSSO livre arbítrio. Pense nisso.

  • Fiquei surpreso com o texto do Somir. Jurava que ele iria dizer para matar os FDP, mas parece que quem foi a radical foi a Sally hoje.

    E acredito que matar é algo bem complicado. Parece que no texto da Sally ela acredita que a vida dos religiosos (principalmente os mais fanáticos) vale menos que a vida de um ateu por exemplo. Se eu tiver enganado, por favor, me diga.

    Por mais ateu que seja, acredito que todos tem direito a vida. Vejo a religião como uma forma socialmente aceita de loucura. Acho que se você deixar um religioso morrer por causa de uma loucura sua, o coerente seria deixar todos os outros tipos de loucos se matarem por causa de sua loucura também.

    • Junior, não confunda MATAR com DEIXAR MORRER.

      E seu discurso é de católico. Se um dia eu ficar em uma condição indigna, eu espero que alguma pessoa próxima me deixe morrer, esse é meu desejo. Cada um sabe o que significa uma condição indigna para si. O pessoas TJ acha indigno viver tendo sofrido uma transfusão, se sentem condenados para toda a eternidade. É burrice? Eu acho. Mas também acho que tem que respeitar. Não é só porque eu discordo que não vou respeitar a vontade da pessoa.

  • Bom, a respeito disso sempre pensei que o médico não deve salvar mesmo. Bem citou o Somir, “VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa(…)”; porém mais adiante diz-se ” (…)salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.”
    É maior de idade, sabe o que tá fazendo, tá dentro da lei? Deixa morrer. Não estamos discutindo se é certo ou não a ESCOLHA de não querer transfusão. É claro que é de uma idiotice sem fim, mas uma vez que a pessoa tem direito a essa escolha e opta por não receber uma transfusão já é problema dela. Médico não tem que salvar todo mundo não, não tem que “enfiar a vida goela abaixo”. É mais ou menos como nos casos de não-ressuscitação (que ainda não está institucionalizada e não tem aceitação legal unânime e pacífica no Brasil, mas vale em alguns países). O paciente assina um termo que não quer ser ressuscitado, então se der qualquer piripaque nele o médico tem que deixar, não pode tentar salvar mesmo que seja garantida a volta à vida do paciente. Ele optou por isso, direito dele. Pra mim médicos têm que salvar todas as vidas possíveis sim, mas não a de pessoas que já expressaram claramente que não querem ser salvas e têm respaldo da lei nessa decisão. Vai salvar quem quer ser salvo, quem precisa. Porém eu também acho que se o infeliz não quer o tratamento ele tem que ter alta hospitalar e ir morrer quieto em casa, porque leito de hospital não é uma coisa que está sobrando no Brasil e ficar ocupando com nego pau no cu cheio de não me toques enquanto tem dezenas na fila que precisam e QUEREM cuidados é muita sacanagem. Vai deita no banco da igreja e esperar o médico gezuiz e deixa o leito pra quem precisa!

    • Eu acho o direito à vida relativo, e a própria Constituição mostra isso ao prever pena de morte. Sim, nossa Constituição tem pena de morte. Esse argumento do Somir pode ser usado também para criminalizar aborto e eutanásia. Eu repudio. O direito é à ESCOLHA à vida. Cada um sabe como e se quer viver.

        • Em caso excepcionais: em situações de guerra, alguns crimes de guerra podem ser punidos com pena de morte. Além disso existem outras exceções ao direito à vida, como os casos onde o aborto é autorizado e a própria lei dos transplantes que autoriza desligar os aparelhos para retirada dos órgãos em alguns casos.

  • Mesmo sabendo que essas pessoas morrerem faz do mundo um lugar melhor, acho que, ainda assim, é dever dos médicos salvar essa gente.
    Aliás, posso estar alucinando, mas já não teve caso de a família processar o médico/hospital porque o paciente morreu?

    • Um paciente que disse expressamente que não queria transfusão, cuja família também recusou a transfusão depois que ele ficou inconsciente e quando ele morreu a família processou o hospital? Nunca ouvi falar, mas é um processo que eu gostaria de colocar as mãos para ver essas pessoas serem chamadas de idiotas por sentença!

      • Já sim. Teve um caso em Pernambuco, se não me engano, a equipe medica salvou a criança e os pais processaram todos.

        • Então eu entendi errado. Eu achei que a situação era: todo mundo diz que não quer transfusão e quando o paciente morre todo mundo processo o médico numa de “você deveria ter feito, mesmo eu sendo contra”. Isso eu nunca vi. O caso que você descreveu eu vi aos montes, inclusive com a família saindo vitoriosa.

  • Complicado. Falar é fácil, mas ninguém merece passar por um processo pau no cu por causa de crença alheia. O paciente pode ser religioso, a família não, e meter um processo no médico alegando que ele tinha a obrigação de salvar. O paciente pode ser menor, a família pode ser religiosa e meter um processo porque o médico salvou com a transfusão. O fato é que quem mais se fode é o médico.
    Se houver um respaldo legal que proteja o médico de ser processado por cumprir a vontade do paciente, facilitaria muito. Mas ainda é complicado, pois espera-se dele que sempre salve vidas, não importa a situação.

    • Concordo, mas as pessoas tem o sagrado direito de serem idiotas, burras, tapadas e ainda assim terem suas vontades respeitadas, caso contrário não é democracia. O dia que eu não puder dispor do meu corpo e da minha vida como eu quero porque alguém acha minha escolha idiota será o dia que eu vou sair deste país.

  • O MEU problema é quando crianças, filhas de testemunhas de Jeová, são obrigadas pelos pais a não receber transfusão de sangue. ISSO eu não concordo e repudio, aí tem que passar por cima da vontade dos pais imbecis. Mas se a pessoa quer ser imbecil por conta própria, então deixe-a. A criança ainda não tem o discernimento para saber o que é bom ou ruim pra ela, ela ainda tem salvação; o adulto já deveria ter. Se não tem, o problema é dele. O médico não pode impedir você de fazer rituais religiosos que muito possivelmente prejudiquem a sua saúde (Santo Daime), esse é sé mais um ritual escroto. Se não querem transfusão, não querem transfusão! Se não querem se tratar de câncer, não querem se tratar de câncer! Se não querem tomar remédio, porra, você vai obrigá-los? É tirar o livre-arbítrio.

    O livre arbítrio é exatamente isso: livre. Você pode fazer o que quiser, desde que saiba das devidas consequências… e desde que não prejudique direitos alheios. Se o direito é seu, é seu pra dispôr também. Religião emburrece, fato, e já temos gente idiota demais no mundo pra ficar salvando os mais idiotas CONTRA a vontade deles.

    • Concordo com tudo. Cada um faz suas escolhas, por mais idiotas que elas sejam, desde que não prejudiquem a terceiros. No caso da criança, ela tem que ser protegida mesmo pois não deve pagar pela imbecilidade de seus pais.

  • Existe uma resolução médica que dá respaldo ao médico em poder fazer transfusão, não tem? Já ouvi falar isso, mas tem tanto tempo…

  • Seleção Natural, até onde sabemos, se limita a caracteristicas hereditárias, com base genética. Por mais que a religião, assim como outras propriedades de cunho cultural, seja passada em grande parte dos pais para os filhos, não é correto associar morte relacionada a crença à teoria da Evolução. Darwin não curtiu isso. A proposito, concordo com a Sally. Se não colocar em risco outras pessoas, especialmente crianças, tem que deixar morrer mesmo. É um tipo de eutanásia disfarçada.

    • Como não vivemos mais da caça e pesca, não moramos em cavernas, não precisamos diariamente fugir de predadores e os menos favorecidos são agraciados com o bolsa-esmola do governo, a única forma de seleção que nos resta é a intelectual. Se os estúpidos optam por correr o risco de se espatifar ao saltar de uma ponte amarrado a um elástico ou de uma montanha preso apenas por uns trapos de alta tecnologia, dirigir a 200 km por horas nas nossas “maravilhosas” estradas, muitas vezes num estado etílico obsceno ou recusar intervenções médicas que lhes salve a vida, é um bem que prestam ao restante da humanidade.
      Darwin não apenas curtiu, deve ter aplaudido em pé!!
      Apenas para citar o próprio Somir, para ele não fica magoado…
      “Quem escolhe a ignorância é definido por ela. O ignorante não sabe que o é..”
      Gostei demais desta. Vai virar complemento da minha outra frase padrão. “Sacrifiquem antes que se reproduza”.

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